segunda-feira, 30 de setembro de 2019
Falácias liberais contra o Estado brasileiro
Por José Celso Cardoso Jr., no site da Fundação Maurício Grabois:
Ora, a índole liberal (mais que social!) do Estado brasileiro faz com que seja, historicamente, mais perfilado a atender os interesses do Capital e do processo de acumulação capitalista que os interesses diretos e imediatos de sua população, a grande maioria, aliás, ainda hoje distante ou alijada da cidadania efetiva e do desenvolvimento integral.
Uma vez aprovada a reforma da Previdência, o governo Bolsonaro pretende avançar para a Reforma Administrativa do setor público. Partindo de visão ideologizada e negativa acerca do peso e papel que o Estado deve ocupar e desempenhar em suas relações com os mundos econômico e social no país, os ideólogos e propagandistas dessa agenda ancoram seus dados e argumentos em conclusões falaciosas que supõem ser o Estado brasileiro:
Uma vez aprovada a reforma da Previdência, o governo Bolsonaro pretende avançar para a Reforma Administrativa do setor público. Partindo de visão ideologizada e negativa acerca do peso e papel que o Estado deve ocupar e desempenhar em suas relações com os mundos econômico e social no país, os ideólogos e propagandistas dessa agenda ancoram seus dados e argumentos em conclusões falaciosas que supõem ser o Estado brasileiro:
As urgências para além de Bolsonaro
Por Luiz Alberto Gomez de Souza, no site Vermelho:
Bolsonaro, provinciano limitado, dá pouca importância para a arena internacional. Em sua fala na ONU, suas ideias rudes, agressivas e extemporâneas sobre socialismo ou ideologia, foram rapidamente vistas pela grande imprensa internacional como a fala de um dirigente primário e grotesco. Seu texto falseou dados sobre desmatamento e sobre uma derrocada econômica evidente, com a utilização grosseira de uma índia desmascarada logo depois por sua própria comunidade. Críticos diziam, antes do discurso, que ele daria um vexame internacional. E depois, já no passado, repetiam o mesmo chavão. Aliás, vexame quando, numa assembléia da ONU que o ouviu calada, onde ninguém aparentemente se retirou, com uma parte, ainda que pequena, aplaudindo timidamente ao final? Vimos um dirigente nacional – pobre Brasil - soletrar num teleprompter com dificuldade, sem entonação, como quem está aprendendo a ler. Mostrar ao cansaço quem é Bolsonaro e repetir críticas óbvias será ficar num terreno fácil e que distrai do essencial. A imprensa internacional chamou o discurso na ONU de “calamitoso”. Isso era mais do que esperado. Ficar na discussão nesse nível é permanecer em generalidades e chover no molhado.
Lula e Mandela: revolução e democracia
Foto: Ricardo Stuckert |
Nelson Mandela esteve preso por 27 anos, primeiro na Prisão de Robben Island, depois 6 anos na Prisão de Pollmoore. Finalmente, para ser libertado, foi para o complexo de Victor Vester – de 88 a 90 – numa saudável moradia dentro daquele espaço, já assessorado por um Oficial do Exército Sul-africano. Esta última etapa do seu martírio fechou o circuito de ligações externas, comando político e negociações com o Governo racista, que estavam em ascensão desde a melhoria das suas condições carcerárias, quando Mandela foi retirado da Ilha de Robben.
Boneco de piche e o dilema sindical
Por João Guilherme Vargas Netto
Todos conhecem a história do macaquinho e do boneco de piche. De tanto querer interagir com o boneco o macaquinho acabou preso e imobilizado, além de sujo.
Algo parecido acontece hoje quando direções sindicais e assessorias qualificadas do movimento se propõem a debater alternativas futuras (inclusive a da estrutura sindical) no ambiente do GAET – Grupo Assumido de Entraves Trabalhistas.
Para ele nem fomos convidados. O governo e seus operadores, Rogério Marinho à frente, nos serviram novamente a conhecida mistura de uísque Johnnie Walker com Activia; estão nem aí.
Todos conhecem a história do macaquinho e do boneco de piche. De tanto querer interagir com o boneco o macaquinho acabou preso e imobilizado, além de sujo.
Algo parecido acontece hoje quando direções sindicais e assessorias qualificadas do movimento se propõem a debater alternativas futuras (inclusive a da estrutura sindical) no ambiente do GAET – Grupo Assumido de Entraves Trabalhistas.
Para ele nem fomos convidados. O governo e seus operadores, Rogério Marinho à frente, nos serviram novamente a conhecida mistura de uísque Johnnie Walker com Activia; estão nem aí.
domingo, 29 de setembro de 2019
Caos climático e irresponsabilidade indecente
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:
Naturalizada pelo noticiário como um risco incremental, a crise climática emite sinais de que mudou de pista transitando agora na fronteira da emergência planetária.
O alarme soou de convergentes estudos e centros de pesquisas científica, segundo os quais a progressão do aquecimento global teria rompido a barreira tolerável dos 1,5º C até o final do século.
Pior que isso.
A dinâmica ascendente tampouco exibiria acomodação no limite superior dos 2º C.
Embarcados no comboio das protelações ditadas pelas conveniências corporativas e rentistas, estaríamos avançando às cegas para a imponderável radial de um aquecimento superior a 2,5º C, em flerte explícito com os 3º C até 2100.
Naturalizada pelo noticiário como um risco incremental, a crise climática emite sinais de que mudou de pista transitando agora na fronteira da emergência planetária.
O alarme soou de convergentes estudos e centros de pesquisas científica, segundo os quais a progressão do aquecimento global teria rompido a barreira tolerável dos 1,5º C até o final do século.
Pior que isso.
A dinâmica ascendente tampouco exibiria acomodação no limite superior dos 2º C.
Embarcados no comboio das protelações ditadas pelas conveniências corporativas e rentistas, estaríamos avançando às cegas para a imponderável radial de um aquecimento superior a 2,5º C, em flerte explícito com os 3º C até 2100.
A agenda secreta de Ricardo Salles
Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:
Ricardo “Yale” Salles não para.
Mesmo condenado por adulterar um mapa ambiental para a festa de mineradoras, Mr. Yale segue em seu cargo no Ministério do Meio Ambiente com uma agenda que, se for levada a sério, pode acabar com a necessidade da existência do próprio ministério (porque não teremos mais meio ambiente, de todo modo).
Mesmo condenado por adulterar um mapa ambiental para a festa de mineradoras, Mr. Yale segue em seu cargo no Ministério do Meio Ambiente com uma agenda que, se for levada a sério, pode acabar com a necessidade da existência do próprio ministério (porque não teremos mais meio ambiente, de todo modo).
Globo faz campanha contra o STF
Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:
A Globo está em uma campanha intensa para emparedar o Supremo Tribunal Federal e manter a Lava Jato como a última instância do Poder Judiciário, o que, em última análise, representa o poder dela própria.
Para a emissora, é mais fácil manter sob controle os jovens procuradores de Curitiba do que encabrestar todos os experientes magistrados que ocupam a corte constitucional.
Na quinta-feira, foi a edição desonesta da cobertura da sessão do STF, ontem o editorial do jornal e hoje seus colunistas se empenham na tarefa de apresentar o STF como uma ameaça ao que seria o “novo Brasil”.
Qualquer semelhança com o discurso de Bolsonaro não é mera coincidência.
Para a emissora, é mais fácil manter sob controle os jovens procuradores de Curitiba do que encabrestar todos os experientes magistrados que ocupam a corte constitucional.
Na quinta-feira, foi a edição desonesta da cobertura da sessão do STF, ontem o editorial do jornal e hoje seus colunistas se empenham na tarefa de apresentar o STF como uma ameaça ao que seria o “novo Brasil”.
Qualquer semelhança com o discurso de Bolsonaro não é mera coincidência.
Lava-Jato subestimou cacife político de Lula
Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:
O ex-juiz federal e atual ministro da Justiça Sérgio Moro, o procurador Deltan Dallagnol e o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entre outros juízes e procuradores, fizeram tudo o que parecia perfeito. Aderiram a uma trama arquitetada nos Estados Unidos, que contava inclusive com apoio dos setores conservadores no Brasil, para impedir a expansão do país como potência no tabuleiro geopolítico mundial.
Bolsonaristas são poucos, mas cheios de ódio
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:
O bolsonarismo viveu dias melhores. Não faz muito tempo, ainda se pensava que fosse algo “grande”, capaz de mobilizar grandes massas. Alguns ficavam alegres, outros tristes, mas o bolsonarismo impressionava. Hoje, passados apenas oito meses desde que Bolsonaro assumiu o poder, é possível ver que as coisas não são assim. As estimativas a respeito do tamanho do bolsonarismo convergem para números modestos. As pesquisas de opinião sugerem que, ao contrário de se consolidar, ele míngua.
Regime aberto só reforça a luta de Lula
Por Bepe Damasco, em seu blog:
A progressão de regime de Lula e a anulação de todas as sentenças fraudulentas contra ele não são coisas incompatíveis.
Pelo contrário, Lula fora da cela da PF significa um reforço decisivo na luta para que o STF faça justiça, reconheça a suspeição vergonhosa de Moro, a atuação criminosa dos procuradores de Curitiba e anule os processos contra o ex-presidente.
Este debate, na minha visão, deve levar em conta os seguintes aspectos:
1- O martírio de Lula catapultou-o definitivamente à condição de herói do povo brasileiro, o que será, com certeza, reconhecido pelos historiadores do futuro. Mas, tudo na vida tem limite. Ver um homem de sua envergadura amargar a indizível injustiça de uma prisão causa profunda dor na alma de milhões de pessoas. Saindo das masmorras de Curitiba, essa dor se reverterá em avanço na luta pelo resgate da democracia no Brasil.
A progressão de regime de Lula e a anulação de todas as sentenças fraudulentas contra ele não são coisas incompatíveis.
Pelo contrário, Lula fora da cela da PF significa um reforço decisivo na luta para que o STF faça justiça, reconheça a suspeição vergonhosa de Moro, a atuação criminosa dos procuradores de Curitiba e anule os processos contra o ex-presidente.
Este debate, na minha visão, deve levar em conta os seguintes aspectos:
1- O martírio de Lula catapultou-o definitivamente à condição de herói do povo brasileiro, o que será, com certeza, reconhecido pelos historiadores do futuro. Mas, tudo na vida tem limite. Ver um homem de sua envergadura amargar a indizível injustiça de uma prisão causa profunda dor na alma de milhões de pessoas. Saindo das masmorras de Curitiba, essa dor se reverterá em avanço na luta pelo resgate da democracia no Brasil.
Não é Janot que está louco, é o Brasil
Por Fernando Brito, em seu blog:
Ora, vamos, o surto nárciso-canalho-psicótico de que foi acometido o senhor Rodrigo Janot não é um episódio isolado na vida brasileira.
É apenas uma erupção explícita do grave processo de infecção autoritária que, há anos, passou a acometer nossa sociedade, desde que as corporações judiciárias entraram em metástase, potencializada pela mídia, e passaram a pretender ser o poder supremo entre nós.
Valeram-se, para isso, do mais primário maniqueísmo, erigindo na Justiça lugar do “homens do bem” e, na política, os “do mal”.
Ora, vamos, o surto nárciso-canalho-psicótico de que foi acometido o senhor Rodrigo Janot não é um episódio isolado na vida brasileira.
É apenas uma erupção explícita do grave processo de infecção autoritária que, há anos, passou a acometer nossa sociedade, desde que as corporações judiciárias entraram em metástase, potencializada pela mídia, e passaram a pretender ser o poder supremo entre nós.
Valeram-se, para isso, do mais primário maniqueísmo, erigindo na Justiça lugar do “homens do bem” e, na política, os “do mal”.
Bolsonaro, um presidente Pré-Sapiens
Por Marcelo Zero
“De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”, já dizia o Barão de Itararé.
Contrariando as especulações da nossa imprensa de que Bolsonaro aproveitaria a vitrine global da ONU para fazer um discurso conciliador, que ao menos tentasse melhorar um pouco a péssima imagem de seu governo no mundo, o capitão usou o palco maior da busca da paz para declarar guerra à verdade, à diplomacia, à democracia, ao meio ambiente e a tudo que é civilizado.
Falando na abertura da Assembleia Geral da ONU, repleta de chefes de Estado, como se falasse para um grupo de milicianos descerebrados, o capitão proferiu um dos mais vexaminosos discursos feitos na ONU. Possivelmente, o mais vergonhoso da História. Com certeza, o mais mentiroso.
“De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo”, já dizia o Barão de Itararé.
Contrariando as especulações da nossa imprensa de que Bolsonaro aproveitaria a vitrine global da ONU para fazer um discurso conciliador, que ao menos tentasse melhorar um pouco a péssima imagem de seu governo no mundo, o capitão usou o palco maior da busca da paz para declarar guerra à verdade, à diplomacia, à democracia, ao meio ambiente e a tudo que é civilizado.
Falando na abertura da Assembleia Geral da ONU, repleta de chefes de Estado, como se falasse para um grupo de milicianos descerebrados, o capitão proferiu um dos mais vexaminosos discursos feitos na ONU. Possivelmente, o mais vergonhoso da História. Com certeza, o mais mentiroso.
sábado, 28 de setembro de 2019
Os filhos desesperados do golpe de 2016
Brasil 2014: dói e revolta pensar que, apenas cinco anos atrás, o Brasil vivia num regime de pleno emprego e era admirado e respeitado no mundo inteiro.
Muita gente se esquece disso. Naquele ano, teve início a Operação Lava Jato.
Brasil 2019: ruas inteiras em São Paulo e no Rio, as maiores cidades do país com lojas fechadas, fábricas e armazéns abandonados, filas intermináveis de brasileiros desesperados que madrugam em busca de uma vaga de emprego, calçadas tomadas por camelôs e vendedores de comida, a uberização avançando em todos os setores da economia.
Muita gente se esquece disso. Naquele ano, teve início a Operação Lava Jato.
Brasil 2019: ruas inteiras em São Paulo e no Rio, as maiores cidades do país com lojas fechadas, fábricas e armazéns abandonados, filas intermináveis de brasileiros desesperados que madrugam em busca de uma vaga de emprego, calçadas tomadas por camelôs e vendedores de comida, a uberização avançando em todos os setores da economia.
Janot e a pistolagem política e jurídica
Por Jeferson Miola, em seu blog:
Rodrigo Janot assumiu que em maio de 2017, quando chefiava a Procuradoria da República e orquestrava a organização criminosa da Lava Jato, “por muito pouco” não assassinou Gilmar Mendes com “um tiro na cara dele”.
Janot disse que depois de assassinar o ministro do STF, planejava se suicidar. Ele não esclareceu, contudo, se se suicidaria com um tiro na própria “cara” ou por qual método.
O ex-chefe da PGR disse, incrivelmente, que só não consumou o assassinato porque foi salvo pelos dedos das suas 2 mãos, que falaram mais alto que seu cérebro, porque ficaram paralisados e não conseguiram acionar o gatilho da pistola, já armado para o disparo.
Rodrigo Janot assumiu que em maio de 2017, quando chefiava a Procuradoria da República e orquestrava a organização criminosa da Lava Jato, “por muito pouco” não assassinou Gilmar Mendes com “um tiro na cara dele”.
Janot disse que depois de assassinar o ministro do STF, planejava se suicidar. Ele não esclareceu, contudo, se se suicidaria com um tiro na própria “cara” ou por qual método.
O ex-chefe da PGR disse, incrivelmente, que só não consumou o assassinato porque foi salvo pelos dedos das suas 2 mãos, que falaram mais alto que seu cérebro, porque ficaram paralisados e não conseguiram acionar o gatilho da pistola, já armado para o disparo.
Dilma rechaça depoimento mentiroso na 'Veja'
Do site da Dilma Rousseff:
A propósito da noticia publicada no Radar de Veja, sobre as acusações infundadas do senhor Renato Duque de que a ex-presidenta Dilma Rousseff teria pedido a ele que arrecadasse dinheiro para a campanha eleitoral de 2012, a Assessoria de Imprensa esclarece:
1. O senhor Renato Duque mente. Jamais manteve contato estreito ou próximo com Dilma Rousseff nem nunca tratou com ela ou qualquer assessor próximo dela de assuntos referentes à arrecadação de recursos para campanhas eleitorais.
2. O senhor Renato Duque terá de apresentar provas do que fala, caso contrário deveria ter sua delação premiada invalidada.
A propósito da noticia publicada no Radar de Veja, sobre as acusações infundadas do senhor Renato Duque de que a ex-presidenta Dilma Rousseff teria pedido a ele que arrecadasse dinheiro para a campanha eleitoral de 2012, a Assessoria de Imprensa esclarece:
1. O senhor Renato Duque mente. Jamais manteve contato estreito ou próximo com Dilma Rousseff nem nunca tratou com ela ou qualquer assessor próximo dela de assuntos referentes à arrecadação de recursos para campanhas eleitorais.
2. O senhor Renato Duque terá de apresentar provas do que fala, caso contrário deveria ter sua delação premiada invalidada.
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
Partido Novo é tão extremista como Bolsonaro
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:
Há dois anos, escrevi sobre o Novo. O partido se apresentava como um movimento espontâneo formado por engenheiros, médicos, administradores e outros profissionais liberais que tinham uma agenda ultraliberal e sonhavam com um novo jeito de fazer política no Brasil. Não era bem verdade. O Novo foi fundado por ricaços do alto escalão do mercado financeiro que concentraram fortunas graças às políticas econômicas mantidas por todos os governos. Á época, já estava claro que não se tratava de um novo partido liberal com práticas politicas inovadoras, mas mais um que entrou no jogo para manter os velhos privilégios das elites.
Jornalistas bolsonaristas saem do armário
Felipe Moura Brasil. Foto: Reprodução/YouTube |
Alguns colegas têm notado um fenômeno que exige acompanhamento: o crescimento do bolsonarismo no jornalismo.
Logo depois da eleição, os jornalistas de direita mais cuidadosos com a própria imagem se protegeram como isentões. Alguns até se afastaram de Bolsonaro como forma de sobrevivência.
Outros faziam jogo duplo, atacando Bolsonaro, mas ao mesmo tempo, em qualquer fala ou texto, sempre fazendo referências a Lula e Dilma. Bolsonaro isso, mas Lula aquilo.
Garzón critica "contaminação" da Lava-Jato
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:
Segundo Garzón, além de ser imparcial, o procedimento deve parecer imparcial. “Vivemos na sociedade da comunicação. A aparência é fundamental. As consequências podem ser mais ou menos graves. Depende do nível de contaminação.”
“Não pode haver contaminação”, diz o juiz espanhol Baltasar Garzón sobre processos judiciários, ao responder a uma pergunta sobre a atuação do agora ministro Sergio Moro na Operação Lava Jato. Na opinião do magistrado, que ponderou haver diferenças entre os sistemas dos dois países, no caso brasileiro essa contaminação existiu. Ele se referia à troca de informações entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
Segundo Garzón, além de ser imparcial, o procedimento deve parecer imparcial. “Vivemos na sociedade da comunicação. A aparência é fundamental. As consequências podem ser mais ou menos graves. Depende do nível de contaminação.”
Bolsonaro dialoga com fanáticos na ONU
Por Mamed Said Maia, no site Vermelho:
Em seu discurso na ONU, na terça-feira (24), Jair Bolsonaro adotou o mesmo espírito agressivo e beligerante com que trata seus adversários políticos no Brasil. Foi uma fala que refletiu sua anacrônica visão de mundo e que isola ainda mais o Brasil no contexto internacional.
Ao invés de se alinhar com as tendências mundiais em prol do multilateralismo e do fim das tensões globais, Bolsonaro falou para aqueles que, descolados da realidade, consideram-se em guerra com um imaginário inimigo comunista que ameaça a família e a soberania nacional.
Em seu discurso na ONU, na terça-feira (24), Jair Bolsonaro adotou o mesmo espírito agressivo e beligerante com que trata seus adversários políticos no Brasil. Foi uma fala que refletiu sua anacrônica visão de mundo e que isola ainda mais o Brasil no contexto internacional.
Ao invés de se alinhar com as tendências mundiais em prol do multilateralismo e do fim das tensões globais, Bolsonaro falou para aqueles que, descolados da realidade, consideram-se em guerra com um imaginário inimigo comunista que ameaça a família e a soberania nacional.
Trabalho informal bate recorde no Brasil
Da revista CartaCapital:
O número de trabalhadores informais no Brasil bateu recorde no trimestre encerrado em agosto. Foram 38,8 milhões de pessoas nessas condições, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira 27 pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE).
O número equivale a 41,4% dos brasileiros que se declaram ocupados. A proporção é a maior desde 2016, quando a pesquisa começou a apurar empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ. O recorde anterior era de 41,3%, registrado no trimestre encerrado em maio.
No grupo dos trabalhadores informais, estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).
O número equivale a 41,4% dos brasileiros que se declaram ocupados. A proporção é a maior desde 2016, quando a pesquisa começou a apurar empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ. O recorde anterior era de 41,3%, registrado no trimestre encerrado em maio.
No grupo dos trabalhadores informais, estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).
Supremo impõe pior derrota à Lava-Jato
Por Fernando Brito, em seu blog:
Não foi uma vitória circunstancial a que o direito de defesa obteve hoje no plenário do Supremo Tribunal Federal.
Foi sólida e deve se consumar, salvo surpresas, pelo placar de 7 a 4, quando se colher o voto do ministro Marco Aurélio Mello, na próxima sessão.
Grande parte das sentenças proferidas em julgamentos – e não só da Lava Jato – sem que a defesa dos condenados tivesse o direito de se manifestar depois daqueles que se beneficiaram da delação premiada será anulada.
Foi sólida e deve se consumar, salvo surpresas, pelo placar de 7 a 4, quando se colher o voto do ministro Marco Aurélio Mello, na próxima sessão.
Grande parte das sentenças proferidas em julgamentos – e não só da Lava Jato – sem que a defesa dos condenados tivesse o direito de se manifestar depois daqueles que se beneficiaram da delação premiada será anulada.
Os descaminhos da necropolítica no Brasil
Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:
Enquanto o mundo discute desenvolvimento sustentável com proteção ambiental e justiça social, o presidente do Brasil ataca seus fantasmas pessoais e as alucinações que lhe povoam a mente: Cuba, Venezuela, os índios, o socialismo etc.
O discurso de Bozonaro na ONU foi ideológico e dirigido a seu público interno. Confirma que ele continua na guerra fria, negando a realidade. O inimigo está em toda parte: na Universidade, nas escolas, na imprensa, nas ONGs, nos cientistas, todos eles a serviço do comunismo. Mas ele, Bozonaro, salvou o país do socialismo!
Protesto é uma coisa, resistência é outra
Por Bepe Damasco, em seu blog:
“Para que a gente seja capaz de impedir que esse governo destrua o país, a gente tem que ser capaz de passar do protesto à resistência de fato." O alerta é do cientista político Luis Felipe Miguel, em recente entrevista ao site Carta Maior.
O professor da UNB arremata: “Ela não é uma pensadora muito recomendada, porque foi líder de um grupo terrorista, mas a Ulrike Meinhof tem um textinho chamado ‘Protestar ou resistir’. Ela fala que tem um momento em que você tem que passar do protesto, que é simplesmente a verbalização de uma inconformidade, e chegar à resistência, que é a busca do impedimento de que aquilo aconteça. Estamos protestando contra as intervenções nas universidades, mas não estamos resistindo contra as intervenções nas universidades.”
“Para que a gente seja capaz de impedir que esse governo destrua o país, a gente tem que ser capaz de passar do protesto à resistência de fato." O alerta é do cientista político Luis Felipe Miguel, em recente entrevista ao site Carta Maior.
O professor da UNB arremata: “Ela não é uma pensadora muito recomendada, porque foi líder de um grupo terrorista, mas a Ulrike Meinhof tem um textinho chamado ‘Protestar ou resistir’. Ela fala que tem um momento em que você tem que passar do protesto, que é simplesmente a verbalização de uma inconformidade, e chegar à resistência, que é a busca do impedimento de que aquilo aconteça. Estamos protestando contra as intervenções nas universidades, mas não estamos resistindo contra as intervenções nas universidades.”
STF toma decisão prevista em lei desde 1941
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Se alguém está em dúvida sobre os fundamentos da decisão tomada ontem por 7 a 3 ministros do STF, que definiu a ordem das alegações finais, sugiro a leitura do artigo 403 do Código de Processo Penal, em vigor desde 1941 - ou seja, há 78 anos. Diz o texto, publicado quando nenhum dos atuais ministros sequer havia nascido:
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Sobre iPhone11, tecnologia e 'fim do trabalho'
Por Vijay Prashad, no site Outras Palavras:
Um relatório recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra: há agora 3,5 bilhões de trabalhadores no mundo. Nunca o número foi tão vasto. A conversa sobre “o fim dos trabalhadores” é prematura, quando confrontada com o peso desses dados.
A OIT reporta que a maior parte desses 3,5 bilhões de trabalhadores “enfrentam ausência de bem-estar material, segurança econômica, igualdade de oportunidades ou possibilidade de desenvolvimento humano. Estar empregado nem sempre garante uma vida decente. Muitos trabalhadores precisam aceitar trabalhos pouco atraentes, normalmente informais (é o chamado trabalho flexível) e caracterizados por baixa remuneração, além da acesso escasso ou inexistente a proteção social e direitos trabalhistas”. Embora metade da força de trabalho mundial seja composta por empregados assalariados, dois milhões de trabalhadores (61% do total) estão no setor informal.
A OIT reporta que a maior parte desses 3,5 bilhões de trabalhadores “enfrentam ausência de bem-estar material, segurança econômica, igualdade de oportunidades ou possibilidade de desenvolvimento humano. Estar empregado nem sempre garante uma vida decente. Muitos trabalhadores precisam aceitar trabalhos pouco atraentes, normalmente informais (é o chamado trabalho flexível) e caracterizados por baixa remuneração, além da acesso escasso ou inexistente a proteção social e direitos trabalhistas”. Embora metade da força de trabalho mundial seja composta por empregados assalariados, dois milhões de trabalhadores (61% do total) estão no setor informal.
CTPS digital é o fim da "carteira assinada"
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
Lembro vagamente que a repartição onde se solicitava a carteira era na avenida Sete, no centro de Salvador. No retrato 3 X 4 em preto e branco tirado no lambe-lambe, o cabelinho curto e a cara de menina recém-saída da infância. Eu tinha acabado de fazer 18 anos, estava na faculdade de jornalismo da UFBA e saí de lá com a carteirinha azul na mão, orgulhosa e confiante de, quem sabe, descolar algum trabalho fixo. Tirar a Carteira de Trabalho e Previdência Social era como conquistar um sonho de futuro, era sinônimo de independência financeira, de poder morar sozinha, de liberdade…
Bolsonaro faz papel de gandula de Trump
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Em tempo (às 18h30): “Câmara dos EUA anuncia processo de impeachment contra Trump” (agora, no UOL). Mais uma do pé-frio… Por isso, o chefe dele estava tão de farol baixo hoje na ONU, com o topete caindo na testa…
***
Jair Bolsonaro entrou e saiu da ONU do mesmo tamanho que entrou: um nanico folclórico que assusta o mundo pelas besteiras que fala e faz.
Durante meia hora, com dificuldades para ler o teleprompter, fez o Brasil passar a maior vergonha depois do vexame dos 7 a 1 para a Alemanha.
Bolsonaro divulga fake news na ONU
Por Ronnie Aldrin Silva, no site da Fundação Perseu Abramo:
Bolsonaro discursou na Assembleia Geral da ONU na manhã desta terça (24) e fez uso de um arsenal de fake news para tentar melhorar a atual imagem internacional brasileira. Ele iniciou falando que o Programa Mais Médicos contava com dez mil trabalhadores escravos cubanos respaldados pela ONU e que Cuba enviou, há poucas décadas, vários agentes para implantar uma ditadura nos demais países americanos.
Bolsonaro discursou na Assembleia Geral da ONU na manhã desta terça (24) e fez uso de um arsenal de fake news para tentar melhorar a atual imagem internacional brasileira. Ele iniciou falando que o Programa Mais Médicos contava com dez mil trabalhadores escravos cubanos respaldados pela ONU e que Cuba enviou, há poucas décadas, vários agentes para implantar uma ditadura nos demais países americanos.
A primavera política não nasce em setembro
Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:
Neste cenário atribulado em que os brasileiros se deparam espantados todo os dias com notícias desconcertantes, enfrentamos uma derrota profunda em que os nossos inimigos nos atacam com espantosa rapidez, extrema força e munidos com a capacidade de promover desmontes simultâneos.
Todo esse processo está aí, a nos desafiar, exigindo das forças de esquerda um esforço de análise mais árduo do que aquele realizado pelas gerações anteriores.
Nestas condições, como a ação das forças de esquerda pode deixar de ser apenas um mero amontoado de reclamações e iniciativas dispersas, sem teoria nem fidelidade a uma estratégia de poder?
Todo esse processo está aí, a nos desafiar, exigindo das forças de esquerda um esforço de análise mais árduo do que aquele realizado pelas gerações anteriores.
Nestas condições, como a ação das forças de esquerda pode deixar de ser apenas um mero amontoado de reclamações e iniciativas dispersas, sem teoria nem fidelidade a uma estratégia de poder?
ComunicaSul na Argentina, Bolívia e Uruguai
Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
Articulação iniciada em 2012, o ComunicaSul é um coletivo de comunicação colaborativa formado por jornalistas da mídia alternativa brasileira com a missão de romper o bloqueio informativo sobre grandes eventos políticos do continente. No currículo, o ComunicaSul conta com a cobertura de vitórias eleitorais de Hugo Chávez (2012), Nicolás Maduro (2013), Rafael Correa (2013) e Evo Morales (2014), além de diversas lutas políticas e sociais na Argentina, Paraguai, Guatemala e Honduras.
Articulação iniciada em 2012, o ComunicaSul é um coletivo de comunicação colaborativa formado por jornalistas da mídia alternativa brasileira com a missão de romper o bloqueio informativo sobre grandes eventos políticos do continente. No currículo, o ComunicaSul conta com a cobertura de vitórias eleitorais de Hugo Chávez (2012), Nicolás Maduro (2013), Rafael Correa (2013) e Evo Morales (2014), além de diversas lutas políticas e sociais na Argentina, Paraguai, Guatemala e Honduras.
Região Sul começa a abandonar Bolsonaro
Por Altamiro Borges
No segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de outubro do ano passado, o “capetão” Jair Bolsonaro deu uma surra nas urnas na região Sul do país: 68,4% dos votos no Paraná; 75,9% em Santa Catarina; e 63,2% no Rio Grande do Sul. Por inúmeras razões, o neofascismo cativou o eleitorado sulista com o seu falso discurso contra a corrupção e com seus preconceitos racistas, machistas, homofóbicos e outros. Essa sedução, porém, começa a refluir – para desespero do presidente demagogo e psicopata. O principal dado da pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (25) é o que revela a acentuada queda de popularidade de Jair Bolsonaro nestes três estados estratégicos.
No segundo turno das eleições presidenciais, em 28 de outubro do ano passado, o “capetão” Jair Bolsonaro deu uma surra nas urnas na região Sul do país: 68,4% dos votos no Paraná; 75,9% em Santa Catarina; e 63,2% no Rio Grande do Sul. Por inúmeras razões, o neofascismo cativou o eleitorado sulista com o seu falso discurso contra a corrupção e com seus preconceitos racistas, machistas, homofóbicos e outros. Essa sedução, porém, começa a refluir – para desespero do presidente demagogo e psicopata. O principal dado da pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (25) é o que revela a acentuada queda de popularidade de Jair Bolsonaro nestes três estados estratégicos.
quarta-feira, 25 de setembro de 2019
Bolsonaro vai à guerra com o mundo
Por Fernando Brito, em seu blog:
Errei, na companhia de todas pessoas de bom-senso, na avaliação do que seria o discurso de Jair Bolsonaro na ONU.
Ele deixou de lado qualquer prudência e ensarilhou armas contra a opinião pública mundial.
Tratou a assembleia das Nações Unidas como se fosse um bando de minions dispostos a aplaudir sua verborragia de extrema-direita.
Disse que nós vivíamos num regime muito próximo a uma “ditadura socialista”.
Que a Floresta Amazônica está intocada.
Que a ideologia “invadiu a alma humana para expulsar Deus”.
Errei, na companhia de todas pessoas de bom-senso, na avaliação do que seria o discurso de Jair Bolsonaro na ONU.
Ele deixou de lado qualquer prudência e ensarilhou armas contra a opinião pública mundial.
Tratou a assembleia das Nações Unidas como se fosse um bando de minions dispostos a aplaudir sua verborragia de extrema-direita.
Disse que nós vivíamos num regime muito próximo a uma “ditadura socialista”.
Que a Floresta Amazônica está intocada.
Que a ideologia “invadiu a alma humana para expulsar Deus”.
Na ONU, Bolsonaro passa recibo como imbecil
Por Jeferson Miola, em seu blog:
O discurso do Bolsonaro na ONU é um primoroso cartão de visita. Bolsonaro se apresentou autenticamente como é: uma genuína Aberração [aqui].
O mundo inteiro conheceu, de viva voz e em corpo presente, quem é o imbecil delirante que foi alçado ao mais alto posto de mando do Brasil por meio da farsa eleitoral planejada pela Lava Jato.
Os trechos do discurso, adiante relacionados, dão a exata noção da vergonha a que o Brasil foi exposto desde a mais alta tribuna das Nações Unidas neste 24 de setembro de 2019.
Bolsonaro proclamou o “novo Brasil”, livre do socialismo [sic]:
O discurso do Bolsonaro na ONU é um primoroso cartão de visita. Bolsonaro se apresentou autenticamente como é: uma genuína Aberração [aqui].
O mundo inteiro conheceu, de viva voz e em corpo presente, quem é o imbecil delirante que foi alçado ao mais alto posto de mando do Brasil por meio da farsa eleitoral planejada pela Lava Jato.
Os trechos do discurso, adiante relacionados, dão a exata noção da vergonha a que o Brasil foi exposto desde a mais alta tribuna das Nações Unidas neste 24 de setembro de 2019.
Bolsonaro proclamou o “novo Brasil”, livre do socialismo [sic]:
Triste página da política externa brasileira
Editorial do site Vermelho:
Um discurso que não fugiu à expectativa. Jair Bolsonaro abriu a 74º Assembleia-Geral da Organização das nações Unidas (ONU) demarcando a posição do governo brasileiro nos estreitos parâmetros da ideologia da extrema direita.
Não economizou agressividade e adjetivações para atacar os inimigos preferenciais de sempre — os progressistas, democratas, patriotas e ambientalistas. O tom beligerante, de confrontação e de forte carga ideológica se distancia da tradição diplomática brasileira, bem como o caráter de alinhamento a outra potência, neste caso aos EUA.
Um discurso que não fugiu à expectativa. Jair Bolsonaro abriu a 74º Assembleia-Geral da Organização das nações Unidas (ONU) demarcando a posição do governo brasileiro nos estreitos parâmetros da ideologia da extrema direita.
Não economizou agressividade e adjetivações para atacar os inimigos preferenciais de sempre — os progressistas, democratas, patriotas e ambientalistas. O tom beligerante, de confrontação e de forte carga ideológica se distancia da tradição diplomática brasileira, bem como o caráter de alinhamento a outra potência, neste caso aos EUA.
Os pobres e o voto como guilhotina
O assassinato da menina Ághata, de oito anos, pela polícia do governador genocida do Rio, somado às 1.246 execuções praticadas pelas forças de segurança do estado só no primeiro semestre de 2019 (mais de 80% das vítimas eram jovens, negros e moradores de favelas), fizeram com que nas redes sociais muitos alertassem para as consequências da opção eleitoral das pessoas.
Nas zonas eleitorais em torno do Complexo do Alemão (local onde Ághata foi alvejada por um tiro de fuzil nas costas), nos bairros da Penha, Olaria, Ramos, Bonsucesso e adjacências, Witzel e Bolsonaro foram os mais votados, com larga vantagem sobre os adversários.
Projeto de Moro e o assassinato de Ágatha
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Sabemos que a impunidade garantida por antecipação foi o estímulo que apertou o gatilho que assassinou Agatha Felix, 8 anos, apenas mais uma vítima numa Estado onde cinco civis são mortos por dia em confrontos com a polícia.
Nem todas as vítimas da violência policial tem o sorriso inocente que Agatha deixou a posteridade de um Brasil que se nega a fazer justiça aos mais fracos e mais pobres.
Mas a execução brutal de inocentes é a prova definitiva da deformação de uma força policial, com integrantes convencidos de que jamais serão chamadas a prestar contas de seus atos - e terão direito a suprema indecência de contar com autoridades prontas a garantir proteção e apagar suas responsabilidades, como já se via momentos depois da morte de Agatha.
Sabemos que a impunidade garantida por antecipação foi o estímulo que apertou o gatilho que assassinou Agatha Felix, 8 anos, apenas mais uma vítima numa Estado onde cinco civis são mortos por dia em confrontos com a polícia.
Nem todas as vítimas da violência policial tem o sorriso inocente que Agatha deixou a posteridade de um Brasil que se nega a fazer justiça aos mais fracos e mais pobres.
Mas a execução brutal de inocentes é a prova definitiva da deformação de uma força policial, com integrantes convencidos de que jamais serão chamadas a prestar contas de seus atos - e terão direito a suprema indecência de contar com autoridades prontas a garantir proteção e apagar suas responsabilidades, como já se via momentos depois da morte de Agatha.
O sindicalismo devia valorizar o SUS
Por João Guilherme Vargas Netto
Um dos maiores erros estratégicos do novo sindicalismo brasileiro foi o de subestimar o sistema público de saúde, mesmo antes da instituição do SUS (artigo 196 da Constituição) na qual não teve participação efetiva.
Até a Constituição e o SUS o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos trabalhadores vinculados à Previdência Social com as ineficiências de praxe; não era universal.
Na década dos anos 80 com a estratégia do novo sindicalismo de negociar diretamente com o patronato e desprezar o poder público e o Estado passou a fazer parte dos acordos e convenções coletivas a cláusula do plano de saúde empresarial privado logo generalizada, como modernidade, para todo o movimento sindical mesmo na contramão do que se discutia e se projetava na Constituinte.
Um dos maiores erros estratégicos do novo sindicalismo brasileiro foi o de subestimar o sistema público de saúde, mesmo antes da instituição do SUS (artigo 196 da Constituição) na qual não teve participação efetiva.
Até a Constituição e o SUS o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos trabalhadores vinculados à Previdência Social com as ineficiências de praxe; não era universal.
Na década dos anos 80 com a estratégia do novo sindicalismo de negociar diretamente com o patronato e desprezar o poder público e o Estado passou a fazer parte dos acordos e convenções coletivas a cláusula do plano de saúde empresarial privado logo generalizada, como modernidade, para todo o movimento sindical mesmo na contramão do que se discutia e se projetava na Constituinte.
terça-feira, 24 de setembro de 2019
Bolsonaro na ONU: ódio, mentiras e calúnias
Por Umberto Martins, no site da CTB:
O discurso de Jair Bolsonaro na abertura da assembleia da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (24), não surpreendeu nem fugiu à regra. Como era de se esperar, foi temperado com ódio, mentiras e infâmias.
As mentiras
Numa referência aos governos Lula e Dilma (que foi deposta por um golpe de Estado em 2016, como admitiu recentemente o próprio Michel Temer), o líder da extrema direita brasileira afirmou que, quando chegou ao Palácio do Planalto, o “Brasil estava à beira do socialismo” e sob orientação do Foro de São Paulo, que caracterizou como uma “organização criminosa, criada por Fidel Castro, Lula e Chávez, para difundir e implementar o socialismo na América Latina”.
As mentiras
Numa referência aos governos Lula e Dilma (que foi deposta por um golpe de Estado em 2016, como admitiu recentemente o próprio Michel Temer), o líder da extrema direita brasileira afirmou que, quando chegou ao Palácio do Planalto, o “Brasil estava à beira do socialismo” e sob orientação do Foro de São Paulo, que caracterizou como uma “organização criminosa, criada por Fidel Castro, Lula e Chávez, para difundir e implementar o socialismo na América Latina”.
Imprensa mundial critica Bolsonaro na ONU
Por Olímpio Cruz, no site PT no Senado:
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas provocou reações de correspondentes estrangeiros e recebeu cobertura reativa da imprensa internacional, chamada de mentirosa pelo líder brasileiro, apresentado como de extrema-direita por vários veículos. As negativas de Bolsonaro sobre a crise amazônica receberam amplo destaque, por conta das fotos de satélite, inclusive da Nasa, que registraram o aumento dos incêndios e desmatamento nos últimos dois meses no Brasil.
As digitais das Forças Armadas
Por Roberto Amaral, em seu blog:
Em país cujo presidente, militar, governando com militares, é notório desafeto da democracia, exalta ditadores e ditaduras e entroniza no pódio de herói nacional um torturador; quando um filho desse presidente, com mandato parlamentar, anuncia que bastam um cabo, dois soldados e um jipe para fechar o Congresso e o STF, e um outro rebento, conselheiro in pectore do presidente, declara que na democracia as reformas não se fazem na velocidade de seu desejo, devem ser bem recebidas as declarações do general Mourão, vice-presidente da República segundo as quais não haveria, no Brasil de hoje, qualquer ameaça de golpe militar. Diz-nos: “Vocês precisam entender que, em determinados momentos da História, isso funcionou [intervenções militares]. Hoje, não funciona mais. O Brasil é muito complexo, uma sociedade complexa. Não é assim, ‘pô’, manda ligar o motor, fecha o Congresso, fecha isso, fecha aquilo, e muda tudo” (Correio Braziliense, 15/09/2019).
Em país cujo presidente, militar, governando com militares, é notório desafeto da democracia, exalta ditadores e ditaduras e entroniza no pódio de herói nacional um torturador; quando um filho desse presidente, com mandato parlamentar, anuncia que bastam um cabo, dois soldados e um jipe para fechar o Congresso e o STF, e um outro rebento, conselheiro in pectore do presidente, declara que na democracia as reformas não se fazem na velocidade de seu desejo, devem ser bem recebidas as declarações do general Mourão, vice-presidente da República segundo as quais não haveria, no Brasil de hoje, qualquer ameaça de golpe militar. Diz-nos: “Vocês precisam entender que, em determinados momentos da História, isso funcionou [intervenções militares]. Hoje, não funciona mais. O Brasil é muito complexo, uma sociedade complexa. Não é assim, ‘pô’, manda ligar o motor, fecha o Congresso, fecha isso, fecha aquilo, e muda tudo” (Correio Braziliense, 15/09/2019).
A batata de Bolsonaro está no forno?
Por Tereza Cruvinel
“Parece que colocaram tranquilizante na água do nosso povo”, disse há poucos dias a bem vivida Elza Soares, filha dileta do povo.
Falava ela, é claro, da ausência de reação popular à altura do grande desastre que vem sendo o governo Bolsonaro.
Falo dessa pasmaceira intrigante com o ex-senador Lindbergh Farias e ele diz: “O que vai desatar a situação, como sempre, é a economia. Bolsonaro e Guedes já fracassaram. Agora é só uma questão de tempo”. Ele acha que as manifestações do dia 03 de outubro podem ser as maiores já chamadas pela oposição desde a posse de Bolsonaro.
“Parece que colocaram tranquilizante na água do nosso povo”, disse há poucos dias a bem vivida Elza Soares, filha dileta do povo.
Falava ela, é claro, da ausência de reação popular à altura do grande desastre que vem sendo o governo Bolsonaro.
Falo dessa pasmaceira intrigante com o ex-senador Lindbergh Farias e ele diz: “O que vai desatar a situação, como sempre, é a economia. Bolsonaro e Guedes já fracassaram. Agora é só uma questão de tempo”. Ele acha que as manifestações do dia 03 de outubro podem ser as maiores já chamadas pela oposição desde a posse de Bolsonaro.
Mídia esconde jornada por Lula Livre
Por Altamiro Borges
No último sábado (21), no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, cerca de 300 representantes de 80 organizações sociais e políticas de todo o país participaram da “Plenária Nacional Lula Livre”. O encontro serviu para fazer um balanço das ações desenvolvidas até agora e para definir os próximos passos da luta pela libertação do ex-presidente. O primeiro ponto da pauta reforçou a ideia de que a mídia hegemônica é uma das maiores responsáveis pela prisão política mais importante do mundo na atualidade.
No último sábado (21), no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, cerca de 300 representantes de 80 organizações sociais e políticas de todo o país participaram da “Plenária Nacional Lula Livre”. O encontro serviu para fazer um balanço das ações desenvolvidas até agora e para definir os próximos passos da luta pela libertação do ex-presidente. O primeiro ponto da pauta reforçou a ideia de que a mídia hegemônica é uma das maiores responsáveis pela prisão política mais importante do mundo na atualidade.
DCI morre; a primeira vítima de Bolsonaro
Por Altamiro Borges
Deixou de circular nesta segunda-feira (23) o Diário do Comércio, Indústria e Serviços (DCI), um dos jornais mais antigos da história do país. Fundado em 1934, o veículo era dedicado ao mundo dos negócios e empregava 29 profissionais. Estes foram informados sobre a extinção pela controladora Sol Panamby, empresa ligada à família do ex-governador Orestes Quércia. Vários fatores pesaram no fechamento – como a explosão da internet, erros gerenciais e a prolongada crise econômica do país. Mas também influiu a decisão do vingativo Jair Bolsonaro de asfixiar a imprensa. Dá para dizer que o DCI é a primeira vítima fatal do governante fascista na mídia nativa.
Deixou de circular nesta segunda-feira (23) o Diário do Comércio, Indústria e Serviços (DCI), um dos jornais mais antigos da história do país. Fundado em 1934, o veículo era dedicado ao mundo dos negócios e empregava 29 profissionais. Estes foram informados sobre a extinção pela controladora Sol Panamby, empresa ligada à família do ex-governador Orestes Quércia. Vários fatores pesaram no fechamento – como a explosão da internet, erros gerenciais e a prolongada crise econômica do país. Mas também influiu a decisão do vingativo Jair Bolsonaro de asfixiar a imprensa. Dá para dizer que o DCI é a primeira vítima fatal do governante fascista na mídia nativa.
segunda-feira, 23 de setembro de 2019
Huck entra no lotado caldeirão da direita
Por Fernando Brito, em seu blog:
A Folha noticia que o apresentador Luciano Huck “intensificou sua movimentação política nos últimos meses, em sinal de que a candidatura [à Presidência] é uma vontade mais viva do que nunca.”
Pode ser verdade, pode ser mentira, como lhe convém manter por enquanto.
Até agora, aparentemente quer o papel de “Fernando Henrique de auditório”, o de liberal com tinturas sociais, como dizia o pavão-tucano, com um caminhão de prêmios do sabão em pó.
O problema é que o caldeirão onde se cozinham as candidaturas da direita está parecendo piscina de clube em dia de sol.
A Folha noticia que o apresentador Luciano Huck “intensificou sua movimentação política nos últimos meses, em sinal de que a candidatura [à Presidência] é uma vontade mais viva do que nunca.”
Pode ser verdade, pode ser mentira, como lhe convém manter por enquanto.
Até agora, aparentemente quer o papel de “Fernando Henrique de auditório”, o de liberal com tinturas sociais, como dizia o pavão-tucano, com um caminhão de prêmios do sabão em pó.
O problema é que o caldeirão onde se cozinham as candidaturas da direita está parecendo piscina de clube em dia de sol.
Já é hora de pensar no pós-Bolsonaro
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Mais dia, menos dia, esse desgoverno assassino acaba.
E depois? O que será do Brasil?
Quase todo mundo já percebeu que o governo já não reúne a menor condição política, econômica, social, moral e mental de conduzir o país até 2022.
Está na hora de começarmos a pensar em como organizar o país sobre os escombros do período Bolsonaro.
Muita gente já está fazendo isso nos diferentes movimentos sociais da sociedade civil, que volta a se mobilizar em defesa da democracia.
Mais dia, menos dia, esse desgoverno assassino acaba.
E depois? O que será do Brasil?
Quase todo mundo já percebeu que o governo já não reúne a menor condição política, econômica, social, moral e mental de conduzir o país até 2022.
Está na hora de começarmos a pensar em como organizar o país sobre os escombros do período Bolsonaro.
Muita gente já está fazendo isso nos diferentes movimentos sociais da sociedade civil, que volta a se mobilizar em defesa da democracia.
Austeridade, desemprego e suicídios
Por Bruno Chapadeiro, no site Vermelho:
A História mostra que, com medidas de austeridade e crescentes taxas de desemprego estrutural, a miséria e a desigualdade social tendem a se agravar. Isso resulta, dentre outras mazelas, na elevação das taxas de suicídios. Seria um recurso sistêmico e (in)consequente de uma política higienista de “eliminação dos indesejáveis” – a redução dos extratos saturados do exército industrial de reserva e/ou do lumpemproletariado? Seria o suicídio “não um ato livre, mas ideológico”?
A História mostra que, com medidas de austeridade e crescentes taxas de desemprego estrutural, a miséria e a desigualdade social tendem a se agravar. Isso resulta, dentre outras mazelas, na elevação das taxas de suicídios. Seria um recurso sistêmico e (in)consequente de uma política higienista de “eliminação dos indesejáveis” – a redução dos extratos saturados do exército industrial de reserva e/ou do lumpemproletariado? Seria o suicídio “não um ato livre, mas ideológico”?
Globo e 'grande' mídia fogem de Lula
Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:
Lula já falou para a BBC inglesa, para a alemã Der Spiegel, para o francês Le Monde, para o espanhol El Pais, para o argentino Página-12, entre outros. Sua primeira entrevista depois da prisão, em abril deste ano, concedida ao El Pais e à Folha de S.Paulo repercutiu pelo mundo. Foi notícia, por exemplo, no The Guardian, do Reino Unido; no francês Le Figaro; na agência russa Sputinik; no New York Times, no Washington Post e até na conservadora Fox TV dos Estados Unidos.
A fila para entrevistar Lula é cada vez maior. Jornais, revistas, emissoras de rádio e sites noticiosos de várias partes do mundo querem ouvir o ex-presidente. Sabem que ele é um dos mais importantes políticos de alcance global, mesmo preso.
Lula já falou para a BBC inglesa, para a alemã Der Spiegel, para o francês Le Monde, para o espanhol El Pais, para o argentino Página-12, entre outros. Sua primeira entrevista depois da prisão, em abril deste ano, concedida ao El Pais e à Folha de S.Paulo repercutiu pelo mundo. Foi notícia, por exemplo, no The Guardian, do Reino Unido; no francês Le Figaro; na agência russa Sputinik; no New York Times, no Washington Post e até na conservadora Fox TV dos Estados Unidos.
A estética mórbida do bolsonarismo
Por Serge Katz, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Qualquer um que tenha ligado a televisão ou acessado a internet nos últimos meses percebeu que o presidente Jair Bolsonaro faz uso de uma iconografia degradante ou mórbida. Pensemos, por exemplo, na exposição recorrente do presidente em situações críticas e de aparente fragilidade, e aceitemos o convite que ela nos faz a uma reflexão sobre o significado dessa forma de comunicação.
Witzel dá pulos na poça de sangue de crianças
Por Renato Rovai, em seu blog:
Facínora é aquele que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. Há muitos facínoras entre nós. Alguns assumidos. Outros que exercem sua perversidade de forma dissimulada. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que era juiz antes de se eleger (vejam o nível de certa parte do judiciário brasileiro), é um daqueles que usa sua crueldade como produto. Que publiciza a crueldade como os piores ditadores e canalhas da história mundial. Um pouco como faziam Hitler e Pinochet.
Facínora é aquele que executa um crime com crueldade ou perversidade acentuada. Há muitos facínoras entre nós. Alguns assumidos. Outros que exercem sua perversidade de forma dissimulada. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que era juiz antes de se eleger (vejam o nível de certa parte do judiciário brasileiro), é um daqueles que usa sua crueldade como produto. Que publiciza a crueldade como os piores ditadores e canalhas da história mundial. Um pouco como faziam Hitler e Pinochet.
Uma autópsia da ascensão do bolsonarismo
Por Victor Saavedra, no site Carta Maior:
Os resultados da última eleição trouxeram à tona a idiossincrasia retrógrada na sociedade brasileira, uma característica que, desde o fim da ditadura, se manteve de certa forma oculta dentro de muitos dos mais de 57 milhões de brasileiros que não duvidaram na hora de entregar o país à única alternativa à volta do PT à presidência durante o segundo turno das eleições presidenciais.
Os resultados da última eleição trouxeram à tona a idiossincrasia retrógrada na sociedade brasileira, uma característica que, desde o fim da ditadura, se manteve de certa forma oculta dentro de muitos dos mais de 57 milhões de brasileiros que não duvidaram na hora de entregar o país à única alternativa à volta do PT à presidência durante o segundo turno das eleições presidenciais.