terça-feira, 31 de março de 2020

Petardo: O pronunciamento do farsante na TV

Por Altamiro Borges

Bolsonaro é um farsante. Em mais um pronunciamento em cadeia nacional de TV, o "capetão" falou que está preocupado com o "camelô, o ambulante, o vendedor de churrasquinho, a diarista...". Logo ele que golpeou os aposentados na "reforma" da Previdência, que ampliou a terceirização e já fez tantas maldades.

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Bolsonaro nunca deu bola para os trabalhadores informais e os excluídos. Ele só se preocupa com a família – a dele. Uma de suas primeiras medidas foi expulsar os médicos cubanos que atendiam milhares de brasileiros. Ele também cortou drasticamente as verbas para a saúde pública. Sempre foi um inimigo do SUS.

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Quando o coronavírus já causava centenas de mortes pelo mundo, o "capetão" disse que era só uma "gripezinha". Depois, apresentou um projeto que suspendia por quatro meses o salário do trabalhador e concedia uma merreca de R$ 200 aos informais. Agora faz demagogia na TV. Farsante! Verme!

O exemplo mora ao lado

Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:

Uma economia que cai sempre se levanta. Mas uma vida que se perde nunca é recuperada.

Foi o que disse o presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao anunciar ao país a extensão, por mais quinze dias, da quarentena radical aplicada em todo o país.

Lá, quem for pego na rua sem estar indo a uma farmácia, a um supermercado ou a um hospital, vai preso.

Há raríssimas exceções para determinadas atividades previstas no decreto presidencial.

A frase é óbvia. Por que, então, chamou tanto a minha atenção?

Coronavírus deixará rastro de miséria

Por Esther Solano, na revista CartaCapital:

Amigos, escrevo de uma Espanha confinada, com mais de 2 mil mortos por coronavírus e mais de 33 mil infectados.

Estava grávida e, como toda minha família mora aqui, vim ter meu bebê na minha terra e passar a licença-maternidade.

Meu filho, o pequeno Mateo, nasceu em 16 de março, em meio a uma pandemia, num país confinado e num hospital público completamente colapsado.

Prova cabal de que o amor vence, a vida vence… e o SUS também.

As dores, as desgraças e as mortes do coronavírus nos têm trazido algumas lições que deveríamos ter aprendido há muito tempo, mas agora elas se impõem de maneira cruel.

Economia de Trump não vale mais mortes

Por Robert Reich, no site Carta Maior:

Dick Kovacevich, ex-CEO do banco Wells Fargo, acha que a maioria dos americanos deve voltar ao trabalho em abril, incentivando-nos a "gradualmente trazer essas pessoas de volta e ver o que acontece".

Lloyd Blankfein, ex-CEO da Goldman Sachs, cujo patrimônio líquido é de US$ 1,1 bilhão, recomenda que "aqueles com menor risco de doenças voltem ao trabalho" dentro de "bem poucas semanas".

Tom Galisano, fundador da Paychex, cujo patrimônio líquido é de US$ 2,8 bilhões, acredita que “os danos de manter a economia fechada podem ser piores do que perder mais algumas pessoas. Você está escolhendo o melhor entre dois males.”

'Fundo do Coronavírus' para salvar a economia

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

No Valor de 26.3, o excelente jornalista Ribamar de Oliveira fez uma análise cuidadosa do provável efeito fiscal do coronavírus em seu artigo e perguntou: “Os EUA podem emitir moeda. E o Brasil?” Dada a paralisação das atividades econômicas, ninguém sabe com certeza qual será a queda da receita tributária e do PIB, porque esse resultado depende da profundidade e extensão no tempo das medidas de quarentena que estão sendo adotadas.

Hoje já há um razoável consenso que o crescimento do PIB será negativo em 2020. E que o Estado brasileiro terá que fazer gastos elevados para combater a doença e limitar a recessão.

O simplismo e as teorias da conspiração

Por Luis Felipe Miguel

Para o mainstream da Ciência Política, a característica central da extrema-direita "populista" é a redução da política a escolhas simples.

Ou a gente arma os "bandidos" ou arma o "cidadão de bem". Ou tem empregos ou tem direitos. Ou salva vidas ou salva a economia.

Se as escolhas são tão simples, quem tenta complicar está a serviço do inimigo. Tem algum interesse oculto que o leva a negar o "óbvio". O simplismo contribui, assim, para alimentar as teorias da conspiração.

Por exemplo, a pandemia. Não é preciso ser um Einstein para perceber que a disjuntiva "vida x economia" é burra.

Se as pessoas saírem para trabalhar e ficarem doentes, a economia vai sofrer ainda mais. O sistema de saúde entra em colapso. O custo humano será muito maior e o impacto econômico não será menor.

Coronavírus e o pacto com o Diabo

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Ouvindo o alegre rumor da cidade, Rieux
pensava que essa alegria estava sempre
ameaçada. A multidão festiva ignorava o
que se pode ler nos livros: o bacilo da peste
não morre nem desaparece, fica dezenas de
anos a dormir nos móveis e nas roupas, espera
com paciência nos quartos, nos porões, nas
malas, nos papéis, nos lenços – e chega talvez
o dia em que, para desgraça e ensinamento
dos homens, a peste acorda os ratos e os manda
morrer numa cidade feliz. (Último parágrafo de
A Peste. CAMUS, Albert. Tradução de Graciliano
Ramos. 2ª. Ed. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio
Editora, 1973, p. 185.)


Estava a um canto. Relegado, condenado ao ostracismo. Aos frangalhos. Nem sei como chegou às minhas mãos, algum dia. Não sei por que resolvi ocupar-me dele novamente, depois de algum tempo. Nem fazia tanto, eu o havia lido. Edição da Nova Fronteira, tradução de Herbert Caro. Certeza, tinha: Doutor Fausto é dessas obras eternas. Não há exagero nesse dizer. Tomei-o de um canto baixo de minha biblioteca. O mais baixo. Com cuidado para as páginas não se espalharem. Já imaginei entregá-lo a um encadernador. Vou fazê-lo. Deixa essa tempestade passar.

"Deus-mercado" acima de todos

Por Caio Teixeira, em seu blog:

Os governantes brasileiros sucumbiram à força dos mercadores da morte e atenderam aos apelos do Deus mercado, o único que está realmente acima de todos, acima da vida e da morte. A suspensão do confinamento social que se espalha pelo Brasil vai matar milhares de pessoas com certeza e isto não é especulação, são fatos que nenhuma reza vai evitar. É a realidade na China, na Itália, na Espanha, no Irã, na França, na Inglaterra e se espalha agora por toda a Europa.

O homem que sabia de menos

Por Jandira Feghali, no jornal Brasil de Fato:

Uma outra pandemia precedeu a atual no Brasil. A primeira transformou parte considerável da população em indivíduos intolerantes, fanáticos e obedientes seguidores dos que lançaram sobre eles o vírus da ignorância.

Chegamos, então, a segunda pandemia - a do coronavírus - num cenário já desgastado e fértil para que, contra todas as evidências científicas e experiências internacionais, uma parte assustadora dos brasileiros e brasileiras defendam iniciativas que colocam em risco suas próprias vidas.

Na China, o combate a covid-19 se deu com o uso da tecnologia e contou com a disciplina exemplar de seu povo. As regras lançadas pelo Estado foram seguidas à risca e todo o povo chinês agiu para conter o vírus.

Pandemia desnuda a Saúde falida nos EUA

Por Guido Vassallo, no site Outras Palavras:

“É uma gripe”, dizia Donald Trump sobre o coronavírus há menos de um mês, com essa tão própria mistura de ignorância e arrogância que lhe é característica. Desde essa singela definição até o presente momento ocorreram mais de mil mortes, 70 mil contágios e uma declaração de emergência nacional nos Estados Unidos. A propagação da pandemia exibe, como poucas vezes, os notáveis fracassos do sistema de saúde norte-americano: boa parte da população não tem seguro médico e não existe, em muitos Estados da federação, a licença de saúde no trabalho. 

Isolado, Bolsonaro tem 'desprezo' pela vida

Da Rede Brasil Atual:

Para o cientista político e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Wagner Romão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrou seu “desprezo” pela vida das pessoas, ao sair às ruas de Brasília para visitar lojas e confraternizar com a população neste domingo (29), em meio à pandemia de coronavírus. “Todas as suas declarações relativas à tortura já mostravam isso há muitos anos. Não vai ser agora que vai mudar”, afirma.

A ação coloca Bolsonaro em rota de colisão com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que apesar de às vezes tentar contemporizar com o chefe, tem reafirmado a necessidade de se manter o isolamento social como a principal estratégia no combate à disseminação da doença.

Bolsonaro pode ser forçado à renúncia

Por Rodrigo Vianna, na revista Fórum:

Quanto menor, mais perigoso. Quanto mais perigoso, Jair Bolsonaro fica ainda menor.

O presidente perdeu tamanho e força durante o embate travado neste sábado (28), em Brasília. A reunião dele com a equipe do Ministério da Saúde foi tensa.

Fontes dentro do Palácio dizem que o ministro Henrique Mandetta ameaçou entregar o cargo se o presidente não voltasse atrás nas ideias esdrúxulas de “reabertura imediata do comércio” e de “isolamento vertical” da população brasileira (só idosos e pessoas com problemas de saúde ficariam em quarentena).

O presidente relutou. Mas foi enquadrado por ministros militares, que teriam alertado Bolsonaro: a demissão de Mandetta, em meio à crise que já provocou mais de cem mortes no país, passaria um sinal de descontrole e pânico.

Cuidem-se as classes burguesas!

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

O “grande medo do futuro incerto” toma conta da Itália industrial e rural, no ano de 1920. As disputas agrícolas no Vale do Rio Pó e os choques nas fábricas modernas de Milão e Turim, põem por terra o Governo do Primeiro Ministro Francesco Nitti, do Partido Radical.

Antifascista, cercado pela fome endêmica do campo, instabilizado pelos acampamentos de ocupação das fábricas de Milão -assediado pela violência fascista- em julho de 1920 o Governo Nitti se desmancha. É de novo a vez do liberal Giovanni Giolitti, para estabilizar, impor o respeito e revalorizar a democracia. A nossa crise atual não é a mesma e aqui, quem poderiam ser os Giolitti do momento, adotaram a isenção entre os “dois extremos” e acalentaram o fascismo.

Salvar o Brasil do criminoso Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A aprovação pela Câmara dos Deputados do pagamento de um auxílio emergencial por três meses, no valor de R$ 600,00, podendo chegar a R$ 1.200,00, para as pessoas de baixa renda, representa uma importante vitória contra o descaso do governo Bolsonaro em relação às dificuldades que os trabalhadores terão por conta da pandemia de Covid-19. É um aumento significativo sobre a proposta original do governo, de apenas R$ 200,00 mensais, e poderá beneficiar cerca de 25 milhões de pessoas.

Não parar causa genocídio e ruína econômica

Por Marcelo Zero

O helminto que nos desgoverna propõe à Nação um falso dilema: temos de aceitar a morte de muitos brasileiros para que a economia não pare e nos prejudique ainda mais.

A sua criminosa e irresponsável campanha “O Brasil não Pode Parar”, que contraria as recomendações da OMS, da ciência e a prática de todos os governos sérios e responsáveis, baseia-se nessa falsa disjuntiva.

E a pseudo dicotomia, por sua vez, baseia-se em duas falácias:

É impossível proteger vidas e empregos ao mesmo tempo.

Os países podem se dar ao luxo de não parar ou, ao menos, reduzir bastante suas atividades.

A primeira falácia é desmentida pelas amplas medidas anticíclicas que todos os países estão tomando.

Ousadia para enfrentar o 'bolsonavírus'

João Guilherme Vargas Netto

Vou cometer uma auxese epitrópica, um exagero em que se afirma algo que pode ser contestável.

A pandemia tem colocado para os brasileiros dois desafios: enfrentar o coronavírus, evitando a Covid-19 e se desvencilhar do bolsonavírus, respeitando a Constituição.

O primeiro desafio, ainda a ser vencido, pressupõe isolamento social, regras de higiene, fortalecimento do SUS e gastos imediatos e ilimitados do Estado.

Suponho (um exagero contestável) que o segundo desafio tenha sido resolvido à moda boliviana recente: - Peça seu boné e retire-se!

Teríamos então, respeitada a Constituição, a presidência de Mourão, que deve ser supervisionado.

Um exemplo de canalhice jornalística

Por César Locatelli, no site Carta Maior:

O título do texto assinado por Thomas L. Friedman, no NYT de 22 de março, estampa: “Um plano para levar a América de volta ao trabalho”. A linha fina diz: “Alguns especialistas dizem que isso pode ser feito em semanas, não meses - e a economia e a saúde pública estão em risco”.

O plano

O plano é basicamente deixar quase todo mundo voltar a levar vida normal, tratar os infectados como se trata para influenza e isolar aqueles mais vulneráveis. Diz o articulista “Uma abordagem cirúrgica vertical se concentraria em proteger e sequestrar aqueles entre nós com maior probabilidade de serem mortos ou sofrerem danos a longo prazo pela exposição à infecção por coronavírus - ou seja, idosos, pessoas com doenças crônicas e imunologicamente comprometidas - enquanto se trataria basicamente o resto da sociedade da maneira como sempre lidamos com ameaças conhecidas como a influenza”.

O capitão precisa ser detido

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O capitão da reserva remunerada Jair Messias Bolsonaro (condenado por haver atentado contra o decoro, a disciplina e a ética da carreira militar, da qual foi convidado a retirar-se) precisa ser detido, e de suas mãos precisam ser retiradas as condições atuais de intervenção política. Seu desequilíbrio (agravando inépcia e limitações cognitivas) requer a curatela das instituições que, até aqui omissas, ou acovardadas, aparentemente estão esperando o circo pegar fogo para só então chamar os bombeiros, esquecidas de que todos estamos sob as lonas. Elas inclusive, com seus mandatários e togados.

A sociedade mostra vitalidade na atual crise

Montagem: Gladson Targa
Por Gilberto Maringoni

Nos últimos dez dias, a sociedade brasileira mostrou incrível vitalidade cívica e política ao tomar iniciativas de autoproteção solidária, desobedecendo o governo fascista.

Estão sendo isolados paulatinamente não apenas os discursos genocidas do presidente e seu rosário de ofensas à população, como seus seguidores de Norte a Sul estão sendo execrados.

Carreatas da classe média alta incitando a criadagem a voltar ao batente – “O Brasil não pode parar” – são vaiadas em número crescente de cidades. Em João Pessoa, ovos foram arremessados aos bólidos da malta.

Panelaços se multiplicam.

Há uma mobilização cidadã que alcança agentes de saúde – médicos, enfermeiros e mesmo leigos -, parte dos policiais e servidores públicos em geral para evitar que a tragédia se alastre.

Política anticapitalista na época do Covid

Por David Harvey, no site A terra é redonda:

Quando tento interpretar, entender e analisar o fluxo diário de notícias, tendo a identificar o que acontece no contexto de dois modelos diferentes, mas entrelaçados, de como o capitalismo funciona. O primeiro nível é um mapeamento das contradições internas da circulação e acumulação de capital, à medida que o valor do dinheiro flui em busca de lucro através dos diferentes “momentos” (como Marx os chama) de produção, realização (consumo ), distribuição e reinvestimento. Este é um modelo da economia capitalista como uma espiral de expansão e crescimento infindo.

É hora do STF julgar e condenar Bolsonaro

Charge: Bruno Aziz
Por Jeferson Miola, em seu blog:                                             
Bolsonaro hoje afrontou de modo definitivo os poderes de Estado e testou mais uma vez a tolerância das instituições às suas práticas genocidas, que são classificadas em Convenção da ONU sobre Genocídio como crimes de guerra [aqui].

Nesta hora, ou se dá um basta a Bolsonaro, ou então ele prossegue a escalada autoritária e fascista que trará consequências terríveis para o povo brasileiro.

Bolsonaro outra vez descumpriu o Regramento Sanitário Internacional e os protocolos científicos adotados pelo Ministério da Saúde na estratégia de combate à pandemia do coronavírus.

Ele estimulou a aglomeração de trabalhadores, de comerciantes, de populares e da população de Taguatinga/DF; expondo-os, assim, ao risco de contaminação pelo COVID-19.

A educação na fronteira da vida e da morte

Por Gilson Reis

A crise humanitária que vemos passar diante de nossos olhos, neste início de século, é o resultado de um conjunto de fatores históricos, econômicos, políticos, culturais, ideológicos, religiosos etc. que haveremos de estudar com profundidade nos próximos anos e décadas para compreendê-los e decifrá-los.

Neste ponto da história, março de 2020, temos muito mais perguntas e dúvidas que respostas e muito menos certezas e convicções que afirmações. Vivemos dias de terraplanismo, de teoria da criação, de ideologia de gênero, de negação da ciência e da educação.

sábado, 28 de março de 2020

Petardo: A carreata macabra dos bolsonaristas

Por Altamiro Borges

O bolsonarista raiz adora posar de valentão, mas é meio covardão. Nesta sexta-feira (27), a matilha fez "carreatas" – e não passeatas – contra a quarentena e para defender o "capetão". Como ironizou Rui Costa, governador da Bahia, os ricaços preferiram usar seus carrões de luxo e evitaram pegar ônibus ou metrô.

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A revista Veja ironizou que "os apoiadores de Bolsonaro fazem carreatas por fim da quarentena". Mas para ser consequente, a milícia bolsonarista devia promover passeatas, com todo mundo juntinho e abraçado. O negacionismo é um atraso de vida. E mata! Lamentável!

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Segundo a Folha, "sem sair dos seus carros, os manifestantes pelo país atendem apelo de Bolsonaro e pedem fim do isolamento. Um dia antes, o próprio presidente postou em sua conta em rede social vídeo de carreata em Santa Catarina". Os protestos bolsonaristas, porém, foram fracos.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Petardo: Bolsonaro está infectado?

Por Altamiro Borges

Crescem as apostas de que o "capetão" cairá em breve. Ele está desgastado, isolado e atrapalhado. Até parece infectado. O Estadão afirma que "Bolsonaro passou a ser uma ameaça à saúde pública” e registra: "Cada vez mais encerrado no 'gabinete do ódio', Bolsonaro não tem outra coisa a oferecer ao Brasil".

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No editorial intitulado "Presidente, retire-se", a Folha é ainda mais dura: "Diante da magnitude dos esforços necessários para mitigar efeitos devastadores da epidemia do coronavírus, será preciso encontrar meios de anular, e logo, a capacidade de Bolsonaro de estorvar a mobilização".

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No jornal O Globo, Merval Pereira, um dos responsáveis por chocar o ovo da serpente fascista no país, afirma que, na prática, Bolsonaro já não governa e o país “vive um clima de desobediência civil”. Para o "imortal", o "capetão" passou a ser um problema no combate ao coronavírus.

Petardo: Governadores peitam Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Manchetes dos jornalões nesta quinta-feira (26). Folha: "Bolsonaro é ignorado pelos governadores e se isola mais"; O Globo: "Governadores e cientistas rechaçam Bolsonaro; população fica em casa". Valor: "Estados confrontam Bolsonaro". Só o Estadão, entre os maiores, aliviou a barra do “capetão” insano!

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Após relinchar em pronunciamento na TV que o coronavírus "é uma gripezinha", o genocida Bolsonaro volta a atacar os governadores. Seus alvos principais agora são dois ex-aliados de peso  Wilson Witzel (RJ) e João Doria (SP) , que promoveriam "demagogia barata”. O maluco pirou de vez!

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Em teleconferência na quarta-feira (25) com governadores do Sudeste, Bolsonaro babou contra João Doria, acusando-o de oportunista. Disse que o tucano paulista pegou carona para se eleger governador, lembrando o “BolsoDoria”. Já o governador paulista cobrou responsabilidade do presidente no combate ao coronavírus.

Os governadores e o presidente sem rumo

Por Alexandre Guerra, no site da Fundação Perseu Abramo:

A semana foi marcada pela disputa entre governadores e o presidente da República em torno da conduta para combater o coronavírus. Nesta quarta, 25, os governadores reunidos no Consórcio Nordeste divulgaram carta oficial (em que rebatem a postura bolsonarista que, numa sequência de episódios, evidenciou o presidente em atos de desespero para tentar salvar a economia e a imagem de sua gestão, que se afunda cada vez mais ao criticar as iniciativas de isolamento social realizadas pelos governos estaduais para conter a pandemia e salvar vidas.

Sairemos da caverna num dia de sol

A gruta azul de Capri, 1835/Heinrich Jakob Fried
Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Uma das hipóteses para a gênese do coronavírus é que ele tenha se originado no fundo de uma caverna na China. Ali, em dado instante, talvez propiciado pela presença devastadora do homem no seu ataque à natureza, o inimigo invisível que ameaça o planeta saltou do morcego para a humanidade.

É uma cena repetida ao longo da História, sempre com a criatura humana atraída pelo desconhecido. Foi assim com o HIV, originalmente presente em chimpanzés; com o sarampo, possível legado da era inicial da pecuária bovina; e com o ebola, novamente oriundo dos morcegos.

Nas mais de mil espécies de morcegos, o coronavírus sobrevive sem destruir seu hospedeiro, dotado de vigoroso sistema imunológico. Porém, ao deixar a caverna e trocar de anfitrião, diante de uma barreira imunológica bem mais frágil, causa estragos enormes e, eventualmente, fatais. É o que está acontecendo no Brasil em 2020, com consequências ainda em suspenso, mas com expectativas péssimas.

O impeachment e a luta do povo

Arte @aladdinsane.art/Mídia Ninja
Por Fábio Palácio, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Concordo em boa medida com o artigo de Vladimir Safatle, intitulado “A única saída é o impeachment”, veiculado no último dia 20 na edição brasileira do jornal El País. Sim, ele tem razão: devemos colocar na ordem do dia o impeachment de Jair Bolsonaro. Sim, o impeachment teria um valor civilizatório, sinalizando importante ganho de qualidade no processo de maturação da consciência política do povo brasileiro. Sim, a questão central do impeachment não é tanto “quem assume”, mas o fato de que Bolsonaro não apresenta condições mínimas para exercer a chefia do Estado brasileiro. E sim, quem quer que venha a assumir não conseguirá evadir-se do fato de que seu mandato estará indelevelmente marcado não por um “vício”, mas por uma “virtude de origem”: ser fruto de um ascenso democrático e de uma vitória do povo — situação que, aliás, já condicionou governos da chamada Nova República.

Periferia e Pandemia: Plano de Emergência já!

Por Sonia Fleury e Paulo M. Buss, no site Outras Palavras:

A pandemia do Covid-19 chegou às favelas. Embora o vírus não discrimine por classe social ou raça, as condições socio-sanitárias serão determinantes para dizer quais estarão em melhores condições de sobreviver e quais estarão destinados a morrer.

Favelas e periferias enfrentarão a pandemia em condições mais adversas, decorrentes do descaso dos governos em prover condições adequadas de abastecimento de água, saneamento básico, coleta de lixo, habitação e urbanização, transporte público, atenção à saúde. Não se trata mais de falar na ausência de políticas públicas para esses territórios, mas de uma necropolítica, que condena ao extermínio pobres, negros e mestiços nas favelas.

Atletas de verdade desmentem Bolsonaro

Por Fernando Gavini, na Rede Brasil Atual:

Jair Bolsonaro fez um discurso polêmico na noite de terça-feira (24) ao criticar o confinamento em massa, contrariando todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao combate à pandemia do coronavírus.

Para completar, o presidente da República afirmou que por seu “histórico como atleta” não precisaria se preocupar, pois a doença não passaria de uma gripezinha ou um resfriadinho. Mas os atletas profissionais contaminados mundo afora pelo coronavírus desmentem o discurso de Bolsonaro.

Alguns astros do esporte no planeta ficaram bastante debilitados com a doença. Os casos nos esportistas vão de febre alta, dificuldade de respiração, fortes dores pelo corpo e até internação. E olha que são atletas profissionais, coisa que Jair Bolsonaro não é e nunca foi.


CNN Brasil e o jornalismo dócil ao Planalto

Imagem captada do Youtube
Por Marcos Urupá, na revista CartaCapital:

No último dia 15 de março, já em meio ao avanço do novo coronavírus no Brasil, a CNN estreou suas transmissões no País, mostrando todo o seu arsenal de apresentadores e repórteres. Depois das primeiras horas no ar, exclusivamente dedicadas a uma autocelebração da sua chegada aos lares brasileiros, a CNN embarcou no principal tema que tem pautado os meios de comunicação por aqui, explorando na primeira edição de todos os seus programas a pandemia do coronavírus).

A irresponsabilidade de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

O presidente da República, Jair Bolsonaro, falou, em pronunciamento oficial, como o maior irresponsável entre os irresponsáveis, conforme disse sobre ele, recentemente, o jornalista e colunista do jornal Folha de S. Paulo, Jânio de Freitas. O assunto foi a gravíssima pandemia da Covid-19, que chegou ao Brasil com força.

O presidente defendeu, nada mais, nada menos, do que o fim do isolamento social, o uso de medicamento sem testagem – conforme atestou a médica e deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) – e a volta de jovens e crianças à escola. Para ele, a imprensa é a responsável pelo que reiterou ser “histeria” e se disse um exemplo, por ter sido atleta, de que a maioria da população é imune à contaminação.

Profissionais de saúde em tempos de Covid-19

Por Maria Helena Machado, no site do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz

O Brasil tem dois patrimônios no âmbito da saúde: o SUS e os mais de 3 milhões e meio de profissionais de Saúde que nele atuam.

Fruto de um processo histórico de três décadas, o SUS assegura, pela Constituição Federal, saúde à toda a população brasileira. Á época de sua criação, na década de 1980, o país contava com pouco mais de 18 mil estabelecimentos de saúde, 570 mil empregos de saúde e uma equipe bipolarizada entre médicos e atendentes de enfermagem (nível elementar de escolaridade). Trinta anos depois, o SUS é, hoje, o maior patrimônio público, com mais de 200 mil estabelecimentos de Saúde - hospitalares e ambulatoriais, 3 milhões e 500 mil trabalhadores empregados, sendo boa parte de nível superior. A equipe de Saúde passa a ser multiprofissional, constituída de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, odontólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, além de técnicos e auxiliares de Saúde (enfermagem e demais áreas) (CNES, 2017).

O pronunciamento infame de Bolsonaro

Por Dilma Rousseff, em seu site:

O pronunciamento infame e irresponsável de Bolsonaro em cadeia nacional revela o seu desprezo pela ciência, pela saúde e pela vida da população. Bolsonaro faz uma aposta no escuro. Aposta em manter o apoio das camadas sociais que o elegeram, e não apenas sua milícia. Por isso, sua fala não contempla a sociedade, só os seus. Para ele, não tem a menor importância se a mídia que lhe deu suporte na eleição já não acredita nele, nem que integrantes do mercado já não o queiram com tanta intensidade como antes, ou até já lhe abandonem, sequer que os governadores que apoiou já estejam contra ele. As manifestações de Maia e Alcolumbre tampouco lhe pesam.

Frente ampla contra Bolsonaro

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Sintoma inequívoco do largo isolamento de Bolsonaro foi o rompimento do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, seu aliado, rejeitando o caminho desatinado proposto por ele no desastroso pronunciamento de ontem e optando pela manutenção das medidas restritivas para mitigar os danos e perdas de vidas que nos serão impostos pelo coronavírus.

É preciso deter Bolsonaro, que se tornou um perigo para o Brasil, dizem todos, pública ou reservadamente. Mas para isso, é imperativo que se crise uma frente ampla com este objetivo, reunindo as mais diferentes forças da racionalidade, de centro, esquerda e direita.

Serão os líderes políticos capazes disso?

Quem paga conta do combate ao Coronavírus?

Foto : Pixabay/Frantisek Krejci/Sputnik
Por Jair de Souza

Nos últimos tempos, os banqueiros e os especuladores financeiros foram os que mais lucraram em nosso país. Mesmo após a enorme crise econômica gerada pelo golpe de 2016 e aprofundada pelo governo monstruoso de Bolsonaro, os bancos e os especuladores financeiros continuaram obtendo lucros estratosféricos à custa do sofrimento de quase toda a nação.

Agora que a pandemia do Coronavírus está levando o Brasil e o mundo a uma paralisia econômica sem precedentes, quem deve arcar com os gigantescos custos que a crise está causando, e ainda vai causar?

quarta-feira, 25 de março de 2020

Petardo: As rachadinhas de Flávio Bolsonaro

Por Altamiro Borges

O cerco se fecha contra o clã Bolsonaro, que compra briga contra todo mundo – Congresso, STF, China, governadores, aliados, mídia. Nesta terça-feira (24), o Tribunal de Justiça do RJ liberou as investigações sobre as "rachadinhas" de Flávio Bolsonaro. A apuração estava suspensa. Será que agora vai?

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O senador Flávio Bolsonaro é suspeito de recolher parte do salário de seus funcionários na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro de 2007 a 2018. Pela "rachadinha", o filhote 03 do "capetão" teria cometido crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

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Com a retomada das investigações, Flávio Bolsonaro volta à berlinda. Em dezembro passado, a Justiça do Rio de Janeiro autorizou buscas em 24 locais, incluindo a franquia da Kopenhagen em que o senador é sócio. A suspeita é de que a empresa foi "usada para lavar dinheiro da rachadinha", relatou a Folha.

Bolsonaro assumiu opção pelo caos

Por Jeferson Miola, em seu blog:                 

No pronunciamento na TV [24/3], Bolsonaro assumiu a opção pelo caos, pela catástrofe e pelo extermínio do povo; se pronunciou como criminoso de guerra; necropolítico.

O discurso foi uma resenha das insanidades e barbaridades defendidas por ele e propagadas pela matilha fascista acerca da pandemia do coronavírus.

O risco de ocorrência de uma hecatombe econômica e humanitária no Brasil passou a ser um cenário assustadoramente mais tangível depois deste insano pronunciamento.

Bolsonaro é um sociopata genocida; uma aberração desumana que tem uma incontrolável pulsão pela morte e pela destruição.

Vermes se alimentam de cadáveres

Por Marcelo Zero

O helminto que desgoverna o Brasil cometeu um pronunciamento inacreditável.

Na contramão da ciência, da OMS, das boas medidas dos governadores e de todos os países sérios do mundo, o helminto falante ou o “helminto quando falo”, voltou a dizer que o covid-19 não passa de uma “gripezinha” e que as pessoas deveriam abandonar os cuidados do isolamento social, que as escolas deveriam ser reabertas, bem como shoppings, restaurantes etc.

Para ele, tudo isso não passa de histeria alimentada, claro, pela imprensa.

E que o problema da Itália é ter muitos velhos e um inverno rigoroso. Nós, jovens tropicais, podemos ficar tranquilos.

Salvar as pessoas, as empresas e o emprego

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

Há duas semanas a economista Leda Paulani afirmou que a crise do coronavírus seria mais grave do que a crise de 2008. Minha reação foi um “talvez”. Talvez viesse a ser, mas eu não estava seguro. Agora, estou. Associada à pandemia há uma gravíssima crise econômica em formação que levará ao desemprego e à quebra das empresas de todo o mundo, ou, pelo menos, à uma forte redução de suas receitas e dos seus lucros.

Economia, manipulação e falsa pluralidade

Por Paulo Nogueira Batista Jr. 

Gostaria hoje de ter uma conversa reservada com amigos e correligionários. Se algum bolsominion, pato, ou outro adversário qualquer, estiver extraviado por aqui neste momento, peço gentilmente que se retire.

Agradeço e prossigo. Queria alertar para a crescente sofisticação e variedade dos artifícios utilizados para controlar o debate público na área da economia. Esses artifícios aparecem, evidentemente, com ainda mais clareza no debate de temas político-partidários, e grande parte do que vou dizer se aplica a fortiori a esses temas. Mas vou me limitar a tratar de economia, área em que a manipulação adquire especial relevo em tempos de crise, como os atuais.

MP-927 mantém essência antitrabalhador

Por Sebastião Soares

Mais uma atrocidade incomum é cometida contra os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, pelo governo criminoso e protofascista de Jair Bolsonaro, com a edição da Medida Provisória 927/20. O foco da MP é o favorecimento às empresas para adotarem medidas fora da legislação trabalhista e sem a participação dos sindicatos, no sentido de restringir direitos e reduzir obrigações patronais. A MP permite a imposição de mudanças nas relações de trabalho, a critério dos empregadores, enquanto durar o Estado de Calamidade imposto pelo Decreto 06/20.

Medidas em falta e medidas comparadas

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

Diante da grita geral, Bolsonaro e Guedes recuaram do artigo da MP 927 que permitia a suspensão de contratos de trabalho sem garantias salariais. Mas persistem na medida pontos que favorecem os empregadores e fazem a corda arrebentar do lado mais fraco. Por exemplo, o artigo que permite a sobreposição de acordos individuais aos acordos coletivos.

Com isso, as reduções salariais poderão ser negociadas entre patrão e empregado, sem limite algum. No sufoco que vem por aí, haverá empregado topando qualquer acordo que lhe garanta algum dinheiro para a comida e o aluguel.

E por falar em aluguel, até agora nenhuma medida do governo tratou da situação dos milhões de brasileiros que não têm casa própria. No desemprego ou sem a renda do trabalho informal, não terão como pagar o aluguel enquanto durar a calamidade.

É preciso interditar Jair Bolsonaro!

Charge: Luc Descheemaeker
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Como qualificar um governo que retarda indefinidamente as medidas que poderiam reduzir os efeitos de uma pandemia, estimula as pessoas a continuar circulando e espalhando o agente patógeno e mantém os hospitais desequipados? O que fazer se este mesmo governo aproveita-se da reclusão responsável dos cidadãos em suas casas, e da desmobilização do Parlamento, para editar Medidas Provisórias que, ao invés de reduzir a dor coletiva, impõem mais sofrimento, concentram riqueza e ameaçam a democracia? Este governo é de traição nacional e é obrigação da sociedade e do sistema político interditá-lo o quanto antes.

Neoliberais e a renda básica universal

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Armínio Fraga é tido como um dos papas do pensamento neoliberal no Brasil. Dono de um fundo, o Gávea Investimentos, onde os ricaços aplicam suas fortunas, ele vem procurando, no entanto, se distanciar do ultraneoliberalismo de Paulo Guedes adotado pelo governo Bolsonaro.

Há algumas semanas, Armínio provocou turbulência entre os economistas da escola de Chicago ao dizer com todas as letras que sem combater a desigualdade social a economia brasileira não vai a lugar nenhum e permanecerá estagnada.

E nesta segunda-feira (23), em entrevista ao jornal Valor, ele abalou ainda mais os alicerces da ortodoxia que cultua o Deus Mercado, defendendo o pagamento de uma renda básica universal a 100 milhões de brasileiros, enquanto durar a pandemia de coronavírus. De quebra, pregou o oposto do que está sendo feito pelo governo Bolsonaro: a inclusão de mais 1,3 milhão de pessoas no Bolsa Família.

O coronavírus e o capitalismo do desastre

Por Leonardo Boff, em seu blog:

A atual pandemia do coronavírus representa uma oportunidade única para repensarmos o nosso modo de habitar a Casa Comum, a forma como produzimos, consumimos e nos relacionamos com a natureza. Chegou a hora de questionar as virtudes da ordem do capital: a acumulação ilimitada, a competição, o individualismo, a indiferença face à miséria de milhões, a redução do Estado e a exaltação do lema de Wallstreet: ”greed is good” (a cobiça é boa). Tudo isso agora é posto em xeque. Ele tem dias contados.

Como financiar o combate ao coronavírus?

Por Pedro Rossi, no site Brasil Debate:

1. Primeiro é preciso largar o dogmatismo fiscal e rasgar a fantasia neoliberal. Temos que esquecer aquele papo de que não tem dinheiro, de que o Estado está falido. Porque isso é mito/mentira. Tem dinheiro.

2. Não há restrições financeiras para o gasto público, além das regras instituídas. O governo gasta, depois o Banco Central avalia a base monetária/meta de juros e recolhe $ em troca de dívida. O governo não precisa de dinheiro prévio, nem de taxar pra depois gastar.

3. Não faz sentido achar que tem que tirar de alguém para poder gastar. Não precisa tirar do policial e do professor, não precisa cortar 25% do salário de funcionários públicos. Isso só vai atrapalhar a recuperação econômica no pós-crise sanitária. A PEC Emergencial é estúpida.

Os trabalhadores em guerra pela vida

Por Nivaldo Santana, no site da Fundação Maurício Grabois:

O movimento sindical brasileiro enfrenta desafios inéditos. Para atravessar essa conjuntura adversa, é fundamental uma vigorosa unidade das diferentes correntes do sindicalismo nacional – uma unidade gestada a partir da definição democrática de uma agenda consensual.

Em meio aos múltiplos ataques que os trabalhadores sofrem, até a definição das prioridades gera polêmica. Por onde começar? Como definir formas de luta em meio a uma pandemia? Como garantir emprego, salários e direitos sob uma grande desaceleração econômica? Como incorporar à resistência os trabalhadores desempregados, informais e precários?

Não existem respostas simples para problemas complexos. Em primeiro lugar, os sindicatos ainda sofrem os impactos dos retrocessos iniciados no governo Michel Temer (2016-2018), como a terceirização irrestrita (inclusive nas atividades-fim) e a reforma trabalhista – que legalizou o trabalho precário, limitou a atuação da Justiça do Trabalho e debilitou os sindicatos em sua sustentação financeira.

Governo promove pandemia social

Montagem: Waldemir Santos
Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em um momento de profunda incerteza sobre o futuro, o governo de Jair Bolsonaro, para o desespero de todos, decide propor uma Medida Provisória (927/2020) que permite “suspender” contratos de trabalho por quatro meses, deixando os trabalhadores no papel empregados, mas sem renda nenhuma. É a receita perfeita para a “pandemia” social e econômica, na contramão de todo o resto do mundo. Enquanto isso, diversas organizações como (sim!) o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial têm defendido que os países realizem gastos massivos para reduzir os efeitos da "coronacrise" na economia.

Bolsonaro é reprovado nas pesquisas e janelas

Editorial do site Vermelho:

Os números do Instituto Datafolha que mostram reprovação de [ presidente] Jair Bolsonaro no combate à pandemia do coronavírus, a Covid-19; os gritos de “basta” e “fora” que se multiplicam das janelas das casas em todo o país, são derivados da irresponsabilidade e incompetência do presidente. Não à toa, ele perde espaço também nas redes sociais, onde ostentava importante popularidade.

Os fatos são facilmente perceptíveis. O mais recente é tentativa de apunhalar a classe trabalhadora com a Medida Provisória (MP) 927, que tira direitos dos trabalhadores, em plena expansão da pandemia. Diante da rejeição ao maior absurdo da chamada MP da Fome – o artigo 18, que na prática deixava muitos trabalhadores sem salários – Bolsonaro foi obrigado a recuar, pelo amplo e forte rechaço da opinião pública, das forças políticas e dos trabalhadores, mas manteve outras medidas também prejudiciais.