Garoto, adolescente, jovem ou adulto, acompanhar uma Copa do Mundo sempre me fascinou de maneira indescritível. Claro que a origem de tudo está no amor pelo futebol, sentimento que me acompanha desde que me entendo por gente.
A Copa de 1970, a primeira que vi pela TV (preto e branco), ainda bem menino, ao lado do meu pai que fumava cigarrilha e torcia de um jeito exasperado, reclamando de tudo e de todos, me fez entender o privilégio que é assistir a uma competição que reúne os maiores craques do planeta.
Mas o drama nacional vivido em 1950 com o 'maracanazo", cuja dimensão compreendi logo muito cedo lendo, vendo e ouvindo tudo a respeito, acendeu em mim a esperança de que um dia o Brasil sediaria outra Copa. E aí a história seria diferente. Essa expectativa povoou os meus sonhos infantis.
Fora o orgulho de ver o nosso país recebendo uma competição que magnetiza o mundo inteiro, chegaria a hora de desagravar Barbosa, Bigode, Danilo, Zizinho, Chico, Ademir, Friaça e todos os outros protagonistas da tragédia de 1950. E, gente, êta frio na barriga, a hora chegou. Quinta-feira que vem a seleção verde e amarela estreia na Copa do Mundo do Brasil.
Embora torça fervorosamente para o Brasil em qualquer situação, minha paixão por Copas do Mundo vai além do prazer inenarrável de reunir os amigos e, regados a muita cerveja, torcer pelo time canarinho. Ou de ver uma nação inteira mobilizada para os nossos jogos. Sempre fiz questão de assistir ao maior número possível de jogos. Quando não ao vivo, pelo menos em videotape. Ou, na pior das hipóteses, ver os gols e os melhores momentos.
Mas, hoje, a tecnologia joga a nosso favor. É possível acompanhar todos os jogos pela internet, em qualquer lugar. As emissoras de TV estão anunciando a transmissão de todas as 52 partidas da Copa. Pretendo fazer das tripas coração para não perder nenhuma delas. Outra decisão : por motivos óbvios, não verei nenhum jogo pela Rede Globo.
Vejo o time dirigido por Luis Felipe Scolari em condições de brigar pelo título, ao lado da Argentina, Espanha e Alemanha. Mas não sei se o cruzamento eliminatório a partir das oitavas de final permitirá que esses favoritos cheguem às semifinais. Provavelmente não, pois é quase certo que tenham que medir forças antes, ficando alguém pelo caminho.
Por isso, têm chances também de figurar entre os quatro melhores, escretes que estão logo atrás, no segundo pelotão, à espreita, prontos para tomar o lugar dos favoritos. São eles : Holanda (como desprezar as possibilidades de uma seleção que já disputou três finais de Copa ?), Portugal (time que tem Cristiano Ronaldo sempre merece respeito), Uruguai (a tradicional Celeste Olímpica conta com um dos melhores ataques da Copa, formado por Luizito Soares, Cavani e Forlán), Itália (tetracampeã mundial e com aquele velho estilo de ir chegando sem que ninguém perceba) e Bélgica (sensação das eliminatórias europeias, cujos jogadores atuam em alguns dos principais clubes do mundo).
É isso. A partir do dia 12, às 17h, a minha cabeça e o meu coração estarão voltados exclusivamente para o futebol. Claro, torcendo para que tudo dê certo em termos de organização e que os turistas de todo o planeta sejam bem recebidos aqui. Tudo bem que os que insistem em usar a Copa do Mundo como instrumento de luta política me chamem de alienado. Tudo bem também que os não tão aficcionados por futebol como eu vejam exagero nesse meu envolvimento integral com a Copa. É do jogo.
2 comentários:
Olá Miro
Aproveitando a idéia do Bepe, poderíamos todos nós boicotarmos a Globo e assistirmos a copa em outro canal.
Acho que é o mínimo que podemos fazer contra aquele que nos boicota diariamente.
Abraços
F.S.
"Copa 2014 é pífia às Olimpíadas de Moscou que custou quatro vezes ou mais.".
O Brasil representado por seu Ministro dos Esportes Aldo Rebelo não se intimida diante de críticas infundadas visando desconstruir a força de nossa nação usando como subterfúgio um falso gasto excessivo para a realização da Copa do Mundo de 2014. Vindas de algumas grandes mídias locais também por questão de política e de algumas internacionais provavelmente por inveja, porque pleitearam a transmissão destes dois eventos (E que não tem interesse em se aliarem como pátrias amigas de nosso país, como as Olimpíadas sugerem desde que foram criadas. A Paz com a fraternidade entre todos os povos). Ou porque o Brasil vêm se consolidando como uma das maiores potências mundiais mesmo diante de uma crise internacional.
Aldo Rebelo sabe que o investimento para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 apesar do mínimo necessário, é pífio diante de tantas outras edições já realizadas em outras Pátrias. Como, por exemplo:
As Olimpíadas (e de inverno) de Moscou investe mais que o dobro. Que comprovadamente levam um número menor de turistas, telespectadores, arrecadamento e divulgação para os meios de comunicação do que o primeiro maior evento desportivo do planeta, a Copa do Mundo, e o segundo, as Olimpíadas tradicionais.
Há uma discrepância de números avassaladoras em relação ao investimento na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Criam-se números cabalísticos misturando investimentos em infra-estrutura com o investimento para a Copa 2014 e dos jogos olímpicos de 2016. Porém logo abaixo descriminarei os dados oficiais até novembro de 2013 divulgados pelo Ministério dos Esportes.
Porém, antes é bom saber destes dados: Moscou investiu de acordo com o orçamento não oficial, mais de US$50 bilhões. Teve até uma tocha enviada ao Pólo Norte e ao espaço, como também uma inusitada, segundo o site esporte.uol.com.br , estrada pavimentada com ouro e caviar.
Na China o estádio Olímpico e a festa para a divulgação da Olimpíada naquele país com direito a contratação de um dos maiores cineastas contemporâneo, o Chinês Zhang Yimou, 56, para sua idealização. Diga-se de passagem, talvez o mega-espetáculos mais bonito e perfeito que os humanos já viram.
Por a China ser um país fechado não dá para especialistas avaliarem o quanto realmente foi gasto neste evento esportivo. Mas com certeza também deve ter sido mais do que a Copa 2014 do Brasil e os jogos Olímpicos Rio 2016, juntos. Segundo a BBC Brasil ainda assim oficialmente o governo chinês divulgou um investimento oficial de US$1,9 bilhão de dólares para a construção e reforma de estádios, mais os estimados US$ 2,1 bilhões com custos operacionais, como a cerimônia de abertura e os eventos esportivos.
Além do investimento de US$20,5 bilhões ao longo de 10 anos antes do evento, em infra-estrutura de várias cidades.
Totalizando, voltando a frisar, segundo dados oficiais de um governo fechado, US$24,5 bilhões só para sediarem uma Olimpíada. Que a BBC ainda frisa "No momento, o governo chinês não é completamente aberto e transparente sobre como ele gasta seu dinheiro.". Haja vista que quem viu o mega-estádio que eles construíram para sediar estes jogos, por menos conhecedor de engenharia sabe que só ele custou mais do que os % 1,9 bilhão divulgados para reformar não mais dois ou três, mas nove estádios.
Já o Brasil com sua transparência inclusive via Internet para todo e qualquer cidadão, divulgou o seu Gasto na Copa no valor de $10,6 bilhões e nos jogos Olímpicos de US$14,4 bilhões, totalizando US$25 bilhões (Valores divulgados em um balanço do Ministério dos Esportes em novembro de 2013.).
Temos a partir daí uma base de comparação de quem mais investiu e no que:
China 1 evento UR$24,5 bilhões (dados oficiais) para sediar Olimpíadas.
Moscou: mais de UR$50 bilhões (dados não oficiais) só p/Olimpíadas de Inverno.
Brasil: UR$25 bilhões (dados oficiais até novembro de 2013) para sediar Copa do Mundo 2014 e jogos olímpicos Rio 2016.
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