sábado, 23 de junho de 2018

Boris Casoy e os ‘cafajestes’ da Rússia

Por Altamiro Borges

A repugnante ação de machistas brasileiros na Rússia, que viralizou na internet a partir de um vídeo postado pelos próprios babacas, segue gerando repulsa. Já se fala, inclusive, na abertura de processo contra os misóginos culpados por uma das piores cenas desta Copa do Mundo. Mas há quem tenha tomado as dores dos “coxinhas” nativos – e não apenas nas redes sociais. Nesta quarta-feira (20), o apresentador da “RedeTV! News”, o fascistoide Boris Casoy reclamou da onda de protestos. “Nada justifica o linchamento”, reclamou o âncora que ficou famoso por humilhar trabalhadores da limpeza pública quando ainda era serviçal da TV Bandeirantes.

Folha esconde Datafolha favorável a Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Pesquisa Datafolha escondida nesta sexta-feira, 22 de junho de 2018, pelo jornal Folha de São Paulo revela que, agora, a maioria dos brasileiros quer que Lula seja candidato a presidente em 2018. Além disso, o maior contingente de eleitores do país acha que ele é o mais preparado para fazer o país voltar a crescer. Em resumo: Lula venceu a mídia e a “justiça”.

A segunda notícia mais importante sobre a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira é, sem sombra de dúvida, o fato de que o jornal Folha de São Paulo nem sequer mencionou em sua primeira página essa pesquisa, que mostra um dado assombroso: a popularidade de Lula deu um grande salto e, agora, a maioria dos brasileiros quer que ele dispute a eleição presidencial de 2018.

Datafolha mostra Lula como o mais preparado


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado pelos eleitores o mais preparado para acelerar o crescimento econômico do país, segundo pesquisa Datafolha. Ele foi o escolhido por 32% dos entrevistados em levantamento divulgado nesta sexta-feira (22).

Atrás de Lula, os eleitores apontaram, na sequência, os pré-candidatos Jair Bolsonaro (PSL), com 15%, e Marina Silva (Rede), com 8%. Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) aparecem com 7%, seguidos por Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB), ambos com 3%. Fernando Haddad (PT), Fernando Collor (PTC), Rodrigo Maia (DEM) e Flávio Rocha (PRB) têm 1%.

O golpe que condena e mata

Por Joanne Mota, no site da CTB:

No Brasil pós-golpe, todo dia é dia de retrocesso. Se nesta segunda (18) ficamos escandalizados com a notícia de que os cortes nas políticas sociais alcançaram 94,9%, nesta terça (19) nos deparamos com mais um retrocesso, a cobertura de vacinação de bebês e crianças atingiu seu menor nível em 16 anos.

A notícia circula pelos jornais no momento em que o Brasil registra surtos extemporâneos de febre amarela, malária, dengue e outras epidemias de grave impacto.

O golpe de 2016 não só quer acabar com direitos e enterrar nossas esperanças de retomada, ele coordena um verdadeiro esfacelamento de programas sociais de preservação da vida, de sobrevivência de nossas crianças.

Os “tresloucados” e a intervenção militar

Por Raphael Silva Fagundes e Wendel Barbosa, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Para o historiador Edward Thompson, a partir de meados do século XVIII, “o simbolismo do protesto popular às vezes desafiava a autoridade de forma muito direta”. Mas, mesmo esse desafio – muitas vezes – não representava a vontade da quebra da ordem. Era um tipo de “canhão” simbólico que não representava uma ruptura com a ordem social vigente [1].

A manifestação dos caminhoneiros (ou das transportadoras), na última semana de maio, evidenciou um pouco disso. Não há nele uma tentativa de provocar a queda do governo de Michel Temer. Não havia luta para redução dos impostos. Não havia uma tentativa de baixar o preço dos combustíveis (apenas o diesel). Nele vimos não um movimento de classe. Classe, na concepção marxista, grosso modo, diz respeito ao interesse em comum [2]. Nesse sentido, não se luta por causas que oneram os demais segmentos da classe trabalhadora. Além disso, se fosse um movimento de classe, não veríamos nele um clamor pelo intervencionismo militar.

O novo dicionário político brasileiro

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Se viéssemos a escrever um novíssimo dicionário político brasileiro destinado a ajudar a entender o que está acontecendo com o país nos dias de hoje, há certos verbetes que não poderiam, com certeza, faltar nessa apressada obra. Deixando a ordem alfabética de lado, poderíamos começar pelo "temerismo", como quase todo projeto neoliberal, um sinônimo de austericídio e de entreguismo, que, no caso, além de nefasto para o país, é praticado metendo os pés pelas mãos, no estilo tripatetário, como se viu pela greve dos caminhoneiros derivada da desastrosa gestão da política de preços da Petrobras.

Jogo político do STF e a delação de Palocci

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Funciona assim:

Redesenhou-se o STF com certo equilíbrio entre garantivistas e punitivistas. No início, subordinando a lei à política, o Supremo aceitou todos os abusos e desrespeitos às garantias individuais.

Agora, parte do grupo tenta domar o monstro que foi criado no Paraná e que, agora, ameaça aliados. Mas, ao mesmo tempo, não pode permitir a candidatura de Lula à presidência.

O jogo tem várias facetas.

Alckmin e o dilema tucano

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Os candidatos a presidenciáveis, com poucas exceções, torcem para que o ex-presidente Lula permaneça trancafiado na Polícia Federal, em Curitiba. Na vanguarda dessa torcida está, logicamente, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin. Ele perdeu feio para o petista na eleição de 2006. Anteriormente, em 2002, o derrotado foi José Serra.

Alckmin se disporia a enfrentar o ex-presidente mais uma vez? Lula já deixou dois tucanos tombados. Caso saia da infame prisão, baterá, eleitoralmente, qualquer candidato disposto a enfrentá-lo. Os tucanos sabem disso. Insistem, mas temem.

Privatização: Brasil na contramão do mundo

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

Os recentes anúncios de privatização de estatais brasileiras - a exemplo da Eletrobrás e da Casa da Moeda -, bem como as de fatiamento e venda de partes componentes do Sistema Petrobrás como a distribuição e o controle de algumas refinarias de petróleo, atestam para um verdadeiro crime de lesa pátria, além de andar na contramão das decisões do conjunto dos países desenvolvidos.

Nenhum país do mundo está vendendo estatais, pelo contrário, estão fortalecendo suas empresas nacionais e abrindo mercado pelo mundo. Até mesmo os EUA – bastião do liberalismo econômico – têm estatizado parte das empresas atuantes no seu território, especialmente as que lidam com ativos estratégicos.

Temer e o aecismo jogam sujo contra MG

Por Roberto Carvalho, na revista Fórum:

O condomínio golpista tenta desestabilizar o principal estado com um governo que se opõe ao desmonte do Brasil e à punição do povo brasileiro, com extrema irresponsabilidade, covardia e o mesmo jogo sujo utilizado contra Lula, Dilma e Gleisi

A absolvição da senadora Gleisi Hoffmann, no último dia 19 de junho, lança luz sobre o que está ocorrendo em Minas Gerais. Gleisi, que se tornou uma das mais poderosas vozes contra o golpe e as injustiças cometidas contra a presidenta Dilma e Lula, passou a ser covardemente acossada pelo “partido do judiciário” e as alas dos operadores do aparato judicial-policial, cuja face mais visível é a lava jato. O julgamento da senadora e presidente do PT no STF expõe a falsidade das acusações. A perseguição à senadora não foi feita para fazer justiça. O objetivo de seus acusadores visava exclusivamente eliminar do tabuleiro político uma das principais figuras que combatem o ataque contra a democracia, o desmonte do país, que condena o povo brasileiro ao desespero do desemprego e à volta da miséria.

Entrega do pré-sal é crime de lesa pátria

Editorial do site Vermelho:

Com o apoio de menos da metade dos integrantes da Câmara dos Deputados, o ilegítimo Michel Temer deu mais um passo para um crime de lesa pátria. Por 217 votos contra 57, os deputados aprovaram o projeto 8.939/2017, que permite a transferência pela Petrobras para outras empresas (ou seja, para as multinacionais do petróleo) de até 70% dos direitos de exploração em áreas do pré-sal, que recebeu do governo sob o regime de cessão onerosa. Cessão que se refere à jazida com estimados 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, que o Estado brasileiro – titular daquelas jazidas – passou para a exploração pela Petrobras.

Crise no mercado de trabalho afeta os jovens

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

A análise da conjuntura do mercado de trabalho nos anos mais recentes destaca forte aumento na taxa de desemprego, com os jovens sendo um dos grupos mais afetados. É o que discute artigo de Carlos Henrique Leite Corseuil, Katcha Poloponsky e Maira Albuquerque Penna Franca, publicado em boletim do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo os pesquisadores, de 2012 a 2014, a taxa de desemprego entre os jovens oscilou em torno de 13%, mas, a partir do primeiro trimestre de 2015, o desemprego dos jovens seguiu uma trajetória de crescimento, passando de 15% para 25% no mesmo trimestre de 2017.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

As crianças enjauladas da globalização

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A imagem de crianças aprisionadas em modernos campos de concentração cercados de arame nos Estados Unidos tem provocado reações de choque, repulsa e indignação no mundo inteiro.

O fato de que não tenham sido capazes de tirar o sono de nenhuma autoridade do planeta é a demonstração escancarada do ambiente geral de conformismo e derrota de nossa época. Também expressa a hipocrisia passageira, torcendo para que um escândalo dessa envergadura, possa ser esquecido após duas ou três manchetes inofensivas.

Eleição no México: Vai Obrador!

Por Cesar Locatelli, no site Jornalistas Livres:

"Toda reconstrução histórica é um pouco arbitrária e imprecisa. Mas feita esta ressalva, se pode afirmar que o “desenvolvimentismo” latino-americano nasceu no México, durante o governo do presidente Lázaro Cárdenas, na década de 1930. Cárdenas foi nacionalista e seu governo fez uma reforma agrária radical; estatizou a produção do petróleo; criou os primeiros bancos estatais de desenvolvimento industrial e de comércio exterior da América Latina; investiu na construção de infraestrutura; praticou políticas de industrialização e proteção do mercado interno; criou uma legislação trabalhista e adotou uma política externa independente e anti-imperialista". José Luís Fiori

Essa semana foi publicado um admirável artigo no New Yorker, uma revista estado-unidense de ensaios, com o título Uma nova revolução no México – fartos da corrupção e de Trump, eleitores abraçam o político independente de esquerda Andrés Manuel López Obrador.

Raio X da política comercial dos EUA

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

“Poder e Comércio: a política comercial dos Estados Unidos” acaba de ser lançada pela editora Unesp, uma obra de fôlego realizada pelos professores Filipe Mendonça, Thiago Lima e Tullo Vigevani, pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre Estados Unidos (INCT-Ineu).

Abordando a política comercial norte-americana ao longo do último século, em particular no pós-Guerra, a pesquisa se debruça sobre as instituições responsáveis pela formulação e execução dessas políticas, trazendo o contexto de sua elaboração e implementação.

Temer tira dinheiro do esporte e da cultura

Por Eliana Alves Cruz, no site The Intercept-Brasil:

Diz a lenda que, em plena Segunda Guerra, quando foi aventada a possibilidade de redução dos investimentos em cultura para que fossem reforçadas as finanças militares, o estadista inglês Winston Churchill deu uma resposta mítica: “Evidentemente que não! Então para que serve estarmos nesta guerra?”

Em 12 de junho, o presidente Michel Temer assinou a medida provisória 841, que discorre sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública e o destino dos montantes arrecadados com as loterias. Quando for implementada, a medida praticamente vai paralisar os Ministérios da Cultura e do Esporte, que também recebem recursos vindos das loterias, pois os cortes afetarão atividades, programas de desenvolvimento, fomento e, no caso do esporte, apoio no alto rendimento e na base. O Brasil de 2018 surge como uma nação que navega em um mar revolto de medidas pontuais, evidenciando uma ausência de projetos… Inclusive para a segurança pública. A ver.

Fux volta a falar em anulação das eleições

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

O presidente do TSE repetiu hoje (21) a ameaça feita por ele mesmo há cerca de dois meses. Segundo Luiz Fux, as eleições de 2018 poderão ser anuladas caso o resultado seja influenciado por fake news. Discorremos sobre o assunto aqui.

A insistência de Fux no tema reforça o tom de ameaça que contém essa declaração.

Como o Judiciário é o braço armado do capital e, consequentemente, da direita, é evidente que a ameaça de anulação das eleições pairará sobre a cabeça do próximo presidente somente se este não for o candidato do establishment.

Maia, Temer e Aécio no escurinho de Brasília

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Fora da agenda presidencial, como o encontro com Joesley Batista, um jantar reservado reuniu ontem à noite os senhores Michel Temer, Aécio Neves e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Fica-se sabendo pela reportagem de Marcelo Ribeiro, do Valor, que “os três discutiram o cenário eleitoral e avaliaram as possibilidades de suas legendas, DEM, MDB e PSDB, se unirem em torno de uma candidatura única à Presidência da República”.

Economia: o Brasil diante da velha ameaça

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

Ao longo desta terça e quarta (19 e 20), o Conselho de Política Monetária (Copom) estará realizando sua 215ª reunião ordinária. Da mesma forma como acontece a cada 45 dias, todos os integrantes da diretoria do Banco Central (BC) mudam seus respectivos uniformes e convertem-se em conselheiros do colegiado que define os patamares da taxa oficial de juros do País, a Selic.

A longa duração do encontro guarda relação com uma suposta importância do cerimonial vetusto para justificar a tomada de posição a respeito de assunto tão importante para o presente e futuro da economia brasileira. Todos ali se conhecem suficientemente bem, participam diariamente de conversas no interior do próprio BC e trocam sistematicamente impressões a respeito da conjuntura e das perspectivas da situação econômica.

Especulação e desestabilização política

Por Lecio Morais, no Blog do Renato:

A recente revoada de dólares para o mercado de Nova York foi uma movimento especulativo de grande envergadura. Embora tenha desvalorizado as principais moedas do mundo frente ao dólar, esse movimento não teve consequência relevante sobre essas economias.

Já na América do Sul, a pressão de saída de dólares, iniciada no final de abril passado, desvalorizaram todas as moedas nacionais, com raras exceções, provocando duas crises cambiais, a da Argentina e a do Equador. Esses dois países tiveram suas reservas ameaçadas de esgotamento.