Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:
Principais informações do Datafolha divulgado de hoje na Folha, em dois artigos (sobre Temer aqui e sobre 2018 aqui), com pesquisa de campo realizada nos dias 26 e 27 de abril de 2017, após várias semanas de massacre midiático contra Lula:
1) As intenções de voto em Lula cresceram. O que não se sabe – mas pode-se especular – é quanto poderiam ter crescido não fosse o massacre midiático. Segundo o Datafolha, ele cresceu de 25% para 30% ou 31%, no primeiro turno, dependendo do cenário.
2) A rejeição a Lula se mantém estável em 45%, a mesma de pesquisas anteriores. Seguramente, teria caído mais, conforme revelam outros institutos que fizeram apurações prévias às delações da Odebrecht, não fosse o recrudescimento dos ataques midiáticos nas últimas semanas, provavelmente em agenda sincronizada com essa pesquisa Datafolha. (Tipo assim: grande mídia combina ataques e depois o Datafolha faz a pesquisa exatamente no momento que seria o “pior possível” para Lula).
3) Lula é o único que pode bater Jair Bolsonaro, o qual, por sua vez, está devorando todos os votos do PSDB.
4) Datafolha testa Sergio Moro para primeiro e segundo turnos. No 1º turno, Moro tem apenas 9% e ainda não incomoda. No segundo turno, Lula (40%) e Moro (42%) empatam. A exposição de Moro como candidato presidencial, no entanto, tira sua aura de juiz. Agora ele é candidato, e será visto assim pela população, que poderá, a partir deste momento, discutir essa possibilidade e ouvir críticas a seu respeito. A mídia também será pressionada a publicar críticas, pela mesma razão. É muito improvável, todavia, que Moro participe do pleito, porque isso implicaria em tirar toda a credibilidade, já em queda, de seu trabalho na Lava Jato.
5) Maioria esmagadora da população rejeita Temer, cuja aprovação caiu para 9%. Dilma tinha 13% às vésperas do impeachment. Com uma diferença: Dilma havia sofrido o maior massacre midiático da história, conforme mostram dados do Manchetômetro. Temer é paparicado de maneira inédita pela grande imprensa.
6) Folha insiste na bizarrice de Temer, de que sua impopularidade é o que lhe garante legitimidade política para levar adiante reformas impopulares. Nem Maria Antonieta teria coragem de afirmar tal coisas às vésperas da revolução francesa.
7) Aécio despencou para quarto lugar no cenário 1, depois de Marina Silva e Bolsonaro. É o preço pago pelo apoio ao golpe e pela participação no governo. João Dória, embora ainda atrás de Alckmin e Aécio, desponta cada vez mais como um candidato viável para o PSDB em 2018 – mas terá que disputar o voto anti-Lula com Bolsonaro.
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