domingo, 4 de fevereiro de 2018

O lawfare neoliberal e o sacrifício de Lula

Por Carol Proner, no site Carta Maior:

A expectativa pelo destino político do pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, será o tema central da política brasileira até as eleições de outubro de 2018. Procurando transmitir confiança, mesmo sofrendo ataques que visam a execração pública, Lula sabe que será o grande protagonista do pleito eleitoral. E, no atropelo, os próceres do judiciário não perceberam que pisaram no acelerador da união das esquerdas que, também pelo gatilho de apoio nas eleições, unem-se denunciando que “eleição sem Lula é fraude”.

Presidenta do STF joga para a platéia

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

A presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, segue jogando para a plateia, conforme deixou claro em seu discurso na abertura dos trabalhos da instância máxima da justiça brasileira. Na cerimônia lá estavam o lesa pária Michel Temer, os patéticos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício de Oliveira, entre outros investigados pela justiça e com direito a fórum privilegiado.

Quando será aberta a caixa-preta da Justiça?

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Logo no início do seu primeiro mandato, Lula questionou o excesso de autonomia do Poder Judiciário e defendeu a existência de um controle externo. “Não é meter a mão na decisão do juiz. É pelo menos saber como funciona a caixa-preta de um Judiciário que muitas vezes se sente intocável”. A declaração causou grande mal-estar entre os magistrados. Imediatamente, presidentes de tribunais superiores e de entidades de classe dos juízes a repudiaram. Essa grande reação corporativista é um padrão, acontece toda vez que a categoria é criticada publicamente.

Tiririca da elite e outros bichos assanhados

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Quem dá mais? A oito meses da eleição, abriram-se os os portões do grande leilão do voto.

Em clima de festa do caqui, candidatos procuram partidos e partidos procuram candidatos.

Avacalhou de vez. Ninguém é de ninguém, a campanha eleitoral virou um vale-tudo.

Já dando como favas contadas que a República da Toga vai decretar o impedimento e a prisão de Lula, candidatos e partidos sem voto estão cada vez mais assanhados na disputa do butim.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Silvio Santos, Temer e a mediocridade

Por Bruno da Costa Ferreira, na revista CartaCapital:

No domingo 28, o programa de Senor Abravanel, mais conhecido como Sílvio Santos, transmutou-se em instrumento de agitação e propaganda do governo ilegítimo de Michel Temer, convidado para defender, ao lado do proprietário do SBT, a reforma da previdência.

Após utilizar o seu “revólver da fortuna” para disparar cédulas de 10 e 50 reais em direção à plateia, premiada para aplaudir toda e qualquer asneira verbalizada pelo apresentador e para prestigiar todo e qualquer meliante convidado ao programa, Silvio Santos anunciou a presença de Michel Temer. Juntos, afirmaram aos telespectadores que a reforma é necessária para garantir o futuro da aposentadoria e que as novas regras propostas afetam apenas aqueles que ganham mais, poupando os mais pobres.

A estatística sob medida para prender Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Apareceu um estranho argumento estatístico no mais atual debate jurídico do país, aquele que gira em torno da preservação do artigo 5, incisivo LVII da Constituição, que diz que “nenhuma pessoa será considerada culpada até o transito em julgado de sentença penal condenatória”.

Como nós sabemos, essa garantia foi suspensa pelo STF em 2016, numa votação apertada de 6 a 5, logo depois da derrubada de Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade, quando a força política da Lava Jato se encontrava no auge.

O debate tem uma importância óbvia no Brasil de 2018. O trânsito em julgado pode ser o último recurso jurídico para evitar a prisão de Lula por 12 anos, sem prova de crime, e garantir sua presença na campanha presidencial na qual aparece como o candidato em primeiro lugar em todas as pesquisas.

Golpistas manipulam na TV e na internet

Temer usa ricaços contra a Previdência

Editorial do site Vermelho:

Quando o dinheiro manda, quem dá as ordens são os donos do dinheiro.

Esta verdade é novamente comprovada pela notícia, divulgada nesta terça-feira (30), de que o governo usurpador de Michel Temer repassou a agentes do mercado financeiro uma lista com os nomes de pelo menos 90 deputados federais “indecisos”, contrários à contrarreforma da Previdência.

A informação, obtida pela Agência Reuters, foi confirmada por duas fontes – uma do mercado e outra do próprio Palácio do Planalto.

Algozes de Lula recebem auxílio-moradia

Por Hylda Cavalcanti, Luciano Velleda e Paulo Donizetti de Souza, na Rede Brasil Atual:

O fato de o juiz federal de Curitiba Sérgio Moro receber auxílio-moradia não é um caso isolado. Segundo reportagem de Ana Luiza Albuquerque, no jornal Folha de S.Paulo, mesmo morando em imóvel próprio de 256 metros quadrados na capital paranaense, o magistrado que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em primeira instância – acusado de ter recebido como propina um tríplex em Guarujá que nunca foi seu –, recebe auxílio de R$ 4.378 pagos pelo contribuinte.

O privilégio, porém, não é exclusivo. Os três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que ratificaram a condenação de Lula e ampliaram sua pena de prisão também recebem o benefício.

"Brasil que eu quero": o fracasso da Globo

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Se o leitor passou ao menos 10 minutos sintonizado na TV Globo nas últimas semanas, certamente terá sido bombardeado pela maçante campanha “O Brasil Que Eu Quero”, na qual o telespectador é instado a enviar um vídeo de 15 segundos sobre o que deseja para o país no futuro.

A coisa não tem saído como a emissora e os criadores da campanha esperavam. Além da chatice das instruções com uma repetição exaustiva de ‘dois passos de distância e celular na horizontal’, o intuito da campanha está sendo questionado por um número expressivo de telespectadores e internautas (sim, porque os apresentadores de telejornais estão empenhados em divulgar a campanha também em suas redes sociais).

Auxílio-moradia e a aristocracia pornográfica

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Enquanto suas excelências, juízes e juízas federais, embolsarão neste ano cerca de R$ 400 milhões a título do privilégio pornográfico chamado “auxílio-moradia”, o orçamento do programa Minha Casa Minha Vida [mcmv] para 2018 sofreu um corte, ainda mais pornográfico, de R$ 1,5 bilhão.

Os 2 justiceiros mais destacados da Lava Jato, Sérgio Moro e Marcelo Bretas, possuem luxuosas residências nas cidades de Curitiba e Rio, onde trabalham e residem. Apesar disso, eles recebem auxílio-moradia, para espanto geral da cínica classe média, ainda crédula no discurso moralista típico de canalhas.

A 'reforma' trabalhista e os sindicatos

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

A nova legislação trabalhista, ao enfraquecer o poder de negociação dos sindicatos e reduzir o financiamento deles, impõe uma reforma sindical cuja constitucionalidade vem sendo questionada por argumentos jurídicos consistentes.

Duas das principais fontes de financiamento sindical, que representam cerca de 70% da receita corrente das entidades, estão sendo atacadas. Uma é a contribuição sindical (desconto anual de um dia de trabalho de todos os empregados), destinada à manutenção de sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais; e ao Ministério do Trabalho. Tinha caráter obrigatório desde que foi implantada, mas, com a atual legislação, passou a ser facultativa.

A desculpa de Moro pra vantagem indevida

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Sérgio Moro veio com a explicação para o recebimento indevido – sim, indevido, porque não se trata de indenização por gasto em moradia – do auxílio que ele recebe para morar em apartamento próprio.

- O auxílio-moradia é pago indistintamente a todos os magistrados e, embora discutível, compensa a falta de reajuste dos vencimentos desde 1 de janeiro de 2015 e que, pela lei, deveriam ser anualmente reajustados - disse ele a O Globo.

75 anos da vitória soviética em Stalingrado

Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Mauricio Grabois:

Há 75 anos, no dia 3 de fevereiro de 1943, era formalizada a rendição alemã em Stalingrado. Esta foi a maior derrota militar que as tropas nazistas haviam sofrido até então. Naquela batalha homérica, os soviéticos destruíram um exército invasor composto por cerca de trezentos e trinta mil homens e fizeram mais de noventa mil prisioneiros, entre eles vinte e quatro generais e um marechal de campo. O mundo inteiro tomava consciência, pela primeira vez, de que a Alemanha de Hitler não era invencível. No final de tudo, afirmou o poeta comunista Aragon, "não foi Stalingrado que caiu, como pretendiam os reacionários, mas a própria dominação hitlerista."


O futuro acerto de contas do Judiciário

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A crise do presidencialismo de coalizão nasceu de uma semeadura persistente, de escândalos históricos do mundo político, reiterados, repetidos, que jamais foram enfrentados pelas instituições e pelos partidos hegemônicos, nem pelo PSDB, nem pelo PT. A Lava Jato explodiu em cima de um campo minado. Foi apenas uma questão de tempo para tudo vir abaixo.

A próxima crise institucional já tem um personagem à vista: o Poder Judiciário. Nos últimos anos, a arrogância, o corporativismo, o protagonismo político, a falta de sensibilidade das principais lideranças gerou bolhas de desconfiança, que explodirão assim que Executivo e Legislativo se livrarem da organização criminosa que os controla atualmente e recuperarem um mínimo de legitimidade.

Judiciário: os podres começam a aparecer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No sistema social indiano, a casta superior dos brâmanes teria saído da própria cabeça do deus Brahma, o que confere onipotência a seus membros e dever de obediência aos demais. Os integrantes do chamado Sistema de Justiça Brasileiro (composto pelo MPF, o Poder Judiciário e adicionalmente a Polícia Federal, na função de polícia judiciária) podem não se sentir filhos de Têmis, deusa grega da Justiça, mas nos últimos anos vêm agindo como uma nova casta, portadora exclusiva da honestidade e da decência, e por isso credenciada a usufruir de privilégios e a fustigar os outros poderes (desmoralizados e enfraquecidos demais para reagir), os partidos políticos e as organizações sociais.

“Apatia do povo”, argumento enganoso

Por Paolo Colosso, no site Outras Palavras:

Boa parte das esquerdas sente-se acuada com a politização do Judiciário, que acelera um julgamento cujas sentenças são visivelmente alinhadas. De fato, o caminhar dos fatos deixa claro a que veio a ruptura de 2016. Mas a nitidez do estrategismo e o cinismo dos atores políticos que orbitam em torno do bloco no poder são fatores que reforçam o déficit de legitimidade perante o grosso população e, ainda, a perda de hegemonia também das narrativas conservadoras.

O trabalhador está vivendo de "bico"


A dilapidação dos empregos com carteira assinada está mais célere do que se esperava: menos de um ano após a “reforma” trabalhista ser aprovada pelo consórcio PMDB-PSDB, o número de brasileiros na informalidade disparou e superou pela primeira vez os que têm CLT. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, no último trimestre do ano passado o país tinha 34,31 milhões de trabalhadores atuando como autônomos ou na informalidade, contra 33,32 com carteira assinada e direitos garantidos, como férias anuais, FGTS e 13º salário. Houve uma queda de quase 1 milhão no número de trabalhadores com carteira em relação ao mesmo período de 2016.

O senso imoral de justiça de Moro e Bretas

Por Renato Rovai, em seu blog:

As leis são filhas do seu tempo. São utilizadas em boa medida para impedir o livre arbítrio dos seres humanos em nome da boa convivência em sociedade. E servem à domesticação, como já apontou Foucault.

Leis são construídas a partir dos interesses de quem tem mais força pra fazê-las. A escravidão foi legal no Brasil até 1888. Homens brancos que torturavam suas posses negras agiam amparados pela lei.

Não há mérito em cumprir a lei quando ela é injusta, imoral, corrupta e atenta contra os interesses de grupos ou da sociedade como um todo.

Onda conservadora e a 'nova normalidade'

Por Reginaldo Moraes, no site Carta Maior:

Há uma estória antiga, dizendo que quando a gente está com medo fica assobiando no escuro. Uma reação infantil, claro, mas acalma. Por vezes, botar no papel as ideias tem esse efeito. E pode ser que sirva também para os outros. Então, aí vai mais um assobio no escuro.

Tenho amigos que faz algum tempo passaram a reduzir a importância do que chamam de “a politica” ou da “política institucional”. Nesse rótulo o que se incluía, principalmente, eram os partidos e as eleições.