Salvador, 11/6/17. Foto: Jornalistas Livres |
A onda por eleições diretas vem ganhando o país. Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo já mostraram que a insatisfação com o governo golpista de Michel Temer chegou ao limite. E este final de semana, é a vez de Salvador e Porto Alegre elevarem nas ruas as vozes pela democracia.
Com ou sem repressão, centenas de milhares de pessoas têm exercido seu direito à livre manifestação para dizer em alto e bom som, Fora Temer e Diretas Já, pois só o voto popular será capaz de fechar esta ferida aberta em 2016, com o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff.
As novas manifestações acontecem numa semana conturbada, marcada pela retomada do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Julgamento este, iniciado por uma ação do derrotado PSDB nas eleições de 2014, mas que pode servir de atalho para tirar o presidente ilegítimo da cadeira que ele nunca deveria ter sentado.
Temer era a peça-chave para a imposição de uma agenda ultraliberal, mas, pouco a pouco, seu governo foi desmoronando por acordos ilícitos, que vêm sendo expostos a cada dia. As denúncias que rodeiam o Palácio do Planalto apontam um sistema carcomido, alimentado por um modelo falido de financiamento privado de campanhas. Este monstro precisa ser derrotado por um novo sistema político no Brasil.
No entanto, enquanto uma verdadeira reforma política não acontece, é preciso garantir o afastamento deste que é réu confesso. Por muito menos, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) abriu o processo de impeachment contra Dilma Rousseff; por que a Câmara, agora, não analisa os pedidos contra Temer?
Motivos para impeachment estão sobejamente apresentados: crime de responsabilidade, prevaricação. Não é possível que a Câmara se comporte de maneira anestesiada.
Tem se verificado conexão direta entre o que se vota no Parlamento, à revelia da Oposição, e o que se acerta nos bastidores deste governo. Último exemplo, é a renegociação da dívida dos estados que colocou como "contrapartida" a privatização das empresas de saneamento. A verdade, ou parte dela, no entanto, tarda, mas não falha. Notícias veiculadas esta semana, revelam que a JBS – dos irmãos e delatores Joesley e Wesley – pagava propina para assumir o setor de saneamento nos estados.
Todas essas armações só trazem à tona a urgência da saída de Michel Temer da Presidência da República. Vivemos um momento crucial: ou o impeachment é adotado pela Câmara ou as ruas têm que falar alto. Como Rodrigo Maia (DEM-RJ) não tem dado indícios de que fará jus à cadeira que ocupa na Câmara dos Deputados, nos resta as ruas.
Queremos um Estado democrático de direito e para isso, a saída é devolver ao povo a garantia da democracia pela via do voto popular. Fora, Temer! Diretas, Já!
* Alice Portugal é líder do PCdoB bna Câmara dos Deputados.
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