domingo, 16 de junho de 2024

Streaming já supera SBT, Band e Record

Reprodução da internet
Por Altamiro Borges


Pesquisa da Kantar Ibope divulgada na semana passada revelou que o serviço de streaming já superou a soma das participações das emissoras Record, SBT e Bandeirantes no horário nobre. Em maio deste ano, a fatia das três redes de TV aberta na audiência nacional foi menor do que os conteúdos assistidos em plataformas como YouTube, Netflix ou na própria internet. Juntas, elas detiveram 21,3% de participação ante 23,2% do CSR, sigla usada pelo Kantar para classificar o streaming. A TV Globo permanece na liderança com 36,1% da audiência.

Conforme enfatiza artigo da Folha, o peso das plataformas “vem aumentando em desfavor das emissoras. Em abril, a proporção foi de 20,9% contra 23%, respectivamente”. Há controvérsias, porém, sobre a pesquisa da Kantar. A poderosa Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) questiona a metodologia utilizada. “A tensão em relação a essa aferição é tamanha que, em maio, a CEO do Kantar, Melissa Vogel, se demitiu. Por meio de sua assessoria, a empresa nega qualquer relação entre a saída de sua executiva e a pressão dos radiodifusores”, registra o jornal.

Disputa encarniçada pelo mercado publicitário

A Abert alega que os indicadores de audiência do streaming (CSR) mostram todos os conteúdos de vídeo em circulação na internet: VOD (Netflix, por exemplo), pendrive, notebook e até programas da própria TV aberta exibidos fora da grade. A entidade dos radiodifusores afirma que essa metodologia apresenta dados irreais e incomparáveis. A gritaria é por motivos financeiros. “Apresentar essa comparação prejudicaria ainda mais o mercado publicitário das TVs, acelerando um processo que interessa para as big techs”, descreve a Folha.

Para a Abert e a Abratel, outra associação representativa dos radiodifusores, a adoção de qualquer modelo de integração de métricas de audiência da TV e das plataformas digitais é “indesejável e pode provocar graves prejuízos ao mercado publicitário e à livre concorrência”. Em comunicado conjunto recente, ambas afirmaram que essa metodologia cria no mercado falsas percepções sobre a audiência. A briga sobre a métrica, porém, não esconde a crescente crise da televisão, dominada por meia dúzia de oligarquias brasileiras, e o aumento do peso das plataformas digitais, controladas por meia dúzia de big techs estrangeiras.

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