quinta-feira, 31 de outubro de 2019
Radicalização e o risco de golpe em marcha
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Eu começava a escrever que, por tudo que já aprendemos sobre o bolsonarismo, o caso do porteiro devia adubar a radicalização política de Bolsonaro e seu clã. Tendo dito em depoimento que um dos supostos assassinos de Mariele deu a casa de Bolsonaro como destino, ao visitar o condomínio em que se reuniu com suposto comparsa no dia do crime, foi desmentido pelos registros de chamada e voz da portaria. Bolsonaro deu seu show, atiçando as bases, e a TV Globo ficou vulnerável. Mal comecei a escrever, vejo na tela a última ameaça de perpetração de um golpe, com Eduardo Bolsonaro avisando que se a esquerda radicalizar pode haver um novo AI-5. Repito a pergunta de meu último artigo: quem vai deter Bolsonaro?
"Eduardo Bolsonaro é um doente"
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:
“Eduardo Bolsonaro é um doente. Eu não levo a sério. Não pode ser levado a sério. Mal entende de fritar hambúrguer”, diz o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, sobre a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendendo “um novo AI-5” para combater a esquerda. “Mas, realmente, isso não é uma coisa gratuita. É um atentado à democracia. O ideal seria que o procurador-geral da República (Augusto Aras) tomasse providência. Mas, com Aras, que faz tudo o que Bolsonaro manda, é difícil”, acrescenta Aragão.
Onde está Moro diante do “volta AI-5”?
Por Fernando Brito, em seu blog:
É estrondoso o silêncio de Sergio Moro sobre a declaração do filho presidencial de que poderia haver uma volta do AI-5 se houvesse radicalização política no Brasil.
Não se ouviu ou leu uma palavra de Sua Excelência, mesmo depois do pai do filho dizer que não adiantava “sonhar” com a medida autoritária.
Está esperando uma “autorização formal” do presidente para abrir a boca?
A gente sabe que tipo de mascote é tão submisso que fica sentado e quieto até que o mestre autorize-o a se mover.
É estrondoso o silêncio de Sergio Moro sobre a declaração do filho presidencial de que poderia haver uma volta do AI-5 se houvesse radicalização política no Brasil.
Não se ouviu ou leu uma palavra de Sua Excelência, mesmo depois do pai do filho dizer que não adiantava “sonhar” com a medida autoritária.
Está esperando uma “autorização formal” do presidente para abrir a boca?
A gente sabe que tipo de mascote é tão submisso que fica sentado e quieto até que o mestre autorize-o a se mover.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Moro virou refém da família Bolsonaro
Por Leandro Fortes
O principal rescaldo do ataque de pânico de Jair Bolsonaro, na madrugada saudita, é que os canhões da República estão sendo voltados, um a um, para a cabeça de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra. Trata-se de um curioso habitat onde convivem, em rara harmonia, milicianos assassinos e a família do presidente da República.
Conforme notícia veiculada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, o tal porteiro, por ora, anônimo, foi à Polícia Civil do Rio de Janeiro depor no caso do duplo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, e disse o seguinte, em resumo:
Conforme notícia veiculada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, o tal porteiro, por ora, anônimo, foi à Polícia Civil do Rio de Janeiro depor no caso do duplo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, e disse o seguinte, em resumo:
Eleições e revoltas enfrentam neoliberalismo
Editorial do site Vermelho:
As reviravoltas que começam a se configurar na vizinhança do Brasil têm causas bem definidas. Essa mescla de vitórias progressistas nas eleições na Bolívia e na Argentina, e a possibilidade de acontecer também no Uruguai, com vigorosas manifestações populares como as do Chile e do Equador resulta de dois fatores básicos e fundamentais.
As reviravoltas que começam a se configurar na vizinhança do Brasil têm causas bem definidas. Essa mescla de vitórias progressistas nas eleições na Bolívia e na Argentina, e a possibilidade de acontecer também no Uruguai, com vigorosas manifestações populares como as do Chile e do Equador resulta de dois fatores básicos e fundamentais.
Como iludir falando verdades
Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:
Entre os segundos trimestres de 2018 e 2019 foram criadas 2,4 milhões de vagas de empregos no Brasil.
Fato.
Dos empregados nessas vagas, 37,2% trabalham menos do que gostariam e do que precisam para sobreviver com um mínimo de dignidade (os denominados “subocupados”).
Outro fato.
Entre os segundos trimestres de 2018 e 2019 foram criadas 2,4 milhões de vagas de empregos no Brasil.
Fato.
Dos empregados nessas vagas, 37,2% trabalham menos do que gostariam e do que precisam para sobreviver com um mínimo de dignidade (os denominados “subocupados”).
Outro fato.
Os 23 minutos que abalaram a República
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Eu vi, ninguém me contou.
Desta vez, não era fake news, nem vídeo postado pelo 02.
Era o próprio, falando numa live assustadora, direto de Riad, já alta madrugada na Arábia Saudita.
Às 10 da noite daqui, alertado pela minha sobrinha Renata Kotscho Velloso, fui direto ao Face do capitão para ver com meus próprios olhos.
Renatinha, que mora nos Estados Unidos, não perde uma live do capitão às quintas-feiras, mas agora era uma edição extra, como aqueles plantões da Globo.
Desta vez, não era fake news, nem vídeo postado pelo 02.
Era o próprio, falando numa live assustadora, direto de Riad, já alta madrugada na Arábia Saudita.
Às 10 da noite daqui, alertado pela minha sobrinha Renata Kotscho Velloso, fui direto ao Face do capitão para ver com meus próprios olhos.
Renatinha, que mora nos Estados Unidos, não perde uma live do capitão às quintas-feiras, mas agora era uma edição extra, como aqueles plantões da Globo.
O Chile e sua encruzilhada histórica
Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:
O sangue continua a jorrar nas ruas das principais cidades do Chile. Dezenas de mortos, milhares de feridos e centenas de pessoas presas, outras tantas torturadas e desaparecidas e a maioria dessas vítimas são de jovens trabalhadores e estudantes. Esse é o terrível saldo até agora contabilizado por organizações de direitos humanos que apontam as forças de segurança do governo de Sebastián Piñera como responsáveis por essa atrocidade.
Não à censura do governo Bolsonaro!
Por Benedita da Silva, na revista Teoria e Debate:
O golpe de Estado de 2016 trouxe de volta a censura, ainda que de forma velada. Mas o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff representou a antessala da ascensão à presidência da República do neofascista Bolsonaro e com ele da censura finalmente assumida.
A diferença principal entre um liberal e um fascista é que o primeiro restringe os direitos do povo de forma velada, nas entrelinhas da política, enquanto o segundo o faz abertamente, como política de Estado.
Como ocorre em qualquer lei, na Constituição ainda é mais explícita a influência direta dos conflitos políticos e sociais, a chamada correlação de forças. Por trás de cada direito democrático e popular da Constituição vemos o dedo da mobilização popular.
O golpe de Estado de 2016 trouxe de volta a censura, ainda que de forma velada. Mas o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff representou a antessala da ascensão à presidência da República do neofascista Bolsonaro e com ele da censura finalmente assumida.
A diferença principal entre um liberal e um fascista é que o primeiro restringe os direitos do povo de forma velada, nas entrelinhas da política, enquanto o segundo o faz abertamente, como política de Estado.
Como ocorre em qualquer lei, na Constituição ainda é mais explícita a influência direta dos conflitos políticos e sociais, a chamada correlação de forças. Por trás de cada direito democrático e popular da Constituição vemos o dedo da mobilização popular.
Visão crítica das políticas de austeridade
Por André Luis Campedelli, no site Brasil Debate:
Com coordenação de Antônio Correa de Lacerda, será lançado no dia 4 de dezembro o livro “O mito da austeridade”, pela Editora Contracorrente. Com textos do próprio coordenador, de Ladislau Dowbor, André Paiva Ramos, Mariana Ribeiro Jansen Ferreira e também de minha autoria, a obra busca debater os malefícios que a política econômica praticada nos últimos anos no Brasil gera para a sociedade como um todo.
Com coordenação de Antônio Correa de Lacerda, será lançado no dia 4 de dezembro o livro “O mito da austeridade”, pela Editora Contracorrente. Com textos do próprio coordenador, de Ladislau Dowbor, André Paiva Ramos, Mariana Ribeiro Jansen Ferreira e também de minha autoria, a obra busca debater os malefícios que a política econômica praticada nos últimos anos no Brasil gera para a sociedade como um todo.
O brasileiro é essencialmente corrupto?
Por Carlos Azevedo, no site da Fundação Maurício Grabois:
A tese do patrimonialismo é falsamente crítica, inibe a luta de classes, encobre a verdadeira responsável pela escandalosa desigualdade na nossa sociedade, que é a elite do dinheiro. Essa elite do atraso é herdeira do regime escravagista, que comanda a mais cruel espoliação do trabalho, despreza e humilha os negros e pobres, tratando-os como uma ralé sem direitos. A herança do escravismo e a ralé abandonada, sim, e não o brasileiro corrupto, são a nossa singularidade.
Globo recuará frente à ameaça de Bolsonaro?
Por Altamiro Borges
O clima de radicalização se acirra rapidamente no Brasil. A guerra entre o fascista Jair Bolsonaro e o império global – dois protagonistas do caos político instalado no país – parece atingir o seu cume. A revelação feita pelo Jornal Nacional desta terça-feira (29) – de que um dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes esteve no condomínio Vivendas da Barra no dia da execução a procura do “capetão” – pode deflagrar uma crise institucional sem retorno.
O clima de radicalização se acirra rapidamente no Brasil. A guerra entre o fascista Jair Bolsonaro e o império global – dois protagonistas do caos político instalado no país – parece atingir o seu cume. A revelação feita pelo Jornal Nacional desta terça-feira (29) – de que um dos acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes esteve no condomínio Vivendas da Barra no dia da execução a procura do “capetão” – pode deflagrar uma crise institucional sem retorno.
terça-feira, 29 de outubro de 2019
Bolsonaro amplia a miséria e corta BPC
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Nossa dificuldade para separar o principal do secundário chegou a um ponto máximo por esses dias.
Enquanto colunistas e até o decano do STF se indignavam debatendo a semiótica de leões e hienas num vídeo publicado no site de Bolsonaro, a máquina federal ocupada em mastigar direitos dos mais pobres prossegue seu trabalho incansável, sem ser incomodada por ninguém.
Não fosse pelo trabalho do repórter Thiago Rezende, da Folha de S. Paulo, ninguém teria sido informado sobre um novo avanço no programa de exclusão social em curso no país.
Enquanto colunistas e até o decano do STF se indignavam debatendo a semiótica de leões e hienas num vídeo publicado no site de Bolsonaro, a máquina federal ocupada em mastigar direitos dos mais pobres prossegue seu trabalho incansável, sem ser incomodada por ninguém.
Não fosse pelo trabalho do repórter Thiago Rezende, da Folha de S. Paulo, ninguém teria sido informado sobre um novo avanço no programa de exclusão social em curso no país.
Vitória na Argentina e o papel decisivo da TV
Por Antonio Lisboa, no site Jornalistas Livres:
No retorno da esquerda ao poder na Argentina há um personagem fundamental que não pode passar despercebido: a televisão. Não fossem alguns elementos televisivos, dificilmente a esquerda teria vencido ontem. E o que digo aqui não é movido a elucubrações, apego à ideias específicas e especulações teóricas, mas a certos fatos concretos:
1) A enorme ousadia dos empresários que insistiram em manter os riscos financeiros de se sustentar um canal privado de esquerda, o excelente C5N, em pleno governo Macri. No início, o canal sofreu perseguição jurídica e policial e chegou a ser vendido e mudar de linha editorial, inclusive demitindo alguns de seus maiores apresentadores, mais afinados à esquerda. Mas a experiência não deu certo, pois o público cativo do canal já era de esquerda e, meses depois, voltou ao comando original numa aposta corajosíssima de seus empreendedores (sim, neste caso, o termo é este, gostemos ou não). Com o ato ousado, seus principais apresentadores voltaram ao ar, entre eles, Victor Hugo Morales, Gustavo Sylvestre, Pedro Brieger, Ivan Schargrodsky, e outros.
1) A enorme ousadia dos empresários que insistiram em manter os riscos financeiros de se sustentar um canal privado de esquerda, o excelente C5N, em pleno governo Macri. No início, o canal sofreu perseguição jurídica e policial e chegou a ser vendido e mudar de linha editorial, inclusive demitindo alguns de seus maiores apresentadores, mais afinados à esquerda. Mas a experiência não deu certo, pois o público cativo do canal já era de esquerda e, meses depois, voltou ao comando original numa aposta corajosíssima de seus empreendedores (sim, neste caso, o termo é este, gostemos ou não). Com o ato ousado, seus principais apresentadores voltaram ao ar, entre eles, Victor Hugo Morales, Gustavo Sylvestre, Pedro Brieger, Ivan Schargrodsky, e outros.
Bolsonaro não está à altura do cargo
Por Umberto Martins
Pressionado pela forte reação negativa da sociedade e do STF, o presidente Jair Bolsonaro foi constrangido a retirar do ar o vídeo bizarro e fascistóide que postou ou mandou postar nas redes sociais. Nesta terça (29), ele confessou que errou, pediu desculpas pelo inacreditável conteúdo e prometeu retratação.
Na peça, temperada pelo amadorismo e a estupidez política, o “Mito” aparece como um leão acossado por hienas. Essas são identificadas como o STF, a CNBB, a ONU e o próprio partido pelo qual se elegeu (PSL), sem contar os inimigos de sempre como PT, PCdoB e MST. Ou seja, revela uma situação de isolamento político da qual se esquiva com a ajuda de outro leão, designado de “conservador patriota”.
Pressionado pela forte reação negativa da sociedade e do STF, o presidente Jair Bolsonaro foi constrangido a retirar do ar o vídeo bizarro e fascistóide que postou ou mandou postar nas redes sociais. Nesta terça (29), ele confessou que errou, pediu desculpas pelo inacreditável conteúdo e prometeu retratação.
Na peça, temperada pelo amadorismo e a estupidez política, o “Mito” aparece como um leão acossado por hienas. Essas são identificadas como o STF, a CNBB, a ONU e o próprio partido pelo qual se elegeu (PSL), sem contar os inimigos de sempre como PT, PCdoB e MST. Ou seja, revela uma situação de isolamento político da qual se esquiva com a ajuda de outro leão, designado de “conservador patriota”.
Sistema Bolsonarista de TV (SBT) demite!
Por Altamiro Borges
Enquanto o “topa tudo por dinheiro” do SBT bajula o fascistoide Jair Bolsonaro em busca por mais grana, os profissionais da sua corporação empresarial vivem momentos de angústia. Nos próximos dias, o Grupo Silvio Santos deve demitir cerca de 150 funcionários – incluindo jornalistas do Sistema Bolsonarista de Televisão (SBT). O motivo alegado para o facão é a piora da crise econômica, apesar do noticiário da emissora ludibriar seus telespectadores midiotas com a bravata de que o Brasil ruma celeremente para o paraíso.
Enquanto o “topa tudo por dinheiro” do SBT bajula o fascistoide Jair Bolsonaro em busca por mais grana, os profissionais da sua corporação empresarial vivem momentos de angústia. Nos próximos dias, o Grupo Silvio Santos deve demitir cerca de 150 funcionários – incluindo jornalistas do Sistema Bolsonarista de Televisão (SBT). O motivo alegado para o facão é a piora da crise econômica, apesar do noticiário da emissora ludibriar seus telespectadores midiotas com a bravata de que o Brasil ruma celeremente para o paraíso.
Bolsonaro, as hienas e o leão acuado
O “capetão” Jair Bolsonaro tem mania de perseguição. Ele até parece possuir um grave distúrbio psicológico. Recentemente, o esquizofrênico revelou que dorme com sua arma ao lado da cama para evitar “atentados”. Nesta segunda-feira (28), ele – ou seu filho 02, o Carluxo, que é mais doente ainda e manda na conta do pai no Twitter – postou um vídeo em que se compara a um leão acuado por hienas. A montagem é patética!
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
A derrota do neoliberalismo na Argentina
Do site Vermelho:
Deputados e lideranças de diferentes partidos veem na eleição do presidente eleito Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchner na Argentina a derrota das políticas neoliberais que afundaram a economia daquele país.
A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.
Deputados e lideranças de diferentes partidos veem na eleição do presidente eleito Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchner na Argentina a derrota das políticas neoliberais que afundaram a economia daquele país.
A vitória da chapa Fernández-Cristina representa o retorno dos peronistas ao poder e o fim do governo neoliberal de Mauricio Macri, mandatário que, desde 2015, protagonizou um mandato marcado por profunda crise social e econômica.
CPMI pode identificar fábricas de mentiras
O sociólogo Sérgio Amadeu, professor associado da Universidade Federal do ABC (UFABC), diz que a a Comissão Parlamentar de Mista de Inquérito (CPMI) que investiga notícias falsas nas redes sociais vai ter muito trabalho pela frente para identificar as “fábricas de desinformação” que foram utilizadas durante a campanha eleitoral do ano passado. Ele afirma que a partir dos metadados de postagens patrocinadas no Facebook e disparos em massa no Whatsapp é possível chegar aos responsáveis que financiaram ilegalmente esses esquemas.
As novas mentiras do ministro "lacrador"
Por Cleo Manhas, do Inesc, no site Outras Palavras:
Ao anunciar que o governo liberaria todo o recurso contingenciado do MEC para o ensino superior, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se julgou “lacrador”. Sem entrar na questão da falta de maturidade que o cargo ocupado por Weintraub exige, há ainda dois problemas. Primeiro, ninguém “lacra” anunciando o que é obrigação do governo, ou seja, liberar o recurso que as instituições federais precisam para fechar o ano com as contas pagas.
Ao anunciar que o governo liberaria todo o recurso contingenciado do MEC para o ensino superior, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se julgou “lacrador”. Sem entrar na questão da falta de maturidade que o cargo ocupado por Weintraub exige, há ainda dois problemas. Primeiro, ninguém “lacra” anunciando o que é obrigação do governo, ou seja, liberar o recurso que as instituições federais precisam para fechar o ano com as contas pagas.
A única ameaça a Bolsonaro
Por Vinícius Mendes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Este outubro que o calendário encaminha para o fim é, deste lado do mundo, mais um desses meses que permanecerão durante muito tempo como parte de nossas características nacionais. Há muitos desses na história da América Latina, como o janeiro da Revolução Cubana, em 1959, o março da Guerra da Água, na Bolívia, em 2000, o abril da tentativa de golpe de Estado na Venezuela, em 2002, ou mesmo o junho de 2013, no Brasil – todos eventos fundamentais para explicar os países que eles são hoje. A hesitação em acabarem também são, como nos livros de Gabriel García Márquez, manifestações inequívocas do nosso realismo mágico.
Porém, enquanto boa parte da América se rebela, o Brasil – das mesmas demandas – se silencia.
Porém, enquanto boa parte da América se rebela, o Brasil – das mesmas demandas – se silencia.
A luta pelos direitos sociais no Chile
Ilustração: Rice Araújo/Rebelión |
Há duas semanas o Chile vive a sua maior crise política desde o fim da ditadura. Iniciada com o aumento da tarifa dos transportes, em uma semana, a convocatória secundarista a saltar roletas do metrô se transformou na maior mobilização social em décadas.
O presidente Sebastián Piñera contribui à revolta, primeiro, invocando a Lei de Segurança Nacional contra manifestantes, segundo, declarando Estado de Emergência e Toque de Recolher por todo o país e, terceiro, anunciando medidas insuficientes e tardias.
Aos secundaristas se somou a Unidade Social, cem sindicatos e os movimentos por: água, assembleia constituinte, direitos das mulheres e migrantes, educação, justiça e memória, moradia e terra; e contra as previdências privadas, tratados de livre comércio e pedágios.
O cérebro tarado de Jair Bolsonaro
Por Fernando Brito, em seu blog:
Confesso que me sinto tentado a ouvir um psicólogo – ou mesmo um psiquiatra – para entender a estranha dinâmica daquilo que ocupa a caixa craniana do sr. Jair Bolsonaro.
Francamente, nem em Freud descobre-se tamanha obsessão por sexualizar as relações humanas que a política expressa.
Dos “namoros” e “noivados” em que se declarou com Rodrigo Maia, Dias Toffoli e outras autoridades da República até a grosseiríssima “brincadeira” de perguntar a Sergio Moro se faria um “troca-troca” com Ricardo Salles, o infeliz do meio ambiente, tudo é sexo no universo bolsonariano.
Confesso que me sinto tentado a ouvir um psicólogo – ou mesmo um psiquiatra – para entender a estranha dinâmica daquilo que ocupa a caixa craniana do sr. Jair Bolsonaro.
Francamente, nem em Freud descobre-se tamanha obsessão por sexualizar as relações humanas que a política expressa.
Dos “namoros” e “noivados” em que se declarou com Rodrigo Maia, Dias Toffoli e outras autoridades da República até a grosseiríssima “brincadeira” de perguntar a Sergio Moro se faria um “troca-troca” com Ricardo Salles, o infeliz do meio ambiente, tudo é sexo no universo bolsonariano.
A derrota do candidato do FMI na Argentina
Por Leonardo Wexell Severo, de Buenos Aires:
O candidato da Frente de Todos, Alberto Fernández, foi eleito presidente da Argentina neste domingo (27) derrotando o atual mandatário e candidato do Fundo Monetário Internacional (FMI) à reeleição, Mauricio Macri, por 48,03% a 40,45%.
Com 97,58% dos votos apurados, não havia forma de reversão. No país, para vencer a eleição é necessário obter 45% dos votos ou 40%, com pelo menos dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.
Alberto Fernández tem como companheira de chapa Cristina Kirchner, senadora, ex-presidente (2007-2015) e viúva do também ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em 2010 e que é um ícone nacionalista.
O candidato da Frente de Todos, Alberto Fernández, foi eleito presidente da Argentina neste domingo (27) derrotando o atual mandatário e candidato do Fundo Monetário Internacional (FMI) à reeleição, Mauricio Macri, por 48,03% a 40,45%.
Com 97,58% dos votos apurados, não havia forma de reversão. No país, para vencer a eleição é necessário obter 45% dos votos ou 40%, com pelo menos dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.
Alberto Fernández tem como companheira de chapa Cristina Kirchner, senadora, ex-presidente (2007-2015) e viúva do também ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em 2010 e que é um ícone nacionalista.
A correção de rumo na América do Sul
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
A espetacular vitória de Alberto Fernandez-Cristina Kirchner na Argentina mostra que está em curso uma correção de rota à esquerda na América do Sul, após uma guinada passageira em direção a governos conservadores.
Se Maurício Macri foi derrotado em primeiro turno, o que é sempre uma demonstração de força do lado vencedor, o prolongado cerco popular enfrentado por Sebastian Pinera em Santiago sinaliza o esgotamento sem retorno de uma experiência conservadora iniciada em março de 2018.
Pinera promete entregar todos os anéis ministeriais na esperança de não perder todos os dedos presidenciais.
A espetacular vitória de Alberto Fernandez-Cristina Kirchner na Argentina mostra que está em curso uma correção de rota à esquerda na América do Sul, após uma guinada passageira em direção a governos conservadores.
Se Maurício Macri foi derrotado em primeiro turno, o que é sempre uma demonstração de força do lado vencedor, o prolongado cerco popular enfrentado por Sebastian Pinera em Santiago sinaliza o esgotamento sem retorno de uma experiência conservadora iniciada em março de 2018.
Pinera promete entregar todos os anéis ministeriais na esperança de não perder todos os dedos presidenciais.
domingo, 27 de outubro de 2019
A Argentina está sendo saqueada
Por Jeferson Miola, em seu blog:
A Argentina está sendo saqueada.
Com o resultado das PASO [eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, ocorridas em 11 de agosto] e a expectativa de vitória de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner neste domingo, 27/10, a rapinagem neoliberal vive um clima de fim de festa na Argentina; desencadeia estratégias destrutivas contra as finanças nacionais.
É fácil entender esse terrorismo especulativo em que o capital financeiro atua nas 2 pontas: por um lado, cria problemas e dificuldades para o país e, ao mesmo tempo, obriga o governo a atuar não para estancar as perdas, mas para perder ainda mais.
A Argentina está sendo saqueada.
Com o resultado das PASO [eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, ocorridas em 11 de agosto] e a expectativa de vitória de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner neste domingo, 27/10, a rapinagem neoliberal vive um clima de fim de festa na Argentina; desencadeia estratégias destrutivas contra as finanças nacionais.
É fácil entender esse terrorismo especulativo em que o capital financeiro atua nas 2 pontas: por um lado, cria problemas e dificuldades para o país e, ao mesmo tempo, obriga o governo a atuar não para estancar as perdas, mas para perder ainda mais.
No que vai dar o levante popular do Chile?
Santiago, 23/10/19. Foto: Ivan Alvarado |
Impressiona e emociona a massa humana que ocupa as ruas de Santiago, Valparaíso, Concepción e outras cidades do Chile. A marcha desta sexta-feira, 25 de outubro, que reuniu 1,2 milhão de pessoas na capital chilena, significa que mais de 1/5 da população da cidade aderiu ao protesto.
Tenho lido e ouvido avaliações de todo tipo sobre este tsunami político. Basicamente, na esquerda brasileira, eu dividiria o sentimento corrente em três categorias, a saber:
Como 'Veja' construiu nova farsa contra Lula
Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo:
A capa da revista Veja desta semana é uma farsa, construída com ajuda de quem quer influir no julgamento sobre a prisão a partir da condenação em segunda instância.
“O Marcos Valério nunca afirmou que Lula é o mandante do assassinato de Celso Daniel”, disse ao DCM o delegado Rodrigo Pinho de Bossi, a autoridade que tomou o depoimento que Veja utiliza para construir a versão de que o ex-presidente está envolvido na morte do ex-prefeito de Celso Daniel.
“A Veja está querendo influir no julgamento da segunda instância, e nessa farsa posso dizer, com certeza, que há a ação de Mara Gabrilli”, afirmou, em referência à senadora do PSDB que é filha de um empresário do setor de ônibus que admitiu, em depoimento a uma CPI de Santo André, que participou, conscientemente, do esquema de corrupção que existia na cidade mesmo antes da administração petista.
“O Marcos Valério nunca afirmou que Lula é o mandante do assassinato de Celso Daniel”, disse ao DCM o delegado Rodrigo Pinho de Bossi, a autoridade que tomou o depoimento que Veja utiliza para construir a versão de que o ex-presidente está envolvido na morte do ex-prefeito de Celso Daniel.
“A Veja está querendo influir no julgamento da segunda instância, e nessa farsa posso dizer, com certeza, que há a ação de Mara Gabrilli”, afirmou, em referência à senadora do PSDB que é filha de um empresário do setor de ônibus que admitiu, em depoimento a uma CPI de Santo André, que participou, conscientemente, do esquema de corrupção que existia na cidade mesmo antes da administração petista.
Questões sobre o neofascismo (e Bolsonaro)
Por Valério Arcary, no site A terra é redonda:
A ave de rapina não canta.
A desgraça não marca encontro.
A ignorância e o vento são o maior atrevimento.
(Sabedoria popular portuguesa)
Abriu-se um debate teórico-político, inclusive na esquerda, se Bolsonaro é ou não um neofascista. Este debate não é diletantismo. Exige rigor. Quais devem ser os critérios para a classificação de um movimento político? É preciso ser muito sério quando estudamos nossos inimigos. Quem não sabe contra quem luta não pode vencer.
A desgraça não marca encontro.
A ignorância e o vento são o maior atrevimento.
(Sabedoria popular portuguesa)
Abriu-se um debate teórico-político, inclusive na esquerda, se Bolsonaro é ou não um neofascista. Este debate não é diletantismo. Exige rigor. Quais devem ser os critérios para a classificação de um movimento político? É preciso ser muito sério quando estudamos nossos inimigos. Quem não sabe contra quem luta não pode vencer.
EUA promovem desestabilização na Bolívia
Por Álvaro Verzi Rangel, no site Carta Maior:
A invasão incendiária à sede do Tribunal Eleitoral Regional de Potosí, as ações violentas contra fiscais eleitorais nas regiões de Tarija, Chuquisaca, Oruro e La Paz e o vandalismo contra uma estátua do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez na cidade amazônica de Riberalta, confirmam as especulações sobre a existência de um plano golpista dos Estados Unidos contra a Bolívia.
A Central Operária Boliviana (COB) e a Coordenadora Nacional pela Mudança (Conalcam) resolveram declarar estado de emergência e convocaram a uma mobilização pacífica nacional em defesa da democracia, para enfrentar as ações violentas, racistas e antidemocráticas com as que os grupos de extrema-direita tentam convulsionar o país.
A invasão incendiária à sede do Tribunal Eleitoral Regional de Potosí, as ações violentas contra fiscais eleitorais nas regiões de Tarija, Chuquisaca, Oruro e La Paz e o vandalismo contra uma estátua do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez na cidade amazônica de Riberalta, confirmam as especulações sobre a existência de um plano golpista dos Estados Unidos contra a Bolívia.
A Central Operária Boliviana (COB) e a Coordenadora Nacional pela Mudança (Conalcam) resolveram declarar estado de emergência e convocaram a uma mobilização pacífica nacional em defesa da democracia, para enfrentar as ações violentas, racistas e antidemocráticas com as que os grupos de extrema-direita tentam convulsionar o país.
Há similaridades entre Bolsonaro e Collor
Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:
Uma das coisas bonitas da democracia é que, adequadamente institucionalizada, ela oferece oportunidades para o eleitorado rever suas decisões. Os indivíduos sabem que podem errar e é preciso que o sistema lhes permita corrigir votos que considerem equivocados, seja pelo motivo que for.
A realização de eleições periódicas, de preferência próximas umas das outras, é o caminho mais comum para que essas reconsiderações sejam possíveis. Há também uma crescente tendência internacional de buscar soluções que abreviem o prazo para consertar equívocos. Muitos discutem a adoção de alguma forma de voto de referendo ou confirmação, como o chamado recall eleitoral, mediante o qual os eleitores podem retirar o mandato concedido a alguém que os decepcione de maneira grave.
A realização de eleições periódicas, de preferência próximas umas das outras, é o caminho mais comum para que essas reconsiderações sejam possíveis. Há também uma crescente tendência internacional de buscar soluções que abreviem o prazo para consertar equívocos. Muitos discutem a adoção de alguma forma de voto de referendo ou confirmação, como o chamado recall eleitoral, mediante o qual os eleitores podem retirar o mandato concedido a alguém que os decepcione de maneira grave.
Mídia argentina usa Bolsonaro para intimidar
Por Rafael Duarte, de Buenos Aires, no site do ComunicaSul:
De cada 10 matérias e reportagens sobre as eleições da Argentina na mídia tradicional do país, 9 são críticas aos candidatos da Frente de Todos Alberto Fernandez e Cristina Kirchner, que lideram a corrida presidencial. Nos últimos dias, até o presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PSL) foi usado para amedrontar os eleitores que vão às urnas no próximo domingo (27).
O tradicional Clarín publicou na página 9 a matéria “Bolsonaro habló de apartar a la Argentina del Mercosur” , na qual destaca uma declaração recente do brasileiro, em viagem ao Japão, ameaçando retirar a Argentina do Mercosul caso vença a chapa Fernandez/Cristina, numa clara tentativa de interferir no pleito vizinho.
sábado, 26 de outubro de 2019
'Veja' requenta matéria e dá voz a bandido
Por Gilberto Carvalho
Mais uma vez a revista Veja cumpre seu papel de ser Veja: requenta matéria dando voz a um bandido interessado unicamente em diminuir suas penas, distribui acusações infundadas e a revista não ouve o outro lado, não cuida de fazer um jornalismo minimamente decente.
Nunca vi pessoalmente, não conheço e, portanto, jamais falei com o bandido Marcos Valério. O mesmo vale para o Presidente Lula, durante todo o tempo em que esteve na Presidência. Desafio este bandido a apresentar uma prova, uma testemunha, uma circunstância que dê base a esta acusação que ele faz buscando dar verossimilhança a uma reiterada tentativa de obter mais uma das famosas e fantasiosas “delações premiadas”.
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
Programa de governo: doença e ignorância
Por Fernando Brito, em seu blog:
A manchete da Folha quer dizer isso mesmo que você está lendo aí.
Falta chamarem as agências de propaganda para lançar os programas “Mais burros” e o Mais Doentes”.
Ou, quem sabe, reunir tudo num grande “Mais Pobres”, por medida de economia.
Paulo Guedes, o feitor do Brasil, não tem vergonha nem mesmo com o espetáculo apavorante que nos dá o Chile, seu modelo de política econômica.
A manchete da Folha quer dizer isso mesmo que você está lendo aí.
Falta chamarem as agências de propaganda para lançar os programas “Mais burros” e o Mais Doentes”.
Ou, quem sabe, reunir tudo num grande “Mais Pobres”, por medida de economia.
Paulo Guedes, o feitor do Brasil, não tem vergonha nem mesmo com o espetáculo apavorante que nos dá o Chile, seu modelo de política econômica.
O desastre da Previdência será cobrado
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Não, a reforma não vai estimular o crescimento econômico. Não vai trazer investimentos nem vai gerar empregos. Não vai distribuir renda nem reforçar laços solidários. Não vai aperfeiçoar um sistema de aposentadoria financeiramente equilibrado, que só apresentou dificuldades - sanáveis - nos períodos em que a economia se enfraqueceu por longos períodos. Como hoje.
Quem tenta iludir-se sobre possíveis benefícios que a aprovação da reforma da Previdência pode trazer ao país só precisa compreender que o Chile revoltado de hoje é um retrato antecipado do Brasil de amanhã.
Não, a reforma não vai estimular o crescimento econômico. Não vai trazer investimentos nem vai gerar empregos. Não vai distribuir renda nem reforçar laços solidários. Não vai aperfeiçoar um sistema de aposentadoria financeiramente equilibrado, que só apresentou dificuldades - sanáveis - nos períodos em que a economia se enfraqueceu por longos períodos. Como hoje.
O transporte público como direito social
Por Wagner de Alcântara Aragão, no site Brasil Debate:
Os empresários do transporte coletivo e o poder público em Curitiba se deram conta de que tarifas de ônibus nas alturas em que estão afugentam passageiros. Há pelo menos sete anos, o sistema local tem registrado queda no número de pessoas transportadas – 20 mil pessoas a menos só no primeiro semestre de 2019, informa do site Plural.
Numa tentativa de reconquistar parte desse público, empresários e gestores decidiram por aplicar, a partir de outubro, tarifa reduzida fora dos horários de pico. A medida, porém, dá todos os indícios de que se configurará numa solução paliativa – isso se não for apenas peça de marketing.
Os empresários do transporte coletivo e o poder público em Curitiba se deram conta de que tarifas de ônibus nas alturas em que estão afugentam passageiros. Há pelo menos sete anos, o sistema local tem registrado queda no número de pessoas transportadas – 20 mil pessoas a menos só no primeiro semestre de 2019, informa do site Plural.
Numa tentativa de reconquistar parte desse público, empresários e gestores decidiram por aplicar, a partir de outubro, tarifa reduzida fora dos horários de pico. A medida, porém, dá todos os indícios de que se configurará numa solução paliativa – isso se não for apenas peça de marketing.
A guerra comercial e os petroleiros piratas
Por William Nozaki, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
A guerra comercial e as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos sobre o Irã e a Venezuela caminham no sentido de obstaculizar a presença desses países no comércio exterior e nas finanças internacionais, as indústrias naval e petrolífera têm sofrido o impacto dessas medidas de formas mais aguda por meio da retaliação à circulação de seus navios petroleiros.
Como se tratam de países com níveis significativos de reservas, produção e exportação de petróleo, as rotas para a circulação de navios-tanques têm sofrido com o aumento no valor do frete, que pode chegar a US$ 12 milhões para um trecho entre Caracas e Xangai.
Como se tratam de países com níveis significativos de reservas, produção e exportação de petróleo, as rotas para a circulação de navios-tanques têm sofrido com o aumento no valor do frete, que pode chegar a US$ 12 milhões para um trecho entre Caracas e Xangai.
Neofascismo: um fenômeno planetário
Por Michael Löwy, no site A terra é redonda:
Observamos nos últimos anos uma espetacular ascensão da extrema direita reacionária, autoritária e/ou “neofascista”, que já governa metade dos países em escala planetária: um fenômeno sem precedente desde os anos 1930. Alguns dos exemplos mais conhecidos: Trump (USA), Modi (Índia), Urban (Hungria), Erdogan (Turquia), ISIS (o Estado Islâmico), Duterte (Filipinas), e agora Bolsonaro (Brasil). Mas em vários outros países temos governos próximos desta tendência, mesmo que sem uma definição tão explicita: Rússia (Putin), Israel (Netanyahu), Japão, (Shinzo Abe), Áustria, Polônia, Birmânia, Colômbia, etc.
Observamos nos últimos anos uma espetacular ascensão da extrema direita reacionária, autoritária e/ou “neofascista”, que já governa metade dos países em escala planetária: um fenômeno sem precedente desde os anos 1930. Alguns dos exemplos mais conhecidos: Trump (USA), Modi (Índia), Urban (Hungria), Erdogan (Turquia), ISIS (o Estado Islâmico), Duterte (Filipinas), e agora Bolsonaro (Brasil). Mas em vários outros países temos governos próximos desta tendência, mesmo que sem uma definição tão explicita: Rússia (Putin), Israel (Netanyahu), Japão, (Shinzo Abe), Áustria, Polônia, Birmânia, Colômbia, etc.
Chile, Guedes y nosotros
Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:
A população chilena está dando um recado muito claro a respeito do que pensa sobre as reformas estruturais levadas a cabo em seu país ao longo das últimas décadas. É verdade que as gigantescas manifestações em Santiago e demais cidades têm por base mais imediata a crítica às decisões relativas à elevação de preços e tarifas de serviços públicos. Porém, o aparente espontaneísmo atual não pode ser explicado sem se levar em conta as sequelas da herança trágica do conservadorismo na política econômica por lá.
A população chilena está dando um recado muito claro a respeito do que pensa sobre as reformas estruturais levadas a cabo em seu país ao longo das últimas décadas. É verdade que as gigantescas manifestações em Santiago e demais cidades têm por base mais imediata a crítica às decisões relativas à elevação de preços e tarifas de serviços públicos. Porém, o aparente espontaneísmo atual não pode ser explicado sem se levar em conta as sequelas da herança trágica do conservadorismo na política econômica por lá.
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
Vêm aí as "deep fake news"
Por Pedro Zambarda de Araujo, no Diário do Centro do Mundo:
Felipe Moura Brasil, da Jovem Pan, publicou uma reportagem na revista Crusoé, do site Antagonista, em 11 de outubro desvendando a rede de milícias bolsonaristas que atuam a soldo do governo.
Chamados de “blogueiros de crachá”, Moura rastreia diálogos de WhatsApp youtubers e veículos como Terça Livre, comandado por Allan dos Santos.
A Folha de S.Paulo divulgou que as redes bolsonaristas fizeram disparos ilegais de conteúdos promovendo Bolsonaro e fake news bancados por empresas, incluindo a Havan, em contratos que chegaram a R$ 12 milhões. O Estado de S.Paulo mapeou a influência de perfis pró-Bolsonaro no Twitter.
Chamados de “blogueiros de crachá”, Moura rastreia diálogos de WhatsApp youtubers e veículos como Terça Livre, comandado por Allan dos Santos.
A Folha de S.Paulo divulgou que as redes bolsonaristas fizeram disparos ilegais de conteúdos promovendo Bolsonaro e fake news bancados por empresas, incluindo a Havan, em contratos que chegaram a R$ 12 milhões. O Estado de S.Paulo mapeou a influência de perfis pró-Bolsonaro no Twitter.
Macri desmontou Ley de Medios da Argentina
Por Felipe Bianchi, de Buenos Aires, no site do ComunicaSul:
Uma das legislações mais avançadas do continente em termos de combate ao monopólio e promoção da pluralidade e diversidade nos meios de comunicação, a Lei de Serviços Audiovisuais (26.522), da Argentina, completou uma década neste mês de outubro. Mas não há muito o que comemorar: em quatro anos de governo do mega-empresário Mauricio Macri, o setor viu derreter 4 mil postos de trabalho e a concentração midiática disparar, ampliando a hegemonia do grupo Clarín no setor.
'Bolsonarismo light' não derrotará Bolsonaro
Por Gustavo Freire Barbosa, na revista CartaCapital:
Sérgio Fausto, superintendente da Fundação Fernando Henrique Cardoso, publicou na revista Piauí de setembro artigo no qual reclama da falta de uma “boa direita” em tempos de bolsonarismo (“Que falta faz uma boa direita: Bolsonaro e o liberalismo no Brasil”, edição 156).
Embora defenda o fortalecimento de uma oposição no campo da socialdemocracia, ele reconhece que a direita liberal no Brasil é repleta de flertes históricos com agendas antiliberais. Na rabeira do iluminismo, os liberais brasileiros não teriam conseguido se desprender da gaiola do conservadorismo autoritário e do patrimonialismo. Da República Velha, passando por Vargas e pelo golpe de 1964, é esse o padrão comportamental da nossa direita.
Embora defenda o fortalecimento de uma oposição no campo da socialdemocracia, ele reconhece que a direita liberal no Brasil é repleta de flertes históricos com agendas antiliberais. Na rabeira do iluminismo, os liberais brasileiros não teriam conseguido se desprender da gaiola do conservadorismo autoritário e do patrimonialismo. Da República Velha, passando por Vargas e pelo golpe de 1964, é esse o padrão comportamental da nossa direita.
Chile: as ruas contra os tanques
Manifestação em Curicó pela morte de José Miguel Uribe Antipani, 22/10/19 Foto: Daniel Gonzalez |
O divórcio entre o capitalismo e a democracia, tratado em inúmeros ensaios pelas ciências sociais nos últimos dez anos, ganhou a concretude das balas, no Chile, nesta segunda-feira (21/10). Diante de uma população sublevada desde a sexta anterior, as tropas e tanques continuam nas ruas. Já havia onze mortos até o domingo. Mas a violência dos militares intensificou-se desde que, no domingo, o presidente Sebastián Piñera fez nova reviravolta. Ele, que no sábado havia revogado o aumento das tarifas de metrô, estopim dos protestos, e reconhecido as razões da população para se indignar, recrudesceu e anunciou “guerra” contra os manifestantes.
A Grande Ilusão e a Linha Maginot
Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:
A Grande Ilusão é o título de um livro de Norman Angell, escrito em 1910. O autor fez uma vigorosa análise sobre a possibilidade da grande guerra mundial que seria deflagrada apenas quatro anos após o lançamento de sua obra. Ao estudar as últimas guerras, as características dos novos armamentos, a configuração geopolítica das alianças entre os países, concluiu que uma guerra poderia se espalhar pela Europa, seria uma catástrofe sem precedentes e todas as potências sairiam derrotadas, com a destruição econômica até mesmo dos vencedores.
Eleição na Argentina e rebeliões na região
Movimento indígena do Equador suspende diálogo com o governo de Lenín Moreno (23/10/19). Foto: Conaie |
A eleição presidencial na Argentina do próximo domingo, 27 de outubro, se desenrola em meio ao clima de convulsões populares que chacoalham a América do Sul.
O Peru, o Equador e, nesses dias recentes, também o Chile, foram abalados por vulcões sociais impressionantes.
Há quem entenda que os protestos tenham sido desencadeados por questões específicas. No Peru, seria a corrupção; no Equador, o aumento em mais que o dobro do preço dos combustíveis; e, no Chile, o aumento da tarifa de metrô para o equivalente a 4,70 reais.
Estas causas específicas são, na realidade, os fatores disparadores das rebeliões; a fagulha que acende o fogo.
Chile em chamas: a fatura do neoliberalismo
Santiago, 24/10/19. Foto: Martin Bernetti |
Santiago está em chamas – literalmente. As manifestações contra o aumento da tarifa de metrô começaram há uma semana na capital chilena e rapidamente se alastraram, como fogo, por todo o país. Foi estopim para a maior greve geral das últimas décadas. Nem a repressão, nem o toque de recolher, nem o Estado de Emergência fizeram a população recuar. Chegou a hora de cobrar a conta do neoliberalismo num país onde até a água foi privatizada pela ditadura militar.
Bolsonaro, os filhos e a milícia digital
Por Tereza Cruvinel
O senado aprovou nesta terça-feira por 60 votos a 19, noves fora os destaques, a reforma previdenciária prometida por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Sem foguetório, pois o mérito, sabem o mercado (que festejou) e todo mundo, não é do governo, é do Congresso e de seus principais atores: Rodrigo Maia, Alcolumbre, Tasso Jereissati e outros.
Obra de Bolsonaro é a briga suja no PSL (por ele começada), que descambou para as graves acusações da deputada Joyce Hasselman contra seus filhos e podem alcançar seu próprio mandato. As práticas por ela apontadas, a rigor, representam atentado à honra, à dignidade e ao decoro do cargo, configurando crime de responsabilidade, pressuposto para o impeachment do presidente.
O senado aprovou nesta terça-feira por 60 votos a 19, noves fora os destaques, a reforma previdenciária prometida por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes. Sem foguetório, pois o mérito, sabem o mercado (que festejou) e todo mundo, não é do governo, é do Congresso e de seus principais atores: Rodrigo Maia, Alcolumbre, Tasso Jereissati e outros.
Obra de Bolsonaro é a briga suja no PSL (por ele começada), que descambou para as graves acusações da deputada Joyce Hasselman contra seus filhos e podem alcançar seu próprio mandato. As práticas por ela apontadas, a rigor, representam atentado à honra, à dignidade e ao decoro do cargo, configurando crime de responsabilidade, pressuposto para o impeachment do presidente.
Sindicalismo e a dupla paisagem
Por João Guilherme Vargas Netto
Em um romance de Julio Verne um trem percorre as vastidões da Sibéria e dois jornalistas, sentados cada um em um lado do vagão, descrevem o que veem pelas janelas, duas paisagens completamente diferentes.
Analisando-se hoje a situação sindical no Brasil o mesmo fenômeno de contraposição e de estranhamento se manifesta.
Se a analisarmos olhando para Brasília, para o governo, para o Congresso Nacional e para as cúpulas dirigentes das centrais e das confederações, o que se vê é uma tripla iniciativa configurada pela PEC do deputado Marcelo Ramos, pelo projeto de lei do deputado Lincoln Portela e pelos trabalhos do GAET que, sob a batuta do famigerado Rogério Marinho, produzirá também uma proposta de novo arranjo para os sindicatos.
Em um romance de Julio Verne um trem percorre as vastidões da Sibéria e dois jornalistas, sentados cada um em um lado do vagão, descrevem o que veem pelas janelas, duas paisagens completamente diferentes.
Analisando-se hoje a situação sindical no Brasil o mesmo fenômeno de contraposição e de estranhamento se manifesta.
Se a analisarmos olhando para Brasília, para o governo, para o Congresso Nacional e para as cúpulas dirigentes das centrais e das confederações, o que se vê é uma tripla iniciativa configurada pela PEC do deputado Marcelo Ramos, pelo projeto de lei do deputado Lincoln Portela e pelos trabalhos do GAET que, sob a batuta do famigerado Rogério Marinho, produzirá também uma proposta de novo arranjo para os sindicatos.
Queiroz na ativa: "tem cargo pra caramba"
Por Fernando Brito, em seu blog:
Onde está Queiroz?
Onde sempre esteve, cuidando de nomeações de cupinchas para Flávio Bolsonaro, agora “terceirizadas”, em gabinetes de políticos que “fazem fila” no gabinete do filho-senador, talquei.
O escândalo do dia é o áudio obtido pela repórter Juliana Dal Piva, de O Globo, especializada em falcatruas da família imperial, digo, presidencial.
Nele, o ex-assessor do “Filho 01” mostra que ainda continua, informalmente no cargo de agente-laranja do político: