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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (29) que a taxa de desemprego caiu para 7,5% no trimestre encerrado em abril. Nos três meses anteriores até março, o indicador foi de 7,9%. Essa foi a menor taxa de desocupação para o mesmo período desde 2014 – quando ela atingiu 7,2%. De acordo com a pesquisa, o número de desempregados é de 8,2 milhões – contra 8,6 milhões em março. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a redução do desemprego foi expressiva – de 9,7%.
Com relação ao número de pessoas ocupadas, o Brasil atingiu 100,8 milhões no trimestre até abril. O contingente de assalariados com carteira assinada foi 38,1 milhões no período, o mais alto registrado pela série iniciada em 2012. Já o número de trabalhadores sem carteira também foi recorde – de 13,6 milhões. Ainda compõe o montante de ocupados os trabalhadores por conta própria (25,5 milhões), os empregadores (4,2 milhões), os trabalhadores domésticos (5,9 milhões) e os empregados no setor público (12,3 milhões).
Rendimento médio teve alta de 4,7%
Para Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas do IBGE, o resultado positivo da ocupação foi fruto da alta no trabalho formal, que compensou a queda no emprego informal. “A expansão da ocupação, nos últimos trimestres, vem ocorrendo por meio dos empregados, que superaram outras formas de inserção, como a dos trabalhadores por conta própria e a dos empregadores. O conjunto dos empregados no setor privado, com ou sem a carteira assinada, é o que mais tem contribuído para o crescimento da população ocupada no país’”.
Outro importante avanço no período se deu na renda dos trabalhadores. A massa salarial atingiu um número histórico no trimestre até abril. Segundo o IBGE, o rendimento médio real das pessoas ocupadas no período foi de R$ 3.151, com alta de 4,7% na comparação anual. Com esse resultado, a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 313,1 bilhões, novo recorde da série histórica.
Economia segue travada; politização é baixa
A queda do desemprego e o aumento da renda representam importantes conquistas do governo Lula – que a mídia rentista faz de tudo para ofuscar ou relativizar. Mas elas não se refletem no índice de aprovação do atual governo. As últimas sondagens mostram que a popularidade do presidente está empacada. A pesquisa Quaest de maio mostrou que 33% consideram o governo ótimo ou bom, 31% dizem que é regular e 33% avaliam como ruim ou péssimo – quase o mesmo índice da sondagem anterior. Já na comparação com agosto de 2023, o cenário é ainda mais preocupante. A avaliação positiva de Lula estava em 42%, e a negativa era de 24%.
Vários fatores ajudam a explicar esse enigma. Tem tiro para todo lado sobre as causas da baixa aprovação da atual gestão. Destaco duas: a economia brasileira segue travada, apesar dos avanços obtidos pelo governo Lula. A sensação de bem-estar ainda não chegou na casa do povão. O emprego cresceu, mas os postos de trabalho ainda são precarizados – uberizados, pejotizados, terceirizados. A renda aumentou, mas os salários ainda são muito baixos. Mesmo com a queda da inflação, o preço dos alimentos segue assustando os brasileiros. Com os juros nas alturas e o austericídio fiscal, entre outros entraves, essa sensação não vai mudar tão cedo!
O segundo fator que empaca e pode fazer despencar em breve a aprovação de Lula é a baixíssima politização da sociedade. Os brasileiros seguem sendo envenenados pelo esgoto digital bolsonarista e também pela mídia tradicional neoliberal. Já da parte do governo, há pouco investimento na disputa pela hegemonia, na chamada batalha de narrativas. Nem as conquistas da gestão são realçadas por seus ministros. Há pouca sinergia na comunicação, há certa frouxidão no enfrentamento político às forças de direita e extrema direita. O tempo para superar essas duas lacunas – na economia e na politização – está correndo! A tragédia está mais próxima!
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