Charge: Stellina Chen/Cartoon Movement |
Enquanto as milícias bolsonaristas e setores da mídia bajulam Elon Musk em seus ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governo da Austrália resolveu jogar duro contra o dono do X – o antigo Twitter. Nesta terça-feira (23), o primeiro-ministro Anthony Albanese desafiou o excêntrico ricaço, nascido na África do Sul e radicado nos EUA, a desrespeitar a Justiça do país. “Ele é bilionário arrogante que pensa estar acima da lei, mas também acima da decência comum”, reagiu o chefe do governo australiano.
Um dia antes, a Justiça local havia ordenado que o X removesse os vídeos do esfaqueamento de um bispo cristão assírio numa igreja em Sydney. O juiz atendeu ao pedido de liminar dos órgãos que monitoram a internet. Foi dado prazo de dois dias para o cumprimento da ordem judicial. Da mesma forma arrogante que age no Brasil, Elon Musk afirmou que desrespeitaria a decisão. Diante da notificação para remover os vídeos enviada por Julie Grant, chefe da área de segurança eletrônica do governo, ele xingou “a comissária da censura da Austrália”.
O gesto foi visto como mais uma provocação das poderosas big techs, que agem no mundo inteiro como se estivessem acima das leis e da soberania dos países. No caso da Austrália, porém, desde 2021 o governo e a sociedade têm ampliado a ofensiva para regular as plataformas digitais, responsabilizando-as pelo conteúdo postado e exigindo maior transparência. A briga entre Elon Musk e o governo da Austrália deve ter novos desdobramentos e mais tensões.
O “bilionário arrogante” usou sua própria plataforma para postar memes e agressões ao primeiro ministro australiano e garantiu que recorrerá contra a ordem judicial. Já Anthony Albanese o desafiou: “A ideia de que alguém recorreria aos tribunais pelo direito de publicar conteúdo violento em uma plataforma mostra como Musk está fora de sintonia. A mídia social precisa ter responsabilidade social. Musk não está demonstrando nenhuma”.
0 comentários:
Postar um comentário