Por Altamiro Borges
Enquanto o showman João Doria, governador de São Paulo, jura que a volta às aulas presenciais é segura, reportagem do jornal The Guardian aponta que o Reino Unido regista, desde janeiro, até cem internações semanais de crianças com uma rara síndrome inflamatória. Ela seria causada pela Covid-19.
Batizada de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), ela já havia se manifestado na primeira onda da pandemia. Os sintomas incluem febre prolongada superior a 38 graus, dor de estômago, diarreia, erupção cutânea vermelha generalizada e inchaço dos dedos das mãos e pés.
Segundo o jornal, entre 12 e 15 crianças são diariamente hospitalizadas com sintomas desta síndrome desde o início de janeiro. A síndrome tem sido monitorada pelas autoridades de saúde, que garantem que não há motivos para pânico. Devido à identificação precoce da síndrome, poucos casos de hospitalização se tornaram graves, informa o Guardian.
Um estudo inicial revelou que cerca de 75% das crianças afetadas são de grupos étnicos minoritários no Reino Unido. Dos 78 pacientes com a síndrome admitidos em uma unidade de terapia intensiva, 47% eram de origem afro-caribenha e 28% de origem asiática. A incidência é de cinco a seis vezes maior do que as respectivas proporções desses grupos no país.
Uma greve em defesa da vida
O surgimento dessa rara síndrome inflamatória mostra que a questão da volta às escolas não é tão simples como insiste o governador paulista. Ela reforça as preocupações com a vida levantadas pela Apeoesp, o sindicato dos professores do ensino oficial de São Paulo, que decretou greve a partir desta segunda-feira (8).
A paralisação é contra o retorno às aulas presenciais “no pior momento da pandemia. Nós vamos dar aula, mas de forma virtual. Faremos nosso trabalho, levando em consideração a vida. Isso serve tanto para os professores quanto para os alunos", afirmou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a Professora Bebel, em entrevista ao site UOL.
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