Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Num país que desde 2005, data das primeiras denúncias da AP 470, assiste à criminalização da política e dos políticos, a lista de Edson Fachin – 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados federais , 3 governadores – confirma aquilo que sempre se soube ou pelo menos sempre se imaginou.
As denuncias de desvios de recursos, abusos e corrupção pura e simples atingem (quase) tudo e (quase) todos, em especial aqueles que assumiram o poder de Estado a partir do impeachment de Dilma Rousseff.
(Não se pode deixar de registrar que até agora nenhuma denúncia criminal chegou a Dilma, afastada por um condomínio de conspiradores – apanhados em flagrante na lista de Fachin – reunidos para derrubar seu governo entre abril-agosto de 2016).
É uma lição vergonhosa – e um alerta precioso – a todos aqueles que, sem apoio no voto popular, se utilizaram da judicialização como instrumento político e, pela mentira ao povo e pela traição à democracia, ganharam acesso aos gabinetes que operam o poder do Estado brasileiro.
O melancólico destino do mensalão PSDB-MG, que até agora não apurou nem condenou nenhum acusado de boa plumagem, embora seja mais antigo do que a versão do mesmo esquema que levou à prisão o antigo núcleo dirigente do Partido dos Trabalhadores, sempre será uma advertência antiga, didática e indispensável. Confirma que, chamada a funcionar em ambiente de grande espetáculo, por trás das cortinas a Justiça costuma ser aplicada para proteger amigos e perseguir inimigos.
No mesmo caminho, no momento em que aproximava-se do governo Temer, o TSE foi colocado em férias coletivas.
Com oito ministros e uma porção luminosa de sua base parlamentar na lista, inclusive os presidentes da Câmara e do Senado, a permanência de Michel Temer a frente do Estado brasileiro ameaça tornar-se uma impossibilidade prática.
Desde o aliado principal, Eduardo Cunha, poupado até o momento em que cumpriu a tarefa de encaminhar o impeachment contra Dilma Rousseff, os pilares de sustentação estão desmoronando, um a um. Incapaz de aceitar o caráter de seu governo, nascido para ser transitório, Temer apenas agrava a própria situação quando multiplica iniciativas destrutivas, do ponto de vista das conquistas da população brasileira, e temerárias, do ponto de vista da democracia, imaginando que irá salvar-se em seminários entre Washington e Nova York.
Numa hora em que as máscaras caem e a farsa se desfaz, a prioridade absoluta é retornar a política, a partir da da compreensão de que não há saída fora do respeito a soberania popular. Não custa lembrar sempre. Com todos os seus defeitos a democracia é preferível às ditaduras, de qualquer tipo – inclusive um estado de exceção judicial.
Nos próximos dias, a lista de Fachin deve animar o debate em torno de ideias para tirar o país de uma crise cada vez mais grave. Não há muito para inovar nem é preciso distribuir prêmios de originalidade. Basta permitir ao povo escolher, em urna, quem irá governar o país em futuro breve. Os brasileiros e brasileiros manifestam essa vontade com clareza e veemência sempre que são perguntados. É hora de discutir como devem ser atendidos.
Num país que desde 2005, data das primeiras denúncias da AP 470, assiste à criminalização da política e dos políticos, a lista de Edson Fachin – 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados federais , 3 governadores – confirma aquilo que sempre se soube ou pelo menos sempre se imaginou.
As denuncias de desvios de recursos, abusos e corrupção pura e simples atingem (quase) tudo e (quase) todos, em especial aqueles que assumiram o poder de Estado a partir do impeachment de Dilma Rousseff.
(Não se pode deixar de registrar que até agora nenhuma denúncia criminal chegou a Dilma, afastada por um condomínio de conspiradores – apanhados em flagrante na lista de Fachin – reunidos para derrubar seu governo entre abril-agosto de 2016).
É uma lição vergonhosa – e um alerta precioso – a todos aqueles que, sem apoio no voto popular, se utilizaram da judicialização como instrumento político e, pela mentira ao povo e pela traição à democracia, ganharam acesso aos gabinetes que operam o poder do Estado brasileiro.
O melancólico destino do mensalão PSDB-MG, que até agora não apurou nem condenou nenhum acusado de boa plumagem, embora seja mais antigo do que a versão do mesmo esquema que levou à prisão o antigo núcleo dirigente do Partido dos Trabalhadores, sempre será uma advertência antiga, didática e indispensável. Confirma que, chamada a funcionar em ambiente de grande espetáculo, por trás das cortinas a Justiça costuma ser aplicada para proteger amigos e perseguir inimigos.
No mesmo caminho, no momento em que aproximava-se do governo Temer, o TSE foi colocado em férias coletivas.
Com oito ministros e uma porção luminosa de sua base parlamentar na lista, inclusive os presidentes da Câmara e do Senado, a permanência de Michel Temer a frente do Estado brasileiro ameaça tornar-se uma impossibilidade prática.
Desde o aliado principal, Eduardo Cunha, poupado até o momento em que cumpriu a tarefa de encaminhar o impeachment contra Dilma Rousseff, os pilares de sustentação estão desmoronando, um a um. Incapaz de aceitar o caráter de seu governo, nascido para ser transitório, Temer apenas agrava a própria situação quando multiplica iniciativas destrutivas, do ponto de vista das conquistas da população brasileira, e temerárias, do ponto de vista da democracia, imaginando que irá salvar-se em seminários entre Washington e Nova York.
Numa hora em que as máscaras caem e a farsa se desfaz, a prioridade absoluta é retornar a política, a partir da da compreensão de que não há saída fora do respeito a soberania popular. Não custa lembrar sempre. Com todos os seus defeitos a democracia é preferível às ditaduras, de qualquer tipo – inclusive um estado de exceção judicial.
Nos próximos dias, a lista de Fachin deve animar o debate em torno de ideias para tirar o país de uma crise cada vez mais grave. Não há muito para inovar nem é preciso distribuir prêmios de originalidade. Basta permitir ao povo escolher, em urna, quem irá governar o país em futuro breve. Os brasileiros e brasileiros manifestam essa vontade com clareza e veemência sempre que são perguntados. É hora de discutir como devem ser atendidos.
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