Israel e o uso político de Brumadinho

Por Soraya Misleh, na revista CartaCapital:

Diante da tragédia em Brumadinho (MG), expressões de solidariedade vêm dos lugares mais distantes. Lamentavelmente, as vidas humanas ceifadas pela ganância do capital também despertam oportunismo. Caso do Estado de Israel, cuja violação de direitos humanos fundamentais é praxe. Frente ao espetáculo midiático em torno da ação dos seus mais de 130 soldados na região desde a última segunda-feira (28), pode ser vista por pessoas bem intencionadas com bons olhos. Natural.

O que Ustra faria com Flávio Bolsonaro?

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Brasil da lama bolsonarista conseguiu transformar o assassino Carlos Alberto Brilhante Ustra em algo próximo de um ícone pop.

Saímos definitivamente do armário. A hashtag “Ustra Vive” é um dos assuntos mais comentados do Twitter.

O filósofo e professor da USP Vladimir Safatle foi uma das personalidades entrevistadas no programa que o DCM fazia com produção da TVT.

Safatle falou da nova configuração da sociedade brasileira no pós-golpe. O Brasil precisa encarar, dizia ele, que “não é um país”.

Brumadinho e a legislação ambiental

Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

O rompimento da barragem ocorrida na planta de mineração de ferro da empresa Vale de Brumadinho (MG) já deixou 84 mortos e 276 desaparecidos até esse momento. O crime ocorrido na mina Córrego do Feijão trouxe para a centralidade da pauta política a discussão sobre a questão ambiental, até então deixada em segundo plano pelo governo Bolsonaro.

O Brasil e o ensaio venezuelano

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Seria bom nossa diplomacia lembrar que o trumpismo que vale hoje para a Venezuela, amanhã valerá para nós

Eis o principal legado do quase primeiro mês de bolsonarismo: abandonamos o posto e a responsabilidade de liderança regional para cumprir o papel de coadjuvantes da política ditada pelos interesses e conveniências da estratégia de guerra dos EUA de Donald Trump, voltados, agora mais consistentemente, para o Atlântico Sul e a América do Sul, aproveitando, até, o vácuo deixado pelo Brasil.

Por força de sua história e de sua liderança, o Brasil se havia destacado por alimentar o espírito integracionista e esta foi a maior proeza, e também a atitude mais arriscada de nossa política externa, desdenhada nos breves dias do novo governo.

Lula, Toffoli, Moro e o corpo de Vavá

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

A decisão do ministro Dias Toffoli pode ser vista como uma página de realismo fantástico. Ele autorizou Lula a ir ao velório do irmão, desde que o corpo fosse levado a uma unidade militar. Poderíamos imaginar algum sargento exigindo a identificação do cadáver pra autorizar a entrada do caixão…

A decisão, no entanto, saiu quando o corpo já fora baixado à sepultura no ABC paulista. Podemos imaginar então um tenente do bravo Exército nacional exigindo que o corpo de Vavá fosse desenterrado e levado até o quartel. Cumpra-se! Selva! Brasil acima de todos os corpos e caixões!

Contee discute conjuntura e comunicação

Do site da Contee:

“O momento é de coragem, força e capacidade para enfrentar a onda ultraliberal”. Assim o coordenador-geral, Gilson Reis, abriu a 16ª Reunião da Diretoria Executiva da Contee, dia 30, na sede da entidade, em Brasília. “Estamos sob um governo que não tem compromisso com a democracia, com as instituições, com o diálogo. No setor econômico ele tem uma plataforma ultraliberal e está repleto de militares em postos chave. Ao mesmo tempo, boa parte do extinto Ministério do Trabalho foi colocada sob o comando do Ministério da Justiça, do Sérgio Moro, com o objetivo de criminalizar o movimento sindical”, acrescentou.

A “retomada” do crescimento para pior

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Duas notícias de hoje chamam a atenção.

Uma a de que os empregos informais – sem carteira ou “por conta própria”, na imensa maioria, os “bicos” – , em 2018, superaram o número de empregos formais, e com folga.

33 milhões de carteiras assinadas, – quatro milhões a menos que em 2014 – contra 11,5 milhões de trabalhadores sem carteira (2 milhões a mais que antes) e 23,8 milhões trabalhando “por conta própria”, também dois milhões a mais que no início da crise, segundo as contas do IBGE.

Lula, seu irmão Vavá e o estado de direito

Foto: Ricardo Stuckert
Editorial do site Vermelho:

O ambiente de ódio e rancor que prevalece no Brasil e que resultou no golpe de 2016, acentuado desde a eleição do direitista Jair Bolsonaro para dirigir os destinos do país, ficou nítido mais uma vez com a decisão de parte do o judiciário e da Polícia Federal de proibir que o ex-presidente Lula, aprisionado em Curitiba (PR), compareça ao funeral de seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto de câncer nesta terça-feira (29), em São Bernardo do Campo (SP).

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Brumadinho e a privatização da Vale

Por Mouzar Benedito, na revista Fórum:

O que interessa a uma empresa? Lucros. Qualquer despesa que diminua os lucros vai contra o interesse dos acionistas. Esta é a lógica. E parece que empresas estatais, quando privatizadas, querem mais ainda “mostrar serviço”, provar que nas mãos de capitalistas elas são muito mais “eficientes”. Entenda-se como “eficientes” lucrativas.

Então, tragédias como as de Mariana e Brumadinho estão dentro desta lógica, embora tenhamos governos (há muito tempo, talvez sempre, não é de hoje) que agem como donos de empresas. Mas lembro que algumas empresas estatais assumiam um monte de responsabilidades sociais, como custear sistemas de educação e saúde em municípios em que atuavam.

O destino de Jair "Bagagem de Dejeitos"

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                   

Nas redes sociais não faltam críticas de pessoas do campo democrático e progressista à inação dos partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais diante das inacreditáveis primeiras semanas do governo Bolsonaro.

Dois fatores, na minha visão, contribuem para fortalecer a sensação de que o cavaleiro das trevas que ocupa a cadeira presidencial não vem sendo cobrado e pressionado pela oposição na proporção do festival de imbecilidades protagonizado pelo seu governo.

O discurso da servidão voluntária

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Certamente, são poucos os que hoje ostentam certezas sobre a conjuntura que atravessamos no Brasil, e quem sabe no mundo. Mais do que nunca, o pensamento de Romain Rolland, retomado por Gramsci, pessimismo da inteligência, otimismo da vontade, torna-se útil, necessário. Une a necessária capacidade de analisar o que nos cerca com todo rigor com a indispensável interferência da política, da ação para enfrentar os obstáculos que se colocam à nossa frente. A democracia sofreu uma grave derrota nas últimas eleições para uma candidatura que em nenhum momento escondeu suas predileções autoritárias extremadas. Uma derrota que atinge todos os democratas e, de modo especial, a esquerda, que precisa se armar teoricamente para enfrentar os novos desafios.

É certa a indicação de Lula ao Nobel da Paz

https://www.humanite.fr/
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Para que Lula vença a disputa pelo Nobel da Paz de 2019, falta muito. Apesar de ser mundialmente reconhecido por ter promovido a maior redução da pobreza, da miséria e da desigualdade que já se viu, as questões políticas que envolvem essa premiação dificultarão a vitória. Mas que ele será indicado ao prêmio, isso já é praticamente certo.

A mera indicação de Lula ao Nobel da Paz causará um terremoto político no Brasil – quantos brasileiros você acha que já foram indicados para receber a premiação internacional mais cobiçada do mundo?

O início da campanha de Dallagnol à PGR

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

É fácil entender os objetivos por trás da matéria “Os 500 dias de Raquel Dodge e o enterro da Lava Jato” publicada na última edição da revista Época.

Trata-se de mais um capítulo da parceria da mídia com a Lava Jato, visando interferir nas eleições internas para a Procuradoria Geral da República. Agora, como parte da estratégia montada com respaldo do Ministro da Justiça Sérgio Moro, visando emplacar Deltan Dallagnol na próxima lista tríplice.

Vamos a um histórico dessa parceria:


Uma Vale e muitos crimes

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A criação da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi mais uma das muitas decisões estratégicas adotadas por Getúlio Vargas. Com um projeto bastante definido a respeito dos rumos de um desenvolvimento nacional autônomo, ele deixou um legado fundamental para o futuro da sociedade brasileira. A constituição de uma empresa pública federal para se ocupar da exploração da riqueza do subsolo (em especial o minério de ferro) ocorreu mais de uma década antes do lançamento da Petrobrás.

Bolsonaro aprofunda desmonte da EBC

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

As últimas informações oficiais divulgadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) a respeito do futuro da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aumentaram o estado de alerta na estatal, que vive um processo de desmonte desde setembro de 2016, sob a gestão de Michel Temer (MDB), após o golpe que depôs Dilma Rousseff (PT).

Em nota interna publicada nesta segunda-feira (28), a direção da empresa anunciou o corte de cargos comissionados nas sedes de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão. Além disso, informou que o programa Repórter Brasil Maranhão, produzido pela TV Brasil no estado, deixa de existir a partir desta terça-feira (29).

Sobre a imprensa e a classe trabalhadora

Por Elaine Tavares, no blog Palavras Insurgentes:

Jornal Nacional. Rede Globo. O presidente da Vale fala por um tempo gigante, a considerar o valor do tempo num jornal global. Repete insistentemente que o que houve em Brumadinho foi um acidente. Um acidente? Com todos os laudos técnicos que mostram o risco dessas barragens? Com todos os avisos de gente muito especializada que milita nos movimentos? Com a trágica experiência de Mariana? Acidente? Foi um crime.

O respeito à soberania da Venezuela

Por Jeferson Miola, em seu blog:       

A autoproclamação de Juan Guaidó como presidente insulta a Constituição venezuelana e despreza o senso do ridículo.

Não fosse apenas outra tentativa de golpe de Estado numa Venezuela continuamente agredida pelos EUA, o gesto seria considerado como puro delírio da extrema-direita oposicionista.

Não existe previsão, na Constituição venezuelana, de mecanismo pelo qual, de repente, um indivíduo tresloucado desperta na manhã do dia que se celebra o 61º aniversário do fim da última ditadura do país [23/1] e se autoproclama ditador.

Vale: a trajetória da tragédia

Por Luiz Alberto Gomes de Souza, no site Outras Palavras:

Estamos diante da terrível e criminosa tragédia do dia 25 de janeiro, quando se rompeu a barragem de rejeitos de Córrego Feijão, da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, com um rio de lama cobrindo rapidamente uma área administrativa da Vale e uma comunidade próxima. Essa lama está contaminando o rio Paraopeba, afluente do São Francisco, podendo chegar até este, com um resultado catastrófico.

Uma barragem é um reservatório destinado a reter resíduos resultado do processo de beneficiamento de minérios. Estes resíduos são armazenados numa espécie de lixeira, para evitar que, soltos, causem danos ambientais. Entretanto, rompida a barragem, a saída violenta da lama represada dos resíduos produz danos ainda maiores.

Crime de Brumadinho e a luta por justiça

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Não foi desastre. Foi crime! (Milton Nascimento, resumindo a tragédia de Brumadinho, na abertura do seu show, sábado, no Mineirão).

“Não esperem da Vale nada. Vocês que vão conseguir, unidos, resolver o problema de vocês” (Promotor André Sperling, do MP de Minas Gerais, falando a 200 atingidos pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho).


Espero que meu amigo Guilherme Boulos, líder dos sem teto, e demais lideranças do que sobrou da oposição, tenham lido estas sábias lições do grande e eterno Milton e do promotor Sperling publicadas pela imprensa nesta terça-feira de luto no Brasil.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Veja, IstoÉ e Época detonam o clã Bolsonaro

Por Altamiro Borges

As quatro principais revistas do país deram capa nesta semana para Flávio Bolsonaro, o filhote do “capetão” Jair, aquele que se elegeu presidente da República posando de ético e que enganou tanto inocente – ou otário – com seu discurso anticorrupção.

A revista Veja, da falida e caloteira Editora Abril, deu uma foto sombria do novo senador carioca e estampou o título em letras garrafais: “A lambança do zero um”.

Já a IstoÉ, mais conhecida no meio jornalístico como QuantoÉ por seu histórico mercenarismo, também publicou uma foto do bem-sucedido agente imobiliário e adorador das milícias cariocas e deu a manchete: “O filho problema”.

Mas quem ou o que elegeu Bolsonaro?

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

Dragada por profunda crise, que começou com as jornadas de junho/julho de 2013, a sociedade brasileira chegou nas eleições de 2018 moralmente, eticamente, socialmente, politicamente e, sobretudo, economicamente exaurida. O processo eleitoral não produziu nada de novo ou palpável que pudesse apontar caminhos para a solução ou pelo menos, a redução dos graves problemas econômicos e sociais que acometem o País.

Diante desse quadro, os eleitores foram levados à optar pela volta do PT ou algo, em tese novo, que foi se consolidando como o candidato antipetista ou antilulista visceral - o eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Flávio Bolsonaro repercute nas redes sociais

Por Natasha Bachini e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

A despeito da bandeira anticorrupção que conduziu Jair Bolsonaro e seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos ao sucesso eleitoral, não tardou a estourar um escândalo de corrupção envolvendo a família e que tem no senador eleito pelo Estado do Rio de Janeiro seu pivô.

Em dezembro de 2018, a imprensa [1]divulgou dados do relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividade Financeiras) para a Operação Furna de Onça, braço da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, que identificou movimentações atípicas de cerca de R$1,2 milhões na conta do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, entre os anos 2016-2017. O relatório informava ainda que uma das favorecidas por essas movimentações foi Michele Bolsonaro, esposa do presidente, que teria recebido R$ 24mil reais em cheque. Na época, Flávio saiu em defesa de Queiroz, e Bolsonaro e a primeira-dama preferiram não se manifestar sobre o assunto.

O amadorismo do clã Bolsonaro

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O Brasil não é para amadores, diz o adágio.

Pois os estrambóticos 20 e poucos dias iniciais do governo Bolsonaro não deixam dúvidas quanto à precisão do ditado.

Comecemos por Flávio Bolsonaro. O que antes parecia um clássico - não por isso menos vergonhoso - esquema de confisco de parte dos salários dos seus funcionários está tomando contornos de House of Cards.

A ligação de Flávio com suspeitos do assassinato de Marielle Franco é escandalosa e potencialmente explosiva. O fato de Flávio colocar a culpa pela contratação de parentes de um chefe de milícia no ex-assessor Queiroz é mais uma de suas justificativas que apenas deixam tudo mais suspeito ainda.

Brumadinho não foi acidente, é crime!

Por Beatriz Cerqueira, no blog Viomundo:

Voltei a Brumadinho neste sábado.

Uma sofrida retrospectiva do outro crime cometido por mineradoras, em Mariana, me veio à memória.

Vi o local do rompimento da barragem em Córrego do Feijão.

Como uma mineradora coloca o refeitório, sua área administrativa e enfermaria na beira da barragem?

Não consegui compreender como fizeram isso e como nenhum órgão fiscalizador fez nada a respeito.

A Vale será a nova Embraer?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Quando Fernando Henrique Cardoso ordenou a venda da Vale não estava entregando apenas nossas jazidas minerais e mais de meio século em conhecimento extrativo.

Estava entregando a empresa a um completo divórcio com o Brasil, cujo momento mais simbólico foi a desastrada contratação na China e na Coreia dos navios de transporte, enquanto nossa indústria naval agonizava por falta de encomendas.

Agora, há um perigo ainda maior.

Brumadinho e a lógica do lucro sob Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

O desastre ocorrido nesta sexta-feira (25), em Brumadinho (MG), que já foi descrito como uma “tragédia anunciada” poderá infelizmente ser o prenúncio de outras calamidades, prevalecendo no governo brasileiro a orientação imprudente e funesta que só favorece o lucro empresarial e rejeita a fiscalização rigorosa sobre as atividades das empresas, principalmente daquelas cuja atividade atinge populações e o meio ambiente. Tudo indica que a concepção que rompe com o necessário equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento prevalece num governo onde o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - que, em tese, deveria implementar a fiscalização - considera o órgão responsável por ela, o Ibama, uma "fábrica de multas".

A esperteza ridicularizada

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

Não se deve lutar contra um apelido por mais que ele nos desgoste. Essa lição aprendi ainda criança. Quanto mais o apelidado repudia o apelido mais a alcunha fica nele grudada. Lembro disso porque soube que o ex-juiz Moro está injuriado com a excelente denominação recebida: “Marreco de Maringá”. É mais um erro na sua já longa carreira de desacertos. Sua irritação só fez crescer o número de referências ao apelido nas redes sociais. Para quem ousa revelar o ridículo dessa figura surgida das trevas brasileiras, com voz em falsete e conteúdo insosso, é um tiro na mosca, com perdão da analogia bélica.

MST celebra 35 anos de luta e resistência!

Por Gustavo Marinho, no site do MST:

Reunindo cerca de 400 militantes do Movimento, o ato político em homenagem aos 35 anos de existência do MST, contou com a presença de parlamentares, representantes de movimentos populares, professores universitários e amigos e amigas da organização.

O ato reafirmou em toda sua mística a disposição dos Sem Terra em todo o país de seguir na construção da resistência, que possa avançar na construção do projeto de Reforma Agrária Popular e de um novo modelo de sociedade.

Moro virou um soldado raso do bolsonarismo

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Nos últimos anos, Sergio Moro se tornou o grande herói brasileiro do combate à corrupção. Ganhou prêmios, deu muitas entrevistas, viajou pelo mundo contando seus feitos, enfim, se sentiu muito bem no papel de salvador da pátria. Depois de se dedicar em apressar a prisão do candidato que liderava as pesquisas presidenciais e, consequentemente, pavimentar o caminho para o desfile vitorioso da extrema direita, topou fazer parte do novo governo.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Justiça anula punição a racista do Mackenzie

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a juíza federal Sílvia Figueiredo Marques, da 26ª Vara Cível de São Paulo, concedeu liminar ao estudante de direito Pedro Bellitani Baleotti, expulso da Universidade Presbiteriana Mackenzie por gravar e divulgar dois vídeos racistas durante as eleições de outubro passado. Alegando ter encontrado “irregularidades” no processo disciplinar, a juíza ordenou o "imediato restabelecimento do vínculo" do aluno com a instituição, garantindo a sua matrícula. Por outro lado, a magistrada manteve a suspensão do racista das aulas devido à “animosidade” instalada no campus.

O Globo e a crise irreversível da mídia

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Os últimos dados de circulação dos jornais brasileiros, segundo estudos do site Poder360 com base nos dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação), trazem informações relevantes.


Pela primeira vez, desde os anos 80, a Folha perdeu a liderança total (impresso + digital) para O Globo e a liderança de impresso tanto para O Globo quanto para o Estadão.
O impresso caminha para a extinção.
Com exceção de O Globo, as assinaturas digitais não compensaram a queda dos impressos.
A queda da tiragem é o menor dos problemas dos jornais.

Bolsonaro: entre a degola e a coleira

Por Liszt Vieira, no site Carta Maior:

Após 3 semanas de (des)governo, aconteceu o que se esperava. A incompetência, mediocridade, ignorância, arrogância e violência só podiam gerar o caos. O baixo nível do Ministério só contribui para piorar. Depois de Davos, a desmoralização do governo brasileiro tornou-se definitivamente internacional.

Em meio a esse pântano de irracionalidade, há alguns segmentos racionais. São eles:

1) Alguns generais de direita que põem limites às alucinações presidenciais, como foi o caso da base militar americana no Brasil ou da transferência da embaixada para Jerusalém.

Vale vai atuar para esconder seu crime

Por Lu Sudré, Rute Pina e Joana Tavares, no jornal Brasil de Fato:

“Uma tragédia anunciada”, diz Thiago Alves, integrante do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), sobre o rompimento da barragem Mina do Feijão, da mineradora Vale, nesta sexta-feira (25). Até o momento, há cerca de 200 desaparecidos no município de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Perspectivas apontam que o número de desaparecidos pode subir para 600 pessoas.

Quem tem medo dos coletes amarelos?

Por Philippe Scerb, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

É impossível prever o destino dos coletes amarelos. De partido competitivo em meio ao desgaste das forças políticas tradicionais ao esquecimento repentino, as possibilidades são numerosas para esse movimento que de novembro a janeiro, pelo menos, vem bloqueando estradas e promovendo manifestações suntuosas na maioria das cidades francesas. O que parece claro é que de símbolo radical da crise da democracia – a mesma que elegeu Trump e Bolsonaro e alimenta governos como os de Orbán e Erdogan, ele pode ter se tornado o motor de seu retorno. Emmanuel Macron relutou, mas finalmente cedeu ao espírito dessas manifestações em série ao propor um “grande debate nacional”, em que todas as prefeituras chamarão seus moradores a discutir temas de interesse público e manifestar suas expectativas.

Bolsonaro e Trump provocam a Venezuela

Por Jeferson Miola, em seu blog:         

Num desatino diplomático que evidencia o desespero em criar fatos políticos para distrair a opinião pública dos escândalos que poderão custar seu mandato [ler aqui], Bolsonaro se associou ao extremista Donald Trump e a outros líderes lunáticos no apoio ao golpe da extrema-direita que poderá fazer da Venezuela a Síria latino-americana.

A posição do governo brasileiro em relação ao conflito no país vizinho destoa da tradição de 200 anos da tradição diplomática do Brasil [ler aqui].

Os bilionários voltam ao bunker de Davos

Por Jorge Cordeiro, no site Outras Palavras:

Uma taxa extra de apenas 0,5% sobre a riqueza dos bilionários que fazem parte do 1% mais rico do planeta arrecadaria mais do que o suficiente para educar 262 milhões de crianças que estão fora da escola hoje no mundo, e também providenciar serviços de saúde que poderiam salvar a vida de mais de 3 milhões de pessoas.

Ao não taxarem apropriadamente os muito ricos e as grandes corporações, e por terem dificuldades orçamentárias para investir adequadamente em serviços públicos como saúde e educação, os governos estão contribuindo para aumentar as desigualdades, prejudicando milhões de pessoas que vivem na pobreza – principalmente as mulheres.

Jean Wyllys será o primeiro autoexilado?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Eu, particularmente, sou a favor de um “paredão” profilático para determinados entes… O Jean Willis, por exemplo, embora não valha a bala que o mate e o pano que limpe a lambança, não escaparia do paredão…” (Desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em 29 de dezembro de 2015).

***

Como a desembargadora Castro Neves continua solta, três anos após fazer a ameaça, o deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSOL-RJ) decidiu renunciar ao mandato e se autoexilar para sobreviver ao novo regime miliciano-fundamentalista, instalado no país há apenas 25 dias, 55 anos após o golpe militar que o presidente Jair Bolsonaro defende.

Witzel, Flávio Bolsonaro e milícia no RJ

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

A recente prisão de milicianos no Rio traz à tona elos do grupo, acusado à Justiça por formação de quadrilha e assassinato, com Flávio Bolsonaro. Como deputado estadual no Rio, Flávio empregou a mãe e a esposa de um dos chefes da milícia das favelas de Rio das Pedras e Muzema, propôs condecorações e fez discursos a favor de milícias.

Há mais razões para desconfiar de vínculos do primogênito do presidente Jair Bolsonaro com a milícia que acaba de ser denunciada pelo Ministério Público (MP)? Há: a eleição do atual governador do Rio, Wilson Witzel, do PSC, em outubro passado.

A terra é plana!

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:
Homem de fé que sou, e ainda mais mi­neiro, sempre des­con­fiei dessa ci­ência in­flu­en­ciada pelo marxismo. Se a Terra fosse re­donda e gi­rasse em torno do pró­prio eixo, no mí­nimo de­ve­ríamos sentir ton­turas. Esse pre­con­ceito contra o ge­o­cen­trismo de Pto­lomeu de­corre dos ma­lé­volos con­ceitos paulo­frei­ri­anos as­su­midos por Co­pér­nico e Ga­lileu. Eles ado­taram o prin­cípio mar­xista de que o lugar so­cial de­ter­mina o lugar epis­tê­mico, e ao re­tirar os pés da Terra para fixá-los no Sol, in­ven­taram a teoria do he­li­o­cen­trismo. Ora, basta er­guer os olhos ao céu e cons­tatar que o Sol gira em torno da Terra, caso con­trário não ha­veria dia e noite.

Um arranjo monstruoso comanda o país

Por Reginaldo Moraes

Turbilhão de fatos assombrosos. Um mais forte do que o outro. A cada um deles, mais se consolida a impressão de que está no comando do país algo que pode ser - e digo pode ser porque sempre se deve ser prudente em afirmações tão graves - pode ser um arranjo monstruoso de crime organizado, máfia financeira e forças imperiais.

Devo estar, é claro, delirando sob o efeito de substâncias alucinógenas, não é mesmo?

Afinal, mais uma teoria conspiratória? Antes fosse, antes fosse.

sábado, 26 de janeiro de 2019

Jean Wyllys e a selvageria bolsonariana

Por Marcelo Zero

O exílio forçado de Jean Wyllys, comemorado com deboche por Bolsonaro, demonstra não apenas a falência da democracia no Brasil.

Demonstra o desmoronamento da nossa civilização. E demonstra algo pior: a perda da nossa humanidade.

Não são somente as instituições democráticas que não estão mais funcionando.

Algo mais profundo se rompeu em nossa sociedade.

Estamos voltamos ao estágio de bellum omnia omnes, de luta de todos contra todos, do homo homini lupus, referido por Hobbes.

Ah, a Vale... antes de ser privatizada!

Por Gilberto Maringoni

A Companhia Vale do Rio Doce, estatal fundada por Getúlio Vargas, era, nos anos 1990, um conjunto de 27 empresas, cujas atividades iam da prospecção do subsolo, extração processamento de minérios, até sofisticadas atividades de química fina.

Além disso, a Companhia era caracterizada por inúmeros projetos culturais, sociais e comunitários em todo o Brasil.

Nunca houve desastre ambiental que chegasse perto dos de Mariana e Brumadinho.

Comunicadores repudiam golpismo dos EUA

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O Fórum de Comunicação para a Integração de Nossa América, que reúne diversas organizações sociais e meios de comunicação alternativos da América Latina e do Caribe, incluindo o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, publicou nota sobre a situação da Venezuela. No documento, as entidades que compõem o órgão rechaçam com veemência o claro plano de golpe de Estado colocado em marcha pelos Estados Unidos e seus governos satélites na região a partir da auto-proclamação do deputado Juan Guaidó como suposto presidente interino. Leia na íntegra a seguir ou a versão original, em espanhol no link: https://www.integracion-lac.info/en/node/42368

Com Bolsonaro, crime organizado chega ao poder

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Circula pelo submundo nazifascista pró Bolsonaro versão criminosa do caso envolvendo Jean Wyllys. Segundo os bandidos, Wyllys foi ameaçado por estar envolvido no “atentado” a Bolsonaro. Essa versão tenta justificar um presidente da República ter comemorado a vitória do crime organizado ao conseguir fazer um representante do povo se exilar do Brasil.

Quem está dizendo não é o Blog da Cidadania, mas um dos maiores jornais do mundo, o El País, da Espanha: existe um “elo”, uma ligação entre Flávio Bolsonaro e a milícia investigada pela morte de Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro que teve a cabeça estraçalhada por disparos de uma arma de fogo de alto calibre.



O exercício da maldade contra Lula

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Praticar a maldade é, sempre, algo covarde, porque depende da fraqueza alheia que faz o poder do malvado ampliar-se.

A sra. Carolina Lebbos Moura, que está exercendo a condição de carcereira de Lula, ao reduzir as visitas ao ex-presidente Lula pratica esta regra.

Lula está preso, silenciado (nem mesmo pode conceder uma entrevista), não oferece nenhum perigo de praticar os crimes que, embora falsamente, lhe são atribuídos.

A essência da lista de metas de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Convencionou-se dizer que os primeiros cem dias de governo são determinantes para se ter uma base sobre como será a sua gestão. Esse período seria tempo suficiente para traçar as metas dos próximos anos e divulgar balanços das primeiras ações da administração. E assim fica-se sabendo se o que foi prometido na campanha e registrado no plano de governo faz parte das metas e quais são as ações de curto, médio e longo prazos. Nesse tempo também é possível conhecer a equipe do governo e quais são suas ações efetivas para dar cumprimento ao que foi anunciado.

Faltou assunto pra Bolsonaro em Davos

Por Ana Prestes, no site da Fundação Maurício Grabois:

O Fórum Econômico Mundial de Davos, em sua edição de 2019, não está muito concorrido por chefes de Estado e Governo. Faltaram Putin, Trump, Xi Jinping, Macron, Theresa May e outros. Bolsonaro poderia ter sido, portanto, uma grande estrela da festa. Ainda vão mais alguns dias de encontro até 25 de janeiro e ele pode surpreender (será?), mas o que tudo indica é que ficaremos mesmo na exposição de mostruário que ele adotou como tom de participação no encontro: “aqui está Sérgio Moro”, vejam que Ministro qualificado nós temos para por fim à corrupção, e “aqui está Paulo Guedes”, o homem que vai abrir o Brasil para ser um grande player do comércio internacional e destino de vultosos investimentos.

A conspiração da extrema-direita na Europa

Por Manuel Castells, no site Sul-21:

As eleições para o Parlamento Europeu, no dia 26 de maio, são decisivas para o projeto da integração europeia. Os ultranacionalistas em ascensão definiram como objetivo a constituição de um bloco para bloquear as políticas europeias comuns (um terço das cadeiras) que, junto com sua presença em diversos governos, possa reverter a Europa a um sistema de nações limitadas em sua colaboração a acordos específicos, sempre priorizando os interesses nacionais. Também defendem a redução drástica da imigração, o enfrentamento com o Islã em defesa da Cristandade e a restauração do patriarcado tradicional, eliminando a proteção aos direitos de homossexuais e mulheres. O que era uma tendência em toda a Europa, exemplificada na Espanha pelo Vox e por um setor do PP, está convertendo-se em um projeto coordenado. Prepara-se para esses dias, em Bruxelas, o lançamento de uma fundação denominada “O Movimento”, impulsionada por Steve Bannon, que foi estrategista de Trump, eficiente diretor de sua campanha presidencial e assessor especial na Casa Branca.

Mourão já manda muito no governo Bolsonaro

Por Renato Rovai, em seu blog:

O general Mourão já mostrou que não é um vice decorativo no governo Bolsonaro. Desde quando disse que o senador Magno Malta não seria ministro (e não foi) já deu para perceber que sua voz não era só dele.

Mourão representa a elite do Exército no arranjo da intervenção militar pelo voto.

Ontem, em mais uma declaração, Mourão desautorizou Bolsonaro em uma “canelada” bem das grossas. Disse que o Brasil não participará de intervenção na Venezuela.

Brasil fica mais triste sem Jean Wyllys

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Filho de lavadeira e pintor de carros, Jean Wyllys nasceu há 44 anos na pequena Alagoinhas, no leste da Bahia. Formou-se em Jornalismo na UFBA, exerceu a profissão na imprensa baiana, se tornou professor universitário e ganhou um reality show. Foi eleito deputado federal por três mandatos consecutivos, sempre escolhido anualmente entre os melhores parlamentares brasileiros. Sob qualquer ponto de vista que se olhe, é um vencedor. Pois este homem brilhante está sendo impedido de viver em sua própria terra porque ameaçam matá-lo apenas por defender os direitos dos cidadãos LGBTs.