Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:
O que vem ocorrendo com a grande mídia brasileira, com sérios reflexos nas redes internéticas, é um esquema orquestrado que se acentua com a proximidade do período eleitoral. E leva junto umas resmas de avulsos, que seguem o conceito dominante na área, que é de bater em tudo que se pareça com Dilma Rousseff.
É o efeito do pensamento condicionado, como abordado por filósofos, ou do Maria-vai-com-as-outras, como dizia minha mãe. Havendo notícias contra, publicam; não havendo, inventam. Mesmo em notícias que seriam positivas, eles encontram sempre um aspecto negativo para realçar.
Um amigo meu, o também jornalista Palmério Dória, descreveu outro dia o que ocorreria se a Folha de S.Paulo, por exemplo, fosse cobrir o evento da Ressurreição de Cristo, da crença cristã, nessa quadra da nossa história. A manchete seria mais ou menos assim: “Nazareno leva três dias para ressuscitar”.
Mas isso só traz à tona, de novo, e com maior ênfase, a necessidade de revermos o sistema de Comunicação Social no Brasil. Direitos de cada um, modelo de concessões de canais de rádio e TV, seu papel como fator de mobilização social, tudo precisa ser revisto. E esse processo, de certo modo, já começou.
Há vários projetos em curso no Congresso que preveem algum tipo de regulação da mídia. Os principais defendem a implantação de um sistema que se inspira no dos Estados Unidos. Lá, a legislação impede a formação de conglomerados de comunicação, ou seja, um mesmo dono não pode ter rádio, TV e jornal, como ocorre no Brasil, nos planos nacional e regional.
Esse é o sistema que está em vigor na Argentina agora, após fortes embates do governo com a mídia. E aqui vai ter dificuldades de passar no Congresso, já que muitos parlamentares são donos de conglomerados regionais e muitos outros são afiliados da Globo.
É certo que nas relações da sociedade com a mídia também estamos na idade da pedra. A própria proteção do cidadão diante do que a mídia divulga é pífia, ineficiente, praticamente não existe. Nos jornais, resposta mais imediata é publicada nas seções de cartas, editada(cortada) e jogada lá num cantinho. Isso, por benemerência dos grandes jornais.
Quando o prejudicado entra na justiça pedindo direito de resposta, a demora é tanta que, quando sai, o assunto já está defasado. Outro dia, o Jornal Nacional, da Globo, apresentou um direito de resposta solicitado há mais de uma década. Com recurso sobre recurso, o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, que só na recente ocasião deu ganho de causa à vítima.
Há que ter mecanismos mais ágeis, justos, que assegurem igualdade de tratamento pelo menos para a resposta, em ralação ao que tenha sido veiculado. Isso, é claro, enquanto novas formas de gestão dos meios de comunicação não surgirem.
A bem da verdade, o tema não é exclusividade brasileira. Está em discussão em todo o mundo, com maior intensidade na América Latina e no Leste Europeu. Lá, o monopólio estatal deu lugar a um perverso monopólio privado, ligado ao que de pior surgiu dos estilhaços da antiga União Soviética.
Mas, é aqui que o bicho pega. E o que vemos e lemos hoje é uma cadeia de veículos que trazem informações enquadradas em análises visivelmente tendenciosas. E de cambulhada vêm jornalistas ou autodenominados analistas que seguem a mesma linha. Estes, ou fazem parte da rede, de modo remunerado ou não, ou vão de gaiatos, por reflexo condicionado.
Seja qual for a razão que os move, há uma enorme distorção nisso. Já não há mais nem aquelas ações hipócritas de fingimento de imparcialidade. A ordem é baixar o sarrafo, e pronto. E o engraçado é que quando a gente vai rastrear a origem de alguma informação falsa, sempre acaba batendo em algum ninho tucano.
O que vem ocorrendo com a grande mídia brasileira, com sérios reflexos nas redes internéticas, é um esquema orquestrado que se acentua com a proximidade do período eleitoral. E leva junto umas resmas de avulsos, que seguem o conceito dominante na área, que é de bater em tudo que se pareça com Dilma Rousseff.
É o efeito do pensamento condicionado, como abordado por filósofos, ou do Maria-vai-com-as-outras, como dizia minha mãe. Havendo notícias contra, publicam; não havendo, inventam. Mesmo em notícias que seriam positivas, eles encontram sempre um aspecto negativo para realçar.
Um amigo meu, o também jornalista Palmério Dória, descreveu outro dia o que ocorreria se a Folha de S.Paulo, por exemplo, fosse cobrir o evento da Ressurreição de Cristo, da crença cristã, nessa quadra da nossa história. A manchete seria mais ou menos assim: “Nazareno leva três dias para ressuscitar”.
Mas isso só traz à tona, de novo, e com maior ênfase, a necessidade de revermos o sistema de Comunicação Social no Brasil. Direitos de cada um, modelo de concessões de canais de rádio e TV, seu papel como fator de mobilização social, tudo precisa ser revisto. E esse processo, de certo modo, já começou.
Há vários projetos em curso no Congresso que preveem algum tipo de regulação da mídia. Os principais defendem a implantação de um sistema que se inspira no dos Estados Unidos. Lá, a legislação impede a formação de conglomerados de comunicação, ou seja, um mesmo dono não pode ter rádio, TV e jornal, como ocorre no Brasil, nos planos nacional e regional.
Esse é o sistema que está em vigor na Argentina agora, após fortes embates do governo com a mídia. E aqui vai ter dificuldades de passar no Congresso, já que muitos parlamentares são donos de conglomerados regionais e muitos outros são afiliados da Globo.
É certo que nas relações da sociedade com a mídia também estamos na idade da pedra. A própria proteção do cidadão diante do que a mídia divulga é pífia, ineficiente, praticamente não existe. Nos jornais, resposta mais imediata é publicada nas seções de cartas, editada(cortada) e jogada lá num cantinho. Isso, por benemerência dos grandes jornais.
Quando o prejudicado entra na justiça pedindo direito de resposta, a demora é tanta que, quando sai, o assunto já está defasado. Outro dia, o Jornal Nacional, da Globo, apresentou um direito de resposta solicitado há mais de uma década. Com recurso sobre recurso, o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, que só na recente ocasião deu ganho de causa à vítima.
Há que ter mecanismos mais ágeis, justos, que assegurem igualdade de tratamento pelo menos para a resposta, em ralação ao que tenha sido veiculado. Isso, é claro, enquanto novas formas de gestão dos meios de comunicação não surgirem.
A bem da verdade, o tema não é exclusividade brasileira. Está em discussão em todo o mundo, com maior intensidade na América Latina e no Leste Europeu. Lá, o monopólio estatal deu lugar a um perverso monopólio privado, ligado ao que de pior surgiu dos estilhaços da antiga União Soviética.
Mas, é aqui que o bicho pega. E o que vemos e lemos hoje é uma cadeia de veículos que trazem informações enquadradas em análises visivelmente tendenciosas. E de cambulhada vêm jornalistas ou autodenominados analistas que seguem a mesma linha. Estes, ou fazem parte da rede, de modo remunerado ou não, ou vão de gaiatos, por reflexo condicionado.
Seja qual for a razão que os move, há uma enorme distorção nisso. Já não há mais nem aquelas ações hipócritas de fingimento de imparcialidade. A ordem é baixar o sarrafo, e pronto. E o engraçado é que quando a gente vai rastrear a origem de alguma informação falsa, sempre acaba batendo em algum ninho tucano.
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