quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A obra de Chatô e os jornalistas de MG

Por Fernando Morais, em seu página no Facebook:

Quem sai do elevador no segundo andar do prédio da Avenida Getúlio Vargas, 291, no bairro Funcionários, em Belo Horizonte, e vira à direita, a caminho da catraca que separa a redação do jornal Estado de Minas do resto do mundo, dá com um retrato, esgarçado pela passagem do tempo e pelo desmazelo, de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, o personagem a quem chamei de o Rei do Brasil na biografia que escrevi e foi transformada em filme com a direção de Guilherme Fontes.

O impeachment sem força

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Atribui-se a Fidel Castro uma fórmula para saber se um país passa por uma revolução. É fácil, segundo ele: basta verificar se os indivíduos sorriem. A alegria de viver durante uma revolução seria imediatamente perceptível no rosto de cada um.

Fidel não disse, mas seria razoável supor que o inverso também fosse verdadeiro. Sempre que o repúdio a um governo se tornasse universal e não houvesse solução natural para os problemas coletivos, a tristeza se estamparia em cada face.

'Dilma Rousseff deu sinais de mudança'

Por Darío Pignotti, no site Carta Maior:

A presidenta Dilma Rousseff demonstrou sua disposição em deixar para trás o ajuste implementado por Joaquim Levy, o ex-ministro da Fazenda “radicalmente neoliberal”, que renunciou ao cargo em dezembro e foi substituído pelo desenvolvimentista Nelson Barbosa. “Esses sinais de Dilma são importantes, Barbosa indica uma mudança, que na prática pode trazer essa mudança, de romper com a herança de Levy e construir um pacto político-social”, aponta Pedro Paulo Bastos, doutor em Economia e pesquisador da Universidade de Campinas.

As "cenas proibidas" da Lava-Jato

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A defesa de Marcelo Odebrecht, detido no contexto da Operação Lava-Jato, pediu a reabertura do inquérito – que já entra na fase de julgamento - depois que descobriu que trecho do depoimento em vídeo feito pelo delator “premiado” Paulo Roberto Costa em que ele eximia Odebrecht de participação direta no esquema de propina foi omitido na transcrição feita pelo Ministério Público, e encaminhada ao Juiz Sérgio Moro, ainda antes da prisão do empresário.

Quem precisa ajudar João Doria?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A revelação de que o empresário João Doria recebeu recursos de vulto da Apex, uma agência de estímulo à exportação do governo Dilma Rousseff, para pagar despesas de uma homenagem a Fernando Henrique Cardoso em Nova York, é um desses episódios que servem de termômetro de uma situação de tragédia política.

Do ponto de vista do governo, não cabe a nenhuma instituição gastar dinheiro público para estimular sessões de culto à personalidade de nenhum tipo, mesmo para os amigos.

Moro escancara: objetivo é 'pegar o Lula'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O palerma que fica “batizando” as fases da Operação Lava Jato, desta vez, não teve muita inspiração: o máximo que conseguiu para disfarçar o nome de “Triplex do Lula” para “Triplo X”.

Tanto quanto o nome, o objetivo da operação é infame e não engana ninguém: é tentar alcançar algo que possa servir para incriminar o ex-presidente Lula com tudo o que lhes restou: um suposto apartamento no Guarujá – esta verdadeira Côte D’Azur brasileira – sobre o qual não há nenhuma prova de que lhe pertença ou a seus familiares.

A mulher de João Doria e a meritocracia

Bia Doria com Lula e Marisa
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Assim como Carlos Sampaio acha que o impeachment é remédio para dor de cabeça, seborreia e hérnia de disco, João Doria Jr, o pré-candidato à prefeitura de SP pelo PSDB, acredita que a solução para os problemas da cidade é a privatização.

Protegé de Alckmin, eterno fundador do movimento Cansei e organizador de gincanas de empresários e políticos em resorts da Bahia, Doria se declara um “defensor do Estado eficiente e suficiente. Estado inchado quem gosta é o PT, coisa da política maldita deles”.

A mídia e a crise do capitalismo

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

Segue impressionante o grau de subordinação ideológica dos analistas e comentaristas econômicos e da mídia em geral na produção e difusão de análises acerca do curso atual da mais grave crise do capitalismo desde a década de 1930. Oito anos após o seu início, a crise de dimensão global continua sem solução, aproximando-se para a sua quarta onda de manifestação e sem que o tema nem sequer seja considerado nas previsões das mais importantes instituições multilaterais do planeta.

O mundo irreal criado pelas manchetes

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há duas tendências se firmando na economia.

A primeira, a constatação do refluxo das tentativas de impeachment.

O grande trunfo de Dilma Rousseff é uma oposição extraordinariamente medíocre, que se move disputando espaço nas manchetes da mídia.

Bolsonaro é alvo de protestos em Porto Alegre

Foto: Guilherme Santos/Sul21
Por Jaqueline Silveira, no site Sul-21:


A passagem do deputado federal Jair Bolsonaro (PP), na tarde desta terça-feira (26), pela Assembleia Legislativa foi tumultuada. A convite do PP, o parlamentar veio à Capital para palestrar sobre “O atual cenário político brasileiro” no Teatro Dante Barone. Mas antes de iniciar a atividade, ativistas dos direitos humanos e apoiadores de Bolsonaro acabaram trocando socos, pontapés e até rolaram no chão. A confusão foi controlada com ajuda dos seguranças da Assembleia.

"Conselhão" e o papel da sociedade civil

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Só reclamar e criticar não resolve. Está na hora da chamada "sociedade civil", uma expressão muito usada em 1984 para explicar a grande mobilização popular na Campanha das Diretas, no ocaso da ditadura, voltar a mostrar as caras. Em vez de bater panelas e promover marchas para derrubar o governo, lideranças do empresariado, dos movimentos sociais e da oposição partidária e midiática deveriam apontar saídas, apresentar propostas, discutir projetos para o País.

Uma agenda positiva contra o golpe

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                

Em entrevista recente aos blogueiros, Lula mandou vários recados para a presidenta Dilma. Alguns velados, outros mais explícitos. Também deixou no ar a possibilidade de Dilma anunciar em breve medidas que gerem impacto na economia.

Lula bateu insistentemente na tecla de que cabe à presidenta pautar a agenda política do país, criando fatos políticos em sequência. Talento para a política não é o forte de Dilma, mas está claro que o Brasil não superará suas dificuldades enquanto a nação seguir sendo pautada pelo monopólio da mídia, pelos procuradores do MP, pelo juiz Moro e pela Polícia Federal.

Maurício Macri, o inimigo mora ao lado

Por Mariana Serafini, no site da UJS:

O novo presidente da Argentina, Maurício Macri, assumiu a presidência há um mês e meio e desde então já deixou bem claro a que veio. Com um discurso conciliador “nem direita, nem esquerda” não tardou em colocar para fora as “garrinhas” neoliberais. Até porque, não é de hoje que se sabe: normalmente os defensores da tese “não existe polarização” são de direita.

Macri tem a cara da nova direita latino-americana. É homem, jovem, branco, empresário bem sucedido, pai de uma família tradicional e usa o futebol como ferramenta para aumentar a popularidade e esconder o coronelismo familiar. Milimetricamente construído para omitir a face ítalo-fascista de quem enriqueceu durante a ditadura militar argentina, uma das mais sanguinárias do continente e não hesita em abrir mão da própria soberania em troca de voltar a ser o quintal ianque.

É hora de ir às ruas em defesa do Brasil

Editorial do site Vermelho:

Fevereiro está chegando. É o mês que sinaliza dois grandes eventos no Brasil. Um deles é o carnaval que, este ano, ocorrerá logo no início do mês. O outro é a reabertura das atividades políticas no Congresso Nacional com o fim do recesso de final de ano.

Todos se lembram da conjuntura que o país vivia em dezembro, quando a oposição de direita viveu importantes derrotas em sua tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Aécio, “o mais chato”, não é capa da Veja!

Por Altamiro Borges

Não tem jeito. O cambaleante Aécio Neves só será capa da ‘Veja’ se for novamente candidato a presidente da República – e, lógico, com uma foto bem tratada e com ares de estadista. Ele pode até ser internado para tratamento de algum trauma, mas não será manchete na revista da famiglia Civita. Na semana passada, Carlos Alexandre Souza Rocha, o Ceará, operador do doleiro Alberto Youssef, afirmou em sua delação premiada que o presidente nacional do PSDB era "o mais chato" na cobrança de propina junto à empreiteira UTC. Daria bela capa: “O mais chato”. Mas a ‘Veja’, na sua obsessão doentia, preferiu tratar do tríplex no Guarujá (SP) do ex-presidente Lula – que nunca foi comprado.

Globo, 'Zero Hora' e as charges de aluguel

Por Altamiro Borges

Na sua incansável cruzada para "sangrar" Dilma e "matar" Lula, a mídia privada não poupa recursos. Até os cartunistas, que no passado eram respeitados por suas ironias contra as elites, são acionados – sabe-se lá a que preço. Nos últimos dias, dois episódios confirmaram que alguns deles já venderam seus traços e seu caráter aos patrões, deixando de lado a irreverência e o espírito crítico. Tornaram-se mais realistas do que o rei. Chico Caruso, que há muito tempo trilha este caminho, publicou no jornal O Globo uma charge agressiva contra os advogados que questionaram os abusos da Lava-Jato. Já o diário Zero Hora trocou a imagem de FHC por uma de Lula ao criticar a propina de US$ 100 milhões que teria sido paga ao governo tucano. Baita mancada!

Cunha manobra para escapar da forca

Por Altamiro Borges

Aproveitando-se do recesso parlamentar e longe dos holofotes seletivos da mídia, o correntista suíço Eduardo Cunha tem se movimentado um bocado para evitar a sua degola. Na semana passada, seus advogados de defesa ingressaram com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para paralisar o processo contra o deputado no bojo da Operação Lava-Jato. No maior cinismo, eles alegaram que o presidente da Câmara Federal – terceiro na linha sucessória – não pode ser responsabilizado por atos que não fazem parte do exercício de suas funções. Em outras palavras, eles pedem que a investigação fique paralisada até fevereiro de 2017, quando termina o seu mandato como presidente da Casa.

Taxa de juros e a vassalagem da 'Época'

Por Altamiro Borges

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa de juros em 14,25% – uma das mais altas do planeta – desagradou os especuladores e a mídia rentista. Em artigos e comentários nos jornalões e emissoras de rádio e tevê, os tais "analistas do mercado" – nome fictício dos porta-vozes dos agiotas financeiros – acusaram o BC de "partidarização petista". Na prática, por seis votos a dois, o Copom não se dobrou ao terrorismo dos abutres e, na quarta-feira (20), manteve a Selic estável pela quarta vez seguida. O ideal, num quadro de retração econômica e desemprego, teria sido baixá-la. Mesmo assim, a tímida decisão ainda gerou o ódio do agressivo "deus-mercado".

Um Estado de Direito "fast food"

Por Tarso Genro

“No Rincão Velho um dia anunciei ao meu querido amigo Oscar Pardo: prepara-te. Vamos nos casar. Correu ao seu quarto e voltou com uma escopeta na mão. Entendeu que íamos caçar”. (Adolfo Bioy Casares, “Memórias”, anunciando a um amigo o seu casamento com a escritora Silvina Ocampo).

Neste emaranhado de informações vazadas, notícias verdadeiras e manipuladas, avaliações do comportamento dos agentes públicos envolvidos na operação “lava-jato”, creio que faz falta um debate de princípios. Um debate – tanto do ponto de vista jurídico como político – para situar a guerra política que estamos vivendo, no interior do Estado de Direito, na sua fase histórica de Estado Democrático e Social. Estado, este, que adquiriu sua elaboração doutrinária mais complexa, após as derrotas das diversas formas de fascismo depois da Segunda Grande Guerra.

Zika vair bater à porta dos ricos?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Os mais ricos herdarão a Terra. Que já é deles, diga-se de passagem.

A vantagem competitiva? Ter sempre à mão uma boa dispensa com medicamentos, além de médicos competentes. Há um monte de políticos imortais aí para não me deixar mentir.

Digo parcela da população porque podem comprar remédios de ponta, que funcionam e têm poucos efeitos colaterais, por exemplo. Sucesso garantido graças a exigentes testes realizados à exaustão pelas maiores indústrias farmacêuticas do mundo em milhares de “voluntários'' de classes sociais mais baixas.