Por Altamiro Borges
Atacado em sua honra pela revista Veja, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, foi rápido nas respostas. Ainda de Guadalajara, no México, onde participou da abertura dos Jogos Pan-Americano, ele solicitou que a Polícia Federal investigue as denúncias, colocou à disposição o seu sigilo fiscal e bancário e anunciou que refutará as acusações no Congresso Nacional já na próxima semana.
Revoltado com as “invenções e calúnias”, o ministro também explicitou que não vai se intimidar. Ele está decidido a mover ações judiciais e penais contra os caluniadores e estudará mecanismos para processar a Veja. “Não temo nada do que foi publicado na revista... Estou indignado, porque um bandido me acusa e eu preciso me explicar. Agora, o sentimento é de defesa da honra”.
Métodos criminosos lembram Murdoch
A revolta de Orlando Silva é compreensível. Afinal, a Veja utilizou um sujeito de biografia sinistra, “um bandido”, como fonte para sua “reporcagem”. João Dias Ferreira não apresenta qualquer prova concreta, faz apenas insinuações maldosas. No mínimo, uma revista séria – e não um pasquim partidário dos métodos criminosos do império Murdoch – averiguaria a trajetória da sua fonte.
O noticiário da mídia de meados do ano passado é farto em denúncias sobre as ações criminosas do policial João Dias, que desviou recursos do Programa Segundo Tempo para construir uma mansão e três academias de ginástica. Bastaria ao repórter da Veja ler o que publicou o jornal Correio Braziliense, em 1º de abril de 2010:
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Operação Shaolin prende cinco suspeitos de desviar R$ 2 milhões do Ministério dos Esportes
Por Ary Filgueira e Lilian Tahan
Cinco pessoas estão presas na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco) suspeitas de participar de desvio de dinheiro repassado pelo Ministério do Esporte. O policial militar João Dias Ferreira, Demis Demétrio Dias de Abreu, Flávio Lima Carmo, Miguel Santos Souza e Eduardo Pereira Tomaz foram detidos às 6h da manhã desta quinta-feira (1º/4) por agentes da Polícia Civil do Distrito Federal, numa operação chamada Shaolin, que tem a participação do Ministério Público do DF.
O grupo, que era liderado pelo PM, falsificou 49 notas frias para retirar o dinheiro repassado pelo Ministério dos Esportes a entidades sociais conveniadas com o Programa Segundo Tempo do Governo Federal. A verba aproximada, ao longo de três anos (2006/07 e 08), foi de R$ 3 milhões. O dinheiro seria destinado a programas sociais, em atividades esportivas para 10 mil atletas carentes de núcleos situados em Sobradinho, mas pouco menos de R$ 1 milhão foi realmente destinado a eles.
O derrame de verba pública saia da Federação Brasiliense de Kung-Fu (Febrak) e da Associação João Dias de Kung-Fu, Esportes e Fitness. Esta última é uma organização não-governamental e leva o nome do soldado da 10ª Companhia de Polícia Militar Independente. Ele é dono de duas academias em Sobradinho: Thisway Fitness e Wellness Ltda., usada para lavar dinheiro desviado, situada no primeiro piso do Sobradinho Shopping.
Além das academias, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão, autorizados pela 3ª Vara Criminal de Brasília, nas residências dos acusados, entre elas, na luxuosa casa onde reside o casal João Dias e Ana Paula Oliveira de Faria, 33, também apontada como integrante da quadrilha. O imóvel do PM fica num condomínio luxuoso de Sobradinho e foi arrestado pela Justiça.
A investigação surgiu em junho de 2008 com o cumprimento de mandado de busca e apreensão no escritório de um dos apontados no esquema: o contador Minguel Santos Souza, 54, situado na 711 Norte. Na ocasião, os policiais localizaram 49 notas fiscais emitidas pelas empresas Infinita e Serviços Gerais Ltda. e JG Comércio de Alimentos Preparados e Serviços Gerais Ltda. administradas por Miguel.
Os documentos foram emitidos em favor da Febrak e da Associação João Dias de Kung-Fu. Elas descreviam a venda de kimonos da luta marcial, jogos de xadrez, dominó, dama, varetas e gêneros alimetícios no valor de R$ 1.999.850,58. Foram apresentadas na prestação de contas ao Ministério dos EsportesApós análise na Seção de Perícias Contábeis do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, descobriram que tais notas eram consideradas frias.
Segundo a PCDF, as duas entidades receberam um total de R$ 2.962.998 milhões do convênio com o Programa Segundo Tempo do Ministérios dos Esportes. Destes, o grupo do soldado João Dias é acusado de desviar R$ 1.999.850,58 milhão. Os acusados estão detidos por força de um mandado de prisão temporária com validade de cinco dias. Mas, com o avanço das investigações, pode ser que a pena provisória dobre ou até seja comutada para uma preventiva de 30 dias.
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O uso de mercenários
O uso de fontes desqualificadas já virou moda na mídia nativa – que se acha acima das leis e não teme qualquer represália. No ano passado, o Jornal Nacional serviu-se do ex-presidiário Rubnei Quicoli para caluniar a candidata Dilma Rousseff. Em setembro último, em audiência na 9ª Vara Cível, o mercenário desmentiu as acusações e “pediu desculpas ao PT”. A TV Globo sequer teve a dignidade de se retratar!
Na edição desta semana, Veja usa o mesmo expediente sórdido. Neste caso, ela simplesmente requentou velhas denúncias. Na campanha eleitoral de 2010, o policial João Dias Ferreira fez campanha para a esposa do “ético” Joaquim Roriz, candidata derrotada ao governo do Distrito Federal. O caluniador não é uma pessoa isenta. Tem lado político e virou um opositor feroz do governador Agnelo Queiroz (PT).
Agora, ele ataca o ministro Orlando Silva, até como represália pelo Ministério do Esporte ter suspenso os convênios e exigido a restituição do dinheiro roubado. Dá para confiar numa fonte como esta?
Atacado em sua honra pela revista Veja, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, foi rápido nas respostas. Ainda de Guadalajara, no México, onde participou da abertura dos Jogos Pan-Americano, ele solicitou que a Polícia Federal investigue as denúncias, colocou à disposição o seu sigilo fiscal e bancário e anunciou que refutará as acusações no Congresso Nacional já na próxima semana.
Revoltado com as “invenções e calúnias”, o ministro também explicitou que não vai se intimidar. Ele está decidido a mover ações judiciais e penais contra os caluniadores e estudará mecanismos para processar a Veja. “Não temo nada do que foi publicado na revista... Estou indignado, porque um bandido me acusa e eu preciso me explicar. Agora, o sentimento é de defesa da honra”.
Métodos criminosos lembram Murdoch
A revolta de Orlando Silva é compreensível. Afinal, a Veja utilizou um sujeito de biografia sinistra, “um bandido”, como fonte para sua “reporcagem”. João Dias Ferreira não apresenta qualquer prova concreta, faz apenas insinuações maldosas. No mínimo, uma revista séria – e não um pasquim partidário dos métodos criminosos do império Murdoch – averiguaria a trajetória da sua fonte.
O noticiário da mídia de meados do ano passado é farto em denúncias sobre as ações criminosas do policial João Dias, que desviou recursos do Programa Segundo Tempo para construir uma mansão e três academias de ginástica. Bastaria ao repórter da Veja ler o que publicou o jornal Correio Braziliense, em 1º de abril de 2010:
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Operação Shaolin prende cinco suspeitos de desviar R$ 2 milhões do Ministério dos Esportes
Por Ary Filgueira e Lilian Tahan
Cinco pessoas estão presas na Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco) suspeitas de participar de desvio de dinheiro repassado pelo Ministério do Esporte. O policial militar João Dias Ferreira, Demis Demétrio Dias de Abreu, Flávio Lima Carmo, Miguel Santos Souza e Eduardo Pereira Tomaz foram detidos às 6h da manhã desta quinta-feira (1º/4) por agentes da Polícia Civil do Distrito Federal, numa operação chamada Shaolin, que tem a participação do Ministério Público do DF.
O grupo, que era liderado pelo PM, falsificou 49 notas frias para retirar o dinheiro repassado pelo Ministério dos Esportes a entidades sociais conveniadas com o Programa Segundo Tempo do Governo Federal. A verba aproximada, ao longo de três anos (2006/07 e 08), foi de R$ 3 milhões. O dinheiro seria destinado a programas sociais, em atividades esportivas para 10 mil atletas carentes de núcleos situados em Sobradinho, mas pouco menos de R$ 1 milhão foi realmente destinado a eles.
O derrame de verba pública saia da Federação Brasiliense de Kung-Fu (Febrak) e da Associação João Dias de Kung-Fu, Esportes e Fitness. Esta última é uma organização não-governamental e leva o nome do soldado da 10ª Companhia de Polícia Militar Independente. Ele é dono de duas academias em Sobradinho: Thisway Fitness e Wellness Ltda., usada para lavar dinheiro desviado, situada no primeiro piso do Sobradinho Shopping.
Além das academias, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão, autorizados pela 3ª Vara Criminal de Brasília, nas residências dos acusados, entre elas, na luxuosa casa onde reside o casal João Dias e Ana Paula Oliveira de Faria, 33, também apontada como integrante da quadrilha. O imóvel do PM fica num condomínio luxuoso de Sobradinho e foi arrestado pela Justiça.
A investigação surgiu em junho de 2008 com o cumprimento de mandado de busca e apreensão no escritório de um dos apontados no esquema: o contador Minguel Santos Souza, 54, situado na 711 Norte. Na ocasião, os policiais localizaram 49 notas fiscais emitidas pelas empresas Infinita e Serviços Gerais Ltda. e JG Comércio de Alimentos Preparados e Serviços Gerais Ltda. administradas por Miguel.
Os documentos foram emitidos em favor da Febrak e da Associação João Dias de Kung-Fu. Elas descreviam a venda de kimonos da luta marcial, jogos de xadrez, dominó, dama, varetas e gêneros alimetícios no valor de R$ 1.999.850,58. Foram apresentadas na prestação de contas ao Ministério dos EsportesApós análise na Seção de Perícias Contábeis do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, descobriram que tais notas eram consideradas frias.
Segundo a PCDF, as duas entidades receberam um total de R$ 2.962.998 milhões do convênio com o Programa Segundo Tempo do Ministérios dos Esportes. Destes, o grupo do soldado João Dias é acusado de desviar R$ 1.999.850,58 milhão. Os acusados estão detidos por força de um mandado de prisão temporária com validade de cinco dias. Mas, com o avanço das investigações, pode ser que a pena provisória dobre ou até seja comutada para uma preventiva de 30 dias.
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O uso de mercenários
O uso de fontes desqualificadas já virou moda na mídia nativa – que se acha acima das leis e não teme qualquer represália. No ano passado, o Jornal Nacional serviu-se do ex-presidiário Rubnei Quicoli para caluniar a candidata Dilma Rousseff. Em setembro último, em audiência na 9ª Vara Cível, o mercenário desmentiu as acusações e “pediu desculpas ao PT”. A TV Globo sequer teve a dignidade de se retratar!
Na edição desta semana, Veja usa o mesmo expediente sórdido. Neste caso, ela simplesmente requentou velhas denúncias. Na campanha eleitoral de 2010, o policial João Dias Ferreira fez campanha para a esposa do “ético” Joaquim Roriz, candidata derrotada ao governo do Distrito Federal. O caluniador não é uma pessoa isenta. Tem lado político e virou um opositor feroz do governador Agnelo Queiroz (PT).
Agora, ele ataca o ministro Orlando Silva, até como represália pelo Ministério do Esporte ter suspenso os convênios e exigido a restituição do dinheiro roubado. Dá para confiar numa fonte como esta?
16 comentários:
Eu fico muito revoltado é que não vai acontecer nada com a veja.
Muito bom texto Miro, parabéns.
Quando é que vamos ter a Lei dos meios e acabar com a Veja e os oligopólios mafio midiáticos? Qual é a transa Paulo Bernardo?
Tudo indica que o ex-soldado está se vingando de alguma medida moralizadora tomada pelo ministro. O panfleto falangista da Abril nem se deu ao trabalho de publicar qualquer prova documental, dando todo crédito à palavra de um cidadão desqualificado e comprovadamente corrupto.
Como diria minha avó: a veja perdeu a compostura.
Miro
Basta dar uma olhada no blog deste sujeito (http://rotadecolisaoagnada.blogspot.com) para perceber que se trata de um maluco alucinado. Vasculhando a rede de links e seguidores do blog percebe-se duas curiosidades: Beto Roriz é seguidor do blog dele e a rede de blogs que repercute as as asneiras de João Dias Ferreira estão vinculadas ao movimento #euvotodistrital
Eles não sabem nem disfarçar o elo que os ligam à direita do DF
Caro Altamiro e amigos: há tempos venho sonhando com uma manifestação que nem sei se é viável, a esta altura. Gostaria de reunir algumas centenas de pessoas (ou milhares) para dar um "abraço" na Editora Abril, na Marginal. Pacificamente envolveríamos aquele antro do terrorismo midiático, pelo tempo suficiente para que a blogosfera nacional e internacional registrasse que repudiamos os Murdoch e sua laia, venham da África do Sul ou da Argentina.
Pode ser um sonho, mas acho que a veja trabalha ativamente para torná-lo realidade.
Caro Altamiro Borges,
Seu site é leitura obrigatória para mim e o visito diariamente para ler as últimas...
Gostaria de saber, se quando for preciso, posso transcrever integralmente seus artigos com citação de sua autoria e de seu site para colá-los em outros locais para desmascarar as mentiras que a direita publica em diversos lugares inclusive sites.
Parabéns pelos seus artigos.
Atenciosamente,
Milton.
Belém-Pará
Deve-se ter calma nessas horas. A justica uliliza a delacao premiada para alcancar os mandantes dos crimes. Nem a revista ta correta condenando o Ministro sem a devida defesa dele, e nem os que ja sairam em defesa do ministro tem razao, pois, o defende desqualificando o acusador. Muita calma nessa hora! Vamos analisar as informacoes.
Revoltante é saber mesmo que partidos como PT e PC do B morrem de medo da Globo/Veja e seus semelhantes.
Não vi nenhum tom de indignação do Sr. Orlando Silva contra a Revista Veja, que todos nós conhecemos de longa data. A indignação parte de nós, dos blogueiros sujos e independentes.
Estamos indo para o 11o mes de governo e a Lei de Imprensa que estava pronta entregue pelo Franklin, simplesmente sucumbiu ao medo ou a necessidade do Paulo Bernaro em aparecer na Globo.
Se a lei origninal do Franklin não for aprovada, estaremos endossando o golpe midiático que vem sendo processado a passos largos visando 2014.
O material veiculado pela revista Veja não merece crédito não somente por causa da fonte desqualificada que usou. O semanário fez da atitude panfletária contra o PT e contra a esquerda sua principal cartilha e jogou no lixo todos os manuais de bom jornalismo. Mesmo agindo assim a revista se apresenta como "neutra". Especialmente por causa disso é que defendo a urgente regulamentação da mídia.
É inacreditável os expedientes utilizados por essa mídia sedenta de poder e de ambições sem limites. Como já comentado, provavelmente não acontecerá nada, do ponto de vista jurídico, com a referida revista. Cabe o ônus da prova a quem acusa...Não o contrário.
Muito bom o texto, caro Miro! :)
Os fatos vao ser apurados pela Policia Federal, espero, ai veremos se o delator tem razao ou não, se não tiver com certeza será punido e se tiver, com certeza o Ministro não será punido, no maximo perde o cargo, isso é Brasil. Devemos ter paciencia e não subjulgarmos ninguem antes de apuradas as denuncias em questao, acho que sao precipitações em defender ou acusar. Vejamos o final da historia, ate la. A veja não publicaria esta reportagem antes de ouvir as provas do acusador, tenham quase certeza disso, minha mãe me diz: meu filho onde ha fumaça ha fogo.
Bom só nós resta a esperança de que haja alguma iniciativa, pois a VEJA não pode fikar isenta nessa história, depois de ter atacado o Ministro sem prova, só pra causar polêmica e dar argumentos vazios para a direita... isso não pode continuar, abaixo a mídia golpista
A Revista Veja está errada porque, segundo a matéria, já condenou o ministro, sem apresentar provas idôneas e antes de um julgamento justo.A revista já tem precedentes nesta espécie de comportamento...
Por outro lado, os que defendem o ministro, desqualificando o denunciador, também se utilizam de prática condenável, para não dizer fascita. Ou será que a acusação de um acusado não deve servir, ao menos, para iniciar uma investigação?
É bom aguardar a apuração dos fatos
Fico a imaginar quais papéis o PiG (Veja, Estadão, FSP, Época, JN, blogs da direita)desempenhariam na época das grandes lutas pela abolição da escravatura, por exemplo. De que lado estaria o PiG?
eu dou risada pq os ptistas ficam revoltados com as denuncias para né tão roubando sim parem de ser hipocritas, politica 99% são ladroes
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