Por Bepe Damasco, em seu blog:
Talvez apenas nos episódios que antecederam o suicídio de Vargas e o golpe de 1964, a história do Brasil tenha registrado movimento tão maciço, intenso e articulado dos meios de comunicação visando o desgaste e a desmoralização de um governo como o que assistimos agora. A diferença é a estratégia para apear do poder a corrente política que o ocupa. Em 1954 e 1964, a ação tinha o objetivo escancarado de quebrar a ordem constitucional, no que acabaram logrando êxito em 1964. Hoje, o monopólio midiático mira a eleição de 2014, apostando todas as suas fichas em ver a presidenta Dilma chegar ao pleito com o carimbo do fracasso na gestão da economia. Para isso, mentem, omitem, distorcem fatos e números e lançam campanhas para apavorar a população.
E a disputa pelo imaginário popular, como fica ? E a gramsciana hegemonia moral ? Será que basta conquistar a maioria dos eleitores a cada quatro anos ? Vale a pena abrir mão, sem luta, de um setor da população ainda influenciado pelo PIG ? E quanto aos milhões de militantes e eleitores que acreditam e confiam no nosso projeto ? Não seria uma covardia abandoná-los à própria sorte ante o turbilhão de notícias negativas sobre o governo, o PT e partidos aliados ? Do ponto de vista estrito da informação como mola-mestra da democracia e da afirmação da cidadania, por que não oferecer à sociedade uma outra versão dos fatos ? Os governos não têm a obrigação de esclarecer a população e se bater sempre pela garantia pública de acesso a informações corretas ?
Não, não vou voltar à ladainha sobre o engavetamento por parte do governo Dilma do projeto de novo marco regulatório da radiodifusão, elaborado pelo ex-ministro Frankilin Martins com base nas deliberações da Conferência Nacional de Comunicação e num périplo pelo mundo para conhecer a experiência de regulação de vários países. Já dou como favas contadas que o governo não vai enfrentar os barões da mídia. Ponto. Contudo, muito poderia ser feito a partir dos recursos de que o governo dispõe. Depende somente de articulação e, sobretudo, de decisão política.
É preciso levar em conta que, embora cumpram um papel importantíssimo de contraponto ao monopólio da mídia, a blogosfera progressista e o bravo pessoal do facebook e do twitter atuam como guerrilheiros diante do exército regular do PIG. Sendo assim, é urgente que o governo defina uma estratégia de enfrentamento ao massacre midiático, envolvendo não só seus próprios instrumentos de mídia, mas todos os ministérios, estatais, autarquias, etc.
Por exemplo : se a presidenta Dilma sempre colhe dividendos políticos quando ocupa a cadeia nacional de rádio e tevê, vide anúncio da redução da conta de luz, Dia da Mulher e Dia do Trabalhador, por que não utilizá-la com mais frequência ? Não se trata, é claro, de banalizar essa alternativa preciosa de comunicação com a massa. Mas cabia ou não um pronunciamento da presidenta a partir do momento em que o PIG passou a culpar a Caixa Econômica pelo problema com o Bolsa Família ? Claro que sim.
Outra coisa : sob a coordenação da presidenta, os ministros podem se organizar numa espécie de força-tarefa em defesa do governo. Tipo : diante da publicação de quaisquer matérias sacanas que tenham a ver com as suas pastas, chamem uma coletiva de imprensa, soltem nota oficial, botem a boca no trombone. Não resta dúvida de que o espaço destinado pela direita midiática em seus veículos não será dos maiores. No entanto, o silêncio significa não só a certeza de que nenhuma linha de sua versão será publicada, como também fortalece sentimentos como "quem cala consente"
Estranhamente, o governo da presidenta Dilma não conta, na batalha da comunicação, com o aguerrimento necessário da bancada de deputados e senadores do PT. Ao contrário, uma boa parte dos parlamentares , que até passado recente se notabilizavam pela combatividade e pelo compromisso militante em defesa das bandeiras do partido, mergulharam num estado de letargia inexplicável. Até acabam vez por outra subindo à tribuna para defender o governo, mas quase sempre sem o vigor e a contundência que o momento exige
Já nas direções nacional e estaduais do partido imperam um grau de apatia ainda maior. Toda a energia política dessas instâncias está canalizada para os conchavos, articulações e tratativas com vistas à eleição interna deste ano (PED) e às eleições para presidente, governadores, deputados e senadores de 2014. Tomara que saibam o que estão fazendo.
Talvez apenas nos episódios que antecederam o suicídio de Vargas e o golpe de 1964, a história do Brasil tenha registrado movimento tão maciço, intenso e articulado dos meios de comunicação visando o desgaste e a desmoralização de um governo como o que assistimos agora. A diferença é a estratégia para apear do poder a corrente política que o ocupa. Em 1954 e 1964, a ação tinha o objetivo escancarado de quebrar a ordem constitucional, no que acabaram logrando êxito em 1964. Hoje, o monopólio midiático mira a eleição de 2014, apostando todas as suas fichas em ver a presidenta Dilma chegar ao pleito com o carimbo do fracasso na gestão da economia. Para isso, mentem, omitem, distorcem fatos e números e lançam campanhas para apavorar a população.
Desesperado, o PIG quer, sobre pau e pedra, passar a impressão de que nada funciona num país que está à beira do abismo. E como reage o governo ? "Ah, bobagem, estamos monitorando a situação diariamente junto ao eleitorado através de levantamentos diários, os trackings. E eles mostram que o bombardeio midiático não foi capaz de abalar a imagem da presidenta Dilma e de seu governo",dizem assessores palacianos. Mas que diabo! Noves fora esse autismo político, será que governos do campo popular podem se dar ao luxo de priorizar apenas a próxima eleição ?
E a disputa pelo imaginário popular, como fica ? E a gramsciana hegemonia moral ? Será que basta conquistar a maioria dos eleitores a cada quatro anos ? Vale a pena abrir mão, sem luta, de um setor da população ainda influenciado pelo PIG ? E quanto aos milhões de militantes e eleitores que acreditam e confiam no nosso projeto ? Não seria uma covardia abandoná-los à própria sorte ante o turbilhão de notícias negativas sobre o governo, o PT e partidos aliados ? Do ponto de vista estrito da informação como mola-mestra da democracia e da afirmação da cidadania, por que não oferecer à sociedade uma outra versão dos fatos ? Os governos não têm a obrigação de esclarecer a população e se bater sempre pela garantia pública de acesso a informações corretas ?
Não, não vou voltar à ladainha sobre o engavetamento por parte do governo Dilma do projeto de novo marco regulatório da radiodifusão, elaborado pelo ex-ministro Frankilin Martins com base nas deliberações da Conferência Nacional de Comunicação e num périplo pelo mundo para conhecer a experiência de regulação de vários países. Já dou como favas contadas que o governo não vai enfrentar os barões da mídia. Ponto. Contudo, muito poderia ser feito a partir dos recursos de que o governo dispõe. Depende somente de articulação e, sobretudo, de decisão política.
É preciso levar em conta que, embora cumpram um papel importantíssimo de contraponto ao monopólio da mídia, a blogosfera progressista e o bravo pessoal do facebook e do twitter atuam como guerrilheiros diante do exército regular do PIG. Sendo assim, é urgente que o governo defina uma estratégia de enfrentamento ao massacre midiático, envolvendo não só seus próprios instrumentos de mídia, mas todos os ministérios, estatais, autarquias, etc.
Por exemplo : se a presidenta Dilma sempre colhe dividendos políticos quando ocupa a cadeia nacional de rádio e tevê, vide anúncio da redução da conta de luz, Dia da Mulher e Dia do Trabalhador, por que não utilizá-la com mais frequência ? Não se trata, é claro, de banalizar essa alternativa preciosa de comunicação com a massa. Mas cabia ou não um pronunciamento da presidenta a partir do momento em que o PIG passou a culpar a Caixa Econômica pelo problema com o Bolsa Família ? Claro que sim.
Outra coisa : sob a coordenação da presidenta, os ministros podem se organizar numa espécie de força-tarefa em defesa do governo. Tipo : diante da publicação de quaisquer matérias sacanas que tenham a ver com as suas pastas, chamem uma coletiva de imprensa, soltem nota oficial, botem a boca no trombone. Não resta dúvida de que o espaço destinado pela direita midiática em seus veículos não será dos maiores. No entanto, o silêncio significa não só a certeza de que nenhuma linha de sua versão será publicada, como também fortalece sentimentos como "quem cala consente"
Estranhamente, o governo da presidenta Dilma não conta, na batalha da comunicação, com o aguerrimento necessário da bancada de deputados e senadores do PT. Ao contrário, uma boa parte dos parlamentares , que até passado recente se notabilizavam pela combatividade e pelo compromisso militante em defesa das bandeiras do partido, mergulharam num estado de letargia inexplicável. Até acabam vez por outra subindo à tribuna para defender o governo, mas quase sempre sem o vigor e a contundência que o momento exige
Já nas direções nacional e estaduais do partido imperam um grau de apatia ainda maior. Toda a energia política dessas instâncias está canalizada para os conchavos, articulações e tratativas com vistas à eleição interna deste ano (PED) e às eleições para presidente, governadores, deputados e senadores de 2014. Tomara que saibam o que estão fazendo.
1 comentários:
Parabéns,tristemente...porque está
infelizmente certo.
Concordo em gênero,número e gràu.
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