Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
“Foi uma sucessão tão alucinante de notícias e eventos trágicos para o país que a sensação é de que passou muito mais do que uma semana; o país parece aprisionado por um pesadelo” (Mauro Lopes, jornalista, no Brasil 247).
É a mesma sensação que tive, mas foi apenas uma amostra grátis do que vem pela frente.
A estreia oficial da Era Bolsonaro acontece esta semana em Brasília, na terça-feira, com a entrada triunfal do presidente eleito no Congresso Nacional, onde ele passou os últimos 27 anos da sua vida como deputado do baixo clero..
Na quarta, ele será recebido por Michel Temer, ainda em exercício, e pelo presidente do STF, Dias Toffoli, para quem o golpe de 1964 foi apenas um “movimento”.
Em guerra aberta com a imprensa e com meio mundo, disposto a não deixar pedra sobre pedra nas relações diplomáticas do país, da China ao Mercosul, passando pelos países árabes, o ex-capitão vai conversar com aliados para começar a montar sua base de apoio.
Entre eles, reencontrará um terço do plenário com processos na Justiça e deputados que devem R$ 158 milhões à União, segundo reportagem do Estadão desta segunda-feira.
Se forem mesmo seus amigos, estes parlamentares lhe darão um choque de realidade e, quem sabe, explicar que um presidente da República pode muito, mas não pode tudo.
Baixar um pouco a bola e não comprar tantas brigas ao mesmo tempo, antes de tomar posse, pode ser um bom conselho para não queimar seu estoque de popularidade.
Nem Donald Trump, seu êmulo, pode tudo, como vai aprendendo aos trancos e barrancos.
Montado num tripé de superministros já indicados (general Heleno na Defesa, xerife Moro, na Justiça, e o polivalente Paulo Guedes, na Economia), Bolsonaro poderá finalmente explicar ao país quais são de fato as suas prioridades para tirar o país do buraco, algo que até agora não fez.
Certamente, não será liberando todo mundo para andar armado, reduzindo a maioridade penal e combatendo o inexistente kit gay, que o novo presidente poderá dar alguma esperança a 12,5 milhões de desempregados à espera de uma solução para o seu drama.
No encontro com os ex-colegas parlamentares, não deverá ter muitas dificuldades, porque sabe como as coisas ali se resolvem, a não ser que lhe peçam logo de cara uma anistia ampla, geral e irrestrita para as suas dívidas tributárias, e que o ministro Moro pegue leve com a Lava Jato daqui para a frente.
Temer poderá lhe dar boas dicas de como sobreviver ao mandato mesmo ameaçado por vários processos quando deixar o cargo.
Com Toffoli, poderá discutir o que, afinal, aconteceu em 1964 no Brasil, e o que pode ser feito pelo STF para garantir que a história não se repita.
Em sua beligerância permanente, Bolsonaro conseguiu arrumar confusão até com FHC, que estava quieto no canto dele, viajando pela Europa, ao colocar no Twitter uma foto do ex-presidente lendo o livro de um ex-premier chinês, que foi deposto e preso, querendo insinuar que ele é comunista.
FHC ficou injuriado. “Isso parece como “prova” de que sou comunista. Só faltava essa. Cruz, credo!”, devolveu, também pelo Twitter.
Trump está fazendo escola por aqui. Haja Twitter!
O que será que podemos esperar?
Vida que segue.
É a mesma sensação que tive, mas foi apenas uma amostra grátis do que vem pela frente.
A estreia oficial da Era Bolsonaro acontece esta semana em Brasília, na terça-feira, com a entrada triunfal do presidente eleito no Congresso Nacional, onde ele passou os últimos 27 anos da sua vida como deputado do baixo clero..
Na quarta, ele será recebido por Michel Temer, ainda em exercício, e pelo presidente do STF, Dias Toffoli, para quem o golpe de 1964 foi apenas um “movimento”.
Em guerra aberta com a imprensa e com meio mundo, disposto a não deixar pedra sobre pedra nas relações diplomáticas do país, da China ao Mercosul, passando pelos países árabes, o ex-capitão vai conversar com aliados para começar a montar sua base de apoio.
Entre eles, reencontrará um terço do plenário com processos na Justiça e deputados que devem R$ 158 milhões à União, segundo reportagem do Estadão desta segunda-feira.
Se forem mesmo seus amigos, estes parlamentares lhe darão um choque de realidade e, quem sabe, explicar que um presidente da República pode muito, mas não pode tudo.
Baixar um pouco a bola e não comprar tantas brigas ao mesmo tempo, antes de tomar posse, pode ser um bom conselho para não queimar seu estoque de popularidade.
Nem Donald Trump, seu êmulo, pode tudo, como vai aprendendo aos trancos e barrancos.
Montado num tripé de superministros já indicados (general Heleno na Defesa, xerife Moro, na Justiça, e o polivalente Paulo Guedes, na Economia), Bolsonaro poderá finalmente explicar ao país quais são de fato as suas prioridades para tirar o país do buraco, algo que até agora não fez.
Certamente, não será liberando todo mundo para andar armado, reduzindo a maioridade penal e combatendo o inexistente kit gay, que o novo presidente poderá dar alguma esperança a 12,5 milhões de desempregados à espera de uma solução para o seu drama.
No encontro com os ex-colegas parlamentares, não deverá ter muitas dificuldades, porque sabe como as coisas ali se resolvem, a não ser que lhe peçam logo de cara uma anistia ampla, geral e irrestrita para as suas dívidas tributárias, e que o ministro Moro pegue leve com a Lava Jato daqui para a frente.
Temer poderá lhe dar boas dicas de como sobreviver ao mandato mesmo ameaçado por vários processos quando deixar o cargo.
Com Toffoli, poderá discutir o que, afinal, aconteceu em 1964 no Brasil, e o que pode ser feito pelo STF para garantir que a história não se repita.
Em sua beligerância permanente, Bolsonaro conseguiu arrumar confusão até com FHC, que estava quieto no canto dele, viajando pela Europa, ao colocar no Twitter uma foto do ex-presidente lendo o livro de um ex-premier chinês, que foi deposto e preso, querendo insinuar que ele é comunista.
FHC ficou injuriado. “Isso parece como “prova” de que sou comunista. Só faltava essa. Cruz, credo!”, devolveu, também pelo Twitter.
Trump está fazendo escola por aqui. Haja Twitter!
O que será que podemos esperar?
Vida que segue.
1 comentários:
Não são só 12,5 milhões de desempregados que estão esperando uma solução de Bolsonaro Sao 14 milhões de desempregados ativos, mais 10 milhões de desalentados e respectivas famílias totalizando cerca de 100 milhões de pessoas vivendo em regime de subsistência. Não ha perspectiva alguma de as coisas melhorem em 2019 pois a resseção eh severa e o circulo vicioso entre trabalho,renda e consumo resiste e impede o deslanche da economia. "Não havendo trabalho, não ha renda. Não havendo renda,não ha consumo,não havendo consumo não ha trabalho." Por outro lado a recessão diminui as receitas publicas e o governo precariza os serviços públicos (educação, saúde e segurança etc) penalizando ainda mais a população. Tempos de vacas magras !
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