Por Altamiro Borges
O site da BBC revelou na semana passada que a rede de fast-food McDonald’s está sendo acusada de racismo por duas executivas da multinacional. Na ação judicial, elas afirmam que a empresa estadunidense “pratica discriminação racial intencional contra seus clientes e funcionários”. De acordo com as duas vice-presidentes, “o clima piorou depois que o britânico Steve Easterbrook assumiu o cargo de presidente-executivo, em 2015. Sob sua liderança, a companhia levou a cabo uma ‘implacável eliminação’ de negros em cargos de liderança, reduzindo também a publicidade voltada à população afro-americana”.
Diante da abertura do processo na Justiça dos EUA, a rede divulgou uma nota rejeitando as acusações. “No McDonald’s, nossas ações se baseiam na nossa crença de que uma empresa respeitosa, inclusiva, vibrante e diversa nos torna mais fortes". A multinacional não defendeu Steve Easterbrook, citado nominalmente no processo judicial, “que foi demitido no ano passado por ter se envolvido em uma relação com uma colega de trabalho, violando as regras internas da companhia, mesmo tendo sido uma relação consensual”.
As denunciantes, porém, mantém a acusação de racismo. Segundo a ação, protocolada em 7 de janeiro numa Corte Federal de Illinois por Vicki Guster-Hines e Domineca Neal – que trabalham no McDonald's desde 1987 e 2012, respectivamente, e são vice-presidentes de franquias e operações –, a discriminação existe há muito tempo na rede de fast-food. Ela é “sistêmica, mas oculta", e tornou-se “aberta, incontestável e altamente prejudicial” após a mudança na presidência em 2015.
Na ação, elas relatam que “projetos de treinamento para funcionários negros foram engavetados”, que eles foram excluídos dos postos de conselheiros sêniores da empresa e que colegas eram descritas “como mulheres negras raivosas”. Ainda de acordo com a denúncia, “o número de franquias pertencentes a pessoas negras também caiu desproporcionalmente fruto de uma política intencional ou resultado de ‘negligência irresponsável’ sobre o alto investimento requerido dos donos de franquias”.
Há também a acusação de que “os clientes negros foram excluídos em seus anúncios publicitários” e foram “considerados menos desejados pelo McDonald's”. Diante de tantas denúncias, as duas executivas do alto escalão requerem “reparação por danos e dizem que sofreram retaliações da empresa por expressarem suas preocupações com o tratamento dispensado aos afro-americanos”.
Multas trabalhistas milionárias
O processo ainda vai a julgamento, mas tudo indica que o poderoso McDonald’s sofrerá uma nova punição. Em novembro do ano passado, a multinacional já havia sido multada em US$ 26 milhões por descumprir leis trabalhistas. Segundo reportagem do UOL, a empresa concordou em pagar a multa “para resolver um processo de quase sete anos que acusa a rede de fast food de pagar a seus empregados na Califórnia (EUA) salários abaixo do estabelecido pela lei. O acordo preliminar aponta que a empresa usava um sistema que enganava os trabalhadores fora do expediente e impedia os empregados de descansar durante os turnos”.
Segundo a matéria, “mais de 38 mil caixas e cozinheiros da Califórnia se mobilizaram ao longo dos anos, no que agora é o maior acordo salarial do McDonald's nos Estados Unidos, disseram representantes. O acordo exige que o McDonald's pague horas extras exigidas, acompanhe o pagamento eletronicamente, forneça pausas para descanso durante os turnos – e não no início ou final – e forneça uniformes de trabalho de substituição quando os velhos forem danificados ou desgastados”.
Já a Ragazzo no Brasil...
Já no Brasil, as empresas estão eufóricas com o escravocrata Jair Bolsonaro e o abutre Paulo Guedes. Tudo é feito para facilitar a vida dos patrões e sacanear os assalariados – com a retirada dos direitos trabalhistas, a diminuição dos processos na Justiça, a redução da fiscalização do trabalho e outros inúmeros abusos. Quando uma empresa é autuada, a multa é mixuruca. Em outubro passado, por exemplo, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a rede de fast-food Ragazzo, que pertence ao grupo golpista Habib's, a pagar a indenização de apenas R$ 10 mil a um cliente que teve o rosto desfigurado por um segurança.
“Aos chutes, o funcionário de uma das unidades quebrou a mandíbula de Samuel Soares da Silva, 28, por desconfiar que ele não pagaria a conta... De acordo com o processo, o segurança se identificou como gerente antes de iniciar as agressões. O rapaz, que teve a mandíbula quebrada, precisou ser submetido a duas cirurgias no SUS para reconstrução facial e incisão de 22 pinos na mandíbula. A Justiça não aceitou o pedido de indenização de R$ 50 mil e fixou o valor em R$ 10 mil por danos morais e estéticos”, descreveu o jornal Folha de S.Paulo.
O site da BBC revelou na semana passada que a rede de fast-food McDonald’s está sendo acusada de racismo por duas executivas da multinacional. Na ação judicial, elas afirmam que a empresa estadunidense “pratica discriminação racial intencional contra seus clientes e funcionários”. De acordo com as duas vice-presidentes, “o clima piorou depois que o britânico Steve Easterbrook assumiu o cargo de presidente-executivo, em 2015. Sob sua liderança, a companhia levou a cabo uma ‘implacável eliminação’ de negros em cargos de liderança, reduzindo também a publicidade voltada à população afro-americana”.
Diante da abertura do processo na Justiça dos EUA, a rede divulgou uma nota rejeitando as acusações. “No McDonald’s, nossas ações se baseiam na nossa crença de que uma empresa respeitosa, inclusiva, vibrante e diversa nos torna mais fortes". A multinacional não defendeu Steve Easterbrook, citado nominalmente no processo judicial, “que foi demitido no ano passado por ter se envolvido em uma relação com uma colega de trabalho, violando as regras internas da companhia, mesmo tendo sido uma relação consensual”.
As denunciantes, porém, mantém a acusação de racismo. Segundo a ação, protocolada em 7 de janeiro numa Corte Federal de Illinois por Vicki Guster-Hines e Domineca Neal – que trabalham no McDonald's desde 1987 e 2012, respectivamente, e são vice-presidentes de franquias e operações –, a discriminação existe há muito tempo na rede de fast-food. Ela é “sistêmica, mas oculta", e tornou-se “aberta, incontestável e altamente prejudicial” após a mudança na presidência em 2015.
Na ação, elas relatam que “projetos de treinamento para funcionários negros foram engavetados”, que eles foram excluídos dos postos de conselheiros sêniores da empresa e que colegas eram descritas “como mulheres negras raivosas”. Ainda de acordo com a denúncia, “o número de franquias pertencentes a pessoas negras também caiu desproporcionalmente fruto de uma política intencional ou resultado de ‘negligência irresponsável’ sobre o alto investimento requerido dos donos de franquias”.
Há também a acusação de que “os clientes negros foram excluídos em seus anúncios publicitários” e foram “considerados menos desejados pelo McDonald's”. Diante de tantas denúncias, as duas executivas do alto escalão requerem “reparação por danos e dizem que sofreram retaliações da empresa por expressarem suas preocupações com o tratamento dispensado aos afro-americanos”.
Multas trabalhistas milionárias
O processo ainda vai a julgamento, mas tudo indica que o poderoso McDonald’s sofrerá uma nova punição. Em novembro do ano passado, a multinacional já havia sido multada em US$ 26 milhões por descumprir leis trabalhistas. Segundo reportagem do UOL, a empresa concordou em pagar a multa “para resolver um processo de quase sete anos que acusa a rede de fast food de pagar a seus empregados na Califórnia (EUA) salários abaixo do estabelecido pela lei. O acordo preliminar aponta que a empresa usava um sistema que enganava os trabalhadores fora do expediente e impedia os empregados de descansar durante os turnos”.
Segundo a matéria, “mais de 38 mil caixas e cozinheiros da Califórnia se mobilizaram ao longo dos anos, no que agora é o maior acordo salarial do McDonald's nos Estados Unidos, disseram representantes. O acordo exige que o McDonald's pague horas extras exigidas, acompanhe o pagamento eletronicamente, forneça pausas para descanso durante os turnos – e não no início ou final – e forneça uniformes de trabalho de substituição quando os velhos forem danificados ou desgastados”.
Já a Ragazzo no Brasil...
Já no Brasil, as empresas estão eufóricas com o escravocrata Jair Bolsonaro e o abutre Paulo Guedes. Tudo é feito para facilitar a vida dos patrões e sacanear os assalariados – com a retirada dos direitos trabalhistas, a diminuição dos processos na Justiça, a redução da fiscalização do trabalho e outros inúmeros abusos. Quando uma empresa é autuada, a multa é mixuruca. Em outubro passado, por exemplo, o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou a rede de fast-food Ragazzo, que pertence ao grupo golpista Habib's, a pagar a indenização de apenas R$ 10 mil a um cliente que teve o rosto desfigurado por um segurança.
“Aos chutes, o funcionário de uma das unidades quebrou a mandíbula de Samuel Soares da Silva, 28, por desconfiar que ele não pagaria a conta... De acordo com o processo, o segurança se identificou como gerente antes de iniciar as agressões. O rapaz, que teve a mandíbula quebrada, precisou ser submetido a duas cirurgias no SUS para reconstrução facial e incisão de 22 pinos na mandíbula. A Justiça não aceitou o pedido de indenização de R$ 50 mil e fixou o valor em R$ 10 mil por danos morais e estéticos”, descreveu o jornal Folha de S.Paulo.
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