sexta-feira, 13 de julho de 2018

Neymar e as quedas do Brasil

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Nas redes sociais, é comum ver brasileiros "defenderem" Neymar. "Só nós podemos falar mal dele", responderam muitos ao ator Matthew Lewis, da saga cinematográfica Harry Potter, que o chamou de "patético". Difícil é controlar o fenômeno pop mundial de piadas sobre as quedas em campo do camisa 10 da seleção. Seria capaz de ameaçar a indiscutível supremacia brasileira na produção humorística dos fatos cotidianos?

As preferências da nossa burguesia

Por Umberto Martins, no site Vermelho:

Se a verdade deve ser buscada nos fatos, como sugerem os comunistas chineses, é conveniente analisar o significado do espetáculo encenado pelos barões da indústria brasileira durante a reunião com presidenciáveis patrocinada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no dia 4 de julho em Brasília.

A plateia, composta por cerca de 2 mil empresários - em sua maioria brancos, ricos, bem nutridos, de terno e gravata – respaldou as pregações do pré-candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, aplaudido de pé em alguns momentos, e reservou vaias a Ciro Gomes, que teve a coragem de defender em palco tão hostil interesses e bandeiras da classe trabalhadora.


General Mourão e as 'fake news" do PRTB

Por Piero Locatelli, no site The Intercept-Brasil:

O PRTB, partido controlado por Levy Fidelix e que agora tem o general do Exército Antonio Mourão como pré-candidato na chapa à Presidência, transferiu dinheiro para a empresa responsável por três dos maiores divulgadores de boatos e difamações no Brasil: o site Folha Política e as páginas no Facebook Movimento Contra Corrupção e TV Revolta. Além de espalharem notícias falsas, os sites servem como canais de comunicação e divulgação das pautas da nova direita brasileira, amplificando, também, as opiniões de Fidelix e do general Mourão.

Moro é intocável até a canoa virar

A vitória da proteção aos dados pessoais

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Moro vira principal cabo eleitoral de Lula

Por Ivan Longo, na revista Fórum:

Nesta quinta-feira (12) se completa exatamente um ano que o juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente Lula à prisão. A sentença proferida pelo magistrado de Curitiba determinou que o petista ficasse preso por nove anos e seis meses pela condenação de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. De acordo com o Ministério Público Federal, Lula teria recebido R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em reformas em imóvel tríplex no Guarujá (SP).

Um Judiciário teratológico [monstruoso]

Por Jeferson Miola, em seu blog:

teratologia (1881 cf. CA1)
substantivo feminino med


1 especialidade médica que se dedica ao estudo das anomalias e malformações ligadas a uma perturbação do desenvolvimento embrionário ou fetal

2 p.sin.os monstros como um conjunto; a monstruosidade ‹as cortes medievais adoravam a t.›
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

Nestes tempos de fascismo jurídico-midiático, é preciso atentar ao juridiquês para decifrar o significado das decisões teratológicas – ou melhor, monstruosas – de juízes, policiais federais e procuradores.

Lawfare: as masmorras da América Latina

Por Jorge Elbaum, no site Carta Maior: 

No dia 3 de julho, a juíza da Corte Nacional de Justiça do Equador ordenou a captura do ex-presidente Rafael Correa, sob a acusação de ordenar o sequestro de um delinquente equatoriano, Fernando Balda, dentro do território da Colômbia. Segundo a informação oficial difundida pela secretaria de comunicações do atual presidente, Lenín Moreno, a ordem de detenção será apresentada em breve à Interpol, para solicitar sua detenção em Bruxelas, onde o líder da Revolução Cidadã vive atualmente com sua família.

Ricos saem na frente nas eleições de 2018

Da Rede Brasil Atual:

Sem um teto nominal (apenas proporcional) que limite as doações de pessoas físicas a partidos e candidatos, os mais ricos continuarão a ter chances maiores de elegerem seus candidatos nas eleições de outubro, mesmo com a proibição do financiamento empresarial das campanhas. Com isso, as distorções na representação, em especial no Poder Legislativo, devem permanecer. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) estima que quase não haverá mudança na composição do Congresso, e o índice de reeleição pode chegar a até 90%.

Mídia e Judiciário causam ódio e nojo

Por Bepe Damasco, no seu blog:

Não há como não lembrar do célebre desabafo do Doutor Ulisses Guimarães, ao ser instado pela imprensa a comentar um dos incontáveis atentados do regime militar contra as liberdades e as garantias fundamentais : “Sinto ódio da ditadura. Ódio e nojo.”

No domingo, 8 de julho, ao fim da expectativa nervosa que opôs com impressionante nitidez o Brasil dos democratas, progressistas, legalistas e nacionalistas ao país dos golpistas, entreguistas, fascistas, larápios das riquezas nacionais e manipuladores da informação, um derradeiro sentimento assaltou-me antes de a adrenalina baixar e, finalmente, conseguir conciliar o sono: o ódio e o nojo que sinto pela mídia mafiosa e pelo sistema de justiça do meu país.

A perseguição ao desembargador Favreto

Do blog Socialista Morena:

Enquanto o Conselho Nacional de Justiça mantém sem previsão de julgamento o processo que apura eventual crime contra a Constituição por parte do juiz Sérgio Moro no caso da divulgação dos grampos entre a presidenta eleita Dilma Rousseff e Lula, um grupo de 100 membros do Ministério Público (MP), entre procuradores e promotores, entrou já na noite de domingo com um pedido de providências no Conselho contra o desembargador Rogério Favreto, que concedeu habeas corpus ao ex-presidente preso em Curitiba. Eles pedem o afastamento do magistrado de suas funções.

A sanha obsessiva de Sergio Moro

O Brasil precisa ser refundado

Por Marcelo Zero

Os lamentáveis episódios do dia 8 de julho desnudaram ao país e ao mundo que há uma falência generalizada das instituições democráticas do Brasil.

Pela primeira vez, um habeas corpus, instrumento jurídico fundador das garantias democráticas, foi descumprido por manobras articuladas entre um juiz de primeira instância, o Poder Executivo e setores da mídia oligopolizada.

A decisão relativa ao habeas corpus, embora questionável, como toda decisão jurídica, era legítima, legal e regimental. Cabia apenas seu cumprimento expedito. O questionamento e a eventual reversão da decisão cabiam a outras instâncias, que não justiceiros de férias.

O golpe na era da hipocrisia

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – chocando o ovo da serpente

No evento dos 80 anos da Folha, em 2001, foi constituída uma mesa de debates e uma colega enalteceu a grande vitória da democracia: as algemas colocadas pela Polícia Federal no senador Jader Barbalho. Já havia, então, a celebração da selvageria. Fiz-lhe ver que se tratavam assim um senador, o que não fariam com os anônimos?

A lógica bisonha de que a igualdade dos direitos consiste em todos terem seus direitos desrespeitados – como propõe o inacreditável Ministro Luís Roberto Barroso – era apenas um álibi para não tratar dos abusos contra os menos favorecidos.

Uma imprensa que comemora o silêncio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Seria inacreditável, não conhecêssemos o que se passa no Brasil, que os grandes jornais estivessem comemorando o fato de estarem impedidos pela Justiça de ouvir e entrevistar o candidato líder nas pesquisas sobre uma eleição presidencial que está aì, batendo às nossas portas.

No entanto – e com destaque para O Globo, que o festeja em manchete – é o que fazem diante da proibição da juíza Carolina Lebbos de que Lula possa conceder entrevistas a veículos de comunicação, mesmo de forma supervisionada e controlada.

Dono da Riachuelo é condenado por injúria

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

O empresário Flávio Rocha, dono do grupo Riachuelo, foi condenado pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte pelo crime de injúria e danos morais praticados contra a procuradora do Trabalho Ileana Neiva Mousinho. A sentença é do juiz da 2ª Vara Federal Walter Nunes da Silva.

Rocha terá que pagar uma multa de R$ 153,7 mil (R$ 93,7 mil pelo crime de injúria e R$ 60 mil referente aos danos morais). A defesa já informou que vai recorrer da decisão.

Pré-candidato à presidência da República pelo PRB, Flávio Rocha oscila entre 0 e 1% das intenções de voto em todas as pesquisas de opinião até o momento.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

A escaramuça jurídica e a sobra eleitoral

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O Direito saiu perdendo, a imagem da Justiça, arranhada, e o ex-presidente Lula continuou preso. Mas a escaramuça jurídica de domingo sobre sua soltura, pelos atores envolvidos e as estripulias cometidas, devem ter também efeitos eleitorais.

Só com uma nova pesquisa de intenção de voto saberemos a força delas e a favor de quem.

Uma consequência já se fez sentir no PSB que, depois de domingo, freou o movimento de adesão a Ciro Gomes, voltando a considerar a hipótese de aliança nacional com o PT.

Lula e o punitivismo penal

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

I.

Num país sob estado de exceção e em crise, certas imagens podem ser muito perigosas. Por isso, o juiz Sérgio Moro e os desembargadores Gebran Neto e Thompson Flores, do IV Tribunal Regional Federal, mandaram às favas as férias e o domingo e se esfalfaram para impedir a todo custo que se produzisse, no fim de semana, uma fotografia de Lula livre. Não bastava o poder – que tinham – de mandar prendê-lo horas depois de solto. Era preciso evitar que o país o visse liberto; que surgisse um registro material de outra realidade possível, de uma sociedade capaz de superar a agenda de retrocessos.

Youtube censura canal da Fórum

Por Renato Rovai, na revista Fórum:

Há pouco mais de um mês a página da Revista Fórum no Youtube foi impedida de fazer hangouts. O motivo que a plataforma apresentou para a punição, que eles chamam de strike, foi ter divulgado no dia 23 de maio um vídeo no qual o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) aparece de calção.

Vários outros canais divulgaram o mesmo vídeo, registando que ele estava, inclusive, de cueca, e não foram punidos.

O deputado Marquezelli enviou uma carta à redação dizendo que não havia denunciado a Fórum e que não se incomodava com o vídeo. Na mensagem, reafirmou seu compromisso com a liberdade de imprensa.

Perdemos de 7×1, de novo

Por Mauricio Botrel e Kelly Gonçalves Primo, no site Brasil Debate:

No último domingo, o brasileiro ainda vivia a ressaca da derrota para a Bélgica na Copa do Mundo, ocorrida dois dias antes, quando foi surpreendido com um inesperado jogo de várzea, em que o já combalido Estado Democrático de Direito sofreu um vergonhoso 7 a 1. Menos familiarizados com o juridiquês que com a linguagem do futebol, muitos se perguntavam o que estava acontecendo. Depois de muito futricar na rede, tentamos clarear o jogo: