Por Renato Rovai, em seu blog:
Hoje faz 52 anos do golpe de 64. Os dias que cercaram aquela ação que muitos, como a Rede Globo de Televisão, chamaram de revolução não eram muito diferentes dos que vivemos atualmente.
O governo Jango foi sendo sitiado aos poucos, até que tivesse mínimas chances de resistir sem que o Brasil entrasse numa guerra civil.
Os golpistas civis e militares, apoiados pela OAB, pela mídia, pelas marchas com a família e pela liberdade, por médicos que depois se tornaram legistas da ditadura, por juízes corruptos, por policiais que depois se tornaram torturadores, por muitos jornalistas que escreveram centenas de milhares de centímetros de texto impulsionando aquela ação, por empresários corruptos e por muita gente que se calou, venceram.
Eles venceram e conseguiram controlar o país por 21 anos.
Ao final, o entregaram muito pior. E só mais recentemente que se conseguiu superar aquele trauma.
Mas agora eles se organizam de novo. E não falta gente de todos os setores sociais a justificar a nova ação dando-lhe verniz de legalidade.
A situação atual não é muito diferente da de 64. Muito pelo contrário, é quase idêntica. O que a diferencia é que as Forças Armadas não são mais protagonistas. Inclusive porque os golpes pós-modernos buscam os militares apenas na cartada final.
Quando o governo democraticamente eleito é desalojado do poder é que os militares são acionados para “garantir a ordem”.
Foi assim que se tentou na Venezuela em 2001 com a posse bizarra de um Skaf de lá, o empresário Pedro Carmona, que não tinha relação nenhuma na linha sucessória e substituiu Chávez por uns dias.
Foi assim que eles conseguiram sucesso no Paraguai e em Honduras.
Dilma terá imensa dificuldade em conseguir escapar do cerco que lhe impuseram. O que não quer dizer que não vá superar esta atual tentativa de impeachment. A cada dia isso fica mais possível, aliás, A questão é que eles não vão desistir.
Pois querem sua cabeça numa bandeja de prata.
Precisam entregar para os cães que produziram via intoxicação midiática a carne que prometeram.
Não podem aceitar a derrota como algo inerente ao jogo. Como parte da disputa democrática.
Já não a aceitaram em outubro de 2014, quando questionaram até a eficácia das urnas eletrônicas. E não a aceitarão se este processo do impeachment não passar no Congresso.
Porque golpistas são golpistas. E quando um golpe não dá certo, eles começam a tramar o próximo.
Hoje eles comemoram aniversário de 52 anos do dia que levou o Brasil a um dos seus piores momentos históricos.
Não será hoje que eles vão celebrar uma nova conquista.
E o fato é que resistir e não desistir, por mais cansativo que seja, é fundamental para que eles continuem só tendo essa data para comemorar.
Apenas o dia 31 de março de 1964.
Hoje faz 52 anos do golpe de 64. Os dias que cercaram aquela ação que muitos, como a Rede Globo de Televisão, chamaram de revolução não eram muito diferentes dos que vivemos atualmente.
O governo Jango foi sendo sitiado aos poucos, até que tivesse mínimas chances de resistir sem que o Brasil entrasse numa guerra civil.
Os golpistas civis e militares, apoiados pela OAB, pela mídia, pelas marchas com a família e pela liberdade, por médicos que depois se tornaram legistas da ditadura, por juízes corruptos, por policiais que depois se tornaram torturadores, por muitos jornalistas que escreveram centenas de milhares de centímetros de texto impulsionando aquela ação, por empresários corruptos e por muita gente que se calou, venceram.
Eles venceram e conseguiram controlar o país por 21 anos.
Ao final, o entregaram muito pior. E só mais recentemente que se conseguiu superar aquele trauma.
Mas agora eles se organizam de novo. E não falta gente de todos os setores sociais a justificar a nova ação dando-lhe verniz de legalidade.
A situação atual não é muito diferente da de 64. Muito pelo contrário, é quase idêntica. O que a diferencia é que as Forças Armadas não são mais protagonistas. Inclusive porque os golpes pós-modernos buscam os militares apenas na cartada final.
Quando o governo democraticamente eleito é desalojado do poder é que os militares são acionados para “garantir a ordem”.
Foi assim que se tentou na Venezuela em 2001 com a posse bizarra de um Skaf de lá, o empresário Pedro Carmona, que não tinha relação nenhuma na linha sucessória e substituiu Chávez por uns dias.
Foi assim que eles conseguiram sucesso no Paraguai e em Honduras.
Dilma terá imensa dificuldade em conseguir escapar do cerco que lhe impuseram. O que não quer dizer que não vá superar esta atual tentativa de impeachment. A cada dia isso fica mais possível, aliás, A questão é que eles não vão desistir.
Pois querem sua cabeça numa bandeja de prata.
Precisam entregar para os cães que produziram via intoxicação midiática a carne que prometeram.
Não podem aceitar a derrota como algo inerente ao jogo. Como parte da disputa democrática.
Já não a aceitaram em outubro de 2014, quando questionaram até a eficácia das urnas eletrônicas. E não a aceitarão se este processo do impeachment não passar no Congresso.
Porque golpistas são golpistas. E quando um golpe não dá certo, eles começam a tramar o próximo.
Hoje eles comemoram aniversário de 52 anos do dia que levou o Brasil a um dos seus piores momentos históricos.
Não será hoje que eles vão celebrar uma nova conquista.
E o fato é que resistir e não desistir, por mais cansativo que seja, é fundamental para que eles continuem só tendo essa data para comemorar.
Apenas o dia 31 de março de 1964.
3 comentários:
Aos traidores, a História não perdoa.
Perfeito. Seus textos são primorosos!
Li hoje, no blog Sul21.com.br, que a Vereadora de Porto Alegre Mônica Leal (PP) realizou ontem (31), um jantar comemorativo ao golpe militar de 1964. O convite destacou que os participantes serão “representantes da sociedade gaúcha, militares da reserva e civis dos mais variados segmentos. O 31 de março de 1964 foi um movimento cívico militar na história do Brasil onde a sociedade reafirmou seus valores de liberdade, independência e progresso”.
O golpe militar de 1964 envelhece, mas não morre. Esse jantar descarado é ocasião oportuna pra lembrar às milhares de moças e mulheres, uma das maneiras pela qual aquele ''movimento'' afirmara seus valores.Vivemos num Brasil que não foi capaz de impedir crimes hediondos contra mulheres indefesas, por agentes do Estado que vivem na impunidade e que hoje, malditamente, comemoram com jantares, aquelas atrocidades. Em 2010 lançaram o livro “Luta, Substantivo Feminino” onde aparecem mulheres que amamentavam; outras, grávidas, pariram na prisão ou, com a violência sofrida, abortaram. Eram estudantes, professoras, jornalistas, médicas, assistentes sociais, bancárias, donas de casa. Quase todas militantes, inconformadas com a ditadura militar que em 1964 derrubou o presidente eleito. Foram presas, torturadas, violentadas. Muitas morreram ou desapareceram lutando para que hoje nós vivêssemos numa democracia. As histórias de 45 dessas mulheres mortas ou desaparecidas estão contadas no livro.
Para Nilcea Freire, ex-reitora da UERJ, o livro significa o “reconhecimento do papel feminino fundamental nas lutas de resistência à ditadura”. Foi o terceiro livro da série “Direito à Memória e à Verdade”, editado pela Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O primeiro tratou de 40 afrodescendentes que morreram na luta contra o regime militar. O segundo contou a “História dos meninos e meninas marcados pela ditadura”. Eles podem ser baixados no site da SEDH: http://www.sdh.gov.br/assuntos/bibliotecavirtual/memoria-e-verdade/biblioteca
A Folha de São Paulo, que apoiou o golpe e emprestava seus carros para os torturadores, disse que no Brasil teve uma “DITABRANDA”.
Palavras de um magistrado aposentado na época do lançamento: ''O que fica, do lamentável aresto do mais alto tribunal do país, é a afirmação de que a tortura, amplamente praticada numa fase de nossa História Contemporânea, teve a ressalva de crime politico, razão pela qual os praticantes da tortura foram anistiados. Na verdade, e isto deve ser proclamado com todas as forças, em homenagem ao Brasil de amanhã – a tortura não é crime politico. Nenhuma razão política, nenhum credo, nenhum motivo que se alegue, nenhuma causa de qualquer natureza, nenhuma excludente, nada, absolutamente nada justificou, no passado, ou autorizará, no futuro, a prática da tortura. A tortura é um crime contra a humanidade, é sempre um escárneo à dignidade humana''.
Postar um comentário