Em frente ao Tuca, estudantes se reúnem momentos antes da invasão da tropa policial comandada por Erasmo Dias Foto: Acervo do Memorial da Democracia |
Não há muita diferença entre o fascista Jair Bolsonaro e o “civilizado” Tarcísio de Freitas, como o governador de São Paulo é embalado por setores da mídia. O tosco ex-presidente amava o coronel-torturador Brilhante Ustra. Já o forasteiro oportunista adora o coronel-truculento Erasmo Dias. Ambos são símbolos da sanguinária ditadura militar – da repressão, das torturas, das mortes e dos desaparecidos.
Para quem tinha dúvida sobre essa simbiose entre o criador e a criatura, “em manifestação enviada nesta segunda-feira, 4, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu a homenagem póstuma ao coronel reformado do Exército e ex-deputado estadual Antônio Erasmo Dias, expoente da ditadura militar (1964-1985)”, informa o Estadão.
Desculpa esfarrapada e acovardada
Como lembra o jornalão oligárquico – um dos responsáveis pelas “difíceis escolhas” dos paulistas – “o governo de São Paulo sancionou, em junho, uma lei que batizou um entroncamento de rodovias em Paraguaçu Paulista, cidade natal do coronel, no oeste do Estado, com o nome do militar. Tarcísio de Freitas afirma ao Supremo que Antônio Erasmo Dias foi deputado estadual por três legislaturas, 'eleito democraticamente', e que não há registro de 'qualquer condenação judicial por atos praticados durante sua vida pública pregressa geral'”.
As cínicas explicações do bolsonarista foram enviadas ao STF atendendo a pedido da ministra Cármen Lúcia. Ela é relatora de uma ação movida em conjunto pelo PT, PSOL e PDT e pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, contra a repugnante homenagem. Como desculpa esfarrapada e acovardada, “o governador alegou que, ao sancionar a lei, prestigiou a ‘deliberação democrática’ da Assembleia Legislativa de São Paulo e que a revisão da medida deveria partir dos próprios deputados”.
854 jovens presos na PUC-SP
As cínicas explicações do bolsonarista foram enviadas ao STF atendendo a pedido da ministra Cármen Lúcia. Ela é relatora de uma ação movida em conjunto pelo PT, PSOL e PDT e pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, contra a repugnante homenagem. Como desculpa esfarrapada e acovardada, “o governador alegou que, ao sancionar a lei, prestigiou a ‘deliberação democrática’ da Assembleia Legislativa de São Paulo e que a revisão da medida deveria partir dos próprios deputados”.
854 jovens presos na PUC-SP
Vale lembrar que o milico homenageado pelo “civilizado” Tarcísio de Freitas foi secretário de Segurança de São Paulo no governo de Paulo Egydio Martins (1975-1979) e ficou conhecido por ter liderado a invasão à PUC, em setembro de 1977, numa ação violenta que resultou na prisão de 854 jovens que participavam de um ato pela reorganização da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Ato público é proibido. Está todo mundo preso”, rosnava no pátio da PUC o coronel troglodita. Dos detidos, 92 foram fichados no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e 42 acabaram processados com base na Lei de Segurança Nacional por “subversão”.
Erasmo Dias foi deputado federal entre 1979 e 1983 e estadual entre 1987 e 1999. Ele morreu em 2010 aos 85 anos. Em entrevista concedida à Folha no aniversário de 30 anos da invasão da PUC, o coronel arrogante afirmou que “não faria nada diferente” e ainda ironizou os feridos na repressão: "Só usamos gás lacrimogêneo para fazer chorar e água fria pra esfriar a cabeça: são coisas ótimas para quem está de cabeça inchada”. Ele ainda elogiou o período da ditadura militar e disse considerar a tortura “justificável em determinados contextos”.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade, PT, PSOL, PDT e o Centro Acadêmico 22 de Agosto alegaram que é um absurdo “um dos mais emblemáticos agentes das violações aos direitos fundamentais perpetradas durante a ditadura” ser homenageado pelo governo de São Paulo. O forasteiro Tarcísio de Freitas, porém, é um fascista convicto, como o seu criador.
Erasmo Dias foi deputado federal entre 1979 e 1983 e estadual entre 1987 e 1999. Ele morreu em 2010 aos 85 anos. Em entrevista concedida à Folha no aniversário de 30 anos da invasão da PUC, o coronel arrogante afirmou que “não faria nada diferente” e ainda ironizou os feridos na repressão: "Só usamos gás lacrimogêneo para fazer chorar e água fria pra esfriar a cabeça: são coisas ótimas para quem está de cabeça inchada”. Ele ainda elogiou o período da ditadura militar e disse considerar a tortura “justificável em determinados contextos”.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade, PT, PSOL, PDT e o Centro Acadêmico 22 de Agosto alegaram que é um absurdo “um dos mais emblemáticos agentes das violações aos direitos fundamentais perpetradas durante a ditadura” ser homenageado pelo governo de São Paulo. O forasteiro Tarcísio de Freitas, porém, é um fascista convicto, como o seu criador.
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