terça-feira, 5 de setembro de 2023

PF mira financiadores dos atos golpistas

Charge: Fraga
Por Altamiro Borges


A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (5) a 16ª etapa da Operação Lesa Pátria, que investiga os terroristas que vandalizaram Brasília no fatídico 8 de janeiro. Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra 53 endereços em sete Estados: Minas Gerais (26), São Paulo (12), Paraná (6), Santa Catarina (3), Mato Grosso do Sul (2), Ceará (2) e Tocantins (2).

O ministro também determinou o bloqueio dos bens e contas dos investigados, ressaltando que a medida visa ressarcir os danos causados ​​ao patrimônio público pelos vândalos golpistas na depredação das sedes dos Três Poderes. O prejuízo estimado é de R$ 40 milhões. Na diligência, a PF ressalta que os alvos são “suspeitos pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição, deterioração ou inutilização de bem especialmente protegidos”.

Passaportes, bens e armas

Como informa o site g1, “a nova fase da operação Lesa Pátria mira pequenos e grandes financiadores que pagaram o transporte dos golpistas para os atos do dia 8 de janeiro. Foi esse custeio que permitiu a chegada em massa, em Brasília, dos integrantes de um dos maiores atos contra a democracia na história recente do país. Além de fazer buscas nos endereços, a PF também está apreendendo passaportes, bens e armas”.

Ainda segundo a matéria, “o foco é ‘descapitalizar’ essas pessoas para garantir o ressarcimento ao erário do prejuízo do 8 de janeiro. Essa fase da Lesa Pátria é considerada pelos investigadores como uma das mais importantes da apuração até aqui. Além de ‘quebrar a força’ dos financiadores, a ação acontece na Semana da Pátria – um recado didático do funcionamento das instituições contra as intenções golpistas”.

Em postagem nas redes digitais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, destacou a importância da operação. “Sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, Polícia Federal cumpre hoje mais 53 mandados judiciais, com busca e apreensão, além de indisponibilidade de bens. O trabalho continua em defesa da nossa Pátria, em semana tão simbólica. Que nunca mais queiram rasgar a nossa Constituição e destruir o Estado Democrático de Direito”.

Grandes empresários serão punidos?

Até agora não há maiores detalhes sobre os “pequenos e grandes financiadores” que foram visitados pela PF. O que se sabe é que a orquestração golpista contou com a grana de poderosos empresários, principalmente dos agrotrogloditas. No início de agosto, o site Metrópoles revelou que “parlamentares bolsonaristas temem que as quebras de sigilo decretadas pela CPMI coloquem em evidência empresários do agronegócio. Entre os aliados de Jair Bolsonaro, é dado como certo que os documentos comprovarão o financiamento de ônibus e estrutura para os atos que culminaram na destruição das sedes dos Três Poderes”.

A reportagem também lembrou um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que listou chefetes do agronegócio que financiaram os atos golpistas em Brasília. “Com data de 10 de janeiro, o documento revelado pelo jornal O Globo destaca um grupo informal, o Movimento Brasil Verde Amarelo (MBVA), como um dos principais articuladores dos atos intervencionistas e de apoio a Bolsonaro. Entre os citados no relatório, estão Antonio Galvan, da Aprosoja, e Jeferson da Rocha, apontado como líder do MBVA”.

Agrotrogloditas seguem impunes

Logo após os repugnantes episódios de vandalismo em Brasília, a própria Advocacia-Geral da União anunciou que “pedirá o bloqueio de bens de 100 empresas por financiamento dos golpistas” e solicitará “que a Justiça reserve parte dos recursos para cobrir os estragos na Esplanada dos Ministérios” – informou o site UOL em 10 de janeiro. “A AGU não informou ainda a natureza da atividade dessas empresas, mas afirmou que, por ora, apenas pessoas jurídicas serão responsabilizadas”.

“Segundo a AGU, esse grupo é suspeito de financiar o transporte de manifestantes golpistas até Brasília, por meio de fretamento de ônibus, com origem principalmente dos estados do Mato Grosso e de Santa Catarina. As empresas também seriam responsáveis por bancar os extremistas que estavam acampados no QG do Exército na capital federal. O ministro da Justiça, Flávio Dino, já havia informado que a pasta havia identificado financiadores de 10 estados do país. O ministro ainda disse que as empresas estariam ligadas ao agronegócio”.

Será que algum agrotroglodita será preso em decorrência da 16ª etapa da Operação Lesa Pátria? A conferir!

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