Por Moisés Mendes, em seu blog:
O foragido da Justiça Allan dos Santos debochou de novo do ministro Alexandre de Moraes ao mostrar, em vídeo com frases desaforadas, um visto de trabalho americano.
É o tipo de afronta que bandido comum não se atreve a fazer nem a juiz de primeira instância. Mas Allan dos Santos não é bandido comum.
Quando ele diz “chora, Xandão”, está dando o recado em nome de todos os bandidos ainda impunes. Com o tempo passando, eles estão certos de que a impunidade será perene.
Amigos de Bolsonaro contam com o maior aliado dos criminosos, a demora no desfecho de inquéritos e processos intermináveis, pelos mais variados motivos.
Como calibrar o tempo da abordagem, do cerco e da condenação de bandidos envolvidos em casos só aparentemente complexos, como quase todos os que foram protegidos pelos quatro anos de governo fascista e pela leniência do sistema de Justiça?
É sempre incômoda a pergunta dos que tentam saber se a bandidagem bolsonarista não está dispondo de tempo demais para se defender, para debochar e para assim ver seus crimes no esquecimento.
Allan dos Santos, investigado por participação no gabinete do ódio e por ter feito ameaças a Moraes, é foragido desde outubro de 2021, quando o ministro pediu sua prisão preventiva.
O inquérito que trata de fake news, milícias digitais, atos antidemocráticos e tudo o que cabe no saco do gabinete do ódio, e onde está Allan dos Santos, foi aberto em março de 2019.
Não há ninguém julgado e condenado, e a investigação virou superinquérito, com chinelão e gente grande dentro. O desfecho desses casos pode decidir muita coisa na sequência. Se fracassar, não decide nada.
O tempo também favorece os 79 citados no relatório CPI da Covid, entregue em 2021 ao Ministério Público. A CPI pediu o indiciamento de autoridades e de ajudantes, amigos, mandaletes e cúmplices de autoridades, quase todos articulados em quadrilhas.
Os 13 com foro especial (Bolsonaro, filhos, ministros, deputados) foram poupados com o engavetamento, pela Procuradoria-Geral da República, do pedido de indiciamento feito pela CPI.
Sobraram 66 que deveriam ser denunciados à Justiça. Não há nada contra eles até agora. Nada contra os vampiros civis e fardados que vendiam vacinas.
Não há nada contra os acusados de fraudar certidões de óbito na Clínica Prevent. Nada em relação aos disseminadores de fake news contra a vacina e de propaganda pelo uso da cloroquina.
São dezenas de bolsonaristas sob investigação. Não há como comparar a lista de investigados ou já denunciados da extrema direita com o catálogo de nomes do mensalão e dos torturados pelas prisões preventivas da Lava-Jato.
O número de extremistas com problemas com a polícia, o Ministério Público, o STF e o TSE bate todos os casos anteriores.
E isso sem contar Bolsonaro, os filhos, os militares, os milicianos, os manezinhos, os patriotas, os garimpeiros amigos que não usam chinelo de dedo, os participantes dos rachadões dos cartões corporativos.
Todos eles contam com o tempo, que está sempre a postos para resolver impasses graves dos poderosos.
Allan dos Santos, foragido há um ano e quatro meses, fala por eles, inclusive pelos que andam quietos e sumidos, depois dos discursos desafiadores em churrascarias de beira de estrada.
Adiós, Xandão, este é o recado do blogueiro, que nem do primeiro time é. Os que são de fato do primeiro time contam com a combinação de leniência, tempo e circunstâncias para escapar.
Muitos deles têm, pelos antecedentes, o que até os bandidos chamam hoje de expertise. São impunes profissionais, que podem exibir alvará de impunidade.
É o tipo de afronta que bandido comum não se atreve a fazer nem a juiz de primeira instância. Mas Allan dos Santos não é bandido comum.
Quando ele diz “chora, Xandão”, está dando o recado em nome de todos os bandidos ainda impunes. Com o tempo passando, eles estão certos de que a impunidade será perene.
Amigos de Bolsonaro contam com o maior aliado dos criminosos, a demora no desfecho de inquéritos e processos intermináveis, pelos mais variados motivos.
Como calibrar o tempo da abordagem, do cerco e da condenação de bandidos envolvidos em casos só aparentemente complexos, como quase todos os que foram protegidos pelos quatro anos de governo fascista e pela leniência do sistema de Justiça?
É sempre incômoda a pergunta dos que tentam saber se a bandidagem bolsonarista não está dispondo de tempo demais para se defender, para debochar e para assim ver seus crimes no esquecimento.
Allan dos Santos, investigado por participação no gabinete do ódio e por ter feito ameaças a Moraes, é foragido desde outubro de 2021, quando o ministro pediu sua prisão preventiva.
O inquérito que trata de fake news, milícias digitais, atos antidemocráticos e tudo o que cabe no saco do gabinete do ódio, e onde está Allan dos Santos, foi aberto em março de 2019.
Não há ninguém julgado e condenado, e a investigação virou superinquérito, com chinelão e gente grande dentro. O desfecho desses casos pode decidir muita coisa na sequência. Se fracassar, não decide nada.
O tempo também favorece os 79 citados no relatório CPI da Covid, entregue em 2021 ao Ministério Público. A CPI pediu o indiciamento de autoridades e de ajudantes, amigos, mandaletes e cúmplices de autoridades, quase todos articulados em quadrilhas.
Os 13 com foro especial (Bolsonaro, filhos, ministros, deputados) foram poupados com o engavetamento, pela Procuradoria-Geral da República, do pedido de indiciamento feito pela CPI.
Sobraram 66 que deveriam ser denunciados à Justiça. Não há nada contra eles até agora. Nada contra os vampiros civis e fardados que vendiam vacinas.
Não há nada contra os acusados de fraudar certidões de óbito na Clínica Prevent. Nada em relação aos disseminadores de fake news contra a vacina e de propaganda pelo uso da cloroquina.
São dezenas de bolsonaristas sob investigação. Não há como comparar a lista de investigados ou já denunciados da extrema direita com o catálogo de nomes do mensalão e dos torturados pelas prisões preventivas da Lava-Jato.
O número de extremistas com problemas com a polícia, o Ministério Público, o STF e o TSE bate todos os casos anteriores.
E isso sem contar Bolsonaro, os filhos, os militares, os milicianos, os manezinhos, os patriotas, os garimpeiros amigos que não usam chinelo de dedo, os participantes dos rachadões dos cartões corporativos.
Todos eles contam com o tempo, que está sempre a postos para resolver impasses graves dos poderosos.
Allan dos Santos, foragido há um ano e quatro meses, fala por eles, inclusive pelos que andam quietos e sumidos, depois dos discursos desafiadores em churrascarias de beira de estrada.
Adiós, Xandão, este é o recado do blogueiro, que nem do primeiro time é. Os que são de fato do primeiro time contam com a combinação de leniência, tempo e circunstâncias para escapar.
Muitos deles têm, pelos antecedentes, o que até os bandidos chamam hoje de expertise. São impunes profissionais, que podem exibir alvará de impunidade.
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