terça-feira, 14 de novembro de 2017

13 observações sobre a resistência ao golpe

Por Breno Altman, em seu blog:

1. Nem sempre é possível reagir à contrarrevolução nos moldes empregados, por exemplo, pelo chavismo na Venezuela, especialmente frente ao golpe cívico-militar de 2002.

2. Não depende apenas de vontade e empenho da direção política, no momento exato da ofensiva de direita, a qualidade da reação ao golpismo. Se as condições politicas não são preparadas, com antecedência, por uma correta estratégia de poder, o fracasso geralmente é inevitável.

3. A mais importante dessas condições políticas é ter o apoio mobilizado da maioria dos trabalhadores, construindo sua disposição de defender o governo popular como uma batalha de vida ou morte.

Maduro vence queda de braço contra Trump

Por Fania Rodrigues, no jornal Brasil de Fato:

Apesar do cerco econômico contra a Venezuela, o presidente Nicolás Maduro venceu uma queda de braço contra o governo dos Estados Unidos e a União Europeia, nessa segunda-feira (13). De acordo com informações anunciadas pelo mandatário venezuelano, cerca de 400 compradores dos títulos da dívida do país, o que representa 91% dos investidores, reuniram-se com a equipe econômica do governo para discutir a proposta de renegociação. O encontro ocorreu no Palácio Branco, que faz parte do conjunto de edifícios do Palácio Presidencial de Miraflores.

Globo defende reforma trabalhista de Temer

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O editorial de hoje do Globo acrescenta ao cinismo e canalhice habituais da empresa dos Marinho uma dose cavalar de ignorância jurídica.

O jornal da família de milionários defende apaixonadamente, para variar, os ataques do governo Temer aos trabalhadores, como a reforma da Previdência e a trabalhista (esta entrou em vigor no último sábado).

O alvo é a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), que aprovou alguns enunciados, ou seja, propostas de interpretação da lei trabalhista, após debates e aprovação por mais de 600 juízes, procuradores e auditores (aqui a notícia no site da Anamatra).

Para uma anatomia do conservadorismo

Por Katya Braghini, no site Outras Palavras:

Este texto condensa, de maneira panorâmica, as questões teóricas e metodológicas que são recuperadas de uma bibliografia que se propõe a discutir o pensamento conservador na sua ação políticas. Fala-se muito em conservadorismo. Mas, pensá-lo na cultura política soa como demérito ou assunto dado. A própria expressão “conservadores” parece explicar tudo, seriam retrógrados. Ao apontar que tal pessoa, grupo ou intelectual é “conservador” estamos pensando em quê? Há questionamentos que exigem uma localização, de onde vem, quem são os conservadores? Outros, que refletem sobre suas formas de abordagem ao que compreendem como ação política.

Lula e a condenação histórica da "Justiça"

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Não se sabe se, sendo candidato em 2018, Lula seria eleito pela população.

Assim como não se sabe se, assumindo mais uma vez a Presidência da República, ele teria forças para resistir a um novo golpe - inspirado de fora - semelhante ao que derrubou Dilma Rousseff.

As intenções de voto que o colocam em primeiro lugar na preferência do eleitorado, da ordem de 35%, correspondem ao percentual histórico de votos da esquerda no Brasil, e anormal seria, considerando-se as circunstâncias políticas e o descarado lawfare movido contra ele pelo Ministério Público e a Operação Lava Jato, que o ex-presidente tivesse menos que um terço da preferência da população.

A vida do trabalhador sem a CLT

Por Guilherme Coutinho, no blog Socialista Morena:

Foi bom enquanto durou, mas acabou. O último sábado, 11 de novembro, será lembrado por ter marcado o fim de uma era no Brasil: a vigência da Consolidação das Leis do Trabalho. Como todo tempo bom, esses 74 anos deixarão saudade – ao menos para a classe trabalhadora, que via nela uma fonte garantidora de direitos. Quem foi beneficiado pela mudança (os patrões) começa agora a colher os frutos de um movimento político iniciado tão logo o resultado das eleições presidenciais de 2014 foi anunciado. Àquela altura já estava mais do que claro que a “reforma trabalhista”, anunciada como solução para a crise financeira, jamais seria sancionada por Dilma Rousseff. Era necessário dar um golpe no povo brasileiro em favor de uma elite empresarial.

Provocação da IstoÉ tem roteiro clássico

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao comparecer a uma delegacia de Copacabana para pedir proteção policial, o jornalista Mario Vitor Rodrigues cumpre a segunda fase - previsível - de uma provocação iniciada com a publicação do seu infame texto "Lula deve morrer" na revista IstoÉ. Pode-se prever um roteiro clássico.

Após lançar o fantasma de um crime no ar, o passo seguinte é assumir a posição de vítima e alegar que tem sofrido ameaças. O terceiro lance é convencer as autoridades policiais começar a busca de "suspeitos". O quarto é enrolar-se na bandeira da liberdade de imprensa e denunciar "petralhas autoritários que apoiam Lula". E assim por diante, na infinita história das operações sujas contra a luta dos trabalhadores.

Mídia poupa Waack, mas criminaliza Dirceu

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Enquanto a imprensa bota panos quentes na afirmação do jornalista William Waack por ter dito, durante uma conversa pouco antes de uma entrada ao vivo, que a suposta "bagunça" na rua que ele ouvira era "coisa de preto" e critica o que chamam de "tribunal da internet", essa mesma mídia divulgou um vídeo em que o ex-ministro José Dirceu foi filmado por um convidado dançando na festa de aniversário de sua mulher, no último sábado (11), em Brasília.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O ódio deve morrer

Por Marcelo Zero

“Lula deve Morrer”. Este foi o título do artigo de um articulista da IstoÉ. Chocou a muitos.

De fato, o artigo, um somatório mal-ajambrado de clichês antipetistas, choca pela estupidez manifesta e pelo ódio desavergonhado. Mas não surpreende. O golpe abriu a porteira para uma direita tão obtusa quanto violenta. Há muito que o Brasil foi tomado por uma horda de insanos protofascistas.

Liderados por cérebros iluministas como Bolsonaro, Alexandre Frota, Marcos Feliciano, representantes do MBL etc., essa horda se dedica não apenas a destilar seu ódio contra Lula e o PT, mas também a censurar exposições artísticas, agredir palestrantes, impedir professores de darem aula, pedir a volta ditadura, exigir a execução de “bandidos”, manifestar desprezo pelos direitos humanos e se insurgir contra tudo que cheire a “esquerdismo”, “ideologia de gênero”, combate ao racismo e à homofobia e afirmação dos direitos das populações excluídas ou de alguma forma oprimidas. Enfim, tudo que cheire a civilização.

Moniz Bandeira, o golpe e a geopolítica

Por Rubens Diniz, no site da Fundação Maurício Grabois:

A edição 145 da revista Princípios, lançada no final de 2016, trouxe a entrevista exclusiva de Moniz Bandeira a Rubens Diniz, em que ele afirma que "o golpe contra Dilma insere-se no xadrez da política internacional", e justifica seu raciocínio. Por ocasião de seu falecimento, nesta sexta (10), o portal Grabois disponibiliza esta entrevista como uma homenagem a seu espírito de luta e resistência democrática.

Princípios entrevistou o renomado historiador e cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, que recentemente completou 80 anos e acaba de lançar seu mais recente livro, Desordem Mundial, no qual analisa o atual tabuleiro geopolítico.

A revista IstoÉ e a matilha fascista

Por Eugênio Aragão, no blog Diário do Centro do Mundo:

Fascistas são como lobos: predadores que só se sentem fortes em matilha. Sozinhos são covardes, pois se sabem presas fáceis.

O caso do medíocre, desqualificado e desconhecido jornalistazinho raivoso da revista IstoÉ que pregou a morte de Lula no sábado ilustra bem isso. Falou grosso pensando que a editora comprasse sua briga baixa e, quando se viu sozinho exposto às naturais intempéries de que quem provocou a ira coletiva, foi pedir colinho de mamãe. Registrou ocorrência policial por crime de ameaça. Coitadinho.

Aumenta o desespero da direita contra Lula

Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:

No meio do caminho da direita há uma pedra: Lula. Obstinada na remoção desse obstáculo político e eleitoral de grande monta, a revista IstoÉ, porta-voz midiático do conservadorismo de mercado e das forças pró-restrição do desenvolvimento democrático, deu guarida a uma matéria, assinada por Mario Vitor Rodrigues, intitulada: “Lula deve morrer”. A perseguição contra o ex-presidente e liderança maior do PT, implementada por uma coalizão no mínimo tácita de atores institucionais, posicionados nos setores público e privado, mediante ações que se encadeiam sistemicamente, alcança níveis aberrantes de irracionalidade e sectarismo pró-exceção contra a esquerda.

A estupidez no ciberespaço

Por Raphael Silva Fagundes, na revista Caros Amigos:

Quem viu o último filme do Planeta dos Macacos pode observar o processo invertido da evolução. Os seres humanos vão perdendo a fala na medida em que os macacos vão desenvolvendo a linguagem humanizada. No início, Cesar era um macaco que queria a paz, enquanto os seres humanos, embrutecidos, resolviam tudo através da violência. Os macacos passaram a defender suas causas por meio de argumentos, sentimentos e emoções, enquanto que os seres humanos, de um modo geral, permaneceram presos aos atos violentos. Inclusive, os macacos violentos se aderiram aos seres humanos, e os seres humanos amorosos, por sua vez, se juntaram aos macacos.

Muito além do cidadão Waack

Por Alex Hercog, na revista CartaCapital:

Um dos principais assuntos compartilhados nas redes sociais na última semana foi o vazamento do vídeo de William Waack e sua manifestação racista. Uma gravação feita em 2016, quando o jornalista se preparava para entrar no ar durante gravações para o Jornal da Globo, revela o âncora cochichando injúrias raciais.

O vídeo mostra William Waack comentando com seu entrevistado, Paulo Sotero: “Tá buzinando por que, seu merda do caralho? Não vou nem falar, que eu sei quem é. Sabe quem é, né? Preto, né!? Isso é coisa de preto, com certeza”, diz, se referindo aos motoristas que buzinavam na rua, próxima à transmissão externa gravada nos Estados Unidos.

Este é um país que vai pra trás

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Enquanto a Folha dá uma manchete bem de acordo com a série “Agora a coisa vai”que você já se acostumou a ler nos jornais depois do golpe que levou Michel Temer ao Planalto, destacando um crescimento pífio de 1,1% nas receitas públicas (verdade capenga, porque ancorada numa correção inflacionária menor e na adoção de impostos novos, como o PIS/Cofins dos combustíveis), a BBC chama a atenção sobre onde e com que vem sendo feita a “economia” que, ainda assim, nos deixa com um rombo de R$ 159 bi.

A Justiça Trabalhista dos Boers

Por Hamilton Pereira/Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

Devemos todos render homenagens ao jurista Ives Gandra Martins Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, pela limpidez com que defendeu a Reforma Trabalhista que entra em vigor nesses primeiros dias de novembro, em entrevista a um diário paulista. Respondeu às questões levantadas com clareza de fazer inveja a seus pares que, ao longo de século 20, defenderam o regime do Apartheid, na África do Sul.

William Waack e o racismo como "deslize"

Por Ruben Berta, no site The Intercept-Brasil:

Num mundo cada vez mais radicalizado e polarizado das redes sociais, o excesso de opinião cansa. Concordo. Por isso, sempre penso duas vezes antes de entrar na melhor polêmica dos últimos tempos da última semana. Desta vez, achei que tinha algo importante a dizer. Resolvi arriscar.

Na última quarta (8), como todos já sabem, um vídeo com comentários RACISTAS (perdoem o clichê da caixa alta) do então apresentador do “Jornal da Globo”, William Waack, gravado no ano passado durante a cobertura da campanha eleitoral americana, foi publicado na internet. Ainda bem, as reações foram imediatamente negativas. E levaram a própria emissora a suspender o jornalista.

Em seguida, a polêmica chegou na página 2. Veio a turma do “deixa disso”:




Haraquiri tucano e os reflexos na sucessão

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Até aqui, o que enxergávamos na disputa presidencial era Lula na liderança, apesar do empenho em sua inabilitação, Bolsonaro em segundo lugar e um candidato tucano que dificilmente não seria Geraldo Alckmin, tentando viabilizar-se como alternativa de centro à polarização direita X esquerda. Com o agravamento da crise interna do PSDB, dificilmente o partido marchará unido em torno de um candidato e é de sua provável cisão, depois do confronto interno de dezembro, que pode surgir um quarto nome, reunindo forças do centro-conservador e, por inverossímil que pareça, contando com o apoio do governo.

Serra está com febre amarela?

O perigo é contaminar os que se aproximam dele
(Créditos: Bruno Rocha/Folha de S. Paulo)
Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

A donataria hereditária de São Paulo, controlada desde Martim Afonso de Souza pelos tucanos, sofre, no momento, de uma epidemia de febra amarela.

Mortos se multiplicam e parques florestais são trancados.

Nesse mesmo ambiente tropicalmente infestado, realizou-se uma convenção de tucanos para promover "unidade e união"- eles são um prodíjio.

domingo, 12 de novembro de 2017

Tucanos gritam “fora, Aécio”. Hilário!

Por Altamiro Borges

A crise no PSDB é tão violenta que tem produzido cenas hilárias. Neste domingo (12), durante a convenção estadual da sigla golpista em São Paulo, um dos coros mais repetidos pelos tucanos foi “fora, Aécio”. Nem os apelos pela unidade partidária, proferidos pelo picolé de chuchu Geraldo Alckmin e por outros caciques da legenda, conseguiram conter a bronca dos filiados paulistas contra o cambaleante senador mineiro Aécio Neves, que na semana passada patrocinou mais um golpe – o que já virou sua especialidade – contra o próprio presidente do PSDB, Tasso Jereissati. O convescote apenas confirmou que a briga no ninho é sangrenta e não será facilmente estancada, como registrou a própria Folha tucana: