Por Patrícia Benvenuti, no jornal Brasil de Fato:
Aos sete anos de idade, Nilca Martins saiu da casa onde vivia com a mãe e sete irmãos, em Cruz das Almas, no interior da Bahia, com a esperança de um futuro melhor. Foi levada a Salvador por uma família, que lhe prometeu cuidado e educação.
Ao chegar ao novo lar, Nilca percebeu que a realidade era bem diferente do que fora anunciado. Seus novos responsáveis nunca lhe matricularam na escola. Em vez de cadernos, a jovem ganhou a tarefa de executar todos os serviços da residência, e sob o pior dos tratamentos. “Eu apanhava muito, passava fome. Passei na minha infância todo tipo de mau trato que se pode imaginar”, conta.