quarta-feira, 4 de maio de 2016

Como Temer trama o retrocesso

Por Carlos Frederico Rocha, no site Outras Palavras:

Ao se colocar como alternativa à presidência, o vice-presidente Michel Temer preparou um documento sobre quais seriam as linhas gerais seguidas em um suposto governo de substituição à presidente Dilma Roussef. O documento se chamou “Uma ponte para o futuro” [i1]. Este texto procura apresentar criticamente suas principais propostas e desenhar um possível cenário, caso a hipótese de impedimento da presidente venha a se verificar.

Marcha na Paulista contra mídia golpista

Do site da UJS:

Na próxima quinta (05), o FNDC, a Frente Brasil Popular e diversos movimentos sociais ligados a pauta da democratização da comunicação realizarão uma aula pública seguida de uma caminhada até a antena da Rede Globo, na Avenida Paulista, para marcar a luta contra o golpismo levado a cabo pela grande mídia, e principalmente pela própria emissora carioca.

A concentração acontece às 18 horas, no vão livre do Masp, na capital paulista. A antena da Rede Globo fica na própria avenida.

Censura ressurge em "época de trevas"

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

É cada vez mais frequente, no âmbito das instituições brasileiras, intervenções que apontam para o ressurgimento da censura. Na sexta-feira (29), uma liminar da 9ª Vara Cível de Belo Horizonte proibiu que ocorresse uma assembleia estudantil que iria debater o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Um dia antes, o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel foi alvo de protestos no Senado, onde denunciou o golpe de Estado. Por exigência da oposição, a palavra “golpe” foi retirada dos registros de sua fala. Na segunda-feira (2), o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) dirigiu-se ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, dizendo que ele estava “impedido" de usar a mesma palavra.

Ataque a Lula visa enfraquecer resistência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A notícia de que o PGR Rodrigo Janot decidiu denunciar Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato era previsível demais para causar qualquer surpresa.

Do ponto de vista da oposição articulada para derrubar Dilma, ao colocar uma espada sobre o destino de Lula o PGR realiza um movimento tático importante. Qualquer que possa ser seu fundamento técnico, qualquer que seja o desdobramento jurídico, a denuncia envolve a liderança popular que, pela força de seu papel na história do país, tornou-se a primeira voz no esforço para tentar impedir a consumação de um pedido impeachment que, sem a demonstração de crime de responsabilidade, assume o perfil escancarado de golpe de Estado.

Impeachment: expectativa e realidade

Por Murilo Cleto, na revista Fórum:

O governo Temer, ao menos o provisório, já é questão de dias. Chega ao fim um longo ciclo que teve início no dia seguinte à reeleição de Dilma e que contou com forte engajamento partidário, social e empresarial na luta, segundo a alegação, por um país livre da corrupção e do desemprego.

E há, evidentemente, quem tenha embarcado na caravana do impeachment com expectativas genuínas como estas. Mas o desenrolar dos fatos tem demonstrado que a realidade tem tudo para sair bem diferente da expectativa. E uma reflexão sobre cada uma destas expectativas é necessária, à medida que se anuncia um novo Brasil.


Afugentar as assombrações golpistas

Por Haroldo Lima, no blog de Renato Rabelo:

Chegamos a uma grande inversão de valores. O “avesso do avesso do avesso do avesso” aconteceu aos nossos olhos, há poucos dias: corruptos bradando contra a corrupção, numa Câmara presidida por um corrupto, para retirar do poder uma mulher que não é corrupta. A história, algum dia, contará todo esse transe.

Mostrará, constrangida, como uma camada da população não aceitou que pobres tivessem acesso à universidade e pudessem viajar de avião; como políticos, derrotados nas urnas, em 2014, insurgiram-se contra a vontade do eleitorado; como pautas-bomba foram explodidas no Parlamento para desestabilizar o governo e o país.

O xadrez do impeachment de Temer

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O fato novo, que surgiu no fim da noite de ontem, foi a provável inabilitação de Michel Temer para as próximas eleições, como efeito de sua condenação em segunda instância pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo. É mais uma peça nesse nosso xadrez absolutamente imprevisível. Não afeta seu mandato atual, mas o impedirá de se candidatar em 2018.

Acompanhe os próximos lances.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Alesp virou refúgio da máfia da merenda

Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

No final da tarde desta terça-feira (3), centenas de estudantes secundaristas ocuparam a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Eles exigem a imediata instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o desvio de milhões de reais da merenda escolar. Segundo inúmeras denúncias, o próprio presidente da Alesp, deputado Fernando Capez - que adora desfilar nas marchas golpistas "pela ética" - seria um dos líderes do esquema mafioso. Diante da falta de transparência de Geraldo Alckmin - que governa com base em documentos sigilosos -, da subserviência da maioria dos deputados estaduais - que sempre sabotou CPIs para investigar os crimes tucanos -, e do silêncio do Judiciário paulista - que parece um biombo do PSDB -, os estudantes resolveram agir, numa ação ousada e combativa. De imediato, o governador tucano-fascista acionou a tropa de choque da PM.


Janot quer investigar Aécio. Puro teatro!

Por Altamiro Borges

Acusado internacionalmente de ser um dos principais cúmplices do "golpe dos corruptos" no Brasil, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu fazer uma encenação bisonha. Nesta segunda-feira (2), ele finalmente solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação sobre as várias denúncias de corrupção contra o cambaleante Aécio Neves. Num gesto teatral, ele pediu na abertura do inquérito que o presidente nacional do PSDB preste depoimento em até 90 dias sobre as suspeitas de recebimento de propina de Furnas. Será que ainda dá para acreditar minimamente no senhor Rodrigo Janot, sempre tão servil e dócil diante dos tucanos de alta plumagem?

Estudantes exigem CPI do Merendão

Fotos: Mídia Ninja

Do blog Viomundo:

O esquema de fraude na merenda do governo Geraldo Alckmin (PSDB) veio à tona em janeiro deste ano.

Segundo o Ministério Público paulista, uma cooperativa de agricultores, a Coaf, assinou ao menos R$ 7 milhões em contratos com 21 prefeituras, além do governo estadual, somente entre 2014 e 2015, para o fornecimento de alimentos e suco para a merenda.

Vacilante, PSDB pede milagres a Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Aécio Neves foi ao encontro de Temer levando um “documento programático” que mais parece um pedido ao “santo das causas impossíveis”. São as condições para o apoio do PSDB ao virtual governo do vice-presidente e constituem um programa de governo que o próprio PSDB não implementou em oito anos de FHC. Pedir tanto milagre pode ser uma senha para o recuo na decisão de participar do governo. Nas últimas horas voltou a circular a tese de que o apoio devia ser apenas parlamentar. Neste momento, o resultado do encontro Aécio-Temer ainda não é conhecido.

Agonia e êxtase do liberalismo decadente

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Piero Gobetti (1901-1926), autor entre outros de “La Rivoluzione Liberale”(abril de 1924), jornalista e intelectual antifascista faleceu muito jovem. Morreu no exílio francês, com seu estado de saúde agravado, depois de ter sido violentamente agredido por uma quadrilha fascista. A agressão prenunciava o que seria a ditadura de Mussolini, a partir do Golpe de Estado -progressivo e com apoio das forças da aristocracia industrial-latifundiária italiana- concretizado em 30 de outubro de 1922. Os Golpes de Estado - parece que só não sabem os juristas “liberais” e colunistas da grande mídia - nem sempre são golpes militares ou provenientes de ações armadas das forças de segurança.

Primeiros passos da ditadura pós-moderna

Por Renato Rovai, em seu blog:

Neste momento já não são mais nem poucos e nem tão discretos os sinais de que avança com força a constituição de um regime de força jurídico-midiático-policial no Brasil que deve ter o futuro governo Temer como parceiro, mas também como refém.

Três casos muito recentes merecem destaque e reflexão:

a) A invasão do Centro de Paula Souza pela PM de São Paulo, comandada pelo secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes, sem mandado judicial.

Sobre a noite escura no Brasil

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

O golpe tem inspirado projeções bastante sinistras para o futuro próximo, em especial de aumento da taxa de coação estatal, diminuição das liberdades, aprofundamento do processo de criminalização das atividades políticas.

No entanto, essas coisas apenas serão uteis politicamente ao golpe se a mídia corporativa assumir uma hegemonia ainda maior da que já possui hoje, e puder controlar a narrativa de todos os fatos.

O impeachment como uma antirrevolução

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Sou um dos poucos que tem dito e repetido que a ascensão do PT e de seus aliados ao poder central do estado tem significado a verdadeira revolução pacífica brasileira que, pela primeira vez, ocorreu no Brasil. Florestan Fernandes escreveu sobre “A revolução burguesa no Brasil” (1974) que representou a absorção pelos empreendedorismo pós-colonial de um padrão de organização da economia, da sociedade e da cultura, com a universalização do trabalho assalariado, com uma ordem social competitiva e com uma economia de mercado de bases monetárias e capitalistas (cf.em Intérpretes do Brasil, vol 3, 2002 p. 1512).

Dilma já governa com a rua e resistirá

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

A história apertou o passo no país e quem não entender isso será atropelado pela velocidade dos acontecimentos.

Esse é um tempo em que jornais de hoje amanhecem falando de um remoto mundo de ontem; tempo em que a tergiversação colide com a transparência; tempo em que nenhum discurso faz mais sentido dissociado da tríade: ‘rua’, ‘resistência’ e ‘organização’.

As sirenes da história anunciam confrontos intensos no front.

6 razões do trabalhador contra o golpe

Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

Como ficaria o Brasil sem a política de valorização do salário mínimo, iniciada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e consolidada pela presidenta Dilma Rousseff? Um impeachment contra Dilma e um eventual governo do vice Michel Temer atacam a Consolidação das Leis Trabalhistas, proteção do trabalhador brasileiro. Com Temer será o fim das políticas de inclusão social, que melhoraram a vida dos mais pobres, e o início da agenda de exploração sem limites do trabalhador.

Confira o que propõe o Plano de Michel Temer para os trabalhadores:

Michel Temer, o títere como convém

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

A rapidez de raciocínio de Michel Temer pareceu-me demonstrada na quarta-feira 20. Disse ele que a história do golpe prejudica a imagem do Brasil no exterior. Observação impecável. Prejudica muito. Além da conta.

Mundo afora, ganha substância a percepção de que o paraquedista do impeachment, arguto professor, prepara-se para assumir o comando de um governo inexoravelmente ilegítimo. A despeito de sua sagacidade, permito-me formular uma pergunta aos meus céticos botões: será que percebe sua condição de títere do momento?

Zezé 'Helicoca' Perrela e o impeachment

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Quando você pensa que o circo em torno do impeachment não poderia piorar eis que aparece Zezé Perrela. Ele é integrante da Comissão do Senado que julga Dilma.

A posteridade terá que decifrar, no futuro, como um homem como Perrela teve poder para remover alguém como Dilma.

Perrela virou senador por herança. Era suplente de Itamar Franco, morto em 2011.

Investigação sobre Aécio não vale nada

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Houve gente que me achou pessimista quando disse que a investigação sobre Aécio Neves solicitada ao STF por Rodrigo Janot não servia para nada.

Têm razão estes leitores, isso foi produto de um velho vício meu, fora de moda, de acreditar na isenção das instituições brasileiras.

Mas não porque possam, afinal, “andar” estas apurações.