Editorial do site Vermelho:
Um governo que não governa. Essa tem sido a opinião dos jornalões em seus editoriais, que expressam uma certa impaciência com os limites do presidente Jair Bolsonaro e seu staff para fazer as articulações políticas necessárias à governabilidade. Esse sentimento frequenta também certas análises sobre o noticiário político e econômico nos principais grupos de mídia. A irritação se manifesta inclusive sobre o que o bolsonarismo elegeu como prioridade, o que, na opinião desses editorialistas, não deveria sequer estar na agenda do governo.
As reprimendas passam pela chamada pauta dos “costumes”, carregada de moralismos obscurantistas, e se desdobram em avaliações negativas do populismo punitivista de próceres da Operação Lava Jato e do linguajar áspero contra o “petismo” e o “comunismo”. Há, também, um inequívoco incômodo com a intolerância do bolsonarismo quanto à liberdade de imprensa, um comportamento sem dúvida afeito aos que professam a intransigência como método de pensar e agir.
Há razões para essas opiniões. Elas precisam ser separadas das afinidades dos grupos midiáticos com a agenda de Bolsonaro — sobretudo no terreno da economia — para que se possa compreender a real natureza desse governo. Seus flertes com o autoritarismo são manifestações da ideologia da intolerância e do ódio social como recursos políticos para dar governabilidade ao seu projeto de poder. Esse retrato ficou bem delineado nos recentes pronunciamentos de Bolsonaro em suas visitas aos Estados Unidos e ao Chile.
Ele não mediu palavras para se curvar ante o que, no seu entendimento, interessa ao Brasil, uma reedição grotesca da fala do ministro das Relações Exteriores do governo Castelo Branco — o primeiro do ciclo militar —, o general Juracy Magalhães, de que tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil. Os arroubos de Bolsonaro chegaram ao limite de tentar justificar o banho de sangue do ditador chileno Augusto Pinochet e a barbárie do igualmente ditador paraguaio Alfredo Stroessner.
Nas barbas de Donald Trump, nos Estados Unidos, Bolsonaro reiterou seu pendor autoritário, se comportando como um Dom Quixote às avessas, como alguém escolhido por alguma conspiração do universo para dar fim ao “comunismo” no Brasil. Essa natureza dos seus desatinos também esteve presente no Chile, com suas pregações contra o progresso da integração sul-americana e as construções regionais que deram forma a um incipiente processo de soberania regional.
Enquanto isso, o país vaga sem rumo. O bloco que se formou em torno da sua candidatura no segundo turno das eleições de 2018, explicitamente ou tacitamente, se desintegra, o que pode oferecer oportunidades para se fortalecer a ideia de isolar e derrotar as vias do autoritarismo. Essa é a essência da ideia de um bloco de forças capaz de impedir o avanço da agenda da extrema direita. No movimento dessas contradições, com sagacidade e olhar no futuro, é possível impor derrotas ao bolsonarismo e formar uma aliança mais estratégica para um projeto alternativo ao país.
Ser sagaz é compreender o que é essencial em cada momento. Qualquer alternativa fora da realidade concreta não passa de aventureirismo inconsequente. O combate à tendência que o bolsonarismo propõe exige, sem dúvida, uma engenharia de grande envergadura, com flexibilidade tática para fazer os objetivos se encadear sempre na perspectiva de uma saída concreta, acompanhando a vida e suas nuances. As ações devem ser flexíveis. E isso implica valorizar uma ampla aliança de modo que o inimigo principal seja a força isolada e derrotada.
Um governo que não governa. Essa tem sido a opinião dos jornalões em seus editoriais, que expressam uma certa impaciência com os limites do presidente Jair Bolsonaro e seu staff para fazer as articulações políticas necessárias à governabilidade. Esse sentimento frequenta também certas análises sobre o noticiário político e econômico nos principais grupos de mídia. A irritação se manifesta inclusive sobre o que o bolsonarismo elegeu como prioridade, o que, na opinião desses editorialistas, não deveria sequer estar na agenda do governo.
As reprimendas passam pela chamada pauta dos “costumes”, carregada de moralismos obscurantistas, e se desdobram em avaliações negativas do populismo punitivista de próceres da Operação Lava Jato e do linguajar áspero contra o “petismo” e o “comunismo”. Há, também, um inequívoco incômodo com a intolerância do bolsonarismo quanto à liberdade de imprensa, um comportamento sem dúvida afeito aos que professam a intransigência como método de pensar e agir.
Há razões para essas opiniões. Elas precisam ser separadas das afinidades dos grupos midiáticos com a agenda de Bolsonaro — sobretudo no terreno da economia — para que se possa compreender a real natureza desse governo. Seus flertes com o autoritarismo são manifestações da ideologia da intolerância e do ódio social como recursos políticos para dar governabilidade ao seu projeto de poder. Esse retrato ficou bem delineado nos recentes pronunciamentos de Bolsonaro em suas visitas aos Estados Unidos e ao Chile.
Ele não mediu palavras para se curvar ante o que, no seu entendimento, interessa ao Brasil, uma reedição grotesca da fala do ministro das Relações Exteriores do governo Castelo Branco — o primeiro do ciclo militar —, o general Juracy Magalhães, de que tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil. Os arroubos de Bolsonaro chegaram ao limite de tentar justificar o banho de sangue do ditador chileno Augusto Pinochet e a barbárie do igualmente ditador paraguaio Alfredo Stroessner.
Nas barbas de Donald Trump, nos Estados Unidos, Bolsonaro reiterou seu pendor autoritário, se comportando como um Dom Quixote às avessas, como alguém escolhido por alguma conspiração do universo para dar fim ao “comunismo” no Brasil. Essa natureza dos seus desatinos também esteve presente no Chile, com suas pregações contra o progresso da integração sul-americana e as construções regionais que deram forma a um incipiente processo de soberania regional.
Enquanto isso, o país vaga sem rumo. O bloco que se formou em torno da sua candidatura no segundo turno das eleições de 2018, explicitamente ou tacitamente, se desintegra, o que pode oferecer oportunidades para se fortalecer a ideia de isolar e derrotar as vias do autoritarismo. Essa é a essência da ideia de um bloco de forças capaz de impedir o avanço da agenda da extrema direita. No movimento dessas contradições, com sagacidade e olhar no futuro, é possível impor derrotas ao bolsonarismo e formar uma aliança mais estratégica para um projeto alternativo ao país.
Ser sagaz é compreender o que é essencial em cada momento. Qualquer alternativa fora da realidade concreta não passa de aventureirismo inconsequente. O combate à tendência que o bolsonarismo propõe exige, sem dúvida, uma engenharia de grande envergadura, com flexibilidade tática para fazer os objetivos se encadear sempre na perspectiva de uma saída concreta, acompanhando a vida e suas nuances. As ações devem ser flexíveis. E isso implica valorizar uma ampla aliança de modo que o inimigo principal seja a força isolada e derrotada.
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