Por Gilberto Maringoni
Começa a se disseminar nos meios políticos – e nas redes sociais – a ideia do impeachment de Jair Bolsonaro. Quero tecer algumas ponderações a respeito:
1. Bolsonaro ultrapassou todos os limites da civilidade e da convivência democrática, depois de suas declarações sobre o assassinato de Fernando Santa Cruz.
Seu governo significa a propagação da barbárie e da brutalidade na vida social;
2. Com tal demonstração de estupidez, Bolsonaro se isola até mesmo de parcelas de sua base política.
João Dória e Miguel Reale Jr., também partidários da extrema direita, investiram duramente contra o presidente;
3. Bolsonaro se tornou um fardo para a direita tradicional, que tem o mesmo projeto econômico da extrema-direita, mas dela difere na ação política.
A primeira acha possível dar curso à agenda privatizante de desmonte, entrega e desnacionalização do Estado e das riquezas nacionais atuando de forma mais civilizada na seara institucional;
4. Expressões claras dessa percepção têm sido a ação de Hamilton Mourão e de Rodrigo Maia, além dos já citados.
Com eles estão todos os grandes meios de comunicação e os representantes do grande capital (alta finança, agronegócio e o que resta do setor produtivo);
5. O que buscam preservar?
A reforma da Previdência, a MP 881 (do desmanche geral), a privatização de várias estatais e das Universidades públicas e o sucateamento dos serviços públicos em favor da especulação financeira;
6. O desgaste de Bolsonaro e de Sérgio Moro e seus capangas pode criar ruídos nas negociações no Congresso para o andamento dessa agenda destrutiva;
7. Dessa forma, tirar Bolsonaro de cena, através do impeachment, é manobra que entra também no radar do conservadorismo ultraliberal;
8. Não há a menor possibilidade do impeachment alterar a correlação de forças em favor dos setores populares ou servir de obstáculo ao andamento da agenda ultraliberal.
Cai o capitão, entra Mourão;
9. A esquerda deveria – em meu modesto entender – centrar fogo no que importa, nessa agenda reacionária, e valer-se do desgaste de Bolsonaro e de seu ministro da Justiça para tentar impedir a continuidade da hecatombe em seu aspecto principal;
10. Assim, o impeachment seria péssimo negócio para quem deseja alteração de rota no terreno econômico. Resolverá um problema da direita. Para os setores progressistas pode funcionar como as más línguas falavam das antigas pílulas da vida do Dr. Ross, “alivia, mas não cura”;
11. Por fim, é preciso não banalizar o instituto do impeachment.
Seu uso em situações duvidosas tende a colocá-lo como solução mágica para tudo. Nessa toada, nenhum governo de esquerda sobreviverá mais de seis meses, caso contrarie interesses das classes dominantes.
12. A hora é de radicalizar e mobilizar para o que é essencial nessa guerra assimétrica e não dispersar forças no que é acessório.
Começa a se disseminar nos meios políticos – e nas redes sociais – a ideia do impeachment de Jair Bolsonaro. Quero tecer algumas ponderações a respeito:
1. Bolsonaro ultrapassou todos os limites da civilidade e da convivência democrática, depois de suas declarações sobre o assassinato de Fernando Santa Cruz.
Seu governo significa a propagação da barbárie e da brutalidade na vida social;
2. Com tal demonstração de estupidez, Bolsonaro se isola até mesmo de parcelas de sua base política.
João Dória e Miguel Reale Jr., também partidários da extrema direita, investiram duramente contra o presidente;
3. Bolsonaro se tornou um fardo para a direita tradicional, que tem o mesmo projeto econômico da extrema-direita, mas dela difere na ação política.
A primeira acha possível dar curso à agenda privatizante de desmonte, entrega e desnacionalização do Estado e das riquezas nacionais atuando de forma mais civilizada na seara institucional;
4. Expressões claras dessa percepção têm sido a ação de Hamilton Mourão e de Rodrigo Maia, além dos já citados.
Com eles estão todos os grandes meios de comunicação e os representantes do grande capital (alta finança, agronegócio e o que resta do setor produtivo);
5. O que buscam preservar?
A reforma da Previdência, a MP 881 (do desmanche geral), a privatização de várias estatais e das Universidades públicas e o sucateamento dos serviços públicos em favor da especulação financeira;
6. O desgaste de Bolsonaro e de Sérgio Moro e seus capangas pode criar ruídos nas negociações no Congresso para o andamento dessa agenda destrutiva;
7. Dessa forma, tirar Bolsonaro de cena, através do impeachment, é manobra que entra também no radar do conservadorismo ultraliberal;
8. Não há a menor possibilidade do impeachment alterar a correlação de forças em favor dos setores populares ou servir de obstáculo ao andamento da agenda ultraliberal.
Cai o capitão, entra Mourão;
9. A esquerda deveria – em meu modesto entender – centrar fogo no que importa, nessa agenda reacionária, e valer-se do desgaste de Bolsonaro e de seu ministro da Justiça para tentar impedir a continuidade da hecatombe em seu aspecto principal;
10. Assim, o impeachment seria péssimo negócio para quem deseja alteração de rota no terreno econômico. Resolverá um problema da direita. Para os setores progressistas pode funcionar como as más línguas falavam das antigas pílulas da vida do Dr. Ross, “alivia, mas não cura”;
11. Por fim, é preciso não banalizar o instituto do impeachment.
Seu uso em situações duvidosas tende a colocá-lo como solução mágica para tudo. Nessa toada, nenhum governo de esquerda sobreviverá mais de seis meses, caso contrarie interesses das classes dominantes.
12. A hora é de radicalizar e mobilizar para o que é essencial nessa guerra assimétrica e não dispersar forças no que é acessório.
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