domingo, 31 de março de 2019

Crença e narcisismo na vida de Ernesto Araújo

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Ecoando o youtuber Olavo de Carvalho, o chanceler Ernesto Araújo insiste que o nazismo era de esquerda, uma variação do regime socialista ou comunista.

Se ele assistir ao filme “Hitler – Uma Carreira”, de Joachim C. Fest e Christian Herrendoerfer, considerado o mais completo sobre a ascensão do líder do nazismo, verá que Hitler chegou ao poder com seus seguidores matando e encarcerando, primeiramente, os comunistas, depois os social-democratas e, por fim, os judeus, pessoas que ele odiava.

A referência ao ódio de Hitler à esquerda está aos 38 minutos e 24 segundos do documentário.

Pré-sal: o ônus e o bônus do excedente

Por Giorgio Romano Schutte, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O governo Jair Bolsonaro planeja realizar em outubro o maior leilão de reservas, exploração e produção de petróleo que o mundo já assistiu. O valor estimado para entrar no caixa só neste ano é de R$ 100 bilhões. Para tanto, aproveita-se de alterações na legislação introduzidas pelo governo Michel Temer que tornaram os leilões do pré-sal o mais atraente possível para os oligopólios internacionais, além de terem reduzido a participação da Petrobras na exploração dessas reservas e derrubado o percentual obrigatório de uso de conteúdo nacional. De fato, nesta área há um continuidade direta entre a política dos governos Temer e Bolsonaro e uma ruptura clara com a política dos governo Lula e Dilma. Curiosamente, pouco ou nada disso preenche a agenda pública de debate nacional.

Sob a toga havia uma farda

Por Hamilton Pereira/Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

I.

Soa como um convite para festejar seu próprio funeral. Num país capaz de tudo converter em caricatura, em curto lapso de tempo, as elites brasileiras fizeram da democracia um simulacro nas eleições de 2018 e nesses idos de março de 2019, 55 anos depois, levam a nação a encenar uma grotesca farsa de si mesma.

Partidos condenam celebração da ditadura

Da Rede Brasil Atual:

PCdoB, PCB, PDT, PSB Psol e PT assinaram manifesto em repúdio à determinação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para que as Forças Armadas celebrem o aniversário do golpe de 1964.

Hoje (30), a desembargadora de plantão Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), cassou a decisão da véspera, (29) da Justiça Federal do Distrito Federal, que impedia a União e as Forças Armadas de comemorar a data. Conforme seu despacho, a medida do governo federal está dentro da alçada das competências da administração. E que ainda não houve violação da legalidade, tampouco dos direitos humanos.

Leia a íntegra da nota:

Ditadura militar matou e era corrupta

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Deputado de primeiro de mandato, o maranhense Márcio Jerry, do PCdoB, propôs uma lei para incluir no Código Penal o crime de apologia de ditadura. Pensou em Jair Bolsonaro, um apologista do chileno Augusto Pinochet, do paraguaio Alfredo Stroessner e dos cinco brasileiros que mandaram por aqui de 1964 a 1985. Para o presidente, o regime que completa 55 anos teve aí uns “probleminhas” e só.

Assassinato e tortura de adversários e de indígenas, corrupção e concentração de renda no 1% mais rico seriam apenas uns “probleminhas”? Este é o legado da ditadura inaugurada com um golpe em 1o de abril de 1964, uma data mais ao gosto dos historiadores, embora as Forças Armadas prefiram “comemorar” o 31 de março, para fugir do dia da mentira.

Hoje é o dia dos canalhas

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Canalha é uma palavra que não abrandou sua virulência ao se distanciar da sua raiz. Ao contrário, tornou-se mais aguda. No latim, de onde provém, designa bando de cães. Os canalhas de que tratamos hoje não merecem ser chamados de “cães”. Seria injusto com estes animais que carregam virtudes como fidelidade, afeto e, empatia, que é, como alguém já disse, “a capacidade de sentir a dor do outro no meu coração”. Os canalhas que festejam o 31 de março de 1964 são imunes a isso. Não há dor no seu coração.

Uma múmia ministerial no quartel do MEC?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Poderíamos ter um ministro da Educação na Presidência, mas agora temos um presidente sem ministro da Educação, que tragédia!

O ministério da Educação, desde ontem, vive uma “intervenção militar”, com a presença do tenente-brigadeiro Ricardo Vieira como secretário-executivo da pasta.

Ele vai para o lugar de Luiz Tosi, que foi exonerado após críticas do astrólogo Olavo de Carvalho pelo twitter, e que “quase” foi ocupado por Rubens Barreto da Silva, era secretário-executivo adjunto de Tozi e pela “pedagoga de Deus” Iolene de Lima.

Ditadura - a inteligência vence o medo

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

A ditadura tentou destruir a inteligência brasileira - investiu contra artistas e pensadores para calar suas vozes e destruir os meios de comunicá-las. Mas a inteligência foi mais forte, e criou o Brasil moderno.

O ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, dizia "quando ouço falar em cultura, levo a mão ao coldre de meu revólver", frase que resume a atitude de muita gente da extrema direita quando se trata de valores civilizatórios.

Foi também a atitude de muita gente, no Brasil, sob a ditadura militar de 1964.

1964 é uma ferida aberta em nossa história

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Os 55 anos do Golpe Militar no Brasil são, para todos nós que lutamos contra o arbítrio, pelas liberdades democráticas e pelos direitos humanos e sociais, uma triste lembrança.

1964 é uma ferida aberta na história política do país. São tempos que evocam prisão, tortura, morte e exílio. Tempos em que a ação dos governos ditatoriais levou ao fechamento do Congresso Nacional, ao cancelamento de eleições diretas para presidente, governador e prefeito e à cassação de ministros do STF.

Instituíram a censura à imprensa e desencadearam a mais violenta repressão às greves de trabalhadores e às manifestações estudantis. A gente brasileira, como lamentou o nosso poeta, passou a falar de lado e olhar para o chão.

Da ditadura militar brasileira

Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

“É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma nova perspectiva sobre o seu futuro (...). A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz não o interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação” (trecho do Ato Institucional nº 1, decretado pela junta militar em abril de 1964).

“A primeiro de abril o que houve foi um golpe militar fascista, com toda a sequência de arbitrariedade, despotismo e opressão” (Carlos Marighella. Por que resisti à prisão, 1965).


Até a década de 1990 existia um amplo consenso entre os principais intelectuais e organizações marxistas brasileiros em relação ao caráter do golpe e do regime implantado no país em março de 1964. Poucos na esquerda questionavam que havíamos tido em 31 de março de 1964 um “golpe militar” e que este, por sua vez, implantara uma “ditadura militar”. As maiores críticas a essas conceituações vinham dos liberais que, muitas vezes, preferiam usar os termos regime e governos autoritários, de carga semântica mais suavizada.

sábado, 30 de março de 2019

O silêncio do bolsominions

Por Leandro Fortes

Aos poucos, eles estão desaparecendo. Velhos amigos cheios de razão, parentes furiosos, vizinhos valentões, madames maquiadas de ódio, estão todos em silêncio, à beira do abismo.

Não há mais arminhas nas mãos, nem chola-mais nas redes. Até os kkkkk se escondem na timidez. Rufam, aqui e ali, uns poucos tambores de ódio pelas mãos de meia dúzia de fanáticos, mas nem os mais selvagens dos antipetistas encontram forças para defender o indefensável.

Não estão arrependidos, o arrependimento requer uma força moral distante da personalidade da maior parte dos eleitores do Bozo. Estão apenas paralisados, diante da sucessiva quebra de expectativas relacionadas ao admirável mundo novo que se anunciava.

Moro e a astúcia da indústria tabagista

Por Eugênio Aragão, no site Jornalistas Livres:

Quando fui ministro da Justiça, recebi, tal qual, agora, o ex-juiz de piso de Curitiba, representantes da indústria tabagista, que me propunham uma ação junto ao ministro da Fazenda para baixar a alíquota de IPI de uma nova classe de cigarros de “baixo custo”, para concorrer com os cigarros paraguaios contrabandeados para o Brasil.

Sustentavam que os cigarros do Paraguai causavam não só prejuízo à indústria brasileira pela concorrência desleal, como também causavam um rombo na arrecadação.

As contradições do pós-impeachment

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Vou tomar emprestado do governador Flávio Dino uma metodologia para análise de cenários: a análise dos desdobramentos do golpe a partir das contradições que vai gerando e de seus efeitos sobre os principais atores políticos.

A partir desse insight, o Xadrez do momento torna-se particularmente instigante.

Peça 1 – as raízes do golpe

Já analisamos exaustivamente aqui as razões centrais do golpe. Uma sociedade em profundas transformações, novas formas de comunicação, a disputa pela hegemonia global entra EUA e China. E, finalmente, a instrumentalização da justiça brasileira pela DHS (o Gabinete de Segurança Institucional dos EUA) através da Lava Jato. Tudo ajudado, obviamente, pelos enormes erros políticos do governo Dilma Rousseff e da perda da visão estratégica do PT.

Golpe não se comemora, repudia-se!

Por Benedita da Silva, no site Mídia Ninja:

O sonho de toda ditadura e regime autoritário é de reescrever a história para apresentar suas ações golpistas como se fossem de defesa da democracia. Tentam mudar a história, mas esta é teimosa e sempre volta no futuro nos braços da verdade.

A ditadura militar mentiu sobre a verdadeira data do golpe, que não foi 31 de março, mas, sim, no dia 01 de abril de 1964 e impuseram a versão de que foi um “movimento” ou “revolução” para encobrir a violação da Constituição e a deposição do presidente legítimo da época, João Goulart.

Os presos nos primeiros dias do golpe militar

Por Janaína Cesar e Caroline Cavassa, no site The Intercept-Brasil:

Um documento inédito encontrado pelo Intercept no arquivo histórico do Ministério do Exterior da Itália mostra que o número de presos nos primeiros dias do golpe militar brasileiro de 1964 pode ser quatro vezes maior do que se estimava até hoje.

Um ofício enviado do Rio de Janeiro em 8 de julho de 1964 por Eugenio Prato, então embaixador italiano no Brasil, ao Ministério do Exterior da Itália – a Farnesina – cita que “foram efetuadas cerca de 20 mil prisões nos primeiros dias da revolução”. Até hoje, o número estimado de detenções nos dias seguintes ao golpe militar vinha de um único documento, produzido pela embaixada norte-americana no Brasil, que falava em “em torno de 5 mil pessoas”. Ele é mencionado no capítulo 3, parágrafo 67, do relatório final da Comissão Nacional da Verdade.

Cavalo de Tróia contra a Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ameaça mortal ao embrião de Estado de bem-estar social construído no país, o desmanche da Previdência segue a prioridade absoluta do condomínio político-econômico que assumiu o governo a partir da eleição de Jair Bolsonaro.

A luta contra a reforma envolve uma batalha política de envergadura histórica. O imenso volume dos interesses envolvidos neste debate ajuda a entender a aliança de ferro entre Paulo Guedes e Rodrigo Maia para tentar aprovar as mudanças cobradas pelo grande empresariado, em particular pelo mercado financeiro e os grandes bancos, principais interessados na mudança. Apavorados com a possibilidade de que a desordem do governo do tuíter possa desperdiçar uma chance única de ganhos fabulosos, nos últimos dias o grande poder econômico do país enviou sucessivas missões ao ministro da Economia e ao presidente do Congresso para azeitar o caminho de seus interesses, que defendem com urgência e até pressa.

Governo em pedaços – vitória ou ameaça?

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

No início dos anos 1990, ficou claro que a privatização do setor ferroviário, na Inglaterra, havia afundado a qualidade dos serviços. Os problemas se multiplicavam, mas o mais evidente era que os trens jamais chegavam no horário. Uma investigação revelou a causa dos transtornos. Para afastar o Estado, haviam concorrido múltiplos interesses de privatizadores. Mas, uma vez assegurado o controle do sistema, eles se digladiavam. A empresa que controlava as vias; a que operava as composições; a encarregada de limpeza e logística; as responsável por vender as passagens – cada uma estava interessada acima de tudo em seus próprios lucros – e tomava decisões que frequentemente chocavam-se com as atividades das demais. O resultado era o caos. O governo Bolsonaro vive, há duas semanas, um inferno semelhante.

Paulo Coelho e o "torturador" Bolsonaro

Do Twitter de Paulo Coelho
Do blog Socialista Morena:

O escritor brasileiro Paulo Coelho publicou um artigo no Washington Post onde narra as torturas que sofreu na ditadura militar sem razão alguma: nunca foi militante de esquerda, nunca participou da luta armada nem era um inimigo público do regime. Ele levou choques elétricos nos genitais e foi colocado numa solitária em 1974 por ser um compositor. Um artista.

Generais e Bolsonaro 'arregam' sobre ditadura

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Os comandos militares que queriam comemorar a ditadura militar mesmo após o chefe ter “arregado” e mudado o foco de “comemorar” para “rememorar”, também “arregaram” e, agora, não vão “comemorar” o golpe; apenas irão analisar o período de trevas. A pressão internacional pôs Bolsonaro e milicos golpistas nos seus devidos lugares.

Na última quinta-feira (28/3), Bolsonaro mudou a conversa sobre o próximo dia 31 de março, quando o golpe militar de 1964 completará 55 anos; disse que não mandou “comemorar” o golpe, mas, sim, “rememorar”, o que, como todos sabem, é mentira.

Resistir pela arte aos cultuadores do ódio

Por Leonardo Lusitano, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O governo Bolsonaro é uma pulp sensacionalista, impressa em material de segunda classe. Seus membros cultuam a estupidez e o senso comum, tentando tornar o reino das opiniões e a paixão pela ignorância algo visto como uma grande novidade criativa, a ser valorizada positivamente e até mesmo cultuada.

No culto da ignorância e da estupidez, o Ministério da Educação tem destaque. Um pouco antes do carnaval, o MEC endereçou uma carta às escolas, assinada pelo ministro Vélez. A mensagem deveria se lida no primeiro dia de aula a professores, alunos e demais funcionários da escola, com todos perfilados diante da bandeira do Brasil, juntamente da execução do Hino Nacional. O MEC ainda solicitou que o representante da escola filme trechos curtos da leitura da carta e da execução do hino e que, em seguida, envie o arquivo de vídeo, com os dados da escola.

Salário mínimo: uma luta difícil

Ilustração: Gladson Targa
Por João Guilherme Vargas Netto

Razão tem o deputado federal Rui Falcão (PT-SP) em preocupar-se, e muito, com a manutenção da política de valorização do salário mínimo.

Esta preocupação levou-o a protocolar um requerimento para a criação de uma subcomissão especial e temporária para debater (e propor) esta política. Em sua preocupação, correta, o deputado tem pressa porque até 30 de abril o governo deve enviar ao Congresso o projeto da LDO em que consta o novo valor do salário mínimo e, portanto, a constatação ou não de seu aumento real.

sexta-feira, 29 de março de 2019

A mídia e o golpe militar de 1964

Por Altamiro Borges

Segunda-feira, 1º de abril, marca os 55 anos do fatídico golpe civil-militar de 1964. Na época, o imperialismo estadunidense, os latifundiários e parte da burguesia nativa derrubaram o governo democraticamente eleito de João Goulart. Naquela época, a imprensa teve papel destacado nos preparativos do golpe. Na sequência, muitos jornalões continuaram apoiando a ditadura, as suas torturas e assassinatos. Outros engoliram o seu próprio veneno, sofrendo censura e perseguições.

O golpe de 1964 para os desmemoriados

Por Ricardo Almeida, no site Sul-21:

A história é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue
Chico Buarque e Pablo Milanes


Os monstros saíram novamente do armário. Poderia ser mais uma história de ficção, se tudo não estivesse registrado em relatórios oficiais da CIA, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Comissão Nacional da Verdade. Seria uma viagem ao passado se aquela tragédia de 1964 não tivesse sido transformada numa grande farsa. Afinal, houve um golpe civil-militar no Brasil? Será que havia uma ameaça comunista em 1964? É preciso desmitificar essas narrativas dos militares de plantão e colocar argumentos baseados em fatos fáceis de comprovar (uma pesquisa rápida no Google) na ordem dos acontecimentos e nos seus devidos lugares.

Desemprego alto; desalento bate recorde

Da Rede Brasil Atual:

A taxa de desemprego subiu para 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, com um número estimado de 13,098 milhões de desempregados, informou nesta sexta-feira (29) o IBGE. Em dezembro, estava em 11,6% – em comparação com fevereiro de 2018, ficou estável (12,6%). São 892 mil desempregados a mais em três meses, crescimento de 7,3%, enquanto o total de ocupados encolheu 1,1% (menos 1,062 milhão). O desalento e o total de pessoas fora da força de trabalho foram recordes.

Bolsonaro asfixia a produção cultural

Por Eduardo Nunomora e Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

Parcialmente paralisada em todo o País, a produção cultural brasileira pode terminar este ano emparelhando um recorde histórico: tem grande chance de superar em inanição o pior momento desde a redemocratização do País, após a ditadura civil-militar: os anos Collor, no início da década de 1990.

Empenhado em retaliar o setor que, historicamente, mais oferece resistência aos regimes autoritários, o governo Bolsonaro iniciou sua gestão aniquilando o Ministério da Cultura e embutindo a pasta em um abstrato Ministério da Cidadania. Em seguida, passou a desautorizar os entes culturais, inibindo a ação cotidiana de organismos de fomento e estímulo.

Vélez cozido vivo e o caos na Educação

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É irônico que o ministro que chegou dizendo que ia acabar com a doutrinação, a perseguição ideológica, o aparelhamento do MEC esteja, neste momento, sendo vítima dos mesmo processos que ele dizia estarem sendo feitos pela esquerda mas que, de fato, foram postos em marca, e marcha batida, pelo bolsonarismo entrante.

Patrocinado por Olavo de Carvalho, o guru da família Bolsonaro, colocou os agentes olavetes para dentro de casa e não conseguiu segurá-los e perdeu o apoio do “bruxo”.

Previdência reduz as desigualdades sociais

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

A previdência Social, que faz parte de um guarda chuva maior chamado “Seguridade Social” ao lado de Assistência Social e Saúde, é a principal política pública brasileira que atua na redução das desigualdades sociais.

A criação desse arcabouço da “Seguridade Social” faz parte de uma leitura política que identifica que o Estado deve agir na defesa dos interesses nacionais, na promoção de políticas públicas de bem estar social e no combate às desigualdades. Ou seja, a Previdência Social em vigor é o desdobramento de uma concepção de Estado como garantidor de direitos e não apenas como árbitro e mediador dos conflitos sociais. Na perspectiva da Reforma liberal proposta pelo governo Bolsonaro, a Previdência Social é um serviço no qual o Estado apenas regula e legisla, mas quem gere é o mercado.

Rechaço à ditadura e defesa da democracia

Editorial do site Vermelho:

Desde que no dia 25 de março, através do porta-voz da Presidência da República, Bolsonaro incitou os quartéis a realizarem “as comemorações devidas” ao golpe militar de 1964, elevou-se a tensão no cabo de guerra que há no país entre autoritarismo e democracia.

Em entrevista a veículos de comunicação que lhe são servis, Bolsonaro pela enésima vez repetiu a ladainha de que não houve golpe, não houve ditadura, e teriam ocorrido apenas “alguns probleminhas”.

Vejamos o que a hipocrisia e o cinismo escondem nessa expressão “alguns probleminhas”.

Fazer frentes, mas com o pé firme no povão!

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O excelente governador do Maranhão, o comunista Flávio Dino, se lembrou de Mao Tse-Tung, quando precisou derrotar os japoneses: se aliou ao agente do imperialismo Chiang Kai-Shek.

Mao também dizia que o importante era descobrir qual a contradição principal e a secundária.

Sim, disse Dino.

Se a gente soubesse quais são não estávamos aqui, nesse inusitada crise de hoje...

Dino esteve na noite dessa quarta-feira 27/III no Instituto de Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, onde deu entrevista coletiva a blogueiros sujíssimos (para espanto do Ataulpho Merval, que gostaria de vê-los sumir nos processos do Ministrário Gilmar Mendes).

Arbítrio oculto por biombos

Por Dilma Rousseff, em seu site:

É inesgotável a capacidade da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de chocar o país com posições míopes e reacionárias. Notória por ações bizarras, que seriam cômicas se não fossem trágicas, a ministra decide agora mudar a composição da Comissão da Anistia.

Trata-se de uma tentativa hipócrita, mas simplória, de dourar a pílula da arbitrariedade do governo Bolsonaro. Como para eles não houve golpe nem ditadura militar a partir de 1964, não reconhecem, consequentemente, fundamento histórico, sentido civilizatório e dever moral e democrático na atuação legal da Comissão de Anistia. Daí ser mera consequência negar o direito às legítimas reparações que são devidas às vítimas atingidas pelo braço repressivo do terrorismo de Estado.

O neofascismo já é realidade no Brasil

Por Armando Boito Jr., no site Correio da Cidadania:

Em ar­tigo que pu­bli­quei no mês de ja­neiro no portal Brasil de Fato, po­le­mi­zando com um texto de Atilio Boron pu­bli­cado também neste jornal, sus­tentei que não se pode, ao con­trário do que afirma Boron, des­cartar a hi­pó­tese de que essa nova di­reita e seu go­verno sejam fas­cistas ou, mais precisamente, ne­o­fas­cistas. Boron havia afir­mado que o fenô­meno fas­cista seria ir­re­pe­tível porque o seu prin­cipal pro­ta­go­nista, a bur­guesia na­ci­onal, teria de­sa­pa­re­cido. Ar­gu­mentei, então, que ao falar em Es­tado fas­cista fa­zemos re­fe­rência, em pri­meiro lugar, à forma de Es­tado e não às classes e frações de classe es­pe­cí­ficas que par­ti­cipam do bloco no poder. Dentro de uma mesma forma de Estado – seja a de­mo­cracia, a di­ta­dura mi­litar ou a di­ta­dura fas­cista – são pos­sí­veis di­fe­rentes blocos no poder.

Governo quer destruir a Previdência Pública

Por Leonardo Severo e Sérgio Cruz, no jornal Hora do Povo:

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou, em palestra realizada no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, na noite desta quarta-feira (27), que o governo Bolsonaro é “filho legítimo do ethos nazifascista”.

“É um governo que privilegia o conflito. Por isso, ele termina acirrando as contradições, entre elas a contradição entre democracia e ditadura”, analisou. “A batalha simbólica em torno do ‘31 de março’ é elucidativa da disputa viva e acesa que está sendo travada neste momento em nosso país”, disse ele.

quinta-feira, 28 de março de 2019

As contradições do Brasil de Bolsonaro

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Reeleito governador do Maranhão e um dos principais líderes do progressismo brasileiro contemporâneo, Flávio Dino (PCdoB-MA) esteve, nesta quarta-feira (27), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo. Em diálogo com blogueiros e mídias alternativas, o governador falou sobre os desafios colocados para o enfrentamento ao bolsonarismo não só pela esquerda, mas por todos os setores da sociedade que defendem a legalidade democrática.

Conjuntura e a batalha da Previdência

Por Juliana Figueiró Ramiro, no site da CTB-Rio Grande do Sul:

Na manhã do dia 27 de março, no auditório da Fetag, teve início o Seminário Jurídico da CTB-RS. O evento vai até amanhã, 28. Pela manhã, o público de mais de 200 sindicalistas e assessores jurídicos ouviu as falar dos convidados Altamiro Borges, jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, e Adilson Araújo, presidente nacional da CTB.


Mais uma derrota do governo na Câmara

Por Vilma Bokany, no site da Fundação Perseu Abramo:

Em derrota histórica para o governo, a Câmara dos Deputados aprovou na noite do dia 26 de março a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/15, de autoria do deputado Hélio Leite (DEM-PA), que limita o poder do Executivo sobre gastos públicos e torna obrigatória a execução de emendas coletivas no orçamento da União.

O economista-deus está morto

Por Felipe Calabrez, no site Outras Palavras:

Semana retrasada um artigo de André Lara Resende no Valor Econômico deu o que falar entre os economistas. No artigo, Lara Resende, um dos artífices do Plano Real, que passou pela Presidência do Banco Central no Governo FHC e integra o mundo das finanças privadas, vaticina uma crise terminal da teoria macroeconômica dominante.

Não é a primeira vez que o autor ataca o pensamento econômico dominante no Brasil e propagado por seus colegas da ortodoxia. No início de 2017, no mesmo Valor, Resende colocou em questão os fundamentos da teoria monetária que orientam as decisões do Banco Central. (Comentei o episódio aqui). A conclusão era de que os altos juros praticados no Brasil nas últimas décadas não possuíam sustentação teórica alguma. O efeito dessas políticas, no entanto, em termos distributivos e de baixo crescimento, são reais.

Desastre da proposta de Moro sobre cigarro

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Nessa terça-feira (26/03), o Diário Oficial da União publicou a portaria nº263/2019, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que “institui Grupo de Trabalho para avaliar a conveniência e oportunidade da redução da tributação de cigarros fabricados no Brasil”.

O artigo 1º detalha:

Fica instituído Grupo de Trabalho – GT para avaliar a conveniência e oportunidade da redução da tributação de cigarros fabricados no Brasil, e, assim, diminuir o consumo de cigarros estrangeiros de baixa qualidade, o contrabando e os riscos à saúde dele decorrentes.

"Dallagnol" argentino é desmascarado

Por Victor Farinelli, no site Carta Maior: 

Nesta terça-feira (26/3), o promotor federal Carlos Stornelli faltou pela quarta vez à uma citação para declarar na causa judicial que tramita no Tribunal da cidade de Dolores, pela qual o juiz Alejo Ramos Padilla o declarou “em rebeldia”. Ao não comparecer para dar sua versão dos fatos, e enfrentar a quantidade de evidências levantadas pela investigação, o promotor se transforma em uma espécie de prófugo, mas prefere estar em rebeldia do que ser processado por integrar uma associação ilícita dedicada à espionagem ilegal, a extorsão e coação de testemunhas nas causas em que ele administra contra a ex-presidenta Cristina Kirchner.

"Deus" e a blasfêmia de Jair Bolsonaro

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Não queria ter escrito este artigo. Mas a aguda crise política atual e o abuso que se faz do nome de Deus provocam a função pública da teologia. Como qualquer outro saber, ela possui também a sua responsabilidade social. Há momentos em que o teólogo deve descer de sua cátedra e dizer uma palavra no campo do político. Isso implica denunciar abusos e anunciar os bons usos, por mais que esta atitude possa ser incompreendida por alguns grupos ou tida como partidista, o que não é.

Populismo, golden shower e firehosing

Por Leandro Gavião e Alexandre Arbex, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Passado o alarde inicial, o núcleo político do governo federal parece ter chegado à conclusão de que Jair Bolsonaro cometeu um grave erro ao publicar um vídeo com conteúdo explícito no Twitter. No cálculo do presidente, a postagem deveria cumprir uma dupla função: responder aos protestos entoados por vários blocos de carnaval do país e recuperar temas que são caros a uma parte de sua base de apoio ideológico.

Bolsonaro quer conflitos

Por Renato Rovai, em seu blog:

Imagine se um presidente Chileno ou Argentino decidisse convocar manifestações do Exército a favor do golpe. Ou se um primeiro ministro alemão negasse o holocausto e celebrasse Hitler como Bolsonaro faz com Ustra?

O que está acontecendo no Brasil é de uma imensa gravidade não pela forma como procedem os fascistas, mas pela apatia dos democratas daqui.

Tudo parece ter sido normalizado e dessa forma o que ainda resta da nossa combalida democracia vai se esvaindo pelo ralo da história.

A hora do programa da esquerda

Por Roberto Amaral, em seu blog:

O governo que aí está é um permanente magistério do atraso e da intolerância. Velho de três meses, segue cumprindo o papel de força avançada do novo regime, cuja cabeça, cujo corpo e cujas pernas estão na herança do pior do pior legado de 1964.

Da ditadura e dos ditadores resguarda seus costumes degenerados, como o descaso com os valores da democracia, que compreendem o diálogo e o convívio com a diferença, o respeito aos direitos humanos e o pluralismo ideológico. Não podendo retomar as prisões, as torturas e os assassinatos, embora anunciadamente o desejasse, defende sua prática e canoniza as mais abjetas expressões de seu ofício, cujas imagens certamente ocupam espaço privilegiado no oratório da nova família imperial (mais uma vez tomo de empréstimo expressão grafada por FHC). De outro lado, igualmente perverso, os novos dirigentes surpreendem pelo desapreço às questões nacionais mais iminentes, como a soberania nacional, questões as quais, reconheça-se, eram zeladas pelos paredros dos militares de hoje, que também cuidaram do patrimônio nacional, hoje descuidado.

Bolsonaro, Mandetta e a morte de indígenas

Do site do Conselho Indigenista Missionário (CIMI):

Lideranças indígenas vinculadas ao Fórum de Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena e das Organizações Indígenas de todo o país, apresentaram – por ocasião da 102ª Reunião da Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI), realizada em Brasília, nos dias 19 e 20 de março de 2019 –, denúncias de que ações do governo estão paralisando o sistema de atenção à saúde dos povos.

Isso porque, o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, vem deixando de realizar o repasse de recursos financeiros, contratados a partir de convênios com oito organizações da sociedade civil, que prestam serviço de saúde no âmbito dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Para alguns destes distritos, o último repasse de verbas ocorreu em outubro de 2018.

Bolsonaro privilegia o conflito

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Se por um lado não se pode menosprezar o perigo de uma ruptura institucional, por outro ainda "há jogo", desde que se apresente uma proposta que ultrapasse a retórica, avalia o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ele defende uma "flexibilidade tática" para avançar política e efetivamente, com a apresentação de uma agenda nacional e popular, enfrentando uma conjuntura de desagregação política e anomia (ausência de leis, regras).

'Nova era' de Bolsonaro foi um mal súbito

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Um erro comum na análise política é interpretar as vitórias eleitorais como sinal da superioridade dos mais votados e da inferioridade dos derrotados. Os ganhadores seriam “melhores” porque souberam “se dar bem”.

O tempo passa e, muitas vezes, chega-se ao oposto. Quem ganhou se apequena e o derrotado fica maior. Ri melhor quem ri mais tarde.

Mais de 70 dias depois da posse, Bolsonaro está menor, antes sequer de que o desgaste inevitável do governo produza efeitos. Não tem sido necessário aguardar para que a realidade frustre as expectativas da população.

Bolsonaro volta a suspender a reforma agrária

Por Daniel Camargos e Ana Magalhães, no site Repórter Brasil:

Pela segunda vez neste ano, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária suspendeu a reforma agrária por tempo indeterminado no Brasil. Uma ordem do general João Carlos de Jesus Corrêa enviada nesta quarta-feira 27 para os superintendentes regionais do instituto determina a “expressa suspensão” das vistorias nos imóveis rurais.

Sem as vistorias não é possível desapropriar os imóveis e, consequentemente, criar novos assentamentos. A primeira tentativa do governo do presidente Jair Bolsonaro de paralisar a reforma agrária aconteceu três dias após a posse, conforme revelou a Repórter Brasil. Com a repercussão negativa, o governo recuou.

Um presidente de ponta-cabeça

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Bolsonaro é um somatório de contradições como nenhum inquilino do Palácio do Planalto jamais foi. E sequer chegamos ao final do terceiro mês de mandato. O que temos, portanto, é só um aperitivo. Qualquer tentativa de enumerar suas incoerências sempre deixa algo para trás. Mas vamos fazer uma tentativa.

É um patriota que bate continência para uma bandeira estrangeira, a dos Estados Unidos. Atitude cujo ridículo atroz o despreparo de sua figura simplória não lhe permitiu perceber. Equivale ao gesto do deputado Otávio Mangabeira, da conservadora União Democrática Nacional (UDN) que, em 1946, ajoelhou-se e beijou a mão do general norte-americano Dwight Eisenhower.

Os riscos da entrada do Brasil na OCDE

Por Karina Patrício Ferreira Lima, no site da Fundação Maurício Grabois:

Um dos pontos destacados da visita de Jair Bolsonaro a Donald Trump consistiu na promessa de apoio, por parte de Washington, para a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O pedido formal de ingresso fora apresentado por Michel Temer em 2017, porém desde então as negociações ficaram travadas, principalmente, pela relutância dos EUA em apoiar a solicitação. Entre as razões para a mudança de posição de Washington, aponta-se a promessa de Bolsonaro de que o Brasil abrirá mão do status de país em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC), o qual lhe garante tratamento preferencial nas regras de comércio internacional.

Os moinhos de vento de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Um governo que não governa. Essa tem sido a opinião dos jornalões em seus editoriais, que expressam uma certa impaciência com os limites do presidente Jair Bolsonaro e seu staff para fazer as articulações políticas necessárias à governabilidade. Esse sentimento frequenta também certas análises sobre o noticiário político e econômico nos principais grupos de mídia. A irritação se manifesta inclusive sobre o que o bolsonarismo elegeu como prioridade, o que, na opinião desses editorialistas, não deveria sequer estar na agenda do governo.

Nacionalismo branco é uma ameaça ao mundo

Por Art Jipson e Paul J. Becker, no blog Socialista Morena:

O recente massacre de 50 fiéis muçulmanos em duas mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, é a última confirmação de que a supremacia branca é um perigo às sociedades democráticas ao redor do planeta.

A despeito da insinuação do presidente Donald Trump de que o terrorismo nacionalista branco não é um problema grave, dados recentes das Nações Unidas, da Universidade de Chicago e de outras fontes mostram o contrário.

À medida que mais e mais pessoas abraçam uma perspectiva mundial xenófoba e anti-imigrantes, alimentam a hostilidade e a violência voltadas àquelas consideradas “forasteiras” –seja pela religião, cor da pele ou origem nacional.