Por Renato Rovai, em seu blog:
No sábado pela manhã escrevi um artigo no blogue que você pode ler aí embaixo no qual ponderava que se o perito da Folha estivesse certo, Joesley Batista deveria ser preso imediatamente e Rodrigo Janot afastado da Procuradoria Geral da República. E como o caso ainda não se encerrou, mantenho esta tese. Mesmo que não sejam 50 pontos de edição, mas apenas um, para preservar quem quer que seja, o áudio estará ferido de morte.
Isso não significa que a investigação contra Temer deva ser interrompida. Ao contrário, há inúmeros elementos para que ela continua e o presidente ilegítimo seja afastado do cargo. A cada dia que passa fica mais claro que Temer se comporta como um gangster na política há muito tempo. E que se comportou assim na presidência, o que justifica seu afastamento.
Neste mesmo artigo também escrevi o seguinte trecho:
“Eu, sinceramente, ficarei surpreso se a montagem for comprovada. Não porque ache que o MP é um convento, mas porque isso seria algo absolutamente infantil. Nem um completo imbecil acreditaria que um áudio com esse potencial de mudar os destinos do país não seria periciado.
Ou seja, ainda é cedo para dar crédito total à matéria da Folha, que, aliás, na insignificante opinião deste blogueiro, deveria ter pedido para que outros peritos fizessem análise completa do áudio antes de publicar sua reportagem.
De qualquer maneira um capítulo novo da crise acaba de ser aberto com esta matéria. E se ela estiver correta será o fim da República dos Procuradores. Caso contrário, enterrado estará o que restou da credibilidade da Folha, pois ficará claro que ela tentou jogar uma boia de salvação para Temer.”
Ao que parece a Folha jogou a última pá de cal sobre aquilo que ainda restava de razoável da sua história. O Fantástico de ontem revelou que o perito Ricardo Caires dos Santos assumiu ter feito um trabalho precário e com equipamentos amadores. E informou que, ao contrário do que disse a Folha, ele não teria vínculos com o Tribunal de Justiça de São Paulo.
Caires, que também seria figura frequente em programas sensacionalistas e de celebridades, relativizou à Globo suas bombásticas declarações à Folha.
Ele negou a existência de 53 pontos de edição e disse que seriam “14 pontos de edição e entre 15 e 20 pontos de corte de diversos trechos de ruído”.
Hoje em uma matéria na Folha, o perito dá nova marcha ré e diz que não mudou sua versão, apenas procurou acrescentar detalhes à análise. Ou seja, a história se tornou um pântano.
E como em terra de cego quem tem um olho é rei, há uma tendência a se premiar quem vencer este braço de ferro. Um absurdo completo, porque ambos estão fazendo o que de pior se pode fazer em episódios jornalísticos como este.
Pelo seu blogueiro Lauro Jardim, O Globo reproduziu com erros factuais primários um áudio envolvendo o presidente da República. Reproduziu, aliás, sem que o jornalista tivesse sequer ouvido o áudio.
A Folha contratou um único perito e bancou a partir dele a hipótese que já aventava um dia antes em todas as suas manchetes do jornal e do portal UOLL, de que o “áudio era inconclusivo”.
Depois de dar um google na vida do perito, o Globo sai atirando no áudio dizendo que o cara já trabalhou fazendo pontas em programas sensacionalistas.
Ou seja, ambos os veículos vão disputando o espólio do país a partir de eu acho daqui e você dali, sem o mínimo rigor jornalístico. Cada um defendendo o lado político que escolheu neste episódio. A Folha faz o jogo de Temer e do PSDB. A Globo quer dar o golpe dentro do golpe, elegendo rapidamente por via indireta ou Meirelles ou Carmem Lúcia, fortalecendo o pacto com o Partido do Judiciário e juntando a ele o sistema financeiro.
De lambuja, a Globo ainda ganharia a prisão de Lula. E é principalmente por isso que rifou Aécio e Temer. Ela percebeu que precisava entregar uns anéis do outro lado, para justificar levar o dedo principal do outro.
O fato é que o Brasil está vivendo um ciclo histórico sem precedentes. A Folha parece ter capotado seu carro numa das curvas deste ciclo. E talvez não se recupere mais. De qualquer maneira, a Globo teve que acelerar muito. E pode ficar sem motor para completar a prova.
Anotem, esse racha no espectro midiático não é demonstração de força, mas de fraqueza. Não é só o sistema político brasileiro que entrou em parafuso. A aliança midiática também. Pela pior via. Mas isso pode ser bom. O consenso midiático pode entrar em crise e isso pode abrir frestas para um novo pacto democrático.
No sábado pela manhã escrevi um artigo no blogue que você pode ler aí embaixo no qual ponderava que se o perito da Folha estivesse certo, Joesley Batista deveria ser preso imediatamente e Rodrigo Janot afastado da Procuradoria Geral da República. E como o caso ainda não se encerrou, mantenho esta tese. Mesmo que não sejam 50 pontos de edição, mas apenas um, para preservar quem quer que seja, o áudio estará ferido de morte.
Isso não significa que a investigação contra Temer deva ser interrompida. Ao contrário, há inúmeros elementos para que ela continua e o presidente ilegítimo seja afastado do cargo. A cada dia que passa fica mais claro que Temer se comporta como um gangster na política há muito tempo. E que se comportou assim na presidência, o que justifica seu afastamento.
Neste mesmo artigo também escrevi o seguinte trecho:
“Eu, sinceramente, ficarei surpreso se a montagem for comprovada. Não porque ache que o MP é um convento, mas porque isso seria algo absolutamente infantil. Nem um completo imbecil acreditaria que um áudio com esse potencial de mudar os destinos do país não seria periciado.
Ou seja, ainda é cedo para dar crédito total à matéria da Folha, que, aliás, na insignificante opinião deste blogueiro, deveria ter pedido para que outros peritos fizessem análise completa do áudio antes de publicar sua reportagem.
De qualquer maneira um capítulo novo da crise acaba de ser aberto com esta matéria. E se ela estiver correta será o fim da República dos Procuradores. Caso contrário, enterrado estará o que restou da credibilidade da Folha, pois ficará claro que ela tentou jogar uma boia de salvação para Temer.”
Ao que parece a Folha jogou a última pá de cal sobre aquilo que ainda restava de razoável da sua história. O Fantástico de ontem revelou que o perito Ricardo Caires dos Santos assumiu ter feito um trabalho precário e com equipamentos amadores. E informou que, ao contrário do que disse a Folha, ele não teria vínculos com o Tribunal de Justiça de São Paulo.
Caires, que também seria figura frequente em programas sensacionalistas e de celebridades, relativizou à Globo suas bombásticas declarações à Folha.
Ele negou a existência de 53 pontos de edição e disse que seriam “14 pontos de edição e entre 15 e 20 pontos de corte de diversos trechos de ruído”.
Hoje em uma matéria na Folha, o perito dá nova marcha ré e diz que não mudou sua versão, apenas procurou acrescentar detalhes à análise. Ou seja, a história se tornou um pântano.
E como em terra de cego quem tem um olho é rei, há uma tendência a se premiar quem vencer este braço de ferro. Um absurdo completo, porque ambos estão fazendo o que de pior se pode fazer em episódios jornalísticos como este.
Pelo seu blogueiro Lauro Jardim, O Globo reproduziu com erros factuais primários um áudio envolvendo o presidente da República. Reproduziu, aliás, sem que o jornalista tivesse sequer ouvido o áudio.
A Folha contratou um único perito e bancou a partir dele a hipótese que já aventava um dia antes em todas as suas manchetes do jornal e do portal UOLL, de que o “áudio era inconclusivo”.
Depois de dar um google na vida do perito, o Globo sai atirando no áudio dizendo que o cara já trabalhou fazendo pontas em programas sensacionalistas.
Ou seja, ambos os veículos vão disputando o espólio do país a partir de eu acho daqui e você dali, sem o mínimo rigor jornalístico. Cada um defendendo o lado político que escolheu neste episódio. A Folha faz o jogo de Temer e do PSDB. A Globo quer dar o golpe dentro do golpe, elegendo rapidamente por via indireta ou Meirelles ou Carmem Lúcia, fortalecendo o pacto com o Partido do Judiciário e juntando a ele o sistema financeiro.
De lambuja, a Globo ainda ganharia a prisão de Lula. E é principalmente por isso que rifou Aécio e Temer. Ela percebeu que precisava entregar uns anéis do outro lado, para justificar levar o dedo principal do outro.
O fato é que o Brasil está vivendo um ciclo histórico sem precedentes. A Folha parece ter capotado seu carro numa das curvas deste ciclo. E talvez não se recupere mais. De qualquer maneira, a Globo teve que acelerar muito. E pode ficar sem motor para completar a prova.
Anotem, esse racha no espectro midiático não é demonstração de força, mas de fraqueza. Não é só o sistema político brasileiro que entrou em parafuso. A aliança midiática também. Pela pior via. Mas isso pode ser bom. O consenso midiático pode entrar em crise e isso pode abrir frestas para um novo pacto democrático.
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