Editorial do site Vermelho:
Desde o final das eleições de 2014 vivemos uma profunda instabilidade política. A polarização ocorrida em torno da disputa presidencial prolongou-se, com a direita forçando a existência de um “terceiro turno”, em que tenta artificialmente mudar o resultado das urnas.
A configuração nitidamente conservadora e fisiológica do Congresso eleito em 2014 torna mais difícil uma pactuação em torno de interesses nacionais e populares elevados, visto que boa parte do que seria a base do governo no Legislativo é composta por notórios simpatizantes da oposição, que apenas por conveniências regionais estão em legendas que integraram a coligação de apoio à presidenta Dilma.
A crise do capitalismo atinge, com graus variados de força, os países emergentes, reduzindo ou anulando o crescimento econômico e aumentando o desemprego. Pela América Latina a direita instrumentaliza o descontentamento de parcelas da população e promove uma ofensiva, que hoje é mais contundente no Equador, na Venezuela, na Argentina e no Brasil. A reação tenta, com claro apoio e financiamento exógeno, impor sua agenda e segue um roteiro golpista, que varia de método de acordo com a realidade de cada nação.
No Brasil, apesar de diferente do período neoliberal, quando o país “quebrava” e buscava saída em acordos sempre subservientes com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o impacto da crise é ainda assim muito negativo.
A este cenário somam-se os erros na estratégia de comunicação e de condução política do governo, a manipulação da Operação Lava Jato, colocada a serviço da estratégia golpista, e temos os ingredientes que vêm dando grande combustível ao consórcio oposicionista, formado pela mídia empresarial, pelo mercado financeiro e pelos partidos de oposição de direita.
A estratégia do chamado “golpe suave”, que usa parte do Judiciário, da polícia e da estrutura estatal sob influência da oposição, para fraudar a democracia com um verniz de legalidade, parece entrar em sua fase decisiva.
A campanha de cerco e aniquilamento contra o PT e a esquerda, depois de atingir fortemente o governo, tenta agora chegar ao ex-presidente Lula. Delegados de polícia que fizeram campanha para Aécio Neves e o midiático juiz comendador das Organizações Globo (cujas ações guardam espantosa coincidência com as “sugestões” de colunas e editoriais) estão empenhados em afastar um forte concorrente que pode voltar a derrotar o consórcio direitista em 2018, e a prisão do ex-presidente Lula já é uma possibilidade abertamente cogitada.
Mais grave é que, em uma situação como essa, as recentes declarações de Lula sobre o governo Dilma revelam desajustes no comando da principal força que deveria liderar a contraofensiva.
O próprio governo, como indica o episódio da provocação de oposicionistas contra a Venezuela, muitas vezes rende-se à pauta demagógica dos golpistas.
Ensinava Lênin que na política, a defensiva é a morte. Em momentos históricos em que forças antagônicas se confrontam, os principais personagens do campo popular e democrático devem se mostrar à altura do combate.
O que está se desenrolando em nossos dias é o acirramento da luta de classes e, diante deste fenômeno, cabe à esquerda uma postura cada vez mais assertiva, que demarque com os inimigos do povo através da denúncia vigorosa de suas verdadeiras intenções.
O golpe está em pleno andamento. O que está em jogo é a defesa dos trabalhadores, da soberania nacional e da integração latino-americano, portanto, com tanta coisa importante em disputa, não podemos deixar que a necessária reflexão sobre os eventuais erros e insuficiências da esquerda brasileira seja o mote que justifique a defensiva e o imobilismo.
Propostas como a Frente Ampla, que congregue as forças democráticas, patrióticas, progressistas e de esquerda, que esteve presente nas resoluções tanto da 10ª Conferência do PCdoB quanto no congresso do PT, devem sair do plano retórico e ganhar vida.
Enfrentar decisivamente e em nível mais elevado a questão de falar para as massas e esclarecê-las, vencendo a montanha de desinformação lançada pela mídia empresarial, oxigenar os canais de comunicação com a juventude, com os trabalhadores e intelectuais, renovar a capacidade da esquerda de responder nas ruas às investidas fascistas, tudo isso exige fuga da rotina, energia, decisão e, antes de mais nada, unidade, palavra de ordem que, na história recente do nosso país, já mostrou sua força e validade, quando se trata de defender a democracia.
Desde o final das eleições de 2014 vivemos uma profunda instabilidade política. A polarização ocorrida em torno da disputa presidencial prolongou-se, com a direita forçando a existência de um “terceiro turno”, em que tenta artificialmente mudar o resultado das urnas.
A configuração nitidamente conservadora e fisiológica do Congresso eleito em 2014 torna mais difícil uma pactuação em torno de interesses nacionais e populares elevados, visto que boa parte do que seria a base do governo no Legislativo é composta por notórios simpatizantes da oposição, que apenas por conveniências regionais estão em legendas que integraram a coligação de apoio à presidenta Dilma.
A crise do capitalismo atinge, com graus variados de força, os países emergentes, reduzindo ou anulando o crescimento econômico e aumentando o desemprego. Pela América Latina a direita instrumentaliza o descontentamento de parcelas da população e promove uma ofensiva, que hoje é mais contundente no Equador, na Venezuela, na Argentina e no Brasil. A reação tenta, com claro apoio e financiamento exógeno, impor sua agenda e segue um roteiro golpista, que varia de método de acordo com a realidade de cada nação.
No Brasil, apesar de diferente do período neoliberal, quando o país “quebrava” e buscava saída em acordos sempre subservientes com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o impacto da crise é ainda assim muito negativo.
A este cenário somam-se os erros na estratégia de comunicação e de condução política do governo, a manipulação da Operação Lava Jato, colocada a serviço da estratégia golpista, e temos os ingredientes que vêm dando grande combustível ao consórcio oposicionista, formado pela mídia empresarial, pelo mercado financeiro e pelos partidos de oposição de direita.
A estratégia do chamado “golpe suave”, que usa parte do Judiciário, da polícia e da estrutura estatal sob influência da oposição, para fraudar a democracia com um verniz de legalidade, parece entrar em sua fase decisiva.
A campanha de cerco e aniquilamento contra o PT e a esquerda, depois de atingir fortemente o governo, tenta agora chegar ao ex-presidente Lula. Delegados de polícia que fizeram campanha para Aécio Neves e o midiático juiz comendador das Organizações Globo (cujas ações guardam espantosa coincidência com as “sugestões” de colunas e editoriais) estão empenhados em afastar um forte concorrente que pode voltar a derrotar o consórcio direitista em 2018, e a prisão do ex-presidente Lula já é uma possibilidade abertamente cogitada.
Mais grave é que, em uma situação como essa, as recentes declarações de Lula sobre o governo Dilma revelam desajustes no comando da principal força que deveria liderar a contraofensiva.
O próprio governo, como indica o episódio da provocação de oposicionistas contra a Venezuela, muitas vezes rende-se à pauta demagógica dos golpistas.
Ensinava Lênin que na política, a defensiva é a morte. Em momentos históricos em que forças antagônicas se confrontam, os principais personagens do campo popular e democrático devem se mostrar à altura do combate.
O que está se desenrolando em nossos dias é o acirramento da luta de classes e, diante deste fenômeno, cabe à esquerda uma postura cada vez mais assertiva, que demarque com os inimigos do povo através da denúncia vigorosa de suas verdadeiras intenções.
O golpe está em pleno andamento. O que está em jogo é a defesa dos trabalhadores, da soberania nacional e da integração latino-americano, portanto, com tanta coisa importante em disputa, não podemos deixar que a necessária reflexão sobre os eventuais erros e insuficiências da esquerda brasileira seja o mote que justifique a defensiva e o imobilismo.
Propostas como a Frente Ampla, que congregue as forças democráticas, patrióticas, progressistas e de esquerda, que esteve presente nas resoluções tanto da 10ª Conferência do PCdoB quanto no congresso do PT, devem sair do plano retórico e ganhar vida.
Enfrentar decisivamente e em nível mais elevado a questão de falar para as massas e esclarecê-las, vencendo a montanha de desinformação lançada pela mídia empresarial, oxigenar os canais de comunicação com a juventude, com os trabalhadores e intelectuais, renovar a capacidade da esquerda de responder nas ruas às investidas fascistas, tudo isso exige fuga da rotina, energia, decisão e, antes de mais nada, unidade, palavra de ordem que, na história recente do nosso país, já mostrou sua força e validade, quando se trata de defender a democracia.
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