Nos momentos mais deprimentes das “baixarias na política”, como na atual crise do Senado, Jô Soares sempre leva ao seu programa da TV Globo várias comentaristas globais para espinafrar os políticos e desqualificar a política. São as tais “meninas do Jô”, sempre tão venenosas e cheias de certezas. No programa desta quarta-feira, as jornalistas Cristiana Lobo, Lúcio Hippolito, Lilian Witte Fibe, Flávia Oliveira e Ana Maria Tahan concentraram seus ataques no recente aperto de mão do presidente Lula ao senador Collor de Mello, numa solenidade pública em Alagoas. Para elas, travestidas de vestais da ética, este gesto seria a prova definitiva de que política não presta.
As “meninas do Jô” só deixaram da lembrar aos telespectadores sem memória que a candidatura de Collor de Mello, em 1989, foi fabricada nos sinistros laboratórios da própria TV Globo. Elas inclusive evitaram utilizar a expressão “caçador de marajás”, cunhada na época para alavancar o político alagoano e evitar a vitória de Lula, o temido líder grevista daquele período. Elas também nada falaram sobre a manipulação grosseira feita pelo Jornal Nacional da edição do debate entre os dois candidatos, nas vésperas daquele pleito. E ainda omitiram a informação de que a família de Collor de Mello ainda é proprietária da empresa afiliada da TV Globo em Alagoas.
Anarquista ao gosto do patrão
Diante das baixarias da famíglia Marinho, o recente aperto de mão é apenas um gesto protocolar! Com seu humor tendencioso, Jô Soares nunca cobrou qualquer autocrítica de seus patrões. Além das “meninas do Jô”, ele poderia ouvir o professor Venício de Lima, que no livro “Mídia: crise política e poder no Brasil” desmascara as manipulações da TV Globo na eleição do “caçador de marajás” e em outros episódios lamentáveis da nossa história recente. Também poderia convidar o professor Bernardo Kucinski, que no livro “A síndrome da antena parabólica” denuncia o total colapso da ética na mídia brasileira e o papel nefasto da famíglia Marinho na política nacional.
Até algum tempo atrás, Jô Soares ainda seduzia muita gente. Na época da ditadura, que contou com o apoio ativo da TV Globo até a reta final da campanha das “Diretas-Já”, ele fez um humor corajoso de denúncia da censura e dos militares. Após a conquista da democracia liberal, ele se deu por satisfeito e nunca mais incomodou os poderosos e os barões da mídia. Maroto, ele vestiu a oportuna fantasia do “anarquista”. O falecido professor Maurício Tragtemberg, um intelectual anarquista autêntico, costumava zombar destes anarquistas “riquinhos”, que fazem suas críticas comportamentais, mas não tem qualquer compromisso com a justiça social.
5 comentários:
Caro Altamiro
Aqui como lá, "redes globos" são armas de extermínio em massa. Sinto muito, sou grato!
Confesso que sou fã de personagens "classicos" dele sobretudo de quadros que ele tinha com o Chico, como os 2 coronéis, demais aquilo atual até hoje. Agora o que essa mídia podre faz é imperdoável. A questão não é mais se essas "lendas" sobre a podridão da qrande imprensa são verdade ou não. A questão é o que nós devemos fazer com eles? Ou esses senhores estão acima de qualquer punição?
Agora eu entendo como um "terrorista" se sente. Ele cresce vendo os soldados de israel invadir sua casa matar sua família, e eles estão acima da lei por que a imprensa mundial esta na mão deles e tem os EUA na retaguarda, só explodindo esses FDP mesmo.
Quem realmente conhece a História sabe a verdade.
TODOS os jornalistas deram destaque ao então governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, quando o mesmo usava do expediente de "caçar marajás" e o elevaram ao céu, pois ele estava "Pegando-os-safados-que-roubam-o-Brasil".
E o incensaram até não poder mais.
E a Rede Globo na dela.
Quando os jornalistas-esquerdistas viram que o "Caçador de Marajás" inflou-se a ponto de ser candidato a presidente e contra o "Messias-Lula" trataram de jogar nas costas da Globo, a "culpa" por Collor.
Basta pesquisar os jornais da época (1988 e 1989) que terão tudo à mostra.
Publica isso, tá???
Esse Evandro Kleber parece sofrer de amnésia. A grande mídia, de fato, buscava uma alternativa ao Lula e ajudou a eleger o Collor. Mas foi um Globo Repórter inteiro dedicado a alavancar Collor que o projetou nacionalmente. A partir daí, Collor não saiu mais do Jornal Nacional e da grande mídia em geral...
Além disso, não foram todos os jornalistas que embarcaram nessa. A Folha, por exemplo, na época interessada em eleger Covas, o candidato do PSDB, começou a desconstrução do “caçador de marajás” antes mesmo das eleições...
Carlos Costa
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