Charge: Zé Dassilva |
Em matéria postada nesta sexta-feira (17), o site UOL informa que a “Controladoria-Geral da União decidiu retirar o sigilo de 100 anos sobre o processo no Exército que investiga a conduta do general da reserva e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, atualmente deputado federal do Rio de Janeiro eleito pelo PL”. Esse segredinho militar é um dos casos mais vergonhosos da história recente das Forças Armadas e contribuiu para desacreditar ainda mais a imagem da instituição, que se transformou em um partido a serviço do neofascista Jair Bolsonaro.
A CGU ainda determinou que as informações sobre o procedimento administrativo sejam liberadas em até dez dias. Em nota lacônica, o Comando do Exército informou que está ciente da decisão e que "cumprirá o previsto na LAI (Lei de Acesso à Informação)". Conforme relembra a postagem, “o processo apura a ida do ex-ministro a um ato político em maio de 2021, ao lado do então presidente Bolsonaro, no RJ. À época, Pazuello era general da ativa. Segundo o regulamento do Exército, a participação de um militar da ativa em ato político é proibida”.
A conduta criminosa do comando do Exército
Apesar da ação nitidamente ilegal, o comandante do Exército no período, general Paulo Sérgio, decidiu absolver Eduardo Pazuello e arquivar o processo de indisciplina. O absurdo sigilo de 100 anos foi imposto, ignorando um enunciado da própria CGU de 2016. Agora, com a nova decisão do órgão, os segredos do militar serão anulados, o que pode ajudar a esclarecer a postura de Eduardo Pazuello – que posteriormente foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro – e a conduta leviana do comando do Exército.
O fim do sigilo pode trazer à tona o papel subserviente e criminoso do general como ministro da Saúde na fase mais aguda da pandemia do coronavírus. Na época, Eduardo Pazuello virou alvo de uma ação de improbidade administrativa e passou a ser investigado pela Polícia Federal por sua ação na crise hospitalar de Manaus (AM), quando centenas de pessoas morreram por falta de oxigênio. Ele também foi um dos 80 nomes indiciados na lista final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid – também chamada de CPI do Genocídio.
Os segredinhos do general
O general Eduardo Pazuello, um capacho assumido do “capetão” Jair Bolsonaro, tem muitos segredinhos na sua vida pública e privada. No final de 2021, a dentista Andrea Barbosa, sua ex-esposa por 16 anos e mãe de uma de suas filhas, deu detalhes sobre o relacionamento conturbado com o militar. Em entrevista ao site Metrópoles, ela explicou os motivos do divórcio em 2020 – “quando descobriu uma suposta infidelidade do ex-ministro”.
“Antes de descobrir a suposta traição, Andrea já havia tido embates com o ex-marido, quando ele atuava como secretário-executivo do Ministério da Saúde. Um dos principais motivos, segundo ela, era pelo fato de Pazuello defender o uso de tratamento precoce para a Covid-19. ‘Discordei desde o início por eu ser uma pessoa da área de saúde e de pesquisa. Dei conselhos dizendo que cloroquina não funcionava, de que a condução da pandemia não estava correta... Eu não poderia ficar ao lado nem próximo a uma pessoa que estava tão embriagada pelo poder e que não conseguia enxergar nada na sua frente, muito menos sua família”.
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