domingo, 18 de março de 2018

O “chicote hereditário” nas costas do povo

Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:

As arbitrariedades que no cenário do golpe de Estado vêm sendo cometidas pelos torquemadas do Ministério Público, juízes de primeiro grau, tribunais de segunda instância e membros da corte suprema mostram que vivemos no Brasil tempos de opróbrio, crueldade, injustiça e infâmia.

Em meio a tamanho transe, vale recordar o que disse Marx em sua obra “Crítica da Filosofia do Direito de Hegel” sobre a “escola histórica do direito”: “uma escola que legitima a infâmia de hoje com a infâmia de ontem, uma escola que declara como rebelde cada grito do servo contra o chicote, desde que o chicote seja um chicote idoso, um [chicote] hereditário, um [chicote] histórico…”

A vítima é a esperança de mudança

Por Pedro Estevam Serrano

Marielle não era ex de Marcinho VP.

Não teve sua campanha bancada por organização criminosa, como atesta, inclusive, o Procurador competente para investigar essas coisas.

Não teve filho aos 16 anos.

Era sim negra.

Foi sim eleita pela população negra e pobre dos morros cariocas, o único tipo de gente, segundo um Nazareno que viveu a cerca de 2000 anos atrás, que realmente pode ser chamada de “gente de bem” (lembra um papo de uma agulha e de um camelo?).

As digitais da Globo estão no gatilho

Por Ricardo Cappelli, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Globo é de um cinismo impressionante. Patrocina o Golpe. Lidera os absurdos do Estado de Exceção. Alimenta o fascismo e seus patos amarelos. Agora, não satisfeita, tenta sequestrar a alma da vereadora carioca executada brutalmente.

Ideóloga dos absurdos sucessivos que tomaram o país, “sua digital está no gatilho da arma utilizada no assassinato”. Fato consumado, Bonner, no melhor estilo hollywoodiano, veste a roupa de defensor dos direitos humanos e tenta sequestrar a alma da executada. Um cinismo revoltante.

Desembargadora é fanática por Sergio Moro

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Reproduzo abaixo o texto do Tijolaço, reforçando uma informação sobre a desembargadora. Uma informação até meio óbvia, mas que é importante a gente ressaltar.

No Facebook, como era de se esperar, ela manifesta seu “apoio incondicional” (incondicional, para quem tem a lei como condição, já mostra muita coisa) a Sérgio Moro e diz que “honra” a sua toga. Estanha Justiça onde honrar a toga é vilipendiar por um “ouvi falar” a memória de uma mulher assassinada.

Lula em “pratos limpos”

Por Rogerio Mattos, na revista Teoria e Debate:

Ao tratar da Lava Jato, o presente artigo busca não os desdobramentos da operação, mas suas origens, no artigo escrito em 2004 por Sérgio Moro em que exalta a operação Mãos Limpas, na Itália. A colaboração da Transparência Internacional foi fundamental para que a operação fosse realizada, assim como os movimentos de consolidação do sistema euro no país. Buscamos os fundamentos históricos de ambos os fenômenos no que Michel Foucault chamou de “grande encarceramento”, e os fundamentos filosóficos a partir do conceito de “sistema da crueldade”, de Friedrich Nietzsche. Trocam-se as “mãos limpas”, como o protótipo de muitos juízes, Pôncio Pilatos, pelos “pratos limpos”: com Lula, pratos limpos por causa da fome saciada; com Moro, por causa do aumento alarmante da miséria.

Direita tenta matar Marielle pela 2ª vez

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Não há dúvida de que a extrema-direita assassinou a vereadora carioca pelo PSOL Marielle Franco. Além de suas críticas à intervenção no Rio incomodar os militares, foi executada com 4 tiros na cabeça e nada foi roubado. Mas a extrema-direita não está satisfeita; também quer assassinar a reputação daquela de quem tirou a vida.

O assassinato de Marielle caiu como uma bomba na imprensa internacional.



Cármen Lúcia e o crime da prevaricação

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Se faltava um capítulo final para a desmoralização definitiva da Justiça, o duo Luís Roberto Barroso-Cármen Lúcia forneceu. Barroso com sua apoteose mental de se pretender acima do Executivo, do Legislativo e do voto popular e da própria Constituição; Cármen Lúcia pelo crime de prevaricação, um caso inédito, mesmo na conturbada história do Supremo.

Para entender os fundamentos do direito moderno.

Com a constituição dos Estados-nações, estes passaram a ter o monopólio da Justiça. É a única instituição que pode julgar, condenar ou absolver. Como contrapartida, os cidadãos passaram a ter o direito à tutela jurisdicional do Estado, isto é, o direito de terem suas demandas julgadas, como um dos direitos fundamentais.

A guerra suja contra a reputação de Marielle

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Li e não gostei de ter lido uma afirmação caluniosa contra Marielle Franco espalhada por uma desembargadora do Rio de Janeiro.

Você sabe do que estou falando. Se não sabe, aviso que não vou reproduzir a "notícia" aqui porque se trata de uma mercadoria que não atende aos critérios básicos que alimentam essa atividade difícil e perigosa chamada jornalismo.

Sabemos que as mentiras costumam grudar na reputação de uma pessoa - ainda mais, quando ela já não tem qualquer possibilidade de se defender. Seu efeito perverso costuma ser duradouro, porém.

sábado, 17 de março de 2018

Temer, Cármen e o desrespeito à "Justiça"

Marielle e Anderson: Luto e luta

Arte: Mary Cagnin
Por Jandira Feghali

Uma quarta-feira de março, que começou como outra qualquer, cuja noite desabou sobre nós e que movimentou nossas emoções com a força e a energia de poucos momentos da vida.

A trágica execução da qual foram vítimas Marielle e Anderson se abateu sobre nós com uma intensidade que não imaginávamos suportar. Nos fez refletir e, ao mesmo tempo, elevar a revolta e o tom de nossas vozes. A onda de indignação e solidariedade que tomou conta das ruas e das redes, no Brasil e no exterior, nos trouxe mais certeza e gana de lutar.

A segunda morte de Marielle

Por César Kuzma, no blog Caminho pra Casa:

Há um sistema que mata! Mas há um fundamentalismo e conservadorismo (político e religioso) que insistem em matar ainda mais, mesmo depois, tem que sangrar. Incrível!

Há limite para o ódio? Chega a ser assustador.

Interessante como alguns rótulos colocados tentam definir e marcar as pessoas. Não se vê mais nada além, são respostas impostas de fora, taxativas e preconceituosas. Triste! Absurdo!

Enquanto alguns choram a morte de Marielle, sendo ela simbólica pela forma como aconteceu e por ser ela a pessoa que era (pela história, vida e opções que a precederam), outros, sem compaixão, ou com um pseudo-autoritarismo, até cristão, dizem: mulher, negra, pobre, de esquerda, feminista, defensora dos DH, lésbica…. Ofensas que matam! De novo! E outra vez!

Os tiros no pé do pato amarelo da Fiesp

Por Wagner Gomes, no site da CTB:

Em matéria de 04/03, publicada no Estadão, com o seguinte título “Sindicatos patronais demitem para sobreviver à reforma trabalhista”, os patrocinadores do pato amarelo desfiam um longo rosário.

Relatos apurados pelo jornal apontam que as entidades patronais estão reduzindo suas atividades como viagens e eventos. A Confederação Nacional do Turismo apontou uma queda de 70% em sua arrecadação e inclusive ingressou na Justiça para tentar manter a contribuição.

A Fiesp reduziu em 20% seu quadro de funcionários e fundiu departamentos. Dados disponibilizados em 06/03, pela Coordenação Geral de Recursos do FAT, dão conta de que em janeiro/17 o sistema patronal arrecadou R$ 668.375.267,98 contra R$ 150.843.847,28 em janeiro/18, uma redução de 77%.

O sangue de Marielle e a Suprema Corte

Por Mauro Santayana, na Revista do Brasil:

Em todo o país, o tráfico de drogas tem se transformado em um esquema simbiótico em que policiais corruptos muitas vezes chantageiam, pressionam, matam e sequestram traficantes e membros de suas famílias em troca de dinheiro e entorpecentes.

Há casos, como no Ceará, em que policiais civis sequestravam traficantes para pedir resgate. No Rio Grande do Norte, PMs roubavam de traficantes até mesmo aparelhos celulares. No Distrito Federal policiais militares se passavam por policiais civis e invadiam, com mandatos falsos, casas de traficantes, para depois dividir entre si as “mercadorias” apreendidas. Policiais corruptos de Minas Gerais e do Paraná atuavam em conjunto para a apreensão de “transportes” de carga e de contrabando.

Depois de titubear, Globo 'abraça' Marielle

Do blog Viomundo:

A infame disputa de narrativas

Por Sergio Amadeu, no Facebook

A Globo e a revista Veja começaram a disputar a narrativa sobre a execução da militante negra e vereadora do PSOL, Marielle Rocha.

As direções desses órgãos promovem a descontextualização dos fatos, desvirtuam a história e agridem a memória e a luta de Marielle.

Tentam retirar o conteúdo político, anti-racista, feminista, em defesa dos direitos humanos, querem anular sua militância de esquerda.

Menores salários, propõe o Banco Mundial

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Nos tempos mais recentes, o Banco Mundial parece ter recuperado um pouco de seu triste protagonismo histórico. Trata-se de um retorno à condição de organismo encarregado de sugerir o que existe de pior no cardápio de recomendações de política econômica e políticas públicas para os países membros da instituição.

Confesso que fui um dos que acreditaram, de forma um tanto ingênua, que os efeitos da crise econômica e financeira de 2008/9 poderiam ter contribuído para um processo de oxigenação de ideias e procedimentos no interior do banco. Afinal, um conjunto de países do chamado “mundo desenvolvido” mudou a forma como passaram a lidar com determinados aspectos das respectivas políticas econômicas.

Tiros na intervenção militar no RJ

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Os cinco tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes varejaram a intervenção federal no Rio, alvo de protestos da multidão que acorreu ao centro durante o velório, colocando o presidente Michel Temer no centro do drama: enquanto não vier um esclarecimento cabal do crime, cobrado pela ONU e uma dezena de organizações internacionais, ele pesará sobre seu governo, podendo devorar o que lhe resta de mandato, assim como o caso Riocentro liquidou com o governo do último ditador-presidente, João Figueiredo.

Execução de Marielle sangrou a democracia

Por Hildegard Angel, em seu blog:

O momento é da maior gravidade. Abrem-se as cortinas da tragédia anunciada. Não podemos restringir a execução de Marielle a mais um crime de gênero ou mais um crime racial. Sua dimensão é ainda mais abrangente. Foi sobretudo um crime político, de cerceamento de opinião. Um tiro fatal na liberdade, nove balas UZZ-18 em nossa agonizante Democracia.

O tiro no Calabouço, em 1968, levou embora o secundarista Edson Luís, mas despertou a massa humana, que desde 1964 se mantinha passiva observadora dos fatos. Nessa era da internet, tudo acontece em maior velocidade. Do golpe de 2016 ao despertar das multidões entorpecidas e da consciência nacional, neste 15 de março de 2016.

A desembargadora que desonra sua toga

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A manifestação da desembargadora Marilia Castro Neves, dizendo que a vereadora Marielle Franco estava “engajada com bandidos”, que ” eleita pelo Comando Vermelho” e que tem “certeza de que seu comportamento” foi “determinante para seu trágico fim” não é apenas um sinal dos tempos de ódio, que merece ser repudiado por qualquer pessoa que tenha um mínimo de respeito à vida humana e, também, aos mortos.

"Transformar as lágrimas em muita luta"

Ilustração: Vasco Gargalo
Do site Vermelho:

“Nenhuma Assembleia Mundial de Mulheres foi tão importante quanto essa, porque nesse Fórum nós construiremos a maior resposta que podemos dar àqueles que buscaram eliminar Marielle da luta do povo, da luta das mulheres, da luta do negro, da luta das comunidades, é a de transformar nossas lágrimas em luta, em muita luta”, disse Manuela D’Ávila, pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, no ato desta sexta-feira (15), no Fórum Social Mundial, em Salvador.

Morte de Marielle é consequência do golpe

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Marielle Franco foi assassinada pelo golpe comandado por interesses estratégicos externos e pela elite rentista. Ela era uma liderança popular que militava contra os golpistas e em defesa dos mais pobres, das mulheres, dos negros, dos direitos humanos. Sua execução foi política, um ato de terrorismo de Estado, e é assim que deve ser enfrentada.

Os tiros que derrubaram Marielle atingiram o Brasil.