domingo, 14 de novembro de 2021

Memória de um capitão de milícias

Charge: Geuvar
Por Flávio Aguiar, no site A terra é redonda:


De todas as gafes acumuladas do Usurpador do Palácio do Planalto na Europa – de sua solidão auto-satisfeita à menção à Torre de Pizza – nenhuma me impressionou tanto quanto a do pisão no pé de Angela Merkel.

A frase dela – “só podia ser você” – foi um tapa que ele não ouviu; ou se ouviu, não escutou; se escutou, não avaliou. Porque, na sequência, veio a gafe maior.

Disse ele, de volta ao Brasil, que ficou impressionado com o bom humor de Merkel, e que gostaria de ter dançado com ela. Foi assim que ele interpretou o episódio do pisão no pé da projetada Dulcineia.

Na hora lembrei-me do romance de Manuel Antonio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias, publicado em 1852.

No romance, o protagonista, que alguns críticos consideram um pícaro, é filho de um meirinho, Leonardo Pataca, e de uma saloia, habitante dos arredores de Lisboa, Maria da Hortaliça, que vêm para o Rio de Janeiro, “no tempo do Rei”.

A reabilitação do Partido da Lava-Jato

Charge: Lafa
Por Jair de Souza

Como é bem sabido por todos os que analisam a política com alguma racionalidade, o capital não se move em função de questões sentimentais ou de moralidade. O que sempre prevalece nos momentos decisivos é a defesa intrínseca de seus interesses materiais de classe.

Por tal motivo, o apoio decisivo dado a Bolsonaro em 2018 não custou aos articuladores políticos do grande capital a perda de nenhuma noite de sono.

Evidentemente, todos eles conheciam muito bem o que significava a figura de Jair Bolsonaro, com seus quase trinta anos de intenso parasitismo no sistema político brasileiro.

No Brasil, pobre passa fome e rico ri à toa

Charge: Vasqs
Por Roberto Amaral, em seu blog:


Em meio à revolução tecnológica – alterando profundamente o caráter da sociedade moderna –, a humanidade vive a transição da hegemonia ocidental para a eurásia, anúncio do fim da atual ordem mundial. Se o desfecho é certo, o novo cenário é uma incógnita.

O Brasil, que perdeu a primeira revolução industrial (porque a casa-grande optou pela persistência de uma arcaica sociedade agrário-exportadora fundada no latifúndio e no escravismo), corre o risco de mais uma vez deixar passar vazio o bonde da história; quando o mundo avança tão celeremente no domínio de novas tecnologias, abrindo um leque inimaginável de transformações políticas e sociais, com a atividade econômica exigindo cada vez mais conhecimento científico e tecnológico, ou seja, mais escolaridade, o Brasil do capitão Bolsonaro, da burguesia financeira e dos engalanados que lhe dão sustento vira as costas para o ensino, a pesquisa e a inovação. Breve, o fosso tecnológico que já nos separa dos desenvolvidos – os países produtores de conhecimento – será intransponível, condenando as futuras gerações a novas formas de subdesenvolvimento, com seu contingente de fome e injustiça social.

sábado, 13 de novembro de 2021

Crise no Enem atormenta 3,1 milhões de jovens

20 de Novembro: O povo negro contra Bolsonaro

Moro é a esperança da grande mídia

O ataque da PGR à Defensoria Pública

O que é terrorismo fiscal?

Julgamento de Piñera e as eleições no Chile

Sequelas da Covid e os desafios do SUS

A primeira presa política brasileira

Sergio Moro sobe no palanque

Steve Bannon recebe ordem de prisão nos EUA

Charge: Marilena Nardi
Por Altamiro Borges

O extremista de direita Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump e mentor de Eduardo Bolsonaro, foi formalmente denunciado por duas acusações de desacato nesta sexta-feira (12). Ele se recusou a depor no Congresso dos EUA sobre a sua participação no ato terrorista contra o Capitólio em 6 janeiro. Segundo a mídia ianque, a ordem de prisão já foi emitida.

O Departamento de Justiça do governo ianque comunicou a decisão contra o fascistoide, acusando-o de não comparecer para depor em uma comissão especial que investiga os ataques e de se recusar a fornecer documentos em resposta a uma intimação oficial. A rede CNN informou que um mandado de prisão já foi emitido por um juiz nesta sexta-feira.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Pesquisa aponta vitória de Lula no 1º turno

O vento sopra para Lula

Por Rodrigo Vianna, no site Brasil-247:


O Centrão de Arthur Lira parece agir como o bandido que, ao ver a casa pegar fogo, corre não para apagar o incêndio mas pra levar embora joias e talheres valiosos.

Inflação acumulada acima de 10%, fome, miséria e recessão à vista: o Brasil se desfaz. O Centrão, então, resolve ajudar e aprova a absurda PEC dos Precatórios, que sinaliza com calote, descontrole das contas e destruição do mais importante programa social da história: o Bolsa Família.

O resultado de tudo isso não poderia ser outro: a popularidade de Bolsonaro recua para o menor nível desde 2019, mostra pesquisa Quaest – encomendada pela corretora Genial (ressalto esse fato: não é pesquisa encomendada por partido ou ator político de oposição, mas por gente do mercado, e feita com seriedade técnica).

TeleSur e a mídia na América Latina

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Presidenta da TeleSur, emissora multiestatal que completou 16 anos em 2021, a jornalista colombiana Patrícia Villegas participa de uma entrevista ao vivo no canal do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé na quarta-feira, 17 de novembro, a partir das 18h.

Idealizada por Hugo Chávez, Fidel Castro, entre outros líderes da região, a TeleSur é uma das principais referências de meio de comunicação contra-hegemônico na América Latina. Villegas falará sobre os ensinamentos desta experiência e os desafios para avançar na disputa de ideias, enfrentando um cenário midiático altamente concentrado - como é em todo o continente - e que faz campanha sistemática contra qualquer projeto progressista.

Brasil nada tem a ganhar com Sergio Moro

Charge: Bira
Editorial do site Vermelho:


Sergio Moro já teve participação decisiva numa eleição presidencial. Foi em 2018, quando ele, como juiz da operação Lava Jato, impediu a candidatura favorita do ex-presidente Lula, por meio de medidas judiciais fraudulentas.

Agora Moro dá uma nova cartada ao anunciar a possibilidade de disputar a presidência da República pelo Podemos, partido ao qual aderiu na terça-feira (10). O evento de filiação, recheado de pompa, foi o marco simbólico de lançamento de sua pré-candidatura.

A se fiar nas 4.278 palavras de seu longo discurso na ocasião, pode-se presumir que Moro quer usar o combate à corrupção como mote de sua nova aventura. É preciso, disse ele, “escapar dos extremos da mentira, da corrupção e do retrocesso”, não com “um projeto pessoal de poder, mas, sim, um projeto de País”. Ainda assim, garantiu que seu nome “estará à disposição do povo brasileiro”, num projeto em que combater a corrupção seria o meio para mudar o Brasil. “Tudo está conectado. Todos estamos juntos”, jogueteou Moro.

Mulheres no alvo das mudanças climáticas

Foto: 
COP26 Coalition
Por Cida Pedrosa, no jornal Brasil de Fato:

O maior evento sobre clima no mundo, a COP-26, está se desenrolando em Glasgow, na Escócia, com a presença dos maiores líderes políticos do planeta. Alguns consideram que talvez esta seja a última oportunidade para deter os fatores que aceleram as mudanças climáticas, ameaçando muitas formas de vida na Terra. Da conferência, muita gente já ouviu falar. O que poucos sabem é que as intempéries do clima, causadas sobretudo pelo mau uso de recursos naturais pelos humanos, afetam principalmente as mulheres e meninas.

Fim do orçamento secreto? Ninguém é preso?

Charge: Mocanus
Por Bepe Damasco, em seu blog:


É impressionante como o establishment, leia-se mídia comercial e instituições, é leniente com os crimes cometidos por Bolsonaro e os que o servem.

Os incontáveis crimes comuns e de responsabilidade de Bolsonaro só repousam sob o traseiro do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, uma espécie de réplica de Eduardo Cunha, porque não há reação à altura do sistema de justiça, do Congresso Nacional e da imprensa.

Vejamos o caso do orçamento paralelo. Em qualquer democracia do mundo que mereça ser chamada como tal, um escândalo desta monta teria derrubado governos e levado gente graúda para a cadeia.

Mas em Pindorama chega a ser assustadora a forma como o assunto é noticiado por jornais e emissoras de rádio e TV. A naturalização e a normalização usadas na abordagem levam o incauto a crer que se trata de uma mera artimanha de congressistas fisiológicos.

Sindicalismo, movimento e instituição

Por João Guilherme Vargas Netto


Quando falamos “movimento sindical” deveríamos, para sermos corretos, falarmos “movimento e instituição sindicais”.

A realidade impõe esta dupla conceituação que é muitas vezes subestimada produzindo análises e conclusões erradas.

O movimento dos trabalhadores é permanente ao longo de toda a história, pois é um movimento de resistência à exploração. Na vigência do capitalismo este movimento secular adquire, entre outros, o aspecto de movimento sindical que incorpora características institucionais em sua longa trajetória.

O movimento, constante, marca o conteúdo da ação sindical e a institucionalidade lhe dá a forma que varia em prazos mais ou menos longos, dependendo ambos das condições vigentes na sociedade e da luta dos trabalhadores; fazem parte da História.