Que ninguém se iluda: os desmandos do sr. Bolsonaro na política interna e as sandices do chanceler Ernesto Araújo na política externa têm uma funcionalidade positiva em parte considerável da mídia mainstream internacional.
Sobre o governo Bolsonaro, o novo papel do Itamaraty, a “imagem do Brasil”, todo o mal já está feito, e daqui para a frente só poderá piorar, apesar de medidas paliativas anunciadas, como a proibição de queimadas durante três meses. O governo Bolsonaro é um governo completamente desmoralizado na mídia mundial, e também fora dela. Ninguém pode levar a sério um governo que, pela primeira vez na História do país desde sua independência, atrelou sua política externa automaticamente não apenas à de um outro pais, mas a uma facção de um partido político deste país, os Estados Unidos. Até mesmo a ressonância que Bolsonaro e Araújo obtém entre governantes reacionários como os da Hungria, Polônia, Israel, ou políticos como o italiano Matteo Salvini devem ser vistos com cautela desconfiança. Nem mesmo a francesa Le Pen fica à vontade diante de Bolsonaro. O próprio Trump não cessa de tratar Bolsonaro como um cão amestrado e menor, enquanto (e por isto mesmo) disputa como ele, em ano eleitoral, o título de pior governante frente à pandemia.