Por Tarso Genro, no site Sul-21:
Luhmann, ao estudar o funcionamento da democracia nas sociedades complexas, opta pela recusa de novas formas de participação democrática na gestão pública, porque, sendo característico destas sociedades certo distanciamento entre o “poder social” e o “poder político”, a introdução de mais interessados na “produção de decisões” –sustenta– acaba por bloquear o funcionamento do Estado e assim esvaziar a legitimidade do sistema político. Vejam a ironia: hoje, o esvaziamento das funções públicas do Estado vem precisamente da ausência de “poder social” sobre o Estado e da fraqueza, deste, perante a força normativa do capital financeiro, que subjuga a legalidade do Estado e subordina-o aos seus ajustes universais.
Luhmann, ao estudar o funcionamento da democracia nas sociedades complexas, opta pela recusa de novas formas de participação democrática na gestão pública, porque, sendo característico destas sociedades certo distanciamento entre o “poder social” e o “poder político”, a introdução de mais interessados na “produção de decisões” –sustenta– acaba por bloquear o funcionamento do Estado e assim esvaziar a legitimidade do sistema político. Vejam a ironia: hoje, o esvaziamento das funções públicas do Estado vem precisamente da ausência de “poder social” sobre o Estado e da fraqueza, deste, perante a força normativa do capital financeiro, que subjuga a legalidade do Estado e subordina-o aos seus ajustes universais.