Editorial do site Vermelho:
Com a reabertura da Bolsa de Valores de São Paulo, após os festejos do carnaval, foi possível observar os efeitos da crise no chamado “mercado internacional” no Brasil. As quedas acentuadas dos últimos dias refletiram as consequências da expansão do coronavírus para a Europa e Estados Unidos. Pesou de maneira significativa, também, o prognóstico de redução do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão e de uma possível desaceleração do crescimento chinês.
A queda generalizada na Bolsa brasileira atingiu mais fortemente as empresas que se relacionam com a economia da China, mas, no caso da Petrobras, o efeito mais significativo veio do mergulho dos preços do petróleo, impactados pelo mercado de commodities com viés de baixa pela perspectiva de redução do crescimento econômico global. As companhias aéreas e agências de viagens, por sua vez, foram atingidas também pela alta do dólar.
Outro componente importante é a estagnação dos países ditos emergentes, que sentem com mais gravidade os impactos da crise das nações ricas. O Brasil é um clássico do gênero. Os capitais tendem a fluir de dentro para fora, impelidos pela dinâmica da crise global e pelas incertezas do futuro da economia - num mundo de riscos, os países centrais tendem a ser portos mais seguros.
É óbvio que esse cenário deveria servir de alerta para o governo brasileiro. Medidas emergenciais para enfrentar a situação deveriam estar sendo implementadas, como uma política de investimentos públicos em larga escala para socorrer emergências e projetar uma economia com independência e poderio para conter o impacto da crise global. O país deveria estar sendo mobilizado para essa emergência.
Mas o que se vê é a pregação da desgastada tese de que basta um “ajuste fiscal” para que, num passe de mágica, investidores benevolentes venham socorrer os brasileiros que sofrem com o desemprego em massa, com o caos social e com a infraestrutura degradada. O horizonte do ministro da Economia, Paulo Guedes, é o de estabilizar o pagamento de juros da dívida pública para que, num efeito de osmose, os investimentos privados salvem o país.
A chance dessa fórmula gerar os resultados prometidos é praticamente zero. A tendência é de que o violento arrocho fiscal - que já custou cortes enormes nas aposentadorias e no Orçamento, e promete desidratar ainda mais o Estado com a “reforma” administrativa contra o funcionalismo público – não apresente os resultados prometidos. Os exemplos de “ajuste fiscal”, inclusive no Brasil, comprovam esse prognóstico.
Ele permite, também, compreender as crises e tensões como método de governar do presidente Jair Bolsonaro. Sua opção de seguir cegamente o programa econômico de Paulo Guedes vai se revelando cada vez mais uma aposta perdida. A opção é a de forjar impasses para apontar saídas que confrontam a institucionalidade democrática do país.
Bolsonaro nunca escondeu que a solução do que ele considera “isso daí” - os problemas estruturais do país - só virá com o fim do regime democrático. Como presidente da República, vem dando demonstrações sistemáticas de que procura encontrar os meios para aplicar a sua solução. A mais recente delas foi corroborar insultos aos poderes Legislativo e Judiciário como justificativa para encontrar culpados pelo fracasso do seu governo.
A resultante é um crescente clima de tensão e conflito entre os Poderes da República, gerando instabilidade o que por sua vez trava os investidores privados, receosos do que está por vir.
Portanto, além da retração da economia mundial, quadro agravado pelos efeitos do surto mundial do coronavirus, a anemia da economia brasileira decorre do fracasso do modelo ultraliberal de Paulo Guedes e da instabilidade e incerteza derivadas da política de confronto e afronta de Bolsonaro aos demais poderes da República com o fito de debilitar e, se possível, liquidar o regime democrático.
Com a reabertura da Bolsa de Valores de São Paulo, após os festejos do carnaval, foi possível observar os efeitos da crise no chamado “mercado internacional” no Brasil. As quedas acentuadas dos últimos dias refletiram as consequências da expansão do coronavírus para a Europa e Estados Unidos. Pesou de maneira significativa, também, o prognóstico de redução do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão e de uma possível desaceleração do crescimento chinês.
A queda generalizada na Bolsa brasileira atingiu mais fortemente as empresas que se relacionam com a economia da China, mas, no caso da Petrobras, o efeito mais significativo veio do mergulho dos preços do petróleo, impactados pelo mercado de commodities com viés de baixa pela perspectiva de redução do crescimento econômico global. As companhias aéreas e agências de viagens, por sua vez, foram atingidas também pela alta do dólar.
Outro componente importante é a estagnação dos países ditos emergentes, que sentem com mais gravidade os impactos da crise das nações ricas. O Brasil é um clássico do gênero. Os capitais tendem a fluir de dentro para fora, impelidos pela dinâmica da crise global e pelas incertezas do futuro da economia - num mundo de riscos, os países centrais tendem a ser portos mais seguros.
É óbvio que esse cenário deveria servir de alerta para o governo brasileiro. Medidas emergenciais para enfrentar a situação deveriam estar sendo implementadas, como uma política de investimentos públicos em larga escala para socorrer emergências e projetar uma economia com independência e poderio para conter o impacto da crise global. O país deveria estar sendo mobilizado para essa emergência.
Mas o que se vê é a pregação da desgastada tese de que basta um “ajuste fiscal” para que, num passe de mágica, investidores benevolentes venham socorrer os brasileiros que sofrem com o desemprego em massa, com o caos social e com a infraestrutura degradada. O horizonte do ministro da Economia, Paulo Guedes, é o de estabilizar o pagamento de juros da dívida pública para que, num efeito de osmose, os investimentos privados salvem o país.
A chance dessa fórmula gerar os resultados prometidos é praticamente zero. A tendência é de que o violento arrocho fiscal - que já custou cortes enormes nas aposentadorias e no Orçamento, e promete desidratar ainda mais o Estado com a “reforma” administrativa contra o funcionalismo público – não apresente os resultados prometidos. Os exemplos de “ajuste fiscal”, inclusive no Brasil, comprovam esse prognóstico.
Ele permite, também, compreender as crises e tensões como método de governar do presidente Jair Bolsonaro. Sua opção de seguir cegamente o programa econômico de Paulo Guedes vai se revelando cada vez mais uma aposta perdida. A opção é a de forjar impasses para apontar saídas que confrontam a institucionalidade democrática do país.
Bolsonaro nunca escondeu que a solução do que ele considera “isso daí” - os problemas estruturais do país - só virá com o fim do regime democrático. Como presidente da República, vem dando demonstrações sistemáticas de que procura encontrar os meios para aplicar a sua solução. A mais recente delas foi corroborar insultos aos poderes Legislativo e Judiciário como justificativa para encontrar culpados pelo fracasso do seu governo.
A resultante é um crescente clima de tensão e conflito entre os Poderes da República, gerando instabilidade o que por sua vez trava os investidores privados, receosos do que está por vir.
Portanto, além da retração da economia mundial, quadro agravado pelos efeitos do surto mundial do coronavirus, a anemia da economia brasileira decorre do fracasso do modelo ultraliberal de Paulo Guedes e da instabilidade e incerteza derivadas da política de confronto e afronta de Bolsonaro aos demais poderes da República com o fito de debilitar e, se possível, liquidar o regime democrático.
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