segunda-feira, 26 de julho de 2021
Bolsonaro omite encontro com nazista alemã
Por Simão Zygband, no site Construir Resistência:
Uma foto divulgada nesta segunda-feira mostra que o ocupante da presidência, Jair Bolsonaro, se encontrou, fora da agenda oficial, com a deputada alemã Beatrix von Storch, uma das lideranças do partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD) e neta de um ex-ministro das Finanças da Alemanha durante o regime nazista de Adolf Hitler, Ludwig Schwerin von Krosigk.
A parlamentar postou sua foto abraçada com Bolsonaro e Sven von Storch, seu marido. Além disso, ela acrescentou uma mensagem na qual afirma que seu partido quer “fortalecer suas conexões e defender nossos valores cristãos e conservadores em nível internacional”.
Uma foto divulgada nesta segunda-feira mostra que o ocupante da presidência, Jair Bolsonaro, se encontrou, fora da agenda oficial, com a deputada alemã Beatrix von Storch, uma das lideranças do partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD) e neta de um ex-ministro das Finanças da Alemanha durante o regime nazista de Adolf Hitler, Ludwig Schwerin von Krosigk.
A parlamentar postou sua foto abraçada com Bolsonaro e Sven von Storch, seu marido. Além disso, ela acrescentou uma mensagem na qual afirma que seu partido quer “fortalecer suas conexões e defender nossos valores cristãos e conservadores em nível internacional”.
Centrão e militares são muito parecidos
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Vejo como simplistas e exageradas as análises que situam em campos opostos hoje os militares e o Centrão, na disputa pela hegemonia no governo Bolsonaro.
No quesito briga por ocupação de cargos e, consequentemente, controle de verbas, de fato, a queda de braço é real. Não satisfeitos com os mais de 6 mil cargos que detêm na administração direta e nas estatais, os militares querem mais.
Quanto ao Centrão, os cargos de poder e as fatias polpudas do orçamento constituem-se na própria razão de ser do agrupamento.
Contudo, a tese do antagonismo incontornável entre o “partido militar” e os políticos vorazmente fisiológicos do Centrão não resiste a um exame mais cuidadoso.
Vejo como simplistas e exageradas as análises que situam em campos opostos hoje os militares e o Centrão, na disputa pela hegemonia no governo Bolsonaro.
No quesito briga por ocupação de cargos e, consequentemente, controle de verbas, de fato, a queda de braço é real. Não satisfeitos com os mais de 6 mil cargos que detêm na administração direta e nas estatais, os militares querem mais.
Quanto ao Centrão, os cargos de poder e as fatias polpudas do orçamento constituem-se na própria razão de ser do agrupamento.
Contudo, a tese do antagonismo incontornável entre o “partido militar” e os políticos vorazmente fisiológicos do Centrão não resiste a um exame mais cuidadoso.
domingo, 25 de julho de 2021
Os ganhos dos generais Pazuello e Braga Netto
Por Altamiro Borges
Os generais não têm do que reclamar do "capetão", mesmo perdendo alguns ministérios (de 10 para sete desde o início do laranjal) ou sendo humilhados (“fui atropelado por um trem”, choramingou o defenestrado Luiz Eduardo Ramos). A instituição perde credibilidade, mas os altos oficiais estão bem de vida. Eduardo Pazuello, por exemplo, “recebeu R$ 88,5 mil em diárias extras do Ministério da Saúde em 2020”, relata a jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
Segundo a notinha publicada na quinta-feira (22), o ex-ministro da Saúde recebeu esse valor em diárias e ajuda de custo – que são pagas aos servidores que se deslocam em viagens de trabalho. Os ganhos estão nos documentos enviados à CPI do Genocídio no Senado. "Pazuello ficou por dez meses no Ministério da Saúde. Recebeu, portanto, uma média de R$ 8,8 mil mensais de diárias, engrossando seus vencimentos no cargo".
Os generais não têm do que reclamar do "capetão", mesmo perdendo alguns ministérios (de 10 para sete desde o início do laranjal) ou sendo humilhados (“fui atropelado por um trem”, choramingou o defenestrado Luiz Eduardo Ramos). A instituição perde credibilidade, mas os altos oficiais estão bem de vida. Eduardo Pazuello, por exemplo, “recebeu R$ 88,5 mil em diárias extras do Ministério da Saúde em 2020”, relata a jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
Segundo a notinha publicada na quinta-feira (22), o ex-ministro da Saúde recebeu esse valor em diárias e ajuda de custo – que são pagas aos servidores que se deslocam em viagens de trabalho. Os ganhos estão nos documentos enviados à CPI do Genocídio no Senado. "Pazuello ficou por dez meses no Ministério da Saúde. Recebeu, portanto, uma média de R$ 8,8 mil mensais de diárias, engrossando seus vencimentos no cargo".
Bolsonaro pagará R$ 15 milhões por racismo?
Por Altamiro Borges
O “capetão” sempre foi racista e nunca foi punido. Agora, porém, está na mira. Nesta quinta-feira (22), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU) entraram com uma ação civil contra Jair Bolsonaro por mais uma de suas incontáveis diarreias verborrágicas preconceituosas. Os órgãos pedem uma “reparação” no valor de R$ 15 milhões. A tendência é de que o pedido seja derrotado, mas ele serve ao menos para incomodar o fascista no poder.
Em 8 de julho, o “presidente-cagão” afirmou, aos risos, que o cabelo crespo de um apoiador era “um criador de baratas” e provocou: "Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos seus piolhos". A fala de cunho racista foi obrada diante de seus seguidores panacas no "chiqueirinho" montado no Palácio da Alvorada, em Brasília.
O “capetão” sempre foi racista e nunca foi punido. Agora, porém, está na mira. Nesta quinta-feira (22), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU) entraram com uma ação civil contra Jair Bolsonaro por mais uma de suas incontáveis diarreias verborrágicas preconceituosas. Os órgãos pedem uma “reparação” no valor de R$ 15 milhões. A tendência é de que o pedido seja derrotado, mas ele serve ao menos para incomodar o fascista no poder.
Em 8 de julho, o “presidente-cagão” afirmou, aos risos, que o cabelo crespo de um apoiador era “um criador de baratas” e provocou: "Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos seus piolhos". A fala de cunho racista foi obrada diante de seus seguidores panacas no "chiqueirinho" montado no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Fascismo avança e censura em Juiz de Fora
Foto: Jéssica Pereira/Tribuna de Minas |
Jair Bolsonaro está mais frágil, mas a fascistização segue em curso em todos os poros da sociedade. Na semana passada, o juiz Alexandre do Valle Thomaz, da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias Municipais da Comarca de Juiz de Fora, atendeu ao pedido de um vereador-policial e censurou uma mostra artística na cidade mineira.
Em sua decisão liminar (provisória), o juizeco determinou que os painéis fotográficos da exposição “Democracia em Disputa” fossem retirados da fachada do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas. Ele se curvou ao vereadorzinho Sargento Mello Casal (PTB-MG), que moveu uma ação contra a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), gerida pela prefeitura de Juiz de Fora.
Blefe que Braga Netto não consegue desmentir
Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:
Braga Netto mandou o recado do golpe a Arthur Lira, para que Lira passasse o aviso do golpe adiante.
Se não fosse assim, não teria sentido mandar o recado.
Era preciso que muitos deputados e senadores ficassem sabendo da ameaça, e não só os membros da comissão especial que examina a proposta de emenda do voto impresso na Câmara.
Como muitos receberam o aviso e era sabido que alguém iria vazar a ameaça, não há agora como negá-la. A nota de Braga Netto em que diz que não disse nada a Lira também acaba não dizendo nada.
A notícia da ameaça (se não tiver voto impresso, não tem eleição) saiu no Estadão.
Braga Netto mandou o recado do golpe a Arthur Lira, para que Lira passasse o aviso do golpe adiante.
Se não fosse assim, não teria sentido mandar o recado.
Era preciso que muitos deputados e senadores ficassem sabendo da ameaça, e não só os membros da comissão especial que examina a proposta de emenda do voto impresso na Câmara.
Como muitos receberam o aviso e era sabido que alguém iria vazar a ameaça, não há agora como negá-la. A nota de Braga Netto em que diz que não disse nada a Lira também acaba não dizendo nada.
A notícia da ameaça (se não tiver voto impresso, não tem eleição) saiu no Estadão.
O golpe nosso de cada eleição
Por Roberto Amaral
A ciência política clássica atribui aos golpes de Estado três características definidoras: (i) intervenção militar, (ii) ação rápida e (iii) certa margem de surpresa (Bobbio et alli. Dicionário de política). Nesse sentido também tratadistas brasileiros como Paulo Bonavides (Ciência política, 1972). Desses elementos, porém, os golpes se desvencilham na contemporaneidade, e o Brasil, nesse sentido, fornece farta matéria prima para análise. Os golpes, por exemplo, não observam mais o caráter surpresa – são, até, longamente preparados mediante campanhas políticas e ideológicas de massa, protagonizadas pelos meios de comunicação em suas variadas modalidades; nem muito menos se cingem, do ponto de vista operativo, ao assalto ao poder (na forma de putsch), ou à ação repentina.
A ciência política clássica atribui aos golpes de Estado três características definidoras: (i) intervenção militar, (ii) ação rápida e (iii) certa margem de surpresa (Bobbio et alli. Dicionário de política). Nesse sentido também tratadistas brasileiros como Paulo Bonavides (Ciência política, 1972). Desses elementos, porém, os golpes se desvencilham na contemporaneidade, e o Brasil, nesse sentido, fornece farta matéria prima para análise. Os golpes, por exemplo, não observam mais o caráter surpresa – são, até, longamente preparados mediante campanhas políticas e ideológicas de massa, protagonizadas pelos meios de comunicação em suas variadas modalidades; nem muito menos se cingem, do ponto de vista operativo, ao assalto ao poder (na forma de putsch), ou à ação repentina.
Primeiro aniversário de uma grande vitória
Greve dos trabalhadores da Renault Foto: Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba |
Por coincidência meus dois últimos textos, este e o anterior, dizem respeito a datas no mês de julho.
Rememorei os quatro anos de vigência da destrutiva deforma trabalhista e agora comemoro o primeiro aniversário da vitoriosa greve dos metalúrgicos da Renault, no Paraná.
No dia 21 de julho, em plena pandemia, a empresa demitiu de maneira arbitrária e abusiva 747 trabalhadores, muitos dos quais doentes ou afastados.
A reação dos demitidos foi imediata e o sindicato dos metalúrgicos da Grande Curitiba encampou esta resistência e os conduziu na luta.
Duelo de Bolsonaro com Alexandre de Moraes
Por Moisés Mendes, no site Brasil-247:
Alguns episódios nem tão recentes ajudam a entender como Alexandre de Moraes se transformou na figura com poder institucional que mais afronta e atemoriza Bolsonaro e o entorno que o protege, incluindo os militares.
No dia 19 de junho de 2020, uma sexta-feira, os jornalões divulgaram com certa candura essa informação.
Três ministros de Bolsonaro bateram na porta da casa do ministro Alexandre de Moraes em São Paulo.
Os jornais informaram que os quatro trataram, entre outros assuntos, de um processo sobre a indenização da União à indústria sucroalcooleira por perdas com os preços controlados do setor.
Alguns episódios nem tão recentes ajudam a entender como Alexandre de Moraes se transformou na figura com poder institucional que mais afronta e atemoriza Bolsonaro e o entorno que o protege, incluindo os militares.
No dia 19 de junho de 2020, uma sexta-feira, os jornalões divulgaram com certa candura essa informação.
Três ministros de Bolsonaro bateram na porta da casa do ministro Alexandre de Moraes em São Paulo.
Os jornais informaram que os quatro trataram, entre outros assuntos, de um processo sobre a indenização da União à indústria sucroalcooleira por perdas com os preços controlados do setor.
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