sexta-feira, 31 de março de 2017

A partidarização do Poder Judiciário

Por Francisco Fonseca, no site Carta Maior:

O golpe parlamentar efetivado em 31 de agosto foi o resultado de diversos fatores conjugados voltados à desestabilização política, institucional, social, informativa, ideológica e moral do Governo Dilma. Abaixo alguns dos principais personagens, fatores e fenômenos desse longo processo de golpeamento da democracia e de incriminação fascista de um governo e de um partido político. A forma abaixo apresentada não é necessariamente hierárquica ou cronológica, uma vez que vários dos processos elencados ocorreram de forma simultânea:

Estadão cria tuíteiros para ajudar Doria

Por Renato Rovai, em seu blog:

Os jornais estão super preocupados com a tal da pós-verdade, mas não se incomodam com mentiras sem pé e nem cabeça para defender seus pupilos. Leia esta nota da Coluna do Estadão de hoje:



Isso mesmo, eles falam em 59 milhões de pessoas engajadas num tuíte de João Doria. Ou seja, pessoas que curtiram, comentaram ou replicaram a postagem. Sequer se perguntaram quantos usuários o Twitter tem no Brasil e quantos são ativos. Se fossem mais sérios teriam ido buscar qual a quantidade média de usuários/dia.

Golpe faz desemprego explodir para 13%!

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Observem o cronograma do mercado de trabalho nos últimos anos. O crescimento do desemprego tem início com a Lava Jato e com o processo de desestabilização política que levou ao impeachment.

O desemprego é a consequência mais direta e mais brutal do golpe!

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No site do IBGE

PNAD Contínua: taxa de desocupação chega a 13,2% no trimestre encerrado em fevereiro de 2017

A taxa de desocupação foi estimada em 13,2% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2017, com altas de 1,3 ponto percentual frente ao trimestre móvel anterior (setembro a novembro de 2016 -11,9%) e de 2,9 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre móvel de 2016, quando a taxa foi estimada em 10,2%. Essa foi a maior taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012.

A superioridade do voto em lista fechada

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                    
O debate sobre a conveniência do voto em lista fechada vem sendo turvado pela súbita adesão de oportunistas do PMDB e do PSDB. Como estão com a imagem na lama por conta de um turbilhão de denúncias de corrupção, eles querem fazer do voto em lista um mero biombo para se esconderem do eleitor. O medo de perder o foro privilegiado diante uma provável não reeleição explica o pânico que toma conta de boa parte das bancadas de parlamentares golpistas.

Reprovação de Temer vai de 46% para 55%

Da revista CartaCapital:

Em meio à tentativa de aprovar uma reforma da Previdência, Michel Temer (PMDB) viu sua reprovação dar um salto significativo nos primeiros três meses do ano. De acordo com pesquisa do Ibope contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta sexta-feira, 31, a quantidade de eleitores que avaliam o governo Temer como ruim ou péssimo foi de 46% em dezembro para 55% em março.

A alta na reprovação foi acompanhada de uma queda na aprovação de Temer. Em dezembro, 13% dos entrevistados avaliavam o governo como ótimo ou bom, mas agora são 10%. Do mesmo modo, 35% classificavam o governo como regular e agora são 31%.

Temer e a suprema esculhambação do TSE

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Finalmente começará na terça-feira o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. Abusando do cinismo, o PSDB, que apresentou a ação antes de ter se aliado ao PMDB para derrubar Dilma, defendeu a não-responsabilização de Temer. Já o procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, acolhendo o parecer do relator Herman Benjamin, deve pedir a cassação do mandato de Temer e a inelegibilidade de Dilma.

Temer e o golpe para entregar a Petrobrás

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Os prejuízos consecutivos que a Petrobrás tem amargado, em função de políticas de gestão voltadas para a privatização da empresa, estão alimentando ainda mais o apetite do setor privado sobre a estatal. Na disputa pelo controle da petrolífera, o mercado vem defendendo a falsa polêmica em torno da Lei das S.A. (6.404/76), cujo um dos artigos dispõe sobre a possibilidade de acionistas sem direito a voto passarem a ter essa prerrogativa quando ficam sem receber dividendos por três exercícios seguidos.

Temer determina cortes no 'Mais Médicos'

Por Altamiro Borges

Com a desculpa esfarrapada do ajuste fiscal – já que não mexe nos rendimentos dos rentistas, que abocanham quase 50% das receitas da União –, o Judas Michel Temer está decidido a golpear os tímidos avanços sociais dos últimos anos. Nesta quarta-feira (29), o ministro do Planejamento do covil golpista, Dyogo de Oliveira, publicou portaria no Diário Oficial que modifica a lei orçamentária e tira a obrigatoriedade da destinação de R$ 3,3 bilhões para custeio do Programa Mais Médicos. Ao tornar a despesa discricionária, o governo ilegítimo abre a possibilidade do contingenciamento (corte) de parte dos recursos previstos para pagar as bolsas dos profissionais selecionados para o programa.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Governadores tucanos no alvo. E a mídia?

Por Altamiro Borges

O PSDB – do “mineirinho” Aécio Neves, do “santo” Geraldo Alckmin e do “careca” José Serra – levou um susto nesta quinta-feira (30). Dois governadores da legenda – Marconi Perillo, de Goiás, e Simão Jatene, do Pará – foram alvos de denúncias na Justiça que podem resultar em cassação do mandato e até em prisão. A sorte dos tucanos é que a mídia partidarizada não deu qualquer destaque para as graves acusações. As emissoras da tevê e rádio, os principais jornalões e as revistonas novamente pouparam o partido dos falsos moralistas, que reúne políticos mais sujos do que pau de galinheiro – ou poleiro de tucano. As notícias só tiveram alguma repercussão na imprensa destes Estados, mas também tendem a desaparecer rapidamente.

Luciano Huck largou Aécio, amigo das baladas?

Por Altamiro Borges

Em entrevista à Folha tucana nesta quinta-feira (30), o apresentador Luciano Huck, da TV Globo, deixou implícito que deseja disputar a presidência da República. “É hora da minha geração ocupar os espaços de poder”, afirmou o "jovem" de 45 anos. Ele até tentou se distanciar do amigão das baladas, o cambaleante Aécio Neves. “Eu não sou tucano, mas sou muito próximo do Fernando Henrique, a cabeça mais moderna [sic] do Brasil, e ele tem 85 anos. Sou amigo do Aécio desde que passei a dividir minha vida entre Rio e São Paulo, há 17 anos. Tenho carinho por ele, mas foram pouquíssimas as vezes que misturamos esta amizade com política”. Fotos e vídeos – inclusive as do clima de velório na apuração das eleições de 2014 – desmentem o oportunista.

Sem o povo nas ruas não há democracia

Editorial do site Vermelho:

Historicamente a força das ruas teve participação direta nos principais momentos de viragem política e social no Brasil. Foi assim na década de 1880, quando teve papel decisivo na luta contra a escravidão que levou à abolição em 1888. E contra a monarquia, que culminou com a proclamação da República, em 1889. Igualmente nas décadas seguintes, como a chamada Campanha Civilista dos anos 1910 e nos movimentos populares da década de 1920, que culminaram com a revolução de 1930.

O esquenta para a greve geral

Do site da Frente Brasil Popular:

A decisão de construir um dia unitário de luta e greve geral é histórica. No ano em que completa o centenário da primeira greve nacional, os trabalhadores voltarão às ruas para lutar contra a reforma da previdência e trabalhista e contra a terceirização aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados.

As oitos centrais sindicais – CTB - UGT - CGTB - CUT - Força Sindical - Intersindical - CSP-Conlutas – CSB e as duas Frentes – Brasil Popular e Povo Sem Medo estão convocando a greve para o dia 28 de abril.

Temer compra apoio da mídia

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Para cobrir o rombo de R$ 58,2 bilhões no Orçamento de 2017, o governo de Michel Temer acabou com a desoneração da folha de pagamentos em 50 setores. Preservou quatro que, segundo a alegação oficial, são intensivos de mão de obra.

Diga-me quem o governo Temer preserva e eu direi onde está a corrupção.

​O primeiro deles é o setor de transporte rodoviário coletivo de passageiros. O setor é representado pela Fetranspor (Federação das empresas de Transportes), permanentemente envolvida com a corrupção política.

Pesquisas 'sumiram' para preparar Doria

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ano passado, em plena onda do impeachment, o Datafolha divulgou pesquisas de intenção de voto presidencial para 2018 em fevereiro, em março e em abril. Antes, fizera uma em dezembro de 2015

Na época, Lula ficava em situação de empate técnico – pouco atrás ou pouco à frente – de Marina Silva e de Aécio Neves. E perdia em todas as simulações de 2° turno, com larga margem…

Estamos fechando março e, depois que os números, em dezembro passado, passaram a favorecer Lula e mostrar o inferno astral dos tucanos, nenhuma pesquisa mais…

Contra a tirania do neoliberalismo

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

Querida Cynara Socialista Morena Menezes,

Seu texto, Contra a tirania do econocentrismo, me instigou a escrever. Especialmente o primeiro parágrafo: “Por que dependemos tanto do humor das bolsas de valores? Por que temos de nos preocupar tanto com a balança comercial? Por que a economia está sempre à frente, dominando as decisões políticas? Não deveria ser o oposto, a política é quem deveria pautar a economia para fazê-la ir pelo caminho acertado, planejado, lógico? Seguir tudo o que a economia manda é justo ou, pelo contrário, aprofunda as desigualdades?”

O Brasil e a direita shopping center

Por Ricardo Cavalcanti-Schiel, no site Outras Palavras:

Pequenos grupos políticos mais caracteristicamente de direita no Brasil (a saber: o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua e o Revoltados Online) convocaram para este domingo, 26 de março, manifestações públicas nas cidades brasileiras. Passado um ano das massivas manifestações puxadas pelos agentes desse espectro político, pedindo a destituição da então presidente Dilma Rousseff, não se sabe agora exatamente a que fim essa nova manifestação domingueira foi convocada. A suspeita sobre sua motivação recai principalmente sobre o possível desejo de marcar posição e mostrar a cara, principalmente agora que o governo cuja instalação essas forças patrocinaram parece estar contra as cordas em quase todas as frentes institucionais e políticas. Se a intenção era mostrar a cara, então ela apareceu de forma bastante marcada, e não foi necessariamente pela escala multitudinária das manifestações anteriores.

Chefão do Citibank é conselheiro de Temer

Por Rafael Tatemoto e Vanessa Martina Silva, no jornal Brasil de Fato:

Um governo formado por homens velhos e brancos e dirigido por um banco estrangeiro. Esse é o retrato do centro do poder administrado pelo presidente não eleito Michel Temer (PMDB). Às críticas de que seus ministros não representam a diversidade da população brasileira, soma-se agora a de que um banco internacional não só auxilia, como influencia a gestão e venda de empresas estatais do país.

O fato foi revelado pela BBC Brasil na última segunda-feira (27) e recebeu pouca atenção. À reportagem da emissora pública britânica, Charles R. Johnston, diretor global de assuntos governamentais do Citigroup, revelou ser um dos “conselheiros informais” de Temer. A função de Johnston é ligar os clientes do Citigoup a governos. Em setembro de 2016, após o anúncio do pacote de privatizações feito pelo governo, ele apresentou um grupo de bilionários a Temer e a Henrique Meirelles, ministro da Fazenda.

Previdência: patrimônio está em xeque

Por Juliano Giassi Goularti, no site Brasil Debate:

Após a aprovação da PEC n°. 55 que estabelece teto para os gastos públicos e afetará em particular a saúde, a educação e a política de assistência social, a próxima investida do governo Temer-Meirelles é a Reforma da Previdência Social, materializada na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n°. 287, que tramita no Congresso. Colocada como prioridade número 1 na agenda de governo para 2017, a reforma, segundo narrativa oficial, encontra justificativa no suposto déficit previdenciário.

Com o pensamento liberal-conservador ganhando amplo espaço no meio político, os interesses coletivos deixam de ser a questão central para se converterem na defesa da soberania dos mercados e dos interesses individuais.

Universidades públicas: Temer é derrotado

Do site da UJS:

Em uma derrota do governo Michel Temer, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, por insuficiência de votos, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 395/14, do deputado Alex Canziani (PTB-PR), que permitiria às universidades públicas cobrar pela pós-graduação lato sensu.

Foram 304 votos a favor e 139 contra a proposta. Como tratava-se de uma emenda à Constituição, era necessário o apoio de ao menos 308 deputados (60%).

Terceirização e o amor bandido da Globo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Independente da opinião que o internauta tem do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a sua posição crítica em relação ao projeto de terceirização merece atenção, porque ela representa a primeira rachadura significativa no barco do golpe.

Claro que é cálculo do senador. Mas isso é da política e não devemos, por sectarismo ou esquerdismo, cair no jogo midiático de criminalizar a política.

Renan Calheiros estaria reagindo à mudança de ventos na opinião pública, grande parte da qual, mesmo entre os que defenderam o impeachment, se sente traída pelas medidas oportunistas e antipopulares do governo?

Reformas de Temer são racistas e genocidas

Por Douglas Belchior, em seu blog:

O ataque covarde de Temer e sua rataria aos direitos fundamentais do povo brasileiro ameaça arrancar o pão de nossas mesas e colocar ainda mais armas em nossas cabeças. Não podemos fingir que não é com a gente. A população negra será, sem nenhuma dúvida, a parcela mais afetada com o fim das aposentadorias, com o desmonte dos direitos trabalhistas, com o congelamento de investimentos sociais e com o aumento da repressão, alvo naturalizado que somos, das leis punitivas e da ação violenta das polícias.

quarta-feira, 29 de março de 2017

O "Fora Temer" de Fernanda Montenegro




Vídeo da Rede Macuco, feito pelo editor-geral, jornalista Wagner de Alcântara Aragão, que cobriu o evento

Impostos vão subir. Cadê o pato da Fiesp?

Por Altamiro Borges

Sem fazer maior alarde, a mídia chapa-branca já dá como certo que Henrique Meirelles, o sinistro da Fazenda do covil golpista de Michel Temer, anunciará nos próximos dias o aumento dos impostos cobrados da sociedade. Apesar do falso otimismo dos ex-urubólogos da TV Globo, a economia brasileira está afundando, com a falência de milhares de empresas e aumento vertiginoso do desemprego – o que resulta em queda na arrecadação federal e no aumento do déficit fiscal. Para pagar as contas, o czar de massa falida já teria decidido elevar os tributos e promover cortes ainda mais desumanos nos gastos públicos – além de impor as reformas trabalhista e previdenciária.

TSE avança para vexame provável

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O minueto que irá decidir o destino de Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral evolui no compasso esperado numa situação de baderna institucional absoluta, traço essencial da vida política do Brasil de hoje.

Embora Gilmar Mendes tenha marcado o início do julgamento para terça-feira que vem, o que tem levado muitos observadores a imaginar um desfecho para breve, até o momento falta conhecer o principal: quais serão os fundamentos jurídicos de uma decisão que terá impacto imenso sobre os destinos de uma nação de 200 milhões de pessoas, líder da América do Sul e uma das dez maiores economias do planeta.

Lula detona terceirização de FHC/Temer

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Uma mensagem – nº 389 – com apenas cinco linhas, assinada em 19 de agosto de 2003, pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, servirá para detonar a terceirização proposta pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em 19 de março de 1998, que o governo golpista de Michel Temer, junto com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), querem impor à Nação em prejuízo dos trabalhadores.

Na mensagem, Lula solicitou ao Congresso Nacional a retirada do Projeto de Lei nº 4.302, que depois de aprovado pelos deputados, foi modificado no Senado e voltou a tramitar na Câmara. Foi este projeto retirado pela Presidência da República que Maia e a base aliada de Temer, no último dia 22 de março, aprovou no plenário. Ao levar o projeto à apreciação dos 427 parlamentares presentes à sessão, Maia, na ânsia de atender ao governo e satisfazer o neoliberalismo, prejudicando os trabalhadores, atropelou os trâmites do Processo Legislativo.

Terceirização é desprezo pelo povo

Por Luciana Santos

A despeito da opinião do Ministério Público do Trabalho - que pediu veto integral ao projeto de terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados sustentando que a proposta fragiliza os direitos dos trabalhadores -, e da opinião dos trabalhadores e trabalhadoras do nosso país; a expectativa é que o presidente Michel Temer sancione nos próximos dias o PL 4.302/1998 que libera a terceirização para todas as atividades de empresas privadas e do setor público. Não há surpresa nessa decisão de um governo ilegítimo e antipovo.

Amazon feriu Doria onde mais lhe dói: o ego


Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Amazon feriu Doria no lugar que mais lhe dói, depois do bolso: o ego.

João Doria é um narcisista. Não pode ser contrariado. O que não é espelho não serve. Ou somos todos Lucilia Diniz (para quem o amigo é “um homem movido a desafios sempre em busca de novos projetos!”, com exclamação!), ou somos inimigos e não gostamos de São Paulo.

Em tempo recorde, ele foi inventado como candidato por Geraldo Alckmin, eleito e alçado à condição de alternativa da direita a Bolsonaro para 2018, tudo baseado na conversa mole de que é “gestor”.

Lava-Jato e a economia três anos depois

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

No dia 17 de março de 2017, a operação Lava Jato comemorou seu terceiro aniversário de funcionamento ininterrupto. Para além de todas as consequências relativas a elementos de natureza política, jurídica e policial, a implantação de uma profunda articulação entre o Ministério Público Federal, a Justiça Federal e a Polícia Federal tem provocado também um enorme impacto sobre a atividade econômica em nosso país.

Ao golpe só resta outro golpe

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Apartados do fundamento das urnas, os golpes de Estado são reféns de uma natureza intrinsecamente canibal.

A mediação dos conflitos se dá pela espiral dos golpes dentro do golpe.

Não é uma surpresa histórica que o assalto ao poder consumado em agosto de 2016 acumule sinais desse encontro marcado com a própria sina.

Contradições insolúveis ameaçam romper a fina película da formalidade que orientou a ação inconstitucional desde a farsa do impeachment até aqui.

TSE numa encruzilhada histórica

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O governo é um paciente terminal mas falta a saída política. Quem tem condições de oferecê-la, neste momento, dentro da legalidade, é o Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Isso se, deixando de lado qualquer interesse menor, der logo início ao julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer e decidir afastar do cargo o atual presidente da República. O ministro Gilmar Mendes já determinou que o julgamento entre na pauta a partir da semana que vem. Ele também já disse, algumas vezes que, além de aspectos técnico-jurídicos, o tribunal pode levar em conta as consequências do julgamento para a estabilidade política e econômica do país. 

O presidenciável picareta da Riachuelo

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

O partido Novo – que muitos chamam de "partido dos banqueiros" –, teve seu registro de fundação aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2015 e surgiu na cena política com o oportunista, além de velho e surrado, discurso de ser um "partido político sem políticos", composto por pessoas "sem experiência na política", que entre si compartilham o "descontentamento generalizado com a política partidária nacional". Conversa para atrair apoiadores. O "dono" do partido é o banqueiro João Dionísio Amoêdo, que além de presidente da legenda é também presidente do Citibank, tendo ocupado a presidência do Itaú BBA e do Unibanco.

O TSE e o burro que ia aprender a falar

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Diz a história que, certa feita, chegou ao Reino um homem idoso que se dizia tão bom professor que era até capaz de ensinar um burro a falar.

O caso chegou aos ouvidos do Rei, que mandou trazer o homem à sua presença e indagou se era verdade aquilo que dele diziam, ao que o homem confirmou tudo.

O Rei, então, disse que o fizesse, para provar e o suposto professor argumentou que isso era um processo complicado, que exigia certas condições: alojamento para ele e para o burro no palácio real, uma bolsa-burro de cem moedas de ouro por mês a lhe ser paga e, sobretudo, um prazo de dez anos. Afinal, o burro era burro e, portanto, ensinar-lhe era demorado.

Renan joga a terceirização no ventilador

Por Katia Guimarães,  no blog Socialista Morena:

A lei da terceirização aprovada pela Câmara na semana passada é tão ruim que até o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, se rebelou, afirmando o mesmo que todo mundo: trata-se de precarização e não de melhorias para o trabalhador, como o governo quer convencer os brasileiros. “Vai precarizar as relações de trabalho. A terceirização é o boia-fria.com, isso é retroceder”, afirmou Renan a jornalistas na saída da reunião em que senadores do PMDB assinaram uma nota pedindo ao presidente Michel Temer que não sancione a lei.

A trajetória da maior inimiga do Brasil

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                          
1) O jornal O Globo apoiou a cassação do Partido Comunista Brasileiro, em 1947

2) O Globo foi contra a criação da Petrobras.

3) O Globo participou do cerco a Getúlio, que levou o estadista ao suicídio.

4) O Globo deu sustentação à trama para impedir a posse de Jango, em 1961.

5) O Globo apoiou o golpe militar de 1964.

Duas batalhas decisivas que podemos vencer

Por Ricardo Gebrim, no jornal Brasil de Fato:

Na medida em que o golpe de 2016 não podia contar com o aparato repressivo de Estado como em 1964, as forças populares puderam organizar um conjuntos de lutas e manifestações de resistência, fortalecendo sua unidade em diversas articulações, cujo polo principal é a Frente Brasil Popular.

As lutas de resistência envolveram militantes, ativistas, intelectuais, recompondo um importante campo democrático e popular. Porém, as amplas massas, mesmo aquelas que foram diretamente beneficiadas pelos anos de governos petistas, nos faltaram. E isso foi decisivo em nossa derrota. Predominava uma forte desconfiança, alimentada pelo erro político de propor um "ajuste fiscal", em 2015 e impulsionada pelo gigantesco aparato midiático que foi peça fundamental do golpe.

terça-feira, 28 de março de 2017

As maldades da 'deforma' da Previdência

Por Jéssica Silva, no site do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo:

“Tem muitas maldades nessa reforma. Então, temos que massificar essas maldades.” Foi com essa fala que o jornalista João Franzin, coordenador da Agência Sindical, abriu o debate sobre a proposta de reforma da Previdência (Proposta de Emenda à Constituição nº 287/2016) e desafios da comunicação, realizado pela agência em conjunto com o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, na capital paulista, no dia 24 de março último.

O primeiro bloco do seminário abordou os impactos econômicos e sociais da PEC 287. O material de base para a discussão foi o documento “Previdência: reformar para excluir?”, produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip). “É uma contribuição ao debate em defesa da aposentadoria”, disse o professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador da rede Plataforma Política Social, Eduardo Fagnani.

Muda a direção do vento na política

Por Robinson Almeida

Março está se encerrando com evidentes sinais de mudança no humor político da sociedade brasileira. O mês de luta das mulheres foi marcado por numerosas manifestações contrárias à agenda do ilegítimo governo Temer. As ruas ganharam um novo colorido, nitidamente mais vermelho e lilás.

Pressionado pela imposição de quem financiou o golpe, o governo Temer segue em marcha pela destruição do País. De um lado, o desmonte da indústria naval, o enfraquecimento da Petrobras e as privatizações indiscriminadas. Do outro, o ataque aos direitos sociais, com o congelamento dos investimentos em saúde e educação, as reformas trabalhista e da Previdência, mais a terceirização ampla, geral e irrestrita.

A grande mídia contra o serviço público

Por Sylvio Micelli, no site Comunique-se:

Os “jovens há mais tempo” hão de se lembrar que ser servidor público, no Brasil, já foi motivo de júbilo e lisonja. Eram outros tempos, quando o funcionalismo era, efetivamente, reconhecido como um Longa manus do Estado.

A situação começou a se modificar em 1989, na primeira eleição direta para a Presidência da República, após os anos de ditadura. Fernando Collor foi “vendido” como o ‘caçador de marajás’ pela grande mídia. Ganhou o segundo turno de Lula e assumiu a presidência em 1990. O resto todos sabemos o que aconteceu. Collor foi o primeiro Presidente a sofrer processo de impeachment por corrupção e foi defenestrado do poder no crepúsculo de 1992.

O golpe está na encruzilhada

Por Jeferson Miola

O golpe vive dias difíceis. O problema já não é somente o estágio irreversível da crise de legitimidade e da desmoralização da cleptocracia comandada desde o Planalto por Temer, Padilha e Moreira e de dentro da prisão por Eduardo Cunha.

A perda de credibilidade se tornou sistêmica, atinge toda a engrenagem golpista: a força-tarefa da Lava Jato, o judiciário, o MP, o Congresso, a PF e a mídia golpista; em especial a Globo.

A população percebe com nitidez o facciosismo do Moro, Gilmar, Janot, Dalagnoll na perseguição ao Lula e ao PT; e, ao mesmo tempo, se enoja com o jogo cínico para o salvamento da bandalha corrupta com medidas excepcionais, como o foro privilegiado, o congelamento de investigações, a prescrição de condenações do Aécio e a “desmistificação” do caixa 2, que é a proposta juiz tucano do STF, apoiada por FHC, para legalizar a corrupção.

Quantos empregos custa a Lava Jato?

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

A economia brasileira teve agudo desemprego em 2015 e 2016. Os principais motivos foram as políticas econômicas equivocadas e os efeitos malignos da operação Lava Jato. Hoje, temos mais que 12 milhões de desempregados, segundo o IBGE.

A queda abrupta das atividades da Petrobras e das empreiteiras envolvidas pela operação, nos últimos anos, fechou direta ou indiretamente inúmeros postos de trabalho na indústria e na construção civil. São quase 3 milhões de trabalhadores demitidos nesses dois setores, em 2015 e 2016

Algumas consultorias divulgaram estudos que avaliam que do resultado negativo do PIB de 3,8% em 2015 e de 3,6% em 2016, estima-se que a operação é responsável por entre 2 e 2,5 pontos percentuais da queda de cada ano. Em outras palavras, se não fosse a Lava Jato, a recessão de cada ano teria sido algo em torno de 1,5%.

A correlação de forças virou nas ruas

Por André Tokarski, no Blog do Renato:

“A toda hora rola uma história
que é preciso estar atento
A todo instante rola um movimento
que muda o rumo dos ventos

Quem sabe remar não estranha
vem chegando a luz de um novo dia
O jeito é criar um outro samba
sem rasgar a velha fantasia”
(Paulinho da Viola – Rumo dos ventos)


O mês de março vai chegando ao fim e com ele a marca de uma virada importante na renhida luta política em curso no país: mudou quantitativa e qualitativamente a correlação de forças nas ruas.

Polícia Federal virou pau-mandado da Globo

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A Polícia Federal, há tempos, tornou-se uma agência subversiva, que trabalha contra o interesse nacional, contra a democracia, contra os governos eleitos.

Para isso, age como polícia política, selecionando alvos segundo a sua própria ideologia (coxinha, subserviente aos EUA).

Engana-se, porém, quem acha que a PF não respeita a hierarquia.

Respeita sim. A PF tem dono: a Globo.

A mais recente manifestação dos delegados da Lava Jato comprova que a PF, ou pelo menos um setor politicamente hegemônico na instituição, tornou-se mera prestadora de serviços da família Marinho.

Como derrotar a 'reforma' da Previdência?

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

As maldades da reforma da Previdência proposta pelo governo Temer e a adesão “vergonhosa” dos grandes meios de comunicação ao desmonte da aposentadoria foram temas de seminário realizado em São Paulo, na sexta-feira (24). Economistas, jornalistas e ativistas discutiram as minúcias da PEC 287 e como os meios sindicais, alternativos e populares devem abordar a pauta. A atividade foi promovida por parceria entre a Agência Sindical e o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Um dos autores da Plataforma Política Social - Previdência: Reformar para Excluir?, Eduardo Fagnani classificou a reforma que tramita no Parlamento como “draconiana" e "excludente”. “Em resumo, essa reforma acaba com o direito à proteção à velhice no Brasil”, diz. “Estamos rasgando o artigo 25 de um monumento da civilização, que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Dirceu questiona os desmandos de Moro

Do blog Nocaute:

Em correspondência exclusiva para o Nocaute, da prisão de Curitiba José Dirceu aponta, um por um, os desmandos do juiz Sérgio Moro, que acaba de condenar o ex-ministro a onze anos e três meses de prisão. “Para me manter preso, Moro alega ameaça à ordem pública, de forma genérica, e que o produto do crime não foi recuperado, expondo mais uma de suas razões sem base nos fatos”, afirma Dirceu. E completa: “Estou sem renda há três anos. Todos os meus bens estão sequestrados, arrestados e — com exceção de dois — confiscados.”

O desespero de Marcelo Madureira

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Seu vagabundo, Lula da Silva, nós não temos medo! Sua ladrona, sua vagabunda, mentirosa, Dilma Rousseff, nós não temos medo! Seu Gilmar Mendes, nós não temos medo! Vagabundo!”

O discurso de Marcelo Madureira na Paulista, proferido em altos brados para duas dezenas de pessoas sedentas de sangue, de cima do carro de som do Vem Pra Rua, é um dos capítulos mais baixos da história recente dos protestos.

A frase foi atribuída a Regina Duarte, inclusive pelo DCM (pedimos desculpas pelo erro). Não era de uma atriz, mas de um comediante. Ou melhor, ex-comediante.

Greve geral é marcada para 28 de abril

Do site Vermelho:

O Brasil vai parar no dia 28 de abril. Nessa data, as centrais sindicais farão seu grande ato unitário contra as reformas da Previdência e trabalhista encaminhadas pela gestão de Michel Temer. O Fórum das Centrais se reuniu nesta segunda-feira (27), em São Paulo, na sede da UGT para traçar planos de resistência da classe trabalhadora às políticas que restringem direitos trabalhistas e sindicais e que tramitam no Congresso Nacional.

Ruiu o podre reino de 'Golpenhague'

Por Marcelo Zero

O pânico chegou ao governo e a seus apoiadores. Como na trama dinamarquesa de Hamlet, rui em enredos escabrosos o reino brasileiro de Golpenhague. Apesar do apoio da mídia, que tenta criar um clima artificial de otimismo, com o seu patético “parou de piorar”, não se pode mais esconder que o golpe fracassou em todas as frentes.

Com efeito, o golpe foi dado com os seguintes pressupostos:

1) A crise econômica se resolveria com relativa facilidade e presteza, assim que Dilma Rousseff fosse afastada.

2) A “sangria” seria estancada e os efeitos da Lava Jato ficariam circunscritos seletivamente ao PT, como era o desejo de seus apoiadores desde o início.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Por que a marcha fascista foi um fiasco?

Por Altamiro Borges

As marchas das seitas fascistoides neste domingo (26) foram um fiasco. Um baita fracasso! Até a mídia golpista, que deu total apoio a estes grupelhos na cruzada pelo impeachment de Dilma, foi obrigada a reconhecer o mico. O Estadão, por exemplo, registrou: “Manifestação em Brasília atrai apenas 630 pessoas, ante expectativa de 100 mil”. E ainda ironizou: “O volume de manifestantes foi praticamente o mesmo do efeito policial para fazer segurança durante o protesto”. No mesmo rumo, o site da Folha destacou: “Em protesto com baixa adesão, manifestantes defendem Lava Jato e criticam Congresso”. Quem melhor sintetizou o fiasco, talvez sinalizando que já decidiu abandonar os fascistas mirins, foi o site G1, da golpista famiglia Marinho:

Bispos excomungam reforma de Temer

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – que se omitiu vergonhosamente diante da cruzada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff – divulgou uma dura nota contra a reforma previdenciária proposta pela gangue que assaltou o Palácio do Planalto. O documento inclusive convoca “os cristãos e as pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados”. Na prática, os bispos finalmente decidiram excomungar o Judas Michel Temer.

Mistificação da Lava-Jato foi derrotada

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O espetáculo das mobilizações a favor da Lava Jato, neste domingo, é um caso clássico de Fracasso Memorável.

O vazio das ruas confirma, em primeiro lugar, o fiasco do discurso da moralidade como projeto político para um país – seja o Brasil da AP 470 e da Lava Jato, a Itália da Mãos Limpas, a Argentina de Cristina Kirchner, a Coreia do Sul de Park Geum-hie, o que mais você acrescentar à lista.

Se ninguém coloca em dúvida a necessidade de um país combater a corrupção, em particular no sistema político, a experiência universal ensina que nada pode substituir o debate livre e democrático, no qual uma sociedade define as opções e prioridades, numa escolha civilizada – em urna – sobre política econômicas, interesses sociais e projetos nacionais. Esta é a primeira lição de ontem. Não é a Lava Jato que se encontra em risco. Mas a mistificação política criada em torno dela.

Não vale mais a pena bater nos 'coxinhas'

Por Gilberto Maringoni, em seu página no Facebook:

Depois do fiasco das manifestações deste domingo (26), arrisco um palpite: a conjuntura parece estar mudando. Neste cenário, é importante parar de estigmatizar os chamados "coxinhas". Boa parte deles pode mudar de lado, na dinâmica da luta política.

Não é ingenuidade. Explico.

A possível virada dos ventos deve ser entendida pelo conjunto de uma obra que veio a público há menos de quinze dias. As manifestações nacionais contra a reforma da Previdência - essas sim, de êxito retumbante! - na semana anterior e o aluvião humano que cercou Lula em Monteiro (PB), no domingo (19), mostram que gente há anos ausente das ruas decidiu deixar a passividade de lado.

Doria radicaliza no refluxo da onda coxinha

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O prefeito João Doria Júnior, em sua estratégia “Collor 2” para ser candidato a presidência da República, segue no caminho da radicalização.

E, a meu ver, erra redondamente.

Hoje, fez divulgar um vídeo, pelo seu Facebook, onde vocifera “contra os populistas, que agora, depois de terem destruído o Brasil, têm a cara de pau de dizer que vão voltar para resgatar o Brasil”. E diz que dedica o cabo de vassoura que está segurando – nem é preciso dizer que em mais uma de suas performances – “a esse mentiroso, Luiz Inácio Lula da Silva, o maior cara de pau do Brasil”.