terça-feira, 30 de abril de 2019

Há generais patriotas na Venezuela

General Padrino López. Reprodução: Youtube
Por Manuel Domingos Neto

Emocionante o discurso do general Padrino López, ministro da defesa da Venezuela.

Padrino fez curso de guerra psicológica nos Estados Unidos, mas não se pôs ao lado do Império.

Ladeado por todos os comandantes, falou como líder e chefe.

Rechaçou radicalmente a intervenção estrangeira, pôs na parede os terroristas mobilizados por Trump, denunciou a impiedosa guerra híbrida, responsabilizou os golpistas por qualquer derramamento de sangue que venha a ocorrer em seu país, deu aula sobre os conceitos "soberania popular" e "soberania nacional", concluiu com o brado, seguido por todos: CHÁVEZ VIVE!

A Previdência e a batalha da comunicação

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A Reforma da Previdência defendida por Jair Bolsonaro e seu superministro da Economia, Paulo Guedes, com amplo apoio da mídia monopolista, é um prato cheio para o rentismo. Na prática, porém, além de conservar privilégios, representa o desmonte da Seguridade Social e a destruição da aposentadoria para a absoluta maioria da população.

Governo Bolsonaro é movido a vingança e ódio

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Foram 120 dias que vão marcar a história do Brasil para sempre: antes e depois de Bolsonaro.

Nenhuma potência estrangeira seria capaz de promover no nosso país tamanha destruição em tão pouco tempo.

É uma verdadeira guerra de extermínio contra inimigos reais ou imaginários, para não deixar pedra sobre pedra da antiga civilização brasileira.

Os alvos principais são as mulheres e os gays, os professores e os aposentados, os sem terra e os defensores dos direitos humanos e do meio ambiente, os artistas e os intelectuais, as universidades e os estudantes, os índios e os negros, os jornalistas livres e todos os que tiveram a ousadia de conquistar a cidadania nos últimos anos.

Lula, paz, amor e sangue nos olhos

Por Gilberto Maringoni

Todo mudo já comentou. Sei que vou chover no molhado, mas é forçoso reafirmar: a entrevista de Lula, concedida a Monica Mônica Bergamo e Florestan Fernandes Júnior é um documento político solar. 

Lula se apresenta em grande fase - contrariando expectativas de que estaria deprimido ou desinformado - e com inigualável verve.

Faz o que todo quadro político de primeira linha deve fazer: coloca-se sempre na ofensiva.

Há trechos memoráveis e tiradas geniais.

Alinhamento da Folha ao Instituto Millenium

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O impeachment foi o fator de coesão de grupos dos mais diversos, que tinham em comum o antilulismo. Completado o golpe, com a eleição do inacreditável Jair Bolsonaro, há uma perda de rumo total dos diversos grupos de oposição.

O momento seria de fortalecimento de um centro democrático, tendo como bandeira unificadora a volta da democracia. Em vez disso, cada grupo tratar de juntar forças em torno dele próprio, cada qual apostando em um pós-Bolsonaro e sem conseguir curar as feridas das batalhas anteriores.

É por aí que se entende as movimentações da Folha de S.Paulo, agora sob o comando de Luiz Frias.

Venezuela: a extrema-direita perde mais uma

Presidente Nicolás Maduro (30/4/19). Reprodução: Youtube
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Talvez nem fosse preciso, mas as pegadas de Washington, na nova tentativa de golpe de Estado que a Venezuela sofreu hoje, ficaram clara na fala que o Conselheiro Nacional de Segurança, John Bolton, fez esta tarde, nos jardins da Casa Branca. Ela beira o bizarro.

Conhecido por seu papel destacado entre a extrema-direita norte-americana, Bolton nomeou, um a um, os funcionários do governo venezuelano que, segundo ele, teriam participado da conspiração militar para entregar o poder a Juan Guaidó, “presidente” autoproclamado. “Figuras como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o chefe da Suprema Corte, Maikel Moreno, o comandante da guarda presidencial, Rafael Hernandez Dala. Todos concordaram que Maduro tinha de ir embora. É muito importante que agora cumpram seus compromissos…”.

O objetivo de Bolsonaro é demolir o Brasil

Por Evilázio Gonzaga, no blog Viomundo:

O anúncio do fim de investimentos em ciências sociais revela que o bolsonarismo pretende transformar as universidades em escolas técnicas, formadoras de mão de obra barata para empresas exportadoras de commodities minerais e do agronegócio.

O objetivo é voltar ao padrão econômico da era colonial.

O anúncio de Bolsonaro sobre os planos de reduzir ou eliminar os investimentos nas faculdades de ciências humanos, além do espanto que provoca, também indica que há um método por trás dos bastidores, orientando as ações do governo.

Viva o 1º de Maio!

Por João Guilherme Vargas Netto

Para quem tem a pretensão de compreender o movimento sindical e de informar sobre ele fica muito difícil falar sobre o futuro, ainda que seja o amanhã e não incorrer no voluntarismo mais chão.

Às vésperas das grandes manifestações unitárias do 1º de Maio o mais prudente é desejar que os esforços das direções sindicais sejam recompensados pelo comparecimento maciço dos trabalhadores e trabalhadoras.

A pauta compacta e consistente de repúdio ao fim das aposentadorias da deforma previdenciária, de defesa da política de valorização do salário mínimo e de exigência da retomada do desenvolvimento com criação de empregos calou fundo nos materiais produzidos e teve eco na disposição de luta das bases sindicais.

Um vento progressista na Espanha

Editorial do site Vermelho:

Um vento progressista soprou na Espanha neste domingo (28). Não foi um vendaval, mas teve força suficiente para erguer um dique contra a onda filo-fascista, de extrema direita, que ameaça o mundo e é motivo de preocupação das forças democráticas e progressistas.

Os espanhóis foram às urnas com disposição. O comparecimento foi de 76% dos eleitores - quase 10% (9,3%) a mais do que na última eleição geral, em 2016 - e a maior participação desde 2008.

O que esta disposição popular significa? A volta da política para o povo? Pode ser.

A entrevista de Lula e a picuinha da Folha

Por Tereza Cruvinel

O Face cobra atualizações da página, vocês que a frequentam também cobram, com razão.

Afora problemas de saúde e da vida, o caso é que me falta apetite para tratar do grande desastre brasileiro.

Para falar das tonterias de Bolsonaro e seu governo ou do rame-rame do Congresso.

Vou me esforçar.

A entrevista de Lula foi uma luz sobre a política, onde o debate é pobre e rasteiro. Indigente e agressivo. Áspero e raso. Eu imaginava aquilo mesmo, que Lula continuasse bem vivo politicamente, ainda que tenha os momentos de tristeza que mencionou na entrevista a Monica Bérgamo (FSP) e Florestan Fernandes Filho (El País).

Fazendeiros do Brasil, uni-vos e matem!

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Na última segunda-feira, 29 de abril, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) esteve em Ribeirão Preto (interior de SP) para abertura do Agrishow, um dos mais importantes eventos do agronegócio do país. Ovacionado aos gritos de "mito" por uma plateia de fazendeiros, Bolsonaro prometeu encaminhar ao Congresso um projeto de lei que isenta de punição o produtor que atirar contra invasores de terras.

Nas palavras do presidente - para ninguém achar que entendeu errado: “Vai dar o que falar, mas é uma maneira que nós temos de ajudar a combater a violência no campo é fazer com que, ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem entre no excludente de ilicitude. Ou seja, ele responde, mas não tem punição. É a forma que nós temos que proceder. Para que o outro lado, que desrespeita a lei, tema vocês, tema o cidadão de bem, e não o contrário”.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Folha censurou entrevista de Lula

Do blog Nocaute:

Já com gravadores e câmeras ligados e os repórteres a postos, Lula leu um documento de três páginas sobre o caráter ilegal de sua prisão e sobre a perseguição que sofre pela mídia manipuladora. Confirmando o que ele denunciava, a Folha meteu a caneta e censurou a fala. Leia e veja, a seguir, o que os Frias cortaram.

*****

Minha condenação injusta e minha prisão ilegal há mais de um ano são mais que o resultado de uma farsa jurídica. São consequências diretas do fracasso social, econômico e político do golpe do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016.

"Maré Bolsonaro" reflui nos grandes centros

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Daniel Bramatti e Caio Sartori, no Estadão, fazem um excelente trabalho ao separar os índices de aprovação de Jair Bolsonaro, por renda, região e características das cidades onde vivem os entrevistados.

Ainda é forte, está evidente, o rescaldo da maré de ódio que submergiu o Brasil, mas é perceptível como ela se tornou vazante e, como todas as marés políticas, correndo, ao esvaziar-se, das capitais para as periferias e daí para o interior.

Democracia e a luta por Lula-Livre

Foto: Francisco Proner
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

As forças progressistas brasileiras continuam desafiadas, hoje mais do que nunca, a encontrar justos termos de convergência e promover a unidade em torno de pontos comuns, condição indispensável para desencadear um amplo movimento político e social de oposição ao regime bolsonariano e à brutal ofensiva que este leva a efeito para destruir a democracia, os direitos do povo e a soberania nacional.

O vetor principal da ação conjunta das forças progressistas é a luta pela democracia, a resistência contra todas as manobras e golpes que restringem a liberdade política, atacam o Estado de direito, os valores e as conquistas da Constituição de 1988.

Amor em tempos de ira e de ódio

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Vivemos no Brasil bolsonariano e no mundo afora tempos de ira e de ódio, fruto do fundamentalismo e da intolerância como se viu em Siri Lanka onde centenas de cristãos foram assassinados no momento em que celebravam a vitória do amor sobre morte na festa de ressurreição.

Este cenário macabro nos faz renovar a esperança de que, apesar de tudo, o amor é mais forte do que a morte.

A palavra amor foi banalizada. É amor daqui é amor daí, amor em todos os anúncios que apelam mais para os bolsos do que para os corações. Temos que resgatar a sacralidade do amor. Não dispomos de um nome melhor ou maior para imaginar a Última Realidade, Deus, senão dizendo que ela é amor.

Lula pode sair da prisão, se quiser

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

É vital que todos saibam que, quando Lula diz que prefere ficar preso a perder a dignidade, diz a verdade. O ex-presidente poderia deixar o cárcere JÁ se aceitasse fazer o jogo de cartas marcadas do Judiciário. Poderia pedir para passar ao regime semiaberto – sair da prisão para trabalhar e voltar só para dormir. Mas Lula não aceita. Só quer sair da prisão inocentado.

Durante a entrevista de Lula a dois grandes jornais na semana passada, após autorização do STF que rompeu a censura judicial ao ex-presidente, a jornalista Monica Bergamo, da Folha de São Paulo, perguntou ao ex-presidente se ele não acha que errou ao se submeter aos seus captores, sendo que poderia ter pedido asilo diplomático e saído do Brasil

Dilma é vítima de violação de sigilo fiscal

Do site de Dilma Rousseff:

Dilma Rousseff teve seu sigilo fiscal violado. A descoberta ocorreu recentemente, na entrega da sua declaração anual do imposto de renda. No dia 15 de abril, descobriu-se que outra declaração – falsa – enviada em nome da ex-presidenta, em 28 de março, fora aceita pela Receita Federal.

O caso não é apenas de violação do sistema da Receita. Há indícios de crime fiscal e de falsidade ideológica contra a ex-presidenta da República. Seus advogados vão pedir abertura de inquérito à PF e já requereram investigação no âmbito da Receita para apurar responsabilidades pela violação do sigilo fiscal.

Bolsonaro unifica ricos e descarta os pobres

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

As projeções cada vez mais frágeis na indicação de haver algum crescimento na economia nacional em 2019 apontam a gravidade da maior crise já experimentada pelo capitalismo no Brasil, cujo nível geral de atividade encontra-se 5,1% abaixo do pico alcançado em 2014. Se considerar o comportamento da renda nacional por habitante (PIB per capita), que acumula diminuição de 8,3% desde 2014, nota-se a inédita regressão ao ano de 2009, quando se iniciou a crise da globalização neoliberal.

Os adultos saíram da sala

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Só pode haver uma coisa pior que o governo Bolsonaro: a incapacidade em combatê-lo com as armas da razão e da força da mobilização popular. Em quatro meses o país ficou mais pobre, mais burro, mais autoritário, mais violento e mais isolado no concerto das nações democráticas. Não se trata de um descaminho, resultado de um plano mal executado, mas de um projeto. A derrota da civilização é uma conquista do atraso.

Capitalismo passa por um momento delicado

Por Michael Roberts, no site Carta Maior:

A recente reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, mostrou mais uma vez que a economia mundial se está desacelerando, e a perspectiva de uma recessão é muito mais provável do que se imagina. Os economistas do FMI reduziram sua previsão para o crescimento mundial ao nível mais baixo desde a grande crise financeira mundial de 2009, quando o planeta vivia em meio ao panorama mais sombrio na maioria das principais economias avançadas. Sinal de que o aumento nas tarifas comerciais está prejudicando o cenário como um todo, e poderia provocar “uma desaceleração do crescimento e uma recuperação precária”, segundo o FMI.


domingo, 28 de abril de 2019

PSOE vence, mas fascistas avançam na Espanha

Por Altamiro Borges

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – o “chanceler paralelo” que humilha o babaca Ernesto Araújo e que recentemente participou de um convescote fascista na Europa – não deve ter gostado muito do resultado das eleições na Espanha neste domingo (28). A imprensa mundial especulou que a extrema-direita seria a grande vitoriosa no pleito, prevendo mais de 60 deputados do Vox, o que daria à sigla fascista um papel decisivo na escolha do primeiro-ministro da monarquia parlamentarista. Esse prognóstico, felizmente, não se confirmou!

1º de Maio unitário esquenta a greve geral

Por Altamiro Borges

Finalmente, as centrais sindicais brasileiras decidiram se unir para enfrentar a brutal ofensiva neofascista contra o trabalho e a democracia. Após mais de três décadas de cisão, os protestos do Dia Internacional dos Trabalhadores serão unitários neste 1º de Maio. O eixo das manifestações será a luta em defesa da aposentadoria, contra a “deforma” previdenciária do carrasco Jair Bolsonaro. Os atos em todo o país, convocados pelas 10 centrais – seis delas reconhecidas oficialmente –, servirão como um esquenta para a greve geral já marcada para 14 de junho.

Cristina Kirchner vai voltar na Argentina?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a Argentina viveu momentos de alta tensão. O dólar bateu novo recorde, a inflação deu sinais de total descontrole, o chamado “risco-país” disparou e as projeções para o crescimento da economia foram ainda mais frustrantes – com alta do desemprego, das falências e da miséria. Diante do caos, cresceu a boataria de que o presidente Mauricio Macri – o direitista paparicado pelo tucano-fake João Doria e pelos fascistinhas mirins do MBL – até poderia cair antes do final do seu mandato.

Bolsonaro confirma o medo que sente de Lula

Por Vinícius Segalla, no blog Diário do Centro do Mundo:

O presidente Jair Bolsonaro falou com a imprensa na manhã deste sábado (27), um dia após a primeira entrevista de Luiz Inácio Lula da Silva desde que está encarcerado na Polícia Federal em Curitiba.

A entrevista do ex-presidente, que aliás liderava com folga as pesquisas eleitorais até ser encarcerado e proibido de abrir a boca, foi assunto na entrevista do presidente, que presidente é só porque prenderam Lula e o impediram de falar.

E o que acha, então, Jair Bolsonaro, da entrevista do encarcerado? Que deveriam continuar proibindo o Lula de falar.

A 'inteligência caolha' da família Bolsonaro

Por Maria Luíza Franco Busse, no site Outras Palavras:

Mais um acontecimento incrível, fantástico, extraordinário, veio da parte de Carlos Bolsonaro. O vereador e filho de Número 02 da família que está no poder apresentou no twitter a questão filosófica mais cara e permanente da existência: “Quem sou eu”, seguida do que originou a indagação: “Neste monte de gente estrelada?”.

“Quem sou eu neste monte de gente estrelada?” foi o desabafo em função de ter sido enquadrado depois de postar vídeo no canal de Youtube do pai em que militares foram duramente ofendidos e criticados pelo mentor que vive nos Estados Unidos.

Lula dá uma lição aos seus algozes

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Se alguém ainda tinha dúvidas, não restou mais nenhuma: está explicado por que a toga e a farda se uniram, com o apoio da grande mídia, para prender Lula e o deixar apodrecer na cadeia, como prometeu Jair Bolsonaro na campanha.

Deixar Lula livre é um perigo para os golpistas civis e militares que estão entregando e destruindo o Brasil.

Só agora consegui terminar de ler a entrevista histórica de Lula, em que ele rompeu o silêncio imposto pela Justiça morista, desde que foi preso, há mais de um ano.

Jornal Nacional ignora entrevista de Lula

Do blog Viomundo:

"Estamos em um momento histórico em que a liberdade de imprensa está sob ameaça. A TV Globo é um baluarte na defesa desta liberdade constitucional ao longo da história. A solidariedade aqui manifesta e apresentada é, principalmente, aos profissionais de imprensa que constituem esse meio de comunicação. É para homenagear a Rede Globo e seu papel de integração nacional, mas é também para a defesa desse valor fundamental presente na nossa Constituição" - Randolfe Rodrigues, senador da Rede, em beija mão a José Roberto Marinho na sessão do Senado que “comemorou” os 54 anos da emissora.

"O jornalismo da emissora é referência nacional e internacional. Reconhecido pelo respeito, pela verdade, pela seriedade, pela visão crítica e pelo comprometimento de seus profissionais com o dever principal da imprensa, o dever de informar" - Davi Alcolumbre, presidente do Senado.


Luta democrática e o abuso de autoridade

Por Ronald Freitas, no site Vermelho:

A crise multilateral que o país vive agrava-se dia a dia. Além da persistente crise estrutural e sistêmica na política, na economia e no ambiente social, que tanto sofrimento impõe ao povo e desestrutura a Nação, as confusões, a falta de rumo, as disputas internas e o reacionarismo do governo Bolsonaro têm agravado de forma exponencial essa situação.

Doria acelera a elitização da cultura

Por Isa Penna e Fernanda Azevedo, na revista CartaCapital:

Depois de duas semanas de polêmica sobre os cortes no orçamento da cultura paulista, o governador João Doria e seu secretário da área, o ex-ministro de Temer Sérgio Sá Leitão, anunciaram, dia 15/4, uma nova composição do Conselho Estadual da Cultura. Com 30 componentes, dos quais apenas três mulheres, o Conselho tem 15 representantes do governo e – diz a grande mídia – 15 da “sociedade civil”. Detalhes: desses ilustres homens da civilíssima sociedade frequentada por João Dória, pelo menos 11 são empresários do setor de cultura, de eventos ou de entidades empresariais.

Lula e a indignação do inocente

Por Marcelo Uchôa, no site da Fundação Perseu Abramo:

Conta-se que questionado por correligionário sobre discurso de Orestes Quércia refutando cometimento de atos de corrupção, Ulisses Guimarães teria dito: “foi um belo discurso, mas faltou a indignação do inocente”. Na entrevista do ex-presidente Lula da Silva, na última sexta-feira (26/04), concedida ao El País e à Folha de São Paulo, no desenlace de longos meses de batalha judicial, viu-se claramente o sentido da expressão formulada por Ulisses Guimarães.

Bolsonaro é o produto tosco das elites

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É preciso certa condescendência com Jair Bolsonaro, embora não a suficiente para absolvê-lo do fato de ser o executor de uma política de destruição do país, da mesma forma que não se pode achar que o pistoleiro é o grande culpado pela morte encomendada.

Bolsonaro, a rigor, foi o produto possível de um processo de destruição política do Brasil que pouco tem a ver com ele próprio.

Não passaria, em outras circunstâncias, de um apresentador de tevê ou rádio vespertino, destes de programas onde se derramam hemorragias do “mundo cão”, ou de um policial-parlamentar de baixa extração, como tivemos aqui no Rio o “Sivuca”, o delegado que veio da turma dos formadores do Esquadrão da Morte e criador, em 1986, do slogan “bandido bom é bandido morto”.

Num país disperso, Lula aponta rumo da luta

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país em busca de um caminho para enfrentar a catástrofe em curso, a entrevista de Lula a Mônica Bergamo e Florestan Fernandes Jr é o ponto de partida para a reconstrução de uma nação em escombros, dominada por um governo que em apenas 100 dias confirmou a disposição de destruir séculos de progresso histórico.

Quebrando uma censura de um ano e três semanas, de grande utilidade para a consolidação de uma ordem política contrária aos interesses da nação e a vontade da maioria de seu povo, o depoimento de Lula é a grande carta de navegação para o país enfrentar as tempestades e turbulências do próximo período. Deve ser revisto, debatido, lembrado mais de uma vez, tamanha a força de seus argumentos, a urgência de suas idéias.

Previdência e a catástrofe dos argumentos

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Tive a honra de ser convidado, integrando um pequeno grupo de seis juristas, para participar da audiência pública promovida pela CCJ – Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, da Câmara dos Deputados. A ideia era apresentar a minha opinião sobre a constitucionalidade da PEC 06/19, apresentada pelo governante atual e que trata na Reforma da Previdência e outros assuntos “jabutis”. Não querendo desmerecer o charmoso réptil, “jabuti” é o jargão político utilizado quando se tenta incluir em uma norma em debate regras estranhas ao tema principal, aprovando-as sem grande aprofundamento.

sábado, 27 de abril de 2019

A pauta cheia do 1º de Maio

Por João Guilherme Vargas Netto

Nas comemorações do 1º de maio três temas devem ser tratados como prioridades, quase exclusivos.

O primeiro deles é, obviamente, a resistência à deforma previdenciária. Todas as iniciativas para a preparação dos atos unificados têm esta motivação. Os abaixo-assinados até então preenchidos e recolhidos devem ser totalizados e, mesmo após o feriado, devem continuar a ser assinados pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Governo Bolsonaro está 'desabando'

Governador da Bahia, Rui Costa
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O governo Bolsonaro está "desabando", até antes do que se previa, mas a oposição, se quiser se fortalecer, precisa ir além da esquerda e – particularmente no caso do PT – se reaproximar de sua base social, afirma o governador da Bahia, Rui Costa. Reeleito em 2018 com 75% dos votos, ele só perdeu em três dos 417 municípios baianos. Para Costa, isso é consequência do contato direto com a população.

O governante brinca dizendo que é até difícil fazer oposição, diante do "vazio completo de ideias" no Planalto. "É a ausência absoluta, vai criticar o quê?", ironiza, depois de observar que nos primeiros meses de governo o bom senso determina à oposição recolher seu trem de pouso. Mas, passado esse primeiro momento, para encorpar a resistência, é preciso mais. "Temos de construir além do chamado campo de esquerda', afirma.

Governo Bolsonaro é uma nau sem rumo

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Artigo 1º da Constituição Neoliberal do Brasil, em vigor:
Todo poder emana do mercado e em seu nome será exercido.

Como o governo não tem plano nem projeto, a não ser atender os interesses dos EUA, e acatar as demandas do mercado, começa a submergir em meio aos escombros de suas contradições. O recente conflito na Petrobras é esclarecedor.

Segundo foi divulgado, o total dos recursos da Petrobras recuperados pela Lava Jato eleva-se a R$ 2,5 bilhões. Com a decisão de Bolsonaro de não aumentar o preço do diesel, temendo a greve dos caminhoneiros, a Petrobras perdeu na Bolsa em um dia o valor de R$ 32 bilhões, mais de 12 vezes o que foi recuperado. Mas o ministro Guedes deu a volta por cima: manteve o aumento no preço do diesel, agora de 4,84% em vez dos 5,7% anunciados anteriormente. Por enquanto, saiu vitorioso.

Política neoliberal de Macri corrói a Argentina

Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:

O anúncio do congelamento de preços na Argentina no início dessa semana acendeu, mais uma vez, a luz amarela sobre o caos social e econômico que vive o país. Desde a vitória eleitoral de Mauricio Macri em 2015, o povo argentino, principalmente os mais pobres, vem sentindo nas costas o peso de uma política neoliberal que foi propagada e apoiada pelos banqueiros, industriais, ruralistas e pela mídia, inclusive a brasileira, como a solução para o desenvolvimento do país.

Lewandowski dá murro na polícia do Moro

Por Jeferson Miola, em seu blog:

O juiz do STF Ricardo Lewandowski não precisou mais que 252 palavras para desferir um murro ético, moral e de decência na cara da polícia política do Moro, que se arvorou a condição de carcereira suprema do Lula [ler aqui].

O delegado da polícia federal do Estado policial do Moro, o carcereiro Luciano Flores Lima, queria sequestrar outra vez a liberdade de expressão do Lula que Lewandowski conseguiu restaurar, depois que Fux e Dias Toffoli sequestraram na época eleitoral, em obediência à tutela militar, para não impedir a vitória do Bolsonaro e do Partido da Lava Jato.

Evangélica deixa o país por sofrer ameaças

Camila Montovani da Silva (reprodução Facebook)
Por Aloísio Morais, no site Jornalistas Livres:

“Perdi o direito! Perdi o direito de viver no meu próprio país! Quem defende a laicidade do Estado, é massacrado por um Estado que não é laico. Perdi o direito de viver com minha família e meus amigos, de levar meu trabalho adiante. Perdi o direito de viver minha vida como a vivo hoje. Perdi esse direito porque o fundamentalismo que governa o Brasil hoje assassina qualquer profeta que denuncie o pecado das grandes lideranças.”

O desabafo é da carioca Camila Montovani da Silva e foi postado nesta sexta-feira, 26, em sua página no Facebook. É mais uma brasileira do Estado do Rio a deixar o país em consequência das perseguições e ameaças que vem sofrendo, neste caso, de fundamentalistas. A jovem é perseguida por prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica. Recentemente, o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) e a ex-candidata ao governo do Rio de Janeiro pelo PT, a filósofa Márcia Tiburi, também tiveram de deixar o país por causa de perseguições e ameaças.

Novas e velhas linguagens da dominação

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Se quisermos lutar unificados e com mais eficácia contra a degeneração em curso do nosso sistema democrático é importante compreendermos o discurso legitimador da ordem autoritária neoliberal no Brasil, que está marcado pelos dogmas neoliberais mais expressivos. Eles exigem certas liberdades políticas para sua implementação, ainda que estas sejam exercidas principalmente no topo da sociedade. Estas liberdades devem ser combinadas com discurso de ódio contra os excluídos e miseráveis para convencer a maior parte da sociedade que os pobres não “merecem” um Estado Social. É a lógica discursiva de Bannon, com seu populismo de direita, apoiado pelos enunciados principais de Hayek e Von Mises, que transitam misturados e de forma apologética na mídia tradicional.

Paulo Guedes na loja de cristais

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Além de ter completado a tão esperada marca de 100 dias sem nenhuma medida concreta a ser anunciada, o governo do capitão iniciou a sua peregrinação rumo ao ducentésimo dia no Palácio do Planalto com um conjunto impressionante de trapalhadas e de ameaças na área da economia.

O primeiro ponto foi o anúncio inusitado e destrambelhado pelo Super Ministério da Economia de que o governo iria promover a privatização dos Correios. Uma loucura! Entregar um serviço estratégico como esses, em um país com dimensões continentais como o nosso, em mãos de alguma multinacional do ramo ou algum fundo financeiro que visa única e exclusivamente à obtenção de lucros para seus acionistas. Mas essa batalha ainda vai ser longa, pois o próprio presidente da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), nomeado por Bolsonaro, já apresentou resistências à intenção desse liberalismo entreguista.


A (i) lógica do direito e o caso Lula

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Em priscas eras, quando denunciei o então consultor geral da República (logo depois Ministro da Justiça) Saulo Ramos, ele tentou respondeu às acusações com um jurisdiquês incompreensível. Na época, consegui uma fonte privilegiada, o então Ministro do Supremo Tribunal Federal Sidney Sanches, que me deu um conselho de ouro: analise a medida do ponto de vista da lógica de uma pessoa racional.

– A doutrina tem que espelhar o mundo real.


Estupidez bolsonariana avança no país

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Na mesma quinta-feira, 25 de abril de 2019, desde o café da manhã no Planalto com jornalistas convidados, que tiram selfies com ele, até o final do dia, o capitão Jair Bolsonaro disse as seguintes barbaridades:

- “O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay, porque aqui temos famílias”.

- “Quem quiser vir aqui fazer sexo com mulher, fique à vontade”.

- “Tomei conhecimento uma vez que certos homens ao ir ao banheiro só ocupavam o banheiro para fazer o número 1 no reservado e soube de um número alarmante: mil amputações de pênis por ano no Brasil por falta de água e sabão”.



Lula, o retorno do gigante

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No último dia da penúltima semana de abril de 2019, após sete meses de censura, Lula conseguiu fazer o que sempre fez até os 72 anos de idade, antes de ser injustamente encarcerado: pôde falar, argumentar, defender ideias – agora, sobre a própria inocência. A voz de Lula, sua indignação e seu propósito inquebrantável de defender seu povo, estão de volta

El País e Folha de São Paulo lutaram na Justiça ao lado de Lula para que ele pudesse dar a sua versão dos fatos à sociedade. Por isso, merecem respeito.

Filosofia e Sociologia incomodam Bolsonaro

Por Ana Luíza Basílio, na revista CartaCapital:

O presidente Jair Bolsonaro iniciou a sexta-feira, 26, alarmando a sociedade. Algo que já tem se tornado frequente na gestão do capitão. O foco? A educação, área que tem sido palco de preocupantes investidas governamentais. Em um tweet publicado no início da manhã, o presidente anunciou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, estuda descentralizar investimentos em faculdades de Filosofia e Sociologia.


Lula e a masmorra de Curitiba

Por Bepe Damasco, em seu blog:

1) Lula, como diz o consagrado linguista Noam Chomsky, é o preso político mais importante do mundo; 2) O sistema de justiça brasileiro, com as exceções que confirmam a regra, foi engolfado pelo conceito fascista do “direito penal do inimigo”; 3) Porções amplamente majoritárias das estruturas do poder judiciário rezam na cartilha do “partido da Lava Jato” e são capazes das maiores atrocidades jurídicas para fortalecer o protagonismo político de seus colegas de Curitiba; 4) Como postei no meu perfil do facebook, "redução de pena é o cacete. Lula não cometeu nenhum crime e os processos contra ele são todos fraudulentos."

Argentina desce ao abismo e assusta Bolsonaro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Se o leitor ou a leitora teve a oportunidade de ir à bela Buenos Aires, tempos atrás, e se acostumou ao câmbio de 2,5 pesos por real, vai entender o que digo com uma única informação: o nosso real, mesmo baqueado em dólar, está comprando, neste momento, quase que 12 pesos!

O país está entrando em colapso: em um ano, o risco país mais que dobrou – de 400 para mais de 900 pontos – e já ninguém acredita que, mesmo com o semicongelamento de preços, a inflação do ano fique abaixo de 50%. Isto por enquanto.

As agências que fazem seguro de risco já consideram que o país terá de decretar moratória – chamada no mercado de default – quando estiver para vencer o crédito de emergência obtido junto ao FMI.

O Brasil e o mergulho no atraso

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Segundo The Economist, a vetusta e conservadora revista britânica, algo como mensageiro oficial do capitalismo, a China decidiu responder à guerra comercial que lhe movem os EUA aumentando os investimentos em infraestrutura, educação, ciência e tecnologia, fórmula simples e clássica de ativar a economia. Ao lado das grandes obras, aplica recursos crescentes em educação e em pesquisa básica e na formação de mão-de-obra especializada, qualificada e qualificadíssima, e na pesquisa de ponta, em áreas como cibernética, exploração espacial (já chegou ao lado escuro da Lua), e inteligência artificial. Resultado óbvio: seu PIB cresceu 6,4% no primeiro trimestre deste ano. A China é hoje a segunda maior economia do mundo, caminhando para, em menos de uma década, superar os EUA, tanto como economia, quanto em desenvolvimento científico e tecnológico, com todas as implicações daí decorrentes para a geopolítica e as estratégias de segurança e hegemonia que transitam da atual unipolaridade (herança da Guerra Fria) para uma multipolaridade cujos contornos ainda não podem ser definidos.

Mobilidade urbana piora com uberização

Por Wagner de Alcântara Aragão, no site Brasil Debate:

Já tem até meme na rede social: “Sou de Dubai: Dubairro onde o Urber cancela a viagem”. Entre os usuários também já se ouvem queixas frequentes: “Quando chove, fica mais caro”; “Para deslocamento perto, fica complicado encontrar motorista”.

Aos poucos, o povo vai se dando conta da falácia que os aplicativos de transporte, na lógica atual de seguir unicamente as leis de mercado, representam para a mobilidade urbana.

A balinha, o tratamento cortês em relação aos táxis e ônibus, nada disso mais doura a pílula. Afinal, quando mais se precisa de ubers, 99 e afins, é justamente quando mais dificuldade se tem para contar com essa opção de transporte.

Indústria revela precipício bolsonarista

Editorial do site Vermelho:

Um abismo chama outro. O axioma explica bem o declínio da indústria brasileira, que poderia estar em outra situação se o governo atuasse para libertar a vasta área de consumo que padece com a falta de renda. Sem renda, não há consumo. Sem consumo, a produção trava. Sem essa dinâmica, o desenvolvimento do país não se realiza.

No 1º bimestre do ano, 54% da indústria apresentou queda, segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). A situação mais grave é a do setor de bens intermediários (bens produzidos e utilizados na produção de outros bens), considerado o “coração” da indústria.