Por Jorge Beinstein, no site Carta Maior:
A radicalização reacionária dos governos de países como Paraguai, Argentina, Brasil, México ou Honduras começa a gerar polêmica em torno de sua caracterização.
Nenhum desses regimes resultou de golpes de estado militares, ainda que os casos de Brasil, Honduras e Paraguai tenham surgido através de novos tipos de golpe de Estado, baseados em paródias constitucionais protagonizadas pelos respectivos poderes legislativos – e, quando necessário, em combinação com os poderes judiciário e midiático. No Brasil, a Presidência passou a ser exercida pelo outrora vice-presidente Michel Temer (alçado por um golpe parlamentar), cujo nível de aceitação popular, segundo diversas pesquisas, não vai além dos 3 % da cidadania. No Paraguai ocorreu algo semelhante: o presidente foi derrubado pelo Congresso e substituído por um vice que trabalhou, nas eleições seguintes para a posterior vitória eleitoral de Horacio Cartes, um dos principais arquitetos do golpe e figura de ultradireita claramente vinculada ao narcotráfico.