sábado, 30 de abril de 2016

FHC presta depoimento na PF. Mídia abafa

Por Altamiro Borges

Nada de helicópteros, batalhões de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas ou histeria na mídia. Nesta sexta-feira (29), o ex-presidente FHC prestou depoimento na sede da Polícia Federal em São Paulo na investigação que apura a remessa ilegal de grana ao exterior para financiar as despesas da sua ex-amante Mirian Dutra, jornalista da TV Globo por 35 anos. Da mesma forma como no passado a imprensa amiga escondeu o caso extraconjugal do “príncipe da Sorbonne” – que na época mantinha um casamento de conveniência com a antropóloga Ruth Cardoso –, agora ela tratou de abafar o depoimento. A PF também agiu com discrição. Nada de vazamentos seletivos ou cenas cinematográficas. Mesmo sem ter foro privilegiado, o grão-tucano foi ouvido na sede da instituição.

Cunha acelera reajuste do STF. Gratidão?

Por Altamiro Borges

Graças ao esforço pessoal do correntista suíço Eduardo Cunha, o projeto de lei que garante reajustes salariais aos servidores do Poder Judiciário – e que elevará ainda mais os rendimentos dos “nobres” ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – ganhou caráter de urgência na Câmara Federal. Em votação realizada nesta quinta-feira (28), os deputados decidiram – por 277 votos a quatro – acelerar a concessão deste benefício. O mesmo projeto fora vetado no ano passado pelo governo como parte do esforço para conter os gastos públicos. Agora, porém, o presidente da Câmara Federal – o carrasco da presidenta Dilma Rousseff que é réu na midiática Lava-Jato – voltou à carga. Será por gratidão à cumplicidade do STF, que desde dezembro evita julgar o seu caso?

Governo Alckmin tortura secundaristas

Por Mauro Lopes, no site dos Jornalistas Livres:

Pode ser caracterizado como tortura o ato de manter o ar condicionado ligado no máximo durante a noite de quinta (28) e a madrugada de sexta (29) no Centro Paula Souza, ocupado por estudantes secundaristas em luta contra a crise da educação no Estado. Foi o que disse hoje (29) aos Jornalistas Livres o advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe), “Tortura é uma ação intencional de manter alguém em intenso sofrimento físico e psicológico. Se o Estado por meio de seus funcionários pratica ações com este objetivo está caracterizada tortura”, disse Ariel. Na reunião do Condepe da próxima segunda-feira ele irá solicitar apuração imediata do caso. O órgão é estadual e o advogado foi eleito para integrá-lo na quota da sociedade civil.

Golpe como contraponto à tendência do voto

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

Uma meticulosa engenharia foi montada pelos golpistas para viabilizar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ela gira na contramão da tendência dos votos em todas as eleições desde 2002. O deslocamento do centro para a direita, capitaneado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, é o ponto-chave dessa engrenagem.

Quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff aceitaram Michel Temer como vice em suas chapas não foi por seu sorriso artificial, nem por sua esposa, Marcela Temer, “bela, recatada e do lar”, segundo a revista Veja. As coligações foram firmadas com a presença do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que tem o atual vice-presidente da República como seu líder principal, não com ele propriamente dito. A aliança partiu do pressuposto de que só uma frente de esquerda não ganharia as eleições, nem tampouco governaria o país.

Parlamentarismo confisca a vontade popular

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Liderada pelo senador José Serra, nenhuma das propostas colocadas à mesa pelo grupo político que pretende assumir Presidência sem um voto sequer é tão reveladora de seus objetivos como a ressurreição parlamentarista. Trata-se de uma ofensa obvia a maioria de brasileiros que, nos últimos 50 anos, foi duas vezes às urnas para se manifestar em defesa do presidencialismo.

Em 2016, com um descaramento que só a arrogância de quem executa uma tentativa de golpe de Estado imaginando que os brasileiros não serão capazes de entender a natureza nefasta da mudança em curso, pretende-se um segundo absurdo, que é aprovar a mudança sem passar pelo plebiscito – até porque não é difícil imaginar o resultado, caso a população seja chamada a decidir.

O formigueiro da juventude brasileira

Por Carina Vitral, no blog Viomundo:

As manifestações da juventude brasileira nos recentes dias e, em especial, na última quinta-feira, 28 de abril, são uma prova de que o consórcio político-midiático que planeja um golpe sobre nossas instituições peca pela arrogância ou pela cegueira.

A ofensiva de Michel Temer, Eduardo Cunha e Aécio Neves para atropelar a República pisando sobre os movimentos sociais trouxe o cálculo de que éramos inexpressivos como formigas.

#5BlogProg precisa da sua ajuda. Urgente!


Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O Encontro Nacional de Blogueiros progressistas e ativistas digitais nasceu em 2010. Este ano, o evento ocorre na cidade de Belo Horizonte, nos dias 20, 21 e 22 de maio. É um esforço imenso para uma entidade como o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, que agrega centenas de comunicadores de todo o Brasil, organizar este encontro sem grandes recursos. Nós blogueiros, jornalistas independentes e ativistas digitais produzimos uma comunicação livre de amarras mercadológicas, que aposta no jornalismo cidadão, dando voz e vez a grupos sociais que são historicamente criminalizados pela mídia tradicional, que nos cotizamos num processo colaborativo para produzir reportagens investigativas de interesse local, regional e nacional.

Pepe Mujica: 'Agora é hora de lutar'

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

O ex-presidente José Mujica, do Uruguai, concedeu duas horas de entrevista coletiva a jornalistas e blogueiros progressistas que lotaram o auditório do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé, na manhã desta quarta-feira (27.04), em São Paulo.

Na pauta, o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, o Brasil e o papel da esquerda no continente. Sem meias palavras, Pepe Mujica passou um recado claro aos brasileiros: “não é hora de fazer balanços, precisamos da distância do tempo para fazer balanços. Agora é hora de lutar”.

"O nosso inimigo é o monopólio da mídia"

Por Elizângela Araújo, no site do FNDC:

A jornalista Renata Mielli atua nos movimentos sociais desde os tempos de estudante secundarista. Foi diretora da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo e da União Nacional dos Estudantes (UNE). Como ativista pela democratização da comunicação, participou da construção da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), integrando a Comissão Organizadora da etapa municipal São Paulo, e tem atuado ativamente em entidades como o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, onde atualmente exerce o segundo mandato como secretária geral; e no FNDC, onde já exerceu os mandatos de secretária de Comunicação e secretária geral.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Governo pode questionar nomeações de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Algumas pessoas do governo e do PT estão examinando a apresentação, ao STF, de uma arguição de inconstitucionalidade da nomeação de novos ministros pelo vice-presidente Michel Temer, caso se confirme afastamento da presidente Dilma pelo Senado, por um prazo de até 180 dias ou até que seja concluído seu julgamento. Os argumentos utilizados seriam os mesmos apresentados pelo jurista Jorge Rubem Folena de Oliveira em artigo no jornal GGN: Temer estará substituindo Dilma no cargo, temporariamente, e não ainda sucedendo-a. Como substituto não poderia agir como se já fosse presidente definitivo.

A navalha de Temer na carne... dos pobres

Por Ana Fonseca, no site Vermelho:

Uma tragédia se avizinha e voa rasante sobre as casas e as vidas de milhões de brasileiras e brasileiros. Já chegam à praça as primeiras informações sobre o que poderia vir a ser o governo Temer para a área social, notadamente no Programa Bolsa Família (BF). Veiculada em matéria publicada hoje (28/04) no jornal O Estado de São Paulo, e em entrevista recente (25/04) do ex-pesquisador do IPEA Ricardo Paes de Barros, a proposta é que o BF tenha foco apenas nos 5% mais pobres, sem deixar claro se o percentual é relativo à população brasileira total ou às famílias beneficiárias do programa.

Salário mínimo é um dos alvos do golpe

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

Frei Betto tem razão quando diz que faltariam ruas para protestos se os pobres soubessem quais são os planos da coligação que tenta tomar o governo pela via do golpe. Um dos alvos principais é o salário mínimo. As razões são variadas. Mas todas convergem: o mais importante será a redução do valor real do salário mínimo.

O salário mínimo foi criado no dia 1º de maio de 1940 por Getúlio Vargas. Desde a sua criação, o salário mínimo sofreu muitos ataques. São ataques contra o seu valor e ataques à sua existência.

Janaína Paschoal simboliza a plutocracia

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das tragédias de situações como a que o Brasil vive é ver nulidades como Janaína Paschoal ser alvo de torrenciais holofotes.

Não foi fácil suportá-la no Senado na noite de quinta, na comissão que discute o impeachment.

Num momento de autoempolgação, Janaína traiu sua confusão mental e seu antipetismo delirante. Ela disse aos senadores que, se eles não tirarem Dilma, teremos dezesseis anos de PT no poder.

Quem vai infernizar Temer?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A perfumada tropa de choque do golpismo na imprensa se dedica a “pré-desculpar” Michel Temer pelas dificuldades de seu governo de usurpação alegando que serão provocadas por uma decisão do PT de “infernizar” sua gestão.

Se fosse isso, Temer poderia ficar tranquilo, porque nos últimos tempos o PT não vem se caracterizando como eficiente nem mesmo em infernizar.

O Senado e a dimensão burlesca do golpe

Por Jeferson Miola

O pedido de impeachment defendido no Senado ontem, 28 de abril, pelos advogados do PSDB Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, não seria sequer aceito para discussão em qualquer Parlamento digno e sério do mundo moderno.

Além disso, está por ser inventada uma republiqueta na face da Terra capaz de aceitar como válida para a deposição de uma Presidente eleita por 54.501.118 votos uma denúncia tão desqualificada apresentada daquela maneira tresloucada.

O golpe e a embaixadora dos EUA

Por Caco Schmitt, no blog RS-Urgente:

“O controle político da Suprema Corte é crucial para garantir impunidade dos crimes cometidos por políticos hábeis. Ter amigos na Suprema Corte é ouro puro”.

A afirmação não é de agora e nem de quem critica o STF por não prender o Cunha, por enrolar a posse do Lula etc. Foi feita há cinco anos pela pessoa que hoje é a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde. A diplomata exercia o cargo de embaixadora no Paraguai (de 2008 a 2011) quando se reportou ao governo norte-americano, relatando a situação do país. Ela deixou o cargo poucos meses antes do golpe que destituiu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, mas deixou o caminho azeitado. Aqui no Brasil, no cargo desde outubro de 2013, esta personagem é cercada de mistérios e sua vinda pra cá, logo após o golpe parlamentar paraguaio, não foi gratuita.

Globo quer empurrar o golpe goela abaixo

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Nos protestos contra o golpe e pela democracia, tanto nas cidades brasileiras como em cidades estrangeiras, manifestantes sempre trazem cartazes e faixas contra a Globo. Jornalistas da emissora vêm enfrentando dificuldade para conseguir entrevistar manifestantes sem que a Globo se torne alvo do protesto.

Nas redes sociais, o desgaste de imagem da antes toda-poderosa Globo é maior ainda, o que explica em parte os inusitados 30 minutos que o ator José de Abreu teve para expressar suas opiniões no programa Domingão do Faustão do dia 24, contra o golpe perpetrado por corruptos contra uma presidenta honesta.

Quem vai prender os ladrões da merenda?

Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:

Desde janeiro, quando veio à tona o esquema de superfaturamento referente à merenda escolar em São Paulo, deputados estaduais da oposição ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB) vêm colhendo assinaturas, sem sucesso, para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo.

A União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes) tem feito diversas manifestações nas ruas e na Assembleia Legislativa do estado para pressionar os deputados a criarem a CPI, porque “roubar alimento de criança é crime por demais desumano”, diz Ângela Meyer, presidenta da Upes.

Folha imita Globo e esconde o golpe

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Depois do Globo, agora é a vez da Folha tentar falsear a realidade. Estão desesperados. O golpe midiático faz jus a seu próprio nome: tem de manter os zumbis em estado de alienação até o fim.

É muito louco. Nem Philip Dick, o famoso escritor de ficção científica, imaginaria uma trama tão sinistra.

'Panama Papers" e o dinheiro secreto

Por Frei Betto, no site da Adital:

Tudo que se passa dentro da casa, diz o Evangelho, será proclamado nos telhados. Agora aconteceu com 11,5 milhões de contas secretas guardadas, durante 40 anos, no escritório de advocacia Mossack-Fonseca, no Panamá. É o escândalo conhecido como Panama Papers.

São contas de offshore, que significa, em tradução livre, ‘negócios à parte’. Offshore é uma empresa legalmente constituída fora do país de quem investiu seu capital. Portanto, ter contas offshore não constitui crime.

Plano Temer e convulsão social

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

O Brasil amanheceu nesta quinta-feira (28) com mobilizações em avenidas e rodovias de nove Estados. A jornada foi organizada pela Frente Povo Sem Medo e levou às ruas milhares de pessoas. Foi uma demonstração da resistência organizada ao descaminho que o Parlamento parece querer impor ao país.

Se de fato concretizar-se o golpe político em curso e a tentativa de aplicação do “Plano Temer”, o que ocorreu na manhã de hoje poderá se tornar rotina.

Anastasia manobrou recursos da saúde de MG


Por Patricia Faermann, no Jornal GGN:

A presidente Dilma Rousseff é alvo de impeachment com base em dois motivos: por emitir seis decretos de crédito suplementar e pela denominada "pedalada fiscal" no ano de 2015. O parlamentar eleito para produzir o relatório que julgará a presidente da República no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), é alvo de uma ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) por prática de manobras contábeis, durante a sua gestão no governo de Minas Gerais, desviando junto com o mandato de Aécio Neves mais de R$ 14 bilhões destinados à saúde para outros investimentos, e maquiando as contas do orçamento do Estado até 2013. Entenda cada uma das acusações que, de um lado, foi brecada na Justiça Federal de Belo Horizonte e, de outro, pode destituir o poder da Presidência.


Senadores censuram Nobel da Paz

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, de 84 anos, teve sua fala no Senado censurada a pedido de senadores da oposição, após denunciar que há uma tentativa de golpe no Brasil. “Venho ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente na América Latina para que se respeite a continuidade da Constituição e do direito do povo de viver em democracia. Há grandes dificuldades de um golpe de Estado, que já aconteceu em outros países do continente, como Honduras e Paraguai. Espero que saia o melhor deste recinto para o bem da democracia e da vida do povo do Brasil”, disse Esquivel, da tribuna da Casa.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Brasil em chamas contra o golpe

Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

Os golpistas nativos - alguns deles teleguiados pelos "falcões" dos EUA - achavam que repetiriam no Brasil a mesma experiência dos "golpes suaves" no Paraguai e Honduras, sem enfrentar resistências. Eles menosprezaram a capacidade de reação das esquerdas sociais e políticas do país, que a cada dia intensificam as mobilizações e deixam explícito que não aceitam o impeachment de Dilma e, muito menos, o governo ilegítimo de Michel Temer, o Judas, e Eduardo Cunha, o chefão da máfia. Nesta quinta-feira (28), o #BrasilEmChamas" mostrou que não haverá a paz do cemitério, com o bloqueio de estradas e avenidas e a paralisação de várias universidades. Vão amadurecendo as condições para a realização de uma poderosa greve geral no Brasil em defesa da democracia e dos direitos sociais.

Um traidor para chamar de seu

Por Jandira Feghali

É sabido que a História não perdoa os traidores. De Brutus a Silvério dos Reis, a traição figura com uma marca registrada: o poder a qualquer custo. Diz o ditado popular que por trás de todo grande líder há sempre um grande traidor, e a presidenta Dilma Rousseff já tem um para chamar de seu: Michel Temer.

O vice mente quando diz estar em silêncio e que apenas acompanha o processo de impeachment, quando, nas últimas semanas construiu ardilosamente um governo virtual e acenou com espaços de poder aos aliados de plantão. Enterra, assim, sua biografia ao desonrar o posto que ocupa com articulações para uma possível e ilegítima gestão fruto de armações.

Um golpe, na mais perfeita “normalidade”

Por Celso Vicenzi, em seu blog:

Jornalistas e colunistas brasileiros amestrados (fazem direitinho o que os patrões querem) se recusam a ver sinais de golpe no impeachment que não conseguiu demonstrar crime de responsabilidade da presidenta Dilma Roussef. Oscilam entre a tese equivocada de que impeachment é apenas um ato político, o que é falso, pois tem também um componente jurídico, como já alertou o ministro Marco Aurélio Mello, e o argumento de que o STF tem legitimado tudo o que está acontecendo. E que portanto, o golpe (ôps, eles preferem impeachment), acontece dentro da mais perfeita “normalidade”. É certo que alguns ministros do STF possam divergir de Marco Aurélio Mello, mas se consultarem direitinho a Constituição, terão que apelar para malabarismos jurídicos para fugir à obviedade. Embora, claro, sempre possível e ao alcance da literatura jurídica , misturado a uma certa dose de irresponsabilidade.

A segunda guerra pelo 'Mais Médicos'

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Convocada para amanhã, no Planalto, a cerimônia de assinatura de uma Medida Provisória para proteger o programa Mais Médicos deve transformar-se num primeiro ato em defesa de um das melhores heranças de Dilma Rousseff, colocada sob ameaça por um eventual governo Michel Temer.

Criado por Dilma em 2013, como uma resposta coerente aos imensos protestos ocorridos no primeiro semestre daquele ano, o Mais Médicos atende 63 milhões de brasileiros e tornou-se um dos mais bem sucedidos programas sociais em vigor no país depois da chegada do condomínio Lula-Dilma no Planalto. O índice de satisfação da população beneficiária, residente em áreas carentes e pontos remotos, fica próximo do absoluto.

Impeachment e o financiamento de campanha

Por Tiago Camarinha Lopes, no site Brasil Debate:

A decisão tomada pela Câmara dos Deputados, seguindo o relatório de Jovair Arantes favorável à abertura do processo de impeachment, é uma mudança de etapa significativa no processo de polarização política em curso no Brasil desde 2013. Ela divide um antes e um depois bastante nítidos: até agora a discussão política podia ser esboçada de modo bastante caricato conforme os dois grupos antagônicos que se formaram ao longo do tempo desde as jornadas de junho de 2013, os “coxinhas” e os “mortadelas”.

O impeachment e a sua agenda oculta

Por Marcos Verlaine, no site do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap):

Muito tem se falado e especulado sobre um possível governo do PMDB, sob Temer, que vai diminuir drasticamente os investimentos em áreas sociais do atual governo. Resultado de mais de uma década de importantes políticas públicas de empoderamento dos mais pobres, como moradia popular, eletrificação, ingresso em cursos superiores, bolsas para formação técnico-profissional (Pronatec), Fies, Farmácia Popular, Ciências sem Fronteiras, dentre outras.

Senado repetirá o vexame da Câmara?

Editorial do site Vermelho:

O Senado Federal prepara-se para decidir sobre o acatamento da absurda decisão da Câmara dos Deputados, que estarreceu os brasileiros e o mundo, e deliberar sobre o andamento do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

O rito está definido e cabe ao Senado decidir, inicialmente, se instala o processo de impeachment em duas votações, a primeira na Comissão Especial e a segunda no plenário. Admitido o processo, a presidenta legalmente eleita é afastada e seu lugar assumido pelo vice, sem votos, Michel Temer, que passará a comandar a Presidência da República até o julgamento final do processo, que pode ocorrer seis meses depois.

Temer é a esperança da bancada BBB

Por José Antonio Lima, na revista CartaCapital:

A ascensão de Michel Temer à Presidência da República, a ser confirmada pelo Senado até a metade de maio, pode propiciar um ambiente favorável para a chamada bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia). Forças altamente relevantes no Congresso mais conservador desde de 1964, parlamentares evangélicos, ruralistas e ligados à segurança pública preparam uma coleção de pautas polêmicas para serem aprovadas até 2018, muitas das quais não têm apoio do PT e do governo Dilma Rousseff.

STF discute pipoca e o país pega fogo

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

As redes sociais repercutiram intensamente nesta quarta a agenda do STF.

A posteridade terá dificuldade em entender. É o triunfo da insanidade.

Nestes dias dramáticos em que uma jovem democracia enfrenta a iminência de um golpe nascido da vingança de um psicopata metido em múltiplas roubalheiras, o STF deliberou sobre se as pessoas podem entrar com pipoca no cinema.

O Brasil dos dois pesos e duas medidas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Liga um amigo gozador e diz que a democracia no Brasil deveria ser aferida pelo Instituto de Pesos e Medidas.

“Brito, ninguém passava no teste da balança”

E dá exemplos.

O ex-possível ministro da Justiça de Michel Temer foi advogado de réu da Lava-Jato e assinou manifesto comparando o tribunal de Moro à Inquisição.

O Brasil real e o Brasil virtual

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Há dois Brasis que correm paralelos e que possuem lógicas e dinâmicas diferentes.

Há o Brasil dominante, profundamente desigual e por isso injusto, reproduzindo uma sociedade malvada que não tem compaixão nem misericórdia para com as grandes maiorias. Segundo o IPEA são 71 bilhardários ou cinco mil famílias extensas detém grande parte da riqueza nacional e mostram parquíssimo sentido social, insensíveis à desgraça de milhões que vivem nas centenas de favelas que circundam quase todas as nossas cidades. Desses se origina, em grande parte, o ódio e a discriminação que tributam aos pobres e aos filhos e filhas da escravidão que se verificam ainda nos dias atuais.

'Os derrotados são os que deixam de lutar'

Foto: Jornalistas Livres
Por Helder Lima, na Rede Brasil Atual:

O ex-presidente do Uruguai e atual senador José Pepe Mujica disse hoje (27) que a crise política no Brasil pode levar a alguns retrocessos, mas que a luta deve continuar e que muitos dos direitos conquistados nos últimos anos serão mantidos. “A maioria dos progressos sociais que estão consagrados em nossas constituições (da América Latina) é fruto de mobilizações de organizações de esquerda, que em nenhum momento se deram como causa perdida e foram derrotadas, mas foram se conformando, e mudando a cultura da humanidade”, afirmou, durante entrevista coletiva no Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo,

Riscos aos trabalhadores no governo Temer

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Dois projetos de lei em trâmite no Congresso Nacional, que devem contar com o apoio de um eventual governo Michel Temer, são vistos como graves retrocessos para os direitos dos trabalhadores, podendo – sob a justificativa de “destravar'' o crescimento econômico – causar impactos na qualidade de vida de milhões de pessoas.

O primeiro é o que amplia a terceirização e legaliza a contratação de prestadoras de serviços para executarem atividades para as quais outras empresas foram constituídas (atividades-fim) e não apenas serviços secundários, como é hoje. O outro permite que convenções e acordos coletivos de trabalho negociados entre patrões e empregados prevaleçam sobre a legislação trabalhista, mesmo que isso signifique perdas aos trabalhadores.

Mujica fala para as mídias progressistas

Por Thiago Cassis, no site da UJS:

O ex-presidente do Uruguai e atual senador, José Mujica, concedeu entrevista para blogueiros e mídias alternativas na manhã de hoje (27) no Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, em São Paulo. O popular e carismático, “Pepe” Mujica, como é chamado, iniciou sua fala falando sobre o homem e a necessidade de fazermos política, que segundo ele, “não serve para fazer dinheiro. Política é a expressão da maioria”.

As pedaladas do relator do impeachment

Por Rogério Correia, no blog Viomundo:

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi posto em um dilema ao ser escolhido relator da comissão de impeachment no Senado.

Encarregado de analisar as acusações que pesam contra a presidenta Dilma Rousseff sobre as chamadas “pedaladas fiscais”, o tucano corre o risco de admitir que cometeu crime durante o período em que foi governador de Minas Gerais.

Pois, nesse período, praticou atos idênticos aos que constam na peça acusatória da presidenta.

Entre 2011 e 2014, foram editados 972 decretos de suplementação orçamentária.

Mujica: Mídia expressa poder das elites

Foto: Felipe Bianchi
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O ex-presidente uruguaio José "Pepe" Mujica concedeu entrevista a blogueiros e mídias alternativas na manhã desta quarta-feira (27), em São Paulo. Atento ao cenário de golpe em curso no Brasil, Mujica alertou para o papel jogado pelos meios de comunicação: "A mídia expressa o poder das classes dominantes. O que percebo, no Brasil, é que os meios criam uma subconsciência nos cidadãos, colocando defeitos da sociedade brasileira e do sistema político como defeitos da esquerda".

O simulacro da normalidade golpista

Por Jeferson Miola

A farsa do impeachment começou o segundo estágio. Ontem, 26 de abril, o Senado instalou a Comissão Especial que será presidida pelo peemedebista Raimundo Lira, da Paraíba, e terá como relator o tucano Antonio Anastásia, conterrâneo e aliado de Aécio Neves.

O Senado fará um esforço monumental para desfazer a imagem dantesca da “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha” do 17 de abril, que desmanchou a farsa do golpe perante o mundo inteiro.

Malafaia abençoa Temer e cobra fatura

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O pastor Silas Malafaia esteve hoje com o vice-presidente Michel Temer, orou por seu governo e o abençoou. A visita é um indicador do “excelente diálogo que a bancada BBB – boi, bala e bíblia – pretende ter com Temer num eventual governo para fazer avançar a agenda conservadora e regressiva que abriu caminho na Câmara a partir da posse de Eduardo Cunha na presidência da Casa. O bloco, composto por cerca de 190 deputados ruralistas, evangélicos, policiais, militares e defensores de uma política de segurança mais repressiva, votou em peso pela admissibilidade do impeachment na Câmara depois de terem tido um encontro com Temer onde pleitearam que seu eventual governo adote algumas das medidas da agenda BBB. Agora, antes mesmo de ele tomar posse, a fatura começou a ser cobrada.

Por que eles querem tomar o poder

Por César Locatelli, no site dos Jornalistas Livres:

Para tentar dissipar a névoa que sempre envolve a taxa de juros, gostaria de iniciar compartilhando um importante fundamento: a taxa de juros é um dos maiores, senão o maior, concentradores de rendas do nosso país. Isso quer dizer que a taxa de juros tira dos pobres para dar aos ricos. O Estado brasileiro tem uma dívida pública plenamente compatível com o tamanho da dívida de outras nações. A anomalia não está no tamanho da dívida. A enorme irregularidade está no tamanho da taxa de juros que o governo paga, pela dívida pública, para as pessoas, bancos e empresas que emprestam recursos para o Estado.


Após impeachment, Lava-Jato sumiu!

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A evidência mais gritante de que o Brasil passa por um golpe talvez nem seja a ausência de crime de responsabilidade de Dilma, requisito primordial para processo de impeachment de um presidente ser instalado. Na última terça-feira, surgiu evidência muito mais forte.

A saborosa matéria do amigo Kiko Nogueira publicada no Diário do Centro do Mundo sob o título O estranho caso do desaparecimento de Moro e do casal que xingou José de Abreu trata de dois assuntos distintos, mas que encerram o mesmo fenômeno: o sumiço de pessoas que estavam em evidência.

Mídia, democracia e subjetividade


Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A mídia e a subjetividade dos brasileiros será o tema da 6ª edição do Ciclo de Debates Que Brasil é Este?, marcada para o dia 9 de maio, a partir das 19h. A atividade, que ocorre na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Rua General Jardim, 522, 7º andar), contará com as presença dos seguintes convidados:

terça-feira, 26 de abril de 2016

Blogueiros entrevistam Pepe Mujica

Do site da Fundação Perseu Abramo:

O ex-presidente uruguaio José "Pepe" Mujica concede entrevista coletiva a blogueiros e mídias alternativas do Brasil nesta quarta-feira (27), às 9h30, em São Paulo. Agora senador, a ilustre liderança falará sobre o cenário político no Brasil e na América Latina. A atividade terá transmissão ao vivo da Fundação Perseu Abramo, com retransmissão por diversos blogs e páginas, incluindo a do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

As esperanças frágeis do golpista FHC

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

O repórter Murilo Ramos escreveu no site da revista Época, neste domingo (24), que o PSDB parece não querer associar-se às medidas impopulares que um eventual governo Temer venha a tomar.

Temer, desde que o impeachment tomou impulso na Câmara dos Deputados, sob o comando de um réu no STF, o deputado Eduardo Cunha, tenta montar seu ministério golpista. Fala em “governo de conciliação nacional", que queria formado por "notáveis" da área financeira, claro. E aceitáveis para ela. Mas seu êxito tem sido escasso, como é revelado primeiro pelas divisões no campo golpista, em torno da divisão do botim.

O golpe e a resistência popular

Foto: Jornalistas Livres
Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

Na sua inexcedível capacidade de superar a fantasia, a política rasteira nos transportou, no domingo 17, para o imaginário de Macondo, promovendo o encontro do realismo fantástico com o espírito de Macunaíma, no que ele tem de moralmente grotesco e de lassidão. A sociedade, preocupada com os destinos de seu país, postou-se diante da tevê para saber como votavam seus representantes chamados a decidir o destino do mandato da presidenta da República.

O casal que desmascarou o golpe e a Globo

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se você é esperto, tem habilidades e possui os meios, você deve foder os poderosos.

A frase acima como que resume o jornalista americano Glenn Greenwald, 49 anos. Ele a pronunciou no curso de uma entrevista que concedeu à revista americana The Advocate, dedicada à comunidade gay.

Greenwald foi capa da revista, mas não foi apenas ele o objeto do texto. Também seu parceiro, o ativista brasileiro David Miranda, mereceu um amplo espaço da Advocate.

Bolsonaro é uma tragédia, não uma comédia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Mário Magalhães, em seu blog, faz uma interessante reflexão sobre o potencial eleitoral de Jair Bolsonaro, comparando-o ao que teve Plínio Salgado, o líder integralista, nas eleições de 1955.

Ambos se situam na faixa dos 8%. Vale a pena a leitura do texto, mas eu tenho certas divergências.

Acho que, dado o processo de estupidificação do país, Bolsonaro está ainda longe do teto eleitoral que pode atingir.

A omissão do STF no golpe em curso

Por Antonio Lassance, em seu blog:

Se o Supremo Tribunal Federal fala que não há golpe em curso, quem somos nós para discordar? Na verdade, nós somos aqueles que conhecem minimamente a História do Brasil e a História do Supremo para saber que o STF nunca viu golpe no país. Mais uma vez, não será diferente.

Nunca houve no Brasil uma única decisão do STF que contrariasse um ato golpista frontalmente ou sequer o denunciasse à opinião pública nacional ou à comunidade internacional. Ao contrário, o STF sempre cumpriu o papel de dizer que os golpes são absolutamente... "constitucionais".