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Ilustração: Cival Einstein |
Por Ignacio Ramonet, no site Carta Maior:
É possível que 2017 seja recordado na história como o ano da Grande Muralha. Por que? Porque Donald Trump, o novo presidente dos Estados Unidos, está decidido a edificar uma monumental barreira de proteção na fronteira com o México – segundo ele, para impedir a “invasão” dos imigrantes ilegais vindos do “perigoso sul”.
Alguém deveria ensinar um pouco de História ao mandatário estadunidense, recordar a ele a parte que contra que essas ciclópeas fortificações quase nunca tiveram a eficácia que delas se esperava. Afinal, os chineses, na antiguidade, construíram a Grande Muralha para deter o avanço dos mongóis. O Império Romano, no norte da Inglaterra, ergueu o colossal Muro de Adriano para rechaçar os bárbaros da Escócia. Como se sabe, em ambos os exemplos históricos, essas gigantescas paredes de pedra não foram capazes de evitar o fracasso. Os mongóis passaram, também os manchus, assim como os caledonianos em Britânia… Como seguirão passando, rumo aos Estados Unidos, os mexicanos, os centro-americanos, os caribenhos, os muçulmanos… Na eterna dialéctica militar do escudo e da espada, a ideia de Trump de fazer sua grande muralha resultará em milhares de túneis subterrâneos, que provavelmente já estão se estão perfurando…