Apagão hoje na Venezuela. Crédito: Aporrea |
O apagão na Venezuela que começou na quinta-feira (7) tem provocado acusações mútuas entre governo e oposição e acirrado a crise política e social que o país vive. No terceiro dia de falta de energia elétrica, o caos tomou conta dos serviços de telefonia, internet e metrô e os hospitais tem sido um ponto nevrálgico nessa crise, com casos de óbitos de pacientes de diálise se registrando a cada dia. Estima-se que mais de 10 mil pessoas hospitalizadas estejam em risco.
Para o governo de Nicolás Maduro, o apagão na Venezuela é um ataque cibernético arquitetado pela oposição com apoio de Washington, que querem derrubá-lo, enquanto os opositores, dizem que o problema está no sucateamento das centrais hidrelétricas. Segundo Leonardo Vera, professor da Escola de Economia da Universidade Central da Venezuela; “o sistema atravessa problemas importantes há muitos anos”, mesmo pensamento de Diego Moya-Ocampo, da consultoria de riscos IHS, que afirma não ter tido investimentos no setor de segurança de energia termelétrica, se referindo ao colapso do complexo hidrelétrico de Guri.
Já o enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, culpou o blecaute maciço pela “má administração de Nicolás Maduro”, destacando que os problemas internos da Venezuela não estão relacionados às recentes sanções impostas por Washington.
Em um discurso alinhado com Elliott, Juan Guaidó declarou que; “eles estão se desculpando como sempre, dizendo que é em sabotagem, mas não há sabotagem, é simplesmente a corrupção, falta de manutenção, falta de técnicos qualificados” e tirando proveito político da crise, convocou novo protesto contra o governo de Maduro na capital Caracas.
O governo por sua vez reitera que o apagão no setor elétrico foi consequência de um ataque cibernético externo e sabotagem interna. Em fevereiro o governo de Maduro já havia denunciado a tentativa de sabotagem de usinas hidrelétricas que resultou em apagões parciais no país, a novidade agora é a união da sabotagem física com possíveis ciberataques internacionais. Para Kalev Leetaru, membro sênior do Centro de Segurança da Washington University Center for Cyber & Homeland Security, especialista no desenvolvimento do Google Cloud Platform e um dos principais pensadores globais da revista Foreign Policy, “a ideia de uma nação estrangeira manipular a rede elétrica de um país adversário para forçar uma transição governamental é muito real”.
Kalev Leetaru explica que interromper o fornecimento de energia e água, interromper os padrões de tráfego, retardar ou interferir o acesso à internet, promovendo a perturbação na ordem social e desencadeando colapsos em usinas nucleares são tópicos cada vez mais discutidos nas comunidades de segurança nacional e tidos como legítimos e legais, notadamente são táticas para minar um Estado estrangeiro. Assim, entende Kalev, que “a ideia de um governo como os Estados Unidos interferir remotamente na rede elétrica da Venezuela é bastante realista”, afirmando ainda que tais ataques não exigem presença significativa no solo e quaisquer vestígios de intervenção estrangeira, são fáceis de remover.
Confiantes no setor de inteligência de que foram vítimas de terrorismo tecnológico, o governo venezuelano apresentará uma queixa formal ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, sobre o ataque às redes elétricas do país.
* Frederico Rochaferreira é escritor e membro da Oxford Philosophical Society.
Para o governo de Nicolás Maduro, o apagão na Venezuela é um ataque cibernético arquitetado pela oposição com apoio de Washington, que querem derrubá-lo, enquanto os opositores, dizem que o problema está no sucateamento das centrais hidrelétricas. Segundo Leonardo Vera, professor da Escola de Economia da Universidade Central da Venezuela; “o sistema atravessa problemas importantes há muitos anos”, mesmo pensamento de Diego Moya-Ocampo, da consultoria de riscos IHS, que afirma não ter tido investimentos no setor de segurança de energia termelétrica, se referindo ao colapso do complexo hidrelétrico de Guri.
Já o enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, culpou o blecaute maciço pela “má administração de Nicolás Maduro”, destacando que os problemas internos da Venezuela não estão relacionados às recentes sanções impostas por Washington.
Em um discurso alinhado com Elliott, Juan Guaidó declarou que; “eles estão se desculpando como sempre, dizendo que é em sabotagem, mas não há sabotagem, é simplesmente a corrupção, falta de manutenção, falta de técnicos qualificados” e tirando proveito político da crise, convocou novo protesto contra o governo de Maduro na capital Caracas.
O governo por sua vez reitera que o apagão no setor elétrico foi consequência de um ataque cibernético externo e sabotagem interna. Em fevereiro o governo de Maduro já havia denunciado a tentativa de sabotagem de usinas hidrelétricas que resultou em apagões parciais no país, a novidade agora é a união da sabotagem física com possíveis ciberataques internacionais. Para Kalev Leetaru, membro sênior do Centro de Segurança da Washington University Center for Cyber & Homeland Security, especialista no desenvolvimento do Google Cloud Platform e um dos principais pensadores globais da revista Foreign Policy, “a ideia de uma nação estrangeira manipular a rede elétrica de um país adversário para forçar uma transição governamental é muito real”.
Kalev Leetaru explica que interromper o fornecimento de energia e água, interromper os padrões de tráfego, retardar ou interferir o acesso à internet, promovendo a perturbação na ordem social e desencadeando colapsos em usinas nucleares são tópicos cada vez mais discutidos nas comunidades de segurança nacional e tidos como legítimos e legais, notadamente são táticas para minar um Estado estrangeiro. Assim, entende Kalev, que “a ideia de um governo como os Estados Unidos interferir remotamente na rede elétrica da Venezuela é bastante realista”, afirmando ainda que tais ataques não exigem presença significativa no solo e quaisquer vestígios de intervenção estrangeira, são fáceis de remover.
Confiantes no setor de inteligência de que foram vítimas de terrorismo tecnológico, o governo venezuelano apresentará uma queixa formal ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, sobre o ataque às redes elétricas do país.
* Frederico Rochaferreira é escritor e membro da Oxford Philosophical Society.
0 comentários:
Postar um comentário