Por Herivelto Quaresma, no sítio Consciência.net:
No dia 30 de julho de 2011, houve um ato político de propaganda e lançamento dos grupos eliminatórios da Copa do Mundo, no salão de festas da Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
O ato durou aproximadamente três horas, teve ampla cobertura do Jornal Nacional e da grande mídia brasileira. Participaram dele a Presidenta Dilma Rousseff, o presidente da FIFA, o governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, o Ministro dos Esportes, o todo poderoso presidente da CBF Ricardo Teixeira e artistas globais que se revesavam entre chefes de cerimônia e apresentadores culturais.
Tudo isso para anunciar os grupos da Copa. Apenas isso.
Custo do evento: 30 milhões de reais. Quem pagou? 15 milhões foram pagos pela Prefeitura do Rio de Janeiro e 15 milhões de reais pelo Governo do Estado do Rio de janeiro. Ou seja, tudo pago com dinheiro do contribuinte.
Vejam alguns gastos que foram feitos com esses recursos, em tão pouco tempo:
- Aluguel do espaço na Marina da Glória, por um dia: 3,7 milhões de reais.
- Aluguel de 70 cadeiras com braço, que não havia no local: 204 reais por cadeira, pelo tempo de meio dia.
- A diretora que coordenou e planejou o evento recebeu 54 mil reais.
- Os artistas e convidados cobraram para ir 416 mil reais.
- O assistente geral da coordenadora recebeu 6 mil reais.
- Uma arquiteta júnior (não se sabe para que grande obra) recebeu 22,5 mil reais.
- O “supervisor de chegadas e partidas” levou 4 mil reais.
- O diretor de TV, imprensa e assessoria jurídica cobrou 162 mil reais.
- Cenografia do local: 2,24 milhões.
- Transportes dos artistas, de suas casas e hotéis até o local: 112 mil reais.
- Custo da produção do evento (?): 1,716 milhões.
O motorista, coitado, recebeu apenas 3,5 mil por um dia de trabalho.
Tudo isso pago com dinheiro público e sem nenhuma licitação, pois o evento era sui generis, excepcional e poucas pessoas teriam capacidade no Brasil para organizá-lo… A justificativa: seria transmitido para todo mundo.
Mas isso não é a parte mais “interessante”. Qual foi a empresa prestadora de serviços que recebeu os trinta milhões de reais, de dinheiro público, e aplicou desta maneira? A GEO Eventos. Proprietários da empresa: Organizações Globo e Grupo RBS (associado da Globo no Rio Grande do Sul).
Por meio de nota, a empresa GEO Eventos explicou ao jornalista: “(…) os valores do serviço foram estabelecidos na proposta, que previu uma remuneração padrão, dentro de preços de mercado, e foram correspondentes ao prazo e complexidade das operações de produção. A apresentação de documentação e prestação de contas ocorreu dentro do modelo dos eventos patrocinados pela Prefeitura e Governo do Estado do Rio de Janeiro”.
Ou seja: foi uma roubalheira generalizada, mas com o crivo do Estado e, portanto, oficial.
Por tudo isso, a Rede Globo se cala diante dos descalabros do Ricardo Teixeira, que será investigado pela Polícia Federal por remessa de dinheiro ilegalmente para o Brasil e lavagem de dinheiro.
O dinheiro supostamente enviado para o Brasil teria sido recebido por Teixeira como suborno por parte da empresa de marketing ISL, para garantir que ela tivesse o direito de transmissão de TV de algumas copas. Quem fez a denúncia foi o jornalista Andrew Jennings, da BBC de Londres.
Ainda segundo o jornalista, o suborno pago a dirigentes da FIFA chega a US$ 200 milhões, que foram pagos através de empresas fantasmas sediadas no paraíso fiscal de Liechtenstein. A determinação para investigar Teixeira também atinge João Havelange, ex-presidente da FIFA, e partiu do Ministério Público, após as denúncias da mídia.
Qual a moral da Globo para ficar exigindo rigor no uso dinheiro público? E ficar cobrindo passeatas da classe média com vassouras que nunca usaram, clamando contra a corrupção? Corrupção de quem?
A saber: o custo de alfabetização de um adulto, segundo o MEC, é de 500 reais. Ou seja, com esses 30 milhões o Estado do Rio de Janeiro poderia ter alfabetizado 60 mil trabalhadores adultos.
* Com informações da matéria publicada no jornal ‘Estado de S.Paulo’ de 30 de setembro de 2011, assinada pelo jornalista Tiago Rogero, da sucursal do Rio de Janeiro.
No dia 30 de julho de 2011, houve um ato político de propaganda e lançamento dos grupos eliminatórios da Copa do Mundo, no salão de festas da Marina da Glória, no Rio de Janeiro.
O ato durou aproximadamente três horas, teve ampla cobertura do Jornal Nacional e da grande mídia brasileira. Participaram dele a Presidenta Dilma Rousseff, o presidente da FIFA, o governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, o prefeito Eduardo Paes, o Ministro dos Esportes, o todo poderoso presidente da CBF Ricardo Teixeira e artistas globais que se revesavam entre chefes de cerimônia e apresentadores culturais.
Tudo isso para anunciar os grupos da Copa. Apenas isso.
Custo do evento: 30 milhões de reais. Quem pagou? 15 milhões foram pagos pela Prefeitura do Rio de Janeiro e 15 milhões de reais pelo Governo do Estado do Rio de janeiro. Ou seja, tudo pago com dinheiro do contribuinte.
Vejam alguns gastos que foram feitos com esses recursos, em tão pouco tempo:
- Aluguel do espaço na Marina da Glória, por um dia: 3,7 milhões de reais.
- Aluguel de 70 cadeiras com braço, que não havia no local: 204 reais por cadeira, pelo tempo de meio dia.
- A diretora que coordenou e planejou o evento recebeu 54 mil reais.
- Os artistas e convidados cobraram para ir 416 mil reais.
- O assistente geral da coordenadora recebeu 6 mil reais.
- Uma arquiteta júnior (não se sabe para que grande obra) recebeu 22,5 mil reais.
- O “supervisor de chegadas e partidas” levou 4 mil reais.
- O diretor de TV, imprensa e assessoria jurídica cobrou 162 mil reais.
- Cenografia do local: 2,24 milhões.
- Transportes dos artistas, de suas casas e hotéis até o local: 112 mil reais.
- Custo da produção do evento (?): 1,716 milhões.
O motorista, coitado, recebeu apenas 3,5 mil por um dia de trabalho.
Tudo isso pago com dinheiro público e sem nenhuma licitação, pois o evento era sui generis, excepcional e poucas pessoas teriam capacidade no Brasil para organizá-lo… A justificativa: seria transmitido para todo mundo.
Mas isso não é a parte mais “interessante”. Qual foi a empresa prestadora de serviços que recebeu os trinta milhões de reais, de dinheiro público, e aplicou desta maneira? A GEO Eventos. Proprietários da empresa: Organizações Globo e Grupo RBS (associado da Globo no Rio Grande do Sul).
Por meio de nota, a empresa GEO Eventos explicou ao jornalista: “(…) os valores do serviço foram estabelecidos na proposta, que previu uma remuneração padrão, dentro de preços de mercado, e foram correspondentes ao prazo e complexidade das operações de produção. A apresentação de documentação e prestação de contas ocorreu dentro do modelo dos eventos patrocinados pela Prefeitura e Governo do Estado do Rio de Janeiro”.
Ou seja: foi uma roubalheira generalizada, mas com o crivo do Estado e, portanto, oficial.
Por tudo isso, a Rede Globo se cala diante dos descalabros do Ricardo Teixeira, que será investigado pela Polícia Federal por remessa de dinheiro ilegalmente para o Brasil e lavagem de dinheiro.
O dinheiro supostamente enviado para o Brasil teria sido recebido por Teixeira como suborno por parte da empresa de marketing ISL, para garantir que ela tivesse o direito de transmissão de TV de algumas copas. Quem fez a denúncia foi o jornalista Andrew Jennings, da BBC de Londres.
Ainda segundo o jornalista, o suborno pago a dirigentes da FIFA chega a US$ 200 milhões, que foram pagos através de empresas fantasmas sediadas no paraíso fiscal de Liechtenstein. A determinação para investigar Teixeira também atinge João Havelange, ex-presidente da FIFA, e partiu do Ministério Público, após as denúncias da mídia.
Qual a moral da Globo para ficar exigindo rigor no uso dinheiro público? E ficar cobrindo passeatas da classe média com vassouras que nunca usaram, clamando contra a corrupção? Corrupção de quem?
A saber: o custo de alfabetização de um adulto, segundo o MEC, é de 500 reais. Ou seja, com esses 30 milhões o Estado do Rio de Janeiro poderia ter alfabetizado 60 mil trabalhadores adultos.
* Com informações da matéria publicada no jornal ‘Estado de S.Paulo’ de 30 de setembro de 2011, assinada pelo jornalista Tiago Rogero, da sucursal do Rio de Janeiro.
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