Editorial do sítio Vermelho:
A viagem de Dilma Rousseff à Índia, onde participou da 4ª reunião de cúpula do Brics – que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – é mais uma demonstração da projeção internacional alcançada pelo Brasil depois que sua política externa abandonou o alinhamento automático e a subserviência aos EUA e países ricos e passou a fortalecer a parceria soberana com nações de idêntico nível de desenvolvimento.
Este salto, iniciado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, consolida-se a olhos vistos e a interferência brasileira no contexto mundial avança em áreas decisivas, como a economia e a política internacional.
No balanço final da participação de Dilma naquela cúpula, há três aspectos que precisam ser ressaltados e valorizados. O primeiro é a condenação das pressões contra o Irã e a Síria e a exigência de uma saída negociada para a crise criada pela intransigência norte-americana e europeia em impor seus próprios pontos de vista e interesses a nações soberanas.
O segundo aspecto é a exigência – reiterada por Dilma – de maior respeito ao novo papel mundial desempenhado pelo Brics, reconhecendo a eles maior influência e poder em organismos internacionais. Na ONU, a reforma do Conselho de Segurança e a incorporação de países chamados “emergentes”, como o Brasil, torna-se cada vez mais uma necessidade para conter o já capenga unilateralismo dos EUA. O fortalecimento da ONU e do respeito ao direito internacional nas relações entre todas as nações exige aquela reforma e a incorporação de países como o Brasil, mudança necessária inclusive para que aquele organismo internacional possa refletir a nova correlação de forças que vai sendo desenhada no mundo.
Dilma defendeu explicitamente a incorporação de Brasil e Índia, aumentando, assim, a presença do Brics no Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China já têm assento.
O terceiro aspecto da agenda positiva do Brics foi o anúncio da criação de seu banco de desenvolvimento. Desmentindo aqueles que torcem contra o entendimento entre estas nações, a criação do banco é uma ação concreta que terá efeitos a longo prazo e vai fortalecer sua autonomia e a soberania nacional, criando laços efetivos para a contraposição aos EUA e países europeus.
O banco do Brics vai financiar investimentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento e viabilizar, na prática, o uso das moedas próprias no comércio entre estes países que, hoje, representam um quarto do PIB mundial e, em breve, terão a metade da riqueza produzida no mundo. Vai levar também ao fortalecimento de uma visão alternativa ao monetarismo neoliberal predominante. A criação do banco, disse Dilma aprovando a iniciativa, é “indício positivo” e permitirá ao Brics demonstrarem a possibilidade do crescimento econômico com distribuição de renda e geração de empregos. O Brics, assegurou ela, é hoje “um elemento dinâmico no comércio internacional”, condição que vai avançar.
Estas três preocupações podem ser resumidas na ênfase com que Dilma Rousseff condenou qualquer iniciativa do imperialismo para impor sua própria visão e seus interesses à Síria e ao Irã. Ela reprovou a retórica da violência e das ameaças e defendeu a busca do entendimento, do diálogo e da negociação pacífica. Da mesma maneira, defendeu o reconhecimento do Estado Palestino como condição fundamental para a paz no Oriente Médio. O Brasil, disse, não concorda com protestos retóricos de elevação do nível da discussão, e considerou “extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã” pois “outros países precisam dessas compras”.
Isto é, as contradições atuais do mundo, acentuadas pela intransigência imperialista e pela tentativa de jogar sobre os ombros das nações e dos povos a solução para os graves problemas econômicos enfrentados pelos EUA e pela União Europeia, só encontrarão solução com o redesenho equitativo da geopolítica mundial que reconheça e respeite a importância crescente e o direito ao desenvolvimento dos demais países.
Falando sobre as ameaças ao Irã e à Síria, Dilma foi enfática. Ela condenou a retórica agressiva e defendeu uma atitude baseada “no direito internacional, no direito dos países de usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como nós fazemos”; pregou o fim do tom agressivo como o caminho para evitar conflitos e, assim, favorecer o desenvolvimento de todos. Este talvez seja o resumo adequado do recado de Dilma aos governos dos países imperialistas.
A viagem de Dilma Rousseff à Índia, onde participou da 4ª reunião de cúpula do Brics – que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – é mais uma demonstração da projeção internacional alcançada pelo Brasil depois que sua política externa abandonou o alinhamento automático e a subserviência aos EUA e países ricos e passou a fortalecer a parceria soberana com nações de idêntico nível de desenvolvimento.
Este salto, iniciado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, consolida-se a olhos vistos e a interferência brasileira no contexto mundial avança em áreas decisivas, como a economia e a política internacional.
No balanço final da participação de Dilma naquela cúpula, há três aspectos que precisam ser ressaltados e valorizados. O primeiro é a condenação das pressões contra o Irã e a Síria e a exigência de uma saída negociada para a crise criada pela intransigência norte-americana e europeia em impor seus próprios pontos de vista e interesses a nações soberanas.
O segundo aspecto é a exigência – reiterada por Dilma – de maior respeito ao novo papel mundial desempenhado pelo Brics, reconhecendo a eles maior influência e poder em organismos internacionais. Na ONU, a reforma do Conselho de Segurança e a incorporação de países chamados “emergentes”, como o Brasil, torna-se cada vez mais uma necessidade para conter o já capenga unilateralismo dos EUA. O fortalecimento da ONU e do respeito ao direito internacional nas relações entre todas as nações exige aquela reforma e a incorporação de países como o Brasil, mudança necessária inclusive para que aquele organismo internacional possa refletir a nova correlação de forças que vai sendo desenhada no mundo.
Dilma defendeu explicitamente a incorporação de Brasil e Índia, aumentando, assim, a presença do Brics no Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China já têm assento.
O terceiro aspecto da agenda positiva do Brics foi o anúncio da criação de seu banco de desenvolvimento. Desmentindo aqueles que torcem contra o entendimento entre estas nações, a criação do banco é uma ação concreta que terá efeitos a longo prazo e vai fortalecer sua autonomia e a soberania nacional, criando laços efetivos para a contraposição aos EUA e países europeus.
O banco do Brics vai financiar investimentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento e viabilizar, na prática, o uso das moedas próprias no comércio entre estes países que, hoje, representam um quarto do PIB mundial e, em breve, terão a metade da riqueza produzida no mundo. Vai levar também ao fortalecimento de uma visão alternativa ao monetarismo neoliberal predominante. A criação do banco, disse Dilma aprovando a iniciativa, é “indício positivo” e permitirá ao Brics demonstrarem a possibilidade do crescimento econômico com distribuição de renda e geração de empregos. O Brics, assegurou ela, é hoje “um elemento dinâmico no comércio internacional”, condição que vai avançar.
Estas três preocupações podem ser resumidas na ênfase com que Dilma Rousseff condenou qualquer iniciativa do imperialismo para impor sua própria visão e seus interesses à Síria e ao Irã. Ela reprovou a retórica da violência e das ameaças e defendeu a busca do entendimento, do diálogo e da negociação pacífica. Da mesma maneira, defendeu o reconhecimento do Estado Palestino como condição fundamental para a paz no Oriente Médio. O Brasil, disse, não concorda com protestos retóricos de elevação do nível da discussão, e considerou “extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã” pois “outros países precisam dessas compras”.
Isto é, as contradições atuais do mundo, acentuadas pela intransigência imperialista e pela tentativa de jogar sobre os ombros das nações e dos povos a solução para os graves problemas econômicos enfrentados pelos EUA e pela União Europeia, só encontrarão solução com o redesenho equitativo da geopolítica mundial que reconheça e respeite a importância crescente e o direito ao desenvolvimento dos demais países.
Falando sobre as ameaças ao Irã e à Síria, Dilma foi enfática. Ela condenou a retórica agressiva e defendeu uma atitude baseada “no direito internacional, no direito dos países de usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como nós fazemos”; pregou o fim do tom agressivo como o caminho para evitar conflitos e, assim, favorecer o desenvolvimento de todos. Este talvez seja o resumo adequado do recado de Dilma aos governos dos países imperialistas.
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