sábado, 21 de dezembro de 2019
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
Estado de exceção na Bolívia e no Brasil
Editorial do site Vermelho:
Fatos como a ordem de prisão imediata contra o ex-presidente da Bolívia Evo Morales e a denúncia de um procurador do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por suposta calúnia ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, são episódios que atestam a gravidade da ofensiva da extrema direita na região. São subprodutos da cadeia de golpes que engolfou o Brasil e levou à fraude do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016.
Fatos como a ordem de prisão imediata contra o ex-presidente da Bolívia Evo Morales e a denúncia de um procurador do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília contra o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, por suposta calúnia ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, são episódios que atestam a gravidade da ofensiva da extrema direita na região. São subprodutos da cadeia de golpes que engolfou o Brasil e levou à fraude do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016.
Marielle, sempre Marielle
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
Apurar os vínculos entre os operadores do gabinete do então deputado Flavio Bolsonaro e os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes devem ocupar a prioridade absoluta nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.
É aqui que se encontra o passo decisivo para vencer uma situação inaceitável de incerteza política, que envergonha o país e ameaça o futuro de 210 milhões de brasileiros e brasileiras.
Desvios de dinheiro, "rachadinhas", investimentos-fantasma e cobrança de propina constituem práticas que acompanham os esquemas de poder de muitas décadas, em toda parte, ou quase.
Devem ser apurados, investigados e punidos porque constituem uma força corrosiva que sabota a democracia e corrompe os valores da cidadania.
É aqui que se encontra o passo decisivo para vencer uma situação inaceitável de incerteza política, que envergonha o país e ameaça o futuro de 210 milhões de brasileiros e brasileiras.
Desvios de dinheiro, "rachadinhas", investimentos-fantasma e cobrança de propina constituem práticas que acompanham os esquemas de poder de muitas décadas, em toda parte, ou quase.
Devem ser apurados, investigados e punidos porque constituem uma força corrosiva que sabota a democracia e corrompe os valores da cidadania.
A noite das facas falsas
Por Lincoln Secco, no site A terra é redonda:
“Não há outro meio de acabar com o comunismo senão acabando de vez com a democracia liberal, terreno propício ao desenvolvimento de todos os micróbios virulentos” (Miguel Reale, agosto de 1935) [1].
Entre 11 e 12 de outubro de 2019 a cidade de São Paulo sediou a Conferência da Ação Política Conservadora [2]. Tenho ao meu lado o jornal Folha de São Paulo impresso. A data é 14 de outubro de 2019. Numa das fotografias da matéria está o deputado federal Eduardo Bolsonaro abraçado a um mastro com uma bandeira do Brasil. Ele sorri, meio curvado, aparentemente simulando uma pole dance.
“Não há outro meio de acabar com o comunismo senão acabando de vez com a democracia liberal, terreno propício ao desenvolvimento de todos os micróbios virulentos” (Miguel Reale, agosto de 1935) [1].
Entre 11 e 12 de outubro de 2019 a cidade de São Paulo sediou a Conferência da Ação Política Conservadora [2]. Tenho ao meu lado o jornal Folha de São Paulo impresso. A data é 14 de outubro de 2019. Numa das fotografias da matéria está o deputado federal Eduardo Bolsonaro abraçado a um mastro com uma bandeira do Brasil. Ele sorri, meio curvado, aparentemente simulando uma pole dance.
A paranoia de Bolsonaro na revista 'Veja'
Por Fernando Brito, em seu blog:
Na entrevista que deu à Veja, Jair Bolsonaro não disse o nome, mas deixou claro, para bom entendedor, que a acusação era contra seu ex-ministro Gustavo Bebianno de ter um plano para assassiná-lo:
Bolsonaro acredita que, além do ex-garçom Adélio Bispo dos Santos de Oliveira, autor da facada, uma figura do seu staff de campanha estaria envolvida de alguma forma no plano para matá-lo. O presidente não revela a quem se refere, mas, ao longo da entrevista, vai fornecendo detalhes que apontam para um ex-ministro.
Como se monta o desmonte
Por Roberto Amaral, em seu blog:
“Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia” (“Apesar de você”, Chico Buarque)
Está em fase de conclusão a montagem da Secretaria Especial da Cultura que, no governo do capitão, passou a ser um apêndice do Ministério da Cidadania. É o que restou do Ministério da Cultura, que em anos passados já teve como titulares Celso Furtado e Antônio Houaiss.
Um anônimo, identificado pela imprensa como “maestro”, foi nomeado presidente da Funarte, aquele órgão do governo federal cuja missão “é promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país”. Para o novo burocrata, “O rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo”.
Está em fase de conclusão a montagem da Secretaria Especial da Cultura que, no governo do capitão, passou a ser um apêndice do Ministério da Cidadania. É o que restou do Ministério da Cultura, que em anos passados já teve como titulares Celso Furtado e Antônio Houaiss.
Um anônimo, identificado pela imprensa como “maestro”, foi nomeado presidente da Funarte, aquele órgão do governo federal cuja missão “é promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país”. Para o novo burocrata, “O rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo”.
Dieese: 64 anos ajudando o sindicalismo
Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:
No ano de 1955, houve uma onda de frio muito severa. Entretanto, na política, o clima era quente, com muitas mudanças desde o suicídio de Vargas, ocorrido no ano anterior. Café Filho assumira a presidência e o país enfrentava problemas com a inflação e o déficit na balança comercial. Juscelino Kubitschek (JK) lançara-se candidato à presidência pelo PSD. A UDN e os militares articulavam chapa com Juarez Távora, ex-tenentista. O PTB, partido de Getúlio, constrói naquele ano uma aliança com o PSD e lança a chapa JK/Jango para concorrer às eleições presidenciais. Com apoio do eleitorado paulista, Ademar de Barros corre por fora.
A história fazemos todos, juntos ou não, por meio do complexo processo de construção social tecido por incontáveis mãos, a maioria, de gente anônima, e costurada, em grande parte, por fios invisíveis. Há “interruptores” históricos que, acionados, podem liberar ou travar o fluxo de processos sociais.
No ano de 1955, houve uma onda de frio muito severa. Entretanto, na política, o clima era quente, com muitas mudanças desde o suicídio de Vargas, ocorrido no ano anterior. Café Filho assumira a presidência e o país enfrentava problemas com a inflação e o déficit na balança comercial. Juscelino Kubitschek (JK) lançara-se candidato à presidência pelo PSD. A UDN e os militares articulavam chapa com Juarez Távora, ex-tenentista. O PTB, partido de Getúlio, constrói naquele ano uma aliança com o PSD e lança a chapa JK/Jango para concorrer às eleições presidenciais. Com apoio do eleitorado paulista, Ademar de Barros corre por fora.
Bolsonaro, a besta, está babando
Por Leandro Fortes
Nessa alcova, elegeu-se repetidamente deputado federal, ora pregando o fechamento do Congresso Nacional, ora dando abrigo a mulheres de praças e oficiais que iam bater panela na Esplanada dos Ministérios em nome das reivindicações salariais dos maridos.
Quem, como eu, passou os últimos 30 anos como jornalista militante, em Brasília, sempre soube que Jair Bolsonaro era um desqualificado absoluto. Um sujeito simplório, ignorante, mas esperto o suficiente para ter vislumbrado na comunidade de baixas patentes das Forças Armadas um nicho eleitoral eficiente.
Nessa alcova, elegeu-se repetidamente deputado federal, ora pregando o fechamento do Congresso Nacional, ora dando abrigo a mulheres de praças e oficiais que iam bater panela na Esplanada dos Ministérios em nome das reivindicações salariais dos maridos.
Karol Eller e a vitimização da picaretagem
Reprodução do Facebook |
Mesmo quando um bolsonarista é vítima, ele é culpado, e eu posso provar.
Karol Eller, a youtuber bolsominion que supostamente sofrera um ataque homofóbico na Barra da Tijuca – inspirando algumas pessoas um lamento e à maioria delas o mais sincero foda-se – não passa, na verdade, de uma picareta.
Ela disse que levou uma coça por andar de mãos dadas com sua namorada, mas a Polícia Civil logo descobriu que Karol apanhou porque provocou uma briga (vindo de uma eleitora de Bolsonaro, por que isso não me surpreende?) e inventou a história do ataque homofóbico pra não perder a chance de posar de vítima.
Karol Eller, a youtuber bolsominion que supostamente sofrera um ataque homofóbico na Barra da Tijuca – inspirando algumas pessoas um lamento e à maioria delas o mais sincero foda-se – não passa, na verdade, de uma picareta.
Ela disse que levou uma coça por andar de mãos dadas com sua namorada, mas a Polícia Civil logo descobriu que Karol apanhou porque provocou uma briga (vindo de uma eleitora de Bolsonaro, por que isso não me surpreende?) e inventou a história do ataque homofóbico pra não perder a chance de posar de vítima.
Quem são os jornalistas da Lava-Jato?
Na foto, da esquerda para a direita: Vladimir Netto, da TV Globo; Ricardo Brandt, do Estadão; André Guilherme, do Valor; Germano Oliveira, da Isto É; e Flávio Ferreira, da Folha de S. Paulo |
A nova reportagem da Vaza Jato, publicada nesta sexta-feira (20) pelo The Intercept e a Ilustríssima, da Folha de S.Paulo, revelou o conluio de jornalistas de diferentes veículos com procuradores da Lava Jato para favorecer a narrativa da força-tarefa através de matérias jornalísticas.
Ao menos cinco repórteres “de confiança” combinaram matérias com os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, responsáveis pelo trato com a imprensa.
Coincidentemente – ou não –, cinco jornalistas celebraram a condenação do ex-presidente Lula após julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em uma selfie dentro do próprio tribunal.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
A aliança que sustenta o governo Bolsonaro
Por Luiz Filgueiras e Graça Druck, no site Outras Palavras:
“Se a esquerda radicalizar a esse ponto,
a gente vai precisar ter uma resposta.
E uma resposta pode ser via um novo AI-5”.
“Se a esquerda radicalizar a esse ponto,
a gente vai precisar ter uma resposta.
E uma resposta pode ser via um novo AI-5”.
(Eduardo Bolsonaro)
“Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só
quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses
você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade
é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não
aconteceu uma vez? Ou foi diferente?”
(Paulo Guedes)
O ministro admitiu que o ritmo das reformas desacelerou no Congresso
após a aprovação das mudanças na Previdência e disse que, quando as
pessoas começam a ir para as ruas “sem motivo aparente”, é preciso
“entender o que está acontecendo” e avaliar se é possível prosseguir
com a agenda liberal
(Folha de S.Paulo, 23/11)
No momento atual - transcorridos onze meses do governo Bolsonaro, mais de três anos do golpe/impeachment que pôs fim ao governo de Dilma Rousseff eleita democraticamente, e seis anos das manifestações de 2013 que deram início à atual conjuntura político-econômica do país –, pode-se identificar, mais claramente, o significado e o sentido de todo o processo, bem como reconstituir a sua origem e desenvolvimento – destacando-se alguns dos seus aspectos fundamentais.
“Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só
quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses
você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade
é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não
aconteceu uma vez? Ou foi diferente?”
(Paulo Guedes)
O ministro admitiu que o ritmo das reformas desacelerou no Congresso
após a aprovação das mudanças na Previdência e disse que, quando as
pessoas começam a ir para as ruas “sem motivo aparente”, é preciso
“entender o que está acontecendo” e avaliar se é possível prosseguir
com a agenda liberal
(Folha de S.Paulo, 23/11)
No momento atual - transcorridos onze meses do governo Bolsonaro, mais de três anos do golpe/impeachment que pôs fim ao governo de Dilma Rousseff eleita democraticamente, e seis anos das manifestações de 2013 que deram início à atual conjuntura político-econômica do país –, pode-se identificar, mais claramente, o significado e o sentido de todo o processo, bem como reconstituir a sua origem e desenvolvimento – destacando-se alguns dos seus aspectos fundamentais.
Brexit: fim da globalização ou do Reino Unido?
Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:
Alguns analistas de política internacional viram na vitória conservadora que ratificou o Brexit uma rejeição de trabalhadores à ameaça, real ou imaginária, de imigrantes e uma rejeição de industriais ao polo financeiro de Londres, uma das praças internacionais do capital financeiro mundial. Como se sabe, 80% da economia britânica vem do setor serviços.
A derrota trabalhista com a vitória dos conservadores levará provavelmente o Reino Unido a se aproximar mais dos EUA, o que agrada a Trump que sempre detestou a União Europeia (UE), como símbolo do multilateralismo que tanto lhe desagrada. Mas negociar com Trump é uma faca de dois gumes. O America First de Trump, se aplicado, vai dificultar muito a possibilidade de um acordo de livre comércio que é, em última instância, o que deseja Boris Johnson.
Alguns analistas de política internacional viram na vitória conservadora que ratificou o Brexit uma rejeição de trabalhadores à ameaça, real ou imaginária, de imigrantes e uma rejeição de industriais ao polo financeiro de Londres, uma das praças internacionais do capital financeiro mundial. Como se sabe, 80% da economia britânica vem do setor serviços.
A derrota trabalhista com a vitória dos conservadores levará provavelmente o Reino Unido a se aproximar mais dos EUA, o que agrada a Trump que sempre detestou a União Europeia (UE), como símbolo do multilateralismo que tanto lhe desagrada. Mas negociar com Trump é uma faca de dois gumes. O America First de Trump, se aplicado, vai dificultar muito a possibilidade de um acordo de livre comércio que é, em última instância, o que deseja Boris Johnson.
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